Apenas morna escrita por Maga Clari
Notas iniciais do capítulo
Oi, amigos!
Mais uma poesia sem compromisso.
Hoje eu fui a um lugar que me deixou meio sentimental e baixo astral
Estava me lembrando de um dia
Era um dia qualquer, sabe
Um dia de minha juventude
ou melhor: de minha criançude.
Era um dia lindo
Eu estava deitada naquela estrutura de pedra
Uma pedra bem grande
E polida
que nem eu era
Sempre fui, na verdade
Pois eu estava lá
e tinha algumas amigas
que pensei que fossem pra sempre
A gente tinha uma sigla
Que resumia
Melhores Amigas Verdadeiras Eternas
E pensamos mesmo que seríamos
Eu me lembro das tardes chatas na capela
das músicas do coral da escola
que a gente cantava na insuportável
tarde da missa
Eu me lembro da pipoca de um real
E do guaraná de cinquenta centavos
Eu me lembro do pastel bem gostoso
E dos queimados que ganhamos no fim do ano
Eu me lembro também
das festinhas
das apresentações
da Scarlet O'hara
do musical das mães
e de quando toquei piano lá
Eu tenho é saudades desse dia
que jogamos verdade ou desafio
nota ou preferência ou situação
E que cantamos a música do High School Musical
E brincamos de pisa-pé
E brigaram comigo
porque eu era a azarenta na Educação Física
Eu lembro de ter chegado atrasada pro relax
mas a tempo de ouvir o restinho
da oração no final
E aí depois
bem depois
teve uma festa do pijama
e a gente riu pra valer
com o acampamento na sala
e a tv que desligou a Samara
Sim, a gente tinha medo
de lendas urbanas idiotas
que nem a gente era
Ah! Mas que saudade!
Passar hoje lá dói
É que fomos enxotados
Fomos levados à força
embora de casa
Foi um membro do clero
que vendeu nossa casa
E até hoje eu choro
aquela dor, daquele dia
O dia que pensei
que nunca fosse acabar
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