Love Story escrita por Fofura


Capítulo 87
Segredos e Moscas


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! Tudo bem com vocês? ^^
Eu gostaria de dedicar esse capítulo a Bruh GSR Sidle e a Mayara Rabelo que estão fazendo aniversário hoje. Eeeeeh! Parabéns meus amores! Muitos aninhos de vida e que todos os seus sonhos se tornem realidade, tabom? ♥ Vocês são maravilhosas, minhas pandinhas! ♥
Também gostaria de dedicar esse capítulo ao meu mais novo pandinha L Korbin e aos amorzinhos que, assim como ele, comentaram no primeiro capítulo de LS me dizendo sua primeira impressão ♥ Muito, muito obrigada lindezas!
Bom, chegou a hora da Sara contar como é o pesadelo pro Griss. Sim, ele vai presenciar mais uma vez :/



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Era tarde da noite quando Grissom acordou. Resolveu tirar o dia de folga pra ficar com Sara, mas disse à equipe que precisava muito dormir. De certa forma era verdade, mas o real motivo mesmo era para ficar na companhia de sua namorada. Se era pra se acostumar, então tinha que praticar. Passaram a manhã inteira juntos em casa. Assistiram TV, conversaram, comeram, deram uma volta pela praça e até jogaram cartas. Era incrível estar em sua companhia. Ver seu sorriso, sentir seu cheiro, tocar seus lábios, sua pele, ouvir sua voz, seu riso e até sua respiração, era tudo maravilhoso! Adoraria repetir a dose, mas só poderia tirar outro dia de folga bem mais pra frente, senão seus amigos e o pessoal do laboratório desconfiaria de algo. Afinal, Grissom nunca foi de tirar folgas, sempre viveu para o trabalho. Tinha que parecer que continuava assim, pelo menos por enquanto.

Ouviu Sara gemer baixinho e se mexer. Sentou-se na cama e ascendeu a luz do abajur. Chegou pertinho de seu rosto e a chamou.

— Sara?

Ela gemeu novamente com uma expressão de dor. Ele sabia exatamente o que estava acontecendo. Quando ia acordá-la ela abriu os olhos assustada com a respiração acelerada. Ele logo tratou de tentar acalmá-la.

— Hey... Calma honey. - sussurrou carinhosamente com a mão em seu rosto angelical.

— Aconteceu de novo. - disse com uma voz chorosa.

Sara achou que não teria pesadelos naquela noite pelo fato de só ter tido alegrias no decorrer do dia. Estar com Grissom era a melhor coisa do mundo pra ela. Se tinha uma coisa que não se arrependia era de ter esperado anos por ele.

— Está tudo bem... Venha cá. - a chamou para aninhar-se em seu peito e foi exatamente o que ela fez após secar uma lágrima que caiu.

Sara abraçou a cintura de Gil e fungou colando seus corpos. Ele a protegeu com seus braços fortes e beijou o topo de sua cabeça. Sabia que ela gostava disso.

— Respire fundo e leve sua mente pra um lugar tranquilo.

— Não sei se consigo.

— Consegue sim. - afanou seus cabelos.

Sara suspirou. Que coisa gostosa!

— Isso é muito bom.

— Cafuné?

— Uhum. - ela murmurou.

Ele sorriu.

— Quer fazer alguma coisa pra se distrair?

— Sempre que eu tinha pesadelos, eu ia pra sala, sentava no sofá e lia o livro que você me deu.

— Sério?

— Uhum. Acabei rápido até.

Grissom sentiu uma pontada em seu coração. Ela sempre tinha pesadelos, por isso terminou a leitura rapidamente. Ele detestava vê-la triste.

— Quer fazer isso? Ler um livro?

— Quero. - ela fungou.

— Vamos lá.

Levantaram-se, Grissom pegou na mão dela e ambos foram pra sala.

Sara se sentou no sofá e Grissom foi até a estante.

— Qual você prefere?

— Não sei, qualquer um.

Pelo tom de voz dela, Gil pôde perceber que ela estava mais triste do que imaginava. Resolveu pegar um pequeno livro que continha alguns sonetos de Shakespeare e quis ler pra ela.

Sentou-se inclinado no sofá com várias almofadas nas costas que estavam apoiadas no braço do sofá e encostou-se nas mesmas (O sofá da Sara não tem braços, mas vamos fingir que tinha e que as almofadas e as costas do Gil estavam encostadas nesse braço ok? Ok!), trazendo Sara para seus braços fazendo-a ficar entre suas pernas. Sara apoiou as costas no peito dele e Gil ficou com o rosto bem do lado do dela olhando pro livro. Abriu em uma página que continha o décimo oitavo soneto, que ele conhecia bem e sempre se lembrava dela quando lia e pensava.

— Soneto XVIII “Se te comparo a um dia de verão

És por certo mais belo e mais ameno

O vento espalha as folhas pelo chão

E o tempo do verão é bem pequeno.

Às vezes brilha o Sol em demasia

Outras vezes desmaia com frieza;

O que é belo declina num só dia,

Na terna mutação da natureza.

Mas em ti o verão será eterno,

E a beleza que tens não perderás;

Nem chegarás da morte ao triste inverno

Nestas linhas com o tempo crescerás.

E enquanto nesta terra houver um ser,

Meus versos vivos te farão viver.”

Sara sorriu. Aquele soneto era lindo. E ouvir Grissom recitar pra ela foi mais lindo ainda.

— Não foi aleatório... não é?

— Não. - ele sorriu e beijou sua bochecha. Virou algumas páginas e então prosseguiu. _ Soneto XXXV “Não chores mais o erro cometido;

Na fonte, há lodo; a rosa tem espinho;

O sol no eclipse é sol obscurecido;

Na flor também o inseto faz seu ninho;

Erram todos, eu mesmo errei já tanto,

Que te sobram razões de compensar

Com essas faltas minhas tudo quanto

Não terás tu somente a resgatar;

Os sentidos traíram-te, e meu senso

De parte adversa é mais teu defensor,

Se contra mim te escuso, e me convenço

Na batalha do ódio com o amor:

Vítima e cúmplice do criminoso,

Dou-me ao ladrão amado e amoroso.”

Mais uma vez Sara sorriu. A voz dele era doce ao falar e ele recitava num tom baixo por estar bem perto dela. Gil fazia isso propositalmente, pra fazer ela dormir, tranquilizá-la, fazer a mente dela descansar e esquecer o que acabou de sonhar. Fazê-la sonhar com algo feliz, algo que não a faça acordar chorando.

— Mais um?

— Uhum. - ela murmurou sorrindo e fechando os olhos.

— Soneto XLIII “Quanto mais fecho os olhos melhor vejo;

O dia todo vi coisas vulgares;

Mas quando durmo em sonho te revejo;

Pondo no escuro luzes estrelares;

Tu, cuja sombra faz brilhar as sombras;

Pois tanto brilho no negror produzes.

Como podem meus olhos abençoados;

Assim te ver brilhar em pleno dia;

Quando na noite escura deslumbrados;

Dentro de fundo sono eu já te via?

Meu dia é noite quando estás ausente;

E a noite eu vejo o sol se estás presente.”

Grissom sorriu ao perceber que ela estava quase pegando no sono, então recitou mais uma.

— Soneto CXVI “De almas sinceras a união sincera

Nada há que impeça: amor não é amor

Se quando encontra obstáculos se altera,

Ou se vacila ao mínimo temor.

Amor é um marco eterno, dominante,

Que encara a tempestade com bravura;

É astro que norteia a vela errante,

Cujo valor se ignora, lá na altura.

Amor não teme o tempo, muito embora

Seu alfange não poupe a mocidade;

Amor não se transforma de hora em hora,

Antes se afirma para a eternidade.

Se isso é falso, e que é falso alguém provou,

Eu não sou poeta, e ninguém nunca amou.”

Assim que terminou de recitar, parou e ouviu a respiração dela. Ela tinha dormido. Agora teria que arrumar um jeito de dormir também, mas estava sentado, é uma posição meio ruim pra dormir, sua perna estava até um pouco dormente, mas não podia acordá-la agora.

E não acordou. Grissom apenas ajeitou um pouco as costas nas almofadas, encostou a cabeça no sofá, abraçou Sara e a acompanhou no sono.

...

O dia amanheceu nublado, era por volta das oito da manhã quando Grissom despertou.

O cheiro dela invadiu suas narinas. Aspirou devagar e soltou na mesma velocidade. Como era bom! Aquela fragrância única que apenas ela tinha.

Olhou pra baixo e sorriu. Felizmente, ela tinha conseguido dormir tranquilamente depois de acordar do sonho ruim. Ele queria muito saber exatamente com o que ela sonhava. Sabia que era com seus pais, mas não sabia o contexto.

Conseguiu se soltar dela no sofá sem acordá-la, a pegou no colo e levou pra cama.

Passou a velar seu sono. Ela mantinha uma expressão serena e uma respiração calma. Tão linda! Grissom se via ainda mais apaixonado por aquela mulher. Ela era tão resistente e forte, mas ao mesmo tempo tão carente e frágil. Ela precisava dele, e por que não dizer que ele também precisava dela? Se não fosse a espera dela, Gil ainda seria "o cara estranho do coração de pedra que vive para o trabalho". Ela teve paciência e respeitou seu tempo. Agora Grissom sabia que o que Sara realmente sentia por ele era amor, e um amor muito forte. Era nítido em seu olhar. Gil tinha certeza que daqui pra frente ele só iria melhorar, que ela abriria ainda mais o coração dele para que ele pudesse se expressar com mais facilidade. Naquele momento, Sara era o que ele tinha de mais precioso na vida.

Observou ela se mexer e em seguida despertar lentamente.

Ao abrir seus olhos e encontrar um par de um azul intenso a olhando, Sara sorriu de lado.

— Bom dia.

— Bom dia. - ela respondeu com a voz fanha.

— Dormiu bem?

Ela assentiu.

— E você?

— Também.

Trocaram um sorriso singelo e Gil resolveu tocar no assunto do sonho.

— E aquele pesadelo?

Sara desviou o olhar.

— Quer me contar? - Gil era muito atencioso e a todo tempo acariciava ou seu rosto ou seu braço.

Como ela não disse nada, apenas segurou sua mão, ele resolveu fazer outra pergunta.

— É sempre o mesmo sonho?

Ela assentiu olhando em seus olhos com um semblante triste.

— Não é como aconteceu naquele dia, mas ainda assim é uma coisa ruim.

— Quantos anos você tinha?

— Doze. No sonho...- ela engoliu a seco antes de prosseguir. _ ... Eu tinha visto minha mãe matar meu pai e disse que ia contar pra alguém. Minha mãe enlouquecia e corria atrás de mim gritando que eu não podia contar a ninguém. Eu corria até meu quarto e trancava a porta. Ela ficava o tempo todo batendo pra eu abrir, ficava repetindo que ia me matar também.

Gil ouvia tudo atentamente com dor no coração. Deve ser horrível ter um sonho desse. Sua própria mãe querendo te matar é bem pesado.

Sara contava sem olhá-lo.

— Eu me apavorava e corria pro canto do quarto, abraçava meu ursinho e pedia pra ela me deixar em paz.

— Ela consegue entrar no quarto?

Sara balançou a cabeça positivamente e algumas lágrimas escorreram por seu lindo rosto. Grissom logo tratou de recolhê-las.

— Ela vai até mim e eu tento passar por debaixo da cama. Ela segura meu pé e me impede de fugir. Eu fico gritando e chorando pedindo ajuda, mas ninguém me escuta. - soluçou. _ Eu consigo fugir dela, só que ela me alcança no corredor. Mas sempre que ela vai cortar minha garganta...- olhou pra ele. _... eu acordo.

Grissom nem sabia o que dizer, a não ser:

— Meu Deus...

— Tenho esse pesadelo desde a última vez que falei com minha mãe sozinha. Há seis anos. Minha única saída foi... não dormir.

— Oh honey...- Gil chegou perto dela e a abraçou.

— Isso não vai passar, Griss.

— Vai passar sim. Você vai ver.- beijou mais uma vez a testa dela.

...

Aquela semana foi meio sob pressão para Grissom. Eles tinham que investigar o caso de uma jovem mãe que foi encontrada morta no que parece ser um suicídio, os CSI’s encontraram evidências contraditórias, criando assim uma investigação de homicídio. Porém no meio disso, Sara ficou com um leve ciúme de Sofia, Grissom evitou as ligações de Ecklie – levando uma bronca de Catherine e Warrick – e ficou sob pressão do xerife, tendo que contestar as provas apresentadas por um entomologista corrupto no tribunal, e Warrick flertou com Catherine.

Vamos começar pela bronca. Grissom ignorou umas duas vezes a ligação de Ecklie e a ruiva questionou:

— Quem você está evitando?

— Ecklie.

— Ah. Significa que devia atender.

— Não, ele só quer gritar comigo... porque estou atrasado com as avaliações do pessoal e isso pode esperar.

— Não, não pode. - ela respondeu. _ Ninguém da sua equipe recebe aumento de ajuda de custo até que aquelas avaliações sejam entregues.

— É, ela tem razão. - disse Warrick. _ Eu gosto de levar minha mulher pra jantar fora de vez em quando.

Grissom se convenceu. E Catherine não gostou muito do comentário de Warrick, podia ter dado outro exemplo, poxa.

— Farei isso logo que voltar pro laboratório.

Lá fora, Sara e Brass falavam com a irmã da vítima quando Sofia chegou interrompendo a conversa.

— Oi. Alguém viu o Grissom?

“Oque que tu quer com meu namorado???”

— Ele está na casa. - Sara respondeu e Sofia já foi logo correndo pra dentro.

Sara olhou pra ela se afastando franziu o cenho. Mas o que foi isso? Se pegasse Sofia se engraçando com ele não ia terminar bem.

— Sofia? - Catherine ficou surpresa por vê-la ali.

— Oi Catherine. - ela cumprimentou. _ Grissom, o Ecklie está te procurando, o seu celular está ligado?

Grissom não respondeu, se fez de desentendido.

— O que faz aqui?

— Bom, aparentemente eu era criminalista e então detetive, mas agora sou mensageira. - ela brincou. _ Precisam de você no laboratório com urgência.

— Por que?

— Eu não faço ideia, mas... o sub xerife está acampado lá. - disse e saiu.

Grissom revirou os olhos. Catherine então assumiu o controle.

— Vou pedir ao Greg que verifique o número de série da arma, Nick está na autópsia, Warrick, Sara e eu terminamos aqui e eu mantenho você informado.

Grissom suspirou.

— Obrigado.

— O que faria sem mim?

Realmente, se Catherine não fosse seu braço direito, Gil se embolava todo naquele cargo. Ela o ajudava bastante. Amiga melhor que essa não existe.

Mas e o flerte? Vou chegar lá. Um tempo depois quando Catherine e Warrick voltaram ao laboratório, foram checar o resultado das partículas pretas e brancas que acharam na cena. Quando Catherine acertou o nome da substância de acordo com os compostos, Hodges perguntou se ela era boa em geologia por causa disso.

— Ótima! - ela respondeu com alegria. _ Na verdade, no último ano eu fiz geologia básica. Eu namorava o professor. - confessou.

— Ah, cara de sorte! - comentou Warrick. _ E deve ter tirado um A.

— E tirei mesmo. - disse ela.

— Uhum. - ele fez aquela cara de “como não tirar um A, não é?”

— Você é casado. - Hodges se meteu na conversa.

— Sim.

— Nada de paquera!

Warrick olhou pra ele tipo “Haha, engraçadinho!”

Catherine adorou!

Mais um tempo depois Grissom babou o ovo da amiga dizendo que tinha terminado a avaliação dela e que em “comentários” ele escreveu que se ela tivesse o cargo dele aquelas avaliações não estariam atrasadas. Mais uma coisa que ela adorou naquele turno.

Algo curioso que ocorreu durante a investigação de Grissom, foi quando Henry – o novo técnico de DNA que foi do diurno pro noturno – perguntou ao supervisor:

— Por que a aranha arranhou a mosca?

— Porque a aranha a vigiou. - ele respondeu. _ A filha da Catherine me contou essa quando tinha três anos.

Foi fofo ele lembrar dessa época, Lindsey estava crescendo e ele sentia que já era tipo um padrinho ou tio mesmo como ela o chamava. Provavelmente a menina nem lembrava que tinha contado isso a ele quando era pequenininha, mas ele se lembrava de tudo, não só dos momentos com Lindsey e a mãe, como todos os momentos com seus amigos e sua namorada, que já havia lhe mandado uma mensagem perguntando como foi a avaliação dela.

“Só falei bem de você” foi o que ele respondeu.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Sara :c Esse sonho dela é horrível
O que acharam dessas citações de Shakespeare que o Gil fez pra Sara dormir? Eu achei fofo ♥
E as cenas do ep, o que acharam?
Mais uma coisa, pandinhas. Eu queria avisar que essas semanas que estão chegando aí não vai ter capítulo, tabom? LS vai ficar em hiatos por duas semanas por conta das festas e tudo mais. Eu tenho que colocar minhas leituras em dia, portanto, não irei postar. Mas vou tentar adiantar o máximo de capítulos que eu puder pra 2018 não ter nenhum atraso, ok? Duas semanas passam rapidinho ♥
Espero pelos comentários de vocês ♥
Abraço de urso :3



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