Love Story escrita por Fofura


Capítulo 69
Abby Fisher I


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhaaaas!
Cá estou com o primeiro capítulo de hoje e é nele que - como vocês podem ver no título - a Abby entra na história ♥



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“Nada vai mudar meu amor por você

Você deve saber a essa altura o quanto eu te amo.

De uma coisa você pode ter certeza:

Eu nunca pedirei mais do que o seu amor.

[...]

Se a estrada adiante não for tão fácil,

Nosso amor mostrará um caminho para nós,

Como uma estrela guia.

Eu estarei lá por você se precisar de mim.

Você não precisa mudar nada,

Eu te amo exatamente do jeito que você é.

Então venha comigo e compartilhe da paisagem,

Eu te ajudarei a ver a eternidade também.

Segure-me agora, toque-me agora,

Eu não quero viver sem você.” ― George Benson

A noite não estava tão movimentada quanto nos outros dias daquela semana.

Ainda estava sendo difícil pra eles trabalharem separados. Mas tinham a nova fase de Greg para ficarem felizes.

Catherine e sua equipe pegaram o caso de uma mulher que foi assassinada e o grupo de músicos com quem ela tinha ligação, tinham uma música que a letra dela era praticamente descrita como a moça morreu.

Já Sara, pegou um caso solo numa floresta. Uma família havia sido morta enquanto acampavam numa barraca. Mãe, pai e duas garotinhas. Porém, uma delas – a mais nova, Abby – havia sobrevivido ao tiro que levou na cabeça. Ela havia sido levada pro hospital enquanto Sara analisava o local. O pai estava morto do lado de fora, com a arma do crime ao lado da mão. A mãe e a filha estavam dentro da barraca.

Era uma cena horrível. Tinha sangue pra todo lado.

Ela tinha muita dó de Abby que havia perdido a família toda e teria que ir para um orfanato, pois não tinha parentes próximos.

Tudo indicava que tinha sido o pai o responsável pelas mortes.

Sara já tinha visto aquilo. Ou melhor dizendo, vivido aquilo.

Um pai que mata o outro, e a criança acaba sendo levada para um orfanato? Não achava que fosse ver isso acontecendo com mais alguém.

Assim que terminou na cena e os corpos foram liberados. Sara foi pro hospital ver a menina. A pobrezinha só tinha cinco anos. Se foi difícil para Sara, que na época da perda tinha 12 anos, imagina para aquela garotinha que era 7 anos mais nova!

Abby era uma criança com o rostinho angelical, tinha cabelos loiros compridos, olhos azuis e cílios enormes. A pequena estava deitada na cama, com gaze enrolada na cabeça. O lugar do tiro estava visível pela marca redonda de sangue na lateral.

Sara precisava tirar fotos e coletar o DNA dela. Entrou no quarto com seu kit e o colocou do lado da cama.

— Oi Abby. Meu nome é Sara. Preciso tirar algumas fotos suas, tudo bem?

Abby assentiu sem dizer nada.

Sara tirou as fotos em silêncio com a garotinha a fitando. Ela estava com medo e tinha lágrimas nos olhos. Mas quem não ficaria desse jeito?

Assim que terminou de fotografá-la, a morena se sentou na cama e tratou de explicar o que faria.

— Abby... irei tirar uma amostra do seu DNA. - ela pegou o cotonete e mostrou a ela como funcionava. _ Não dói. Eu irei colocar esse cotonete contra a sua bochecha, assim ...

Sara fez nela primeiro enquanto Abby prestava atenção em tudo o que ela fazia e dizia.

A perita colocou o cotonete dela separado e pegou ouro para a pequena.

Abby se inclinou na cama para deixar Sara coletar seu DNA.

— Vamos lá. - Sara fez o processo na criança e tirou o cotonete. _ Bom trabalho. - lhe lançou um sorriso fraco e tampou o cotonete.

Abby voltou a deitar e resolveu falar com a perita. Aquela vozinha embargada e aquela carinha triste fez o coração de Sara ficar apertado.

— Eles estão mortos, não estão?

Sara assentiu.

— Eu sinto muito.

Abby abaixou a cabeça e fungou.

— Abby...- Sara falava sempre com um tom carinhoso com ela. _ Você viu o que aconteceu? Quem machucou você e a sua família?

— Eu não me lembro. - ela estava prestes a chorar e Sara tentou acalmá-la.

— Está tudo bem. Qual a última coisa que você se lembra?

— Mamãe e papai... eles estavam brigando.

Sara sentiu o impacto daquelas palavras. Realmente aquilo estava acontecendo com outra pessoa.

— E depois, o que aconteceu?

— Eu não me lembro. - ela choramingou.

— Está tudo bem. - não queria que ela se sentisse culpada por não lembrar do que houve.

— Eu quero minha mamãe.

— Eu sei. - Sara não sabia como não estava chorando ainda. Aquilo era tão triste. Abby esticou os braços para Sara querendo colo. Sara imediatamente a acolheu. _ É claro que quer. Está tudo bem. - Sara a abraçou e afagou suas costas. _ Vai ficar tudo bem.

Assim que Abby se acalmou, desfizeram o abraço.

— O que... vai acontecer comigo?

Sara olhou para a assistente social que estava no quarto e deu espaço para que ela mesma falasse.

Ao ouvir que teria que ir para um orfanato, Abby voltou a chorar dizendo que não queria ir, que queria ir pra casa.

Sara pediu para que a moça saísse um pouco para falar com Abby a sós, pra tentar explicar como funcionava as coisas.

A moça saiu e Sara tentou acalmar a pequena.

— Calma pequena... olha pra mim. - Sara segurou sua mãozinha e com a outra secou suas lágrimas. _ Você vai ter que ir pra lá, mas olha... não é um lugar ruim. Você já está estudando, não está?

Abby assentiu.

— Então... você vai continuar indo pra escola, vai continuar com as suas coisinhas, só vai mudar de casa e ir morar com outras crianças. Se der sorte, pode ser adotada rapidinho.

— Outra família?

— É.

— Mas eu quero a minha, Sara. Eu não quero outra.

— Eu sei, querida, mas... sua família está no céu agora, eles não vão voltar. - Abby abaixou a cabeça, triste. _ Mas óh... olha pra mim. - Sara levantou seu queixinho com o indicador. _ Eles estão vivos em um lugar. Aqui dentro. - Sara colocou a mão no lado esquerdo do peito dela.

— Você vai descobrir quem matou minha família, não vai?

— Vou. Não se preocupe. - arrumou umas mechas do cabelo dela em seu ombro.

— E vai me contar?

— Uhum.

— Eu não quero ficar sozinha.

— E não vai. Eu prometo que vou te visitar sempre que eu puder.

— Promete mesmo? - ela fungou.

— Uhum. - Sara sorriu e secou uma lágrima que escorreu pela bochechinha dela. _ Não quero que se sinta sozinha. Eu já passei por isso, sei como é.

— Já foi para um orfanato?

— Já... quando eu era criança.

— E você ficou sozinha lá?

Sara sorriu ao se lembrar que não.

— Não. Eu fiz uma amiga.

Os flashes de Rayle e ela brincando veio a sua mente e Sara não percebeu que deixou uma lágrima cair.

Abby fez o mesmo que a morena fez com ela, tocou seu rosto e secou a lágrima.

Sara sorriu com o gesto.

— Já fez promessa de dedinho? - Sara perguntou com aquela carinha fofa semicerrando os olhos sorrindo.

— Não... como é? - a pequena ficou curiosa.

— Estica o seu mindinho. - Sara esticou o seu da mão direita pra ela fazer o mesmo. Abby fez o que ela pediu. _ Agora junta com o meu, assim.- Sara juntou seu mindinho com o dela e apertou. _ E é só fazer uma promessa. Olha: Eu prometo que vou visitar você no orfanato sempre que eu puder e que não vou te deixar sozinha.

Abby sorriu.

— E agora? O que acontece?

— Uma promessa de dedinho não pode ser quebrada.

Abby precisava de alguém que cuidasse dela, e Sara cuidaria.

...

Sara conversou com um amigo da família e descobriu que Barry Fisher não era o pai biológico da filha mais velha, Hannah. E que a mãe, Kathy Fisher, disse a todos que o pai de Hannah morreu num acidente de carro antes dela nascer.

A balística confirmou que todos os tiros saíram da arma de Barry. A toxicologia mostrou que havia uma quantidade substancial de álcool encontrada no sistema dele. A causa da morte dele foi dada como suicídio. Ele deve ter ficado cheio de culpa depois de ter atirado na esposa e nas filhas, e resolveu se matar também. Como doutor Robbins declarou a causa da morte como suicídio, Sara nem analisou o resto das provas, embalou tudo porque não haveria um julgamento.

Assim que solucionou o caso, Sara foi até o locker e se sentou no banco em frente seu armário.

Não queria que Abby passasse pela mesma coisa que ela passou. Ela sabia o quanto seria difícil para Abby e não queria que ela sofresse mais ainda. Queria poder fazer alguma coisa. Decidiu ir visitá-la no orfanato, já que não a viu desde o hospital.

Mas antes precisava ter aquela conversa com Grissom. Ela já havia adiado demais e ainda teve que mentir para Ecklie que eles haviam conversado.

Trocou de roupa e foi até a sala dele.

Bateu na porta que estava aberta e entrou.

— Oi. - sorriu. _ Você tem um minuto? - se aproximou da mesa.

— Claro. - ele tirou os óculos e a atenção dos papéis para prestar atenção somente nela.

— A gente ainda não pôde conversar desde as mudanças de pessoal. - disse sentando-se na cadeira em frente a mesa dele. _ Eu... eu queria te avisar que... eu disse algumas coisas pro Ecklie que podem ter prejudicado a equipe.

“Mas o que ela está falando? Não foi culpa dela.”.

— O Ecklie queria dividir a equipe... e conseguiu.

— Ele perguntou se tínhamos conversado depois da minha terapia obrigatória.

— E não conversamos. - ele já sabia que Sara havia dito o contrário para Ecklie, e mesmo agradecendo por aquilo, não foi certo. _ A verdade é que você não devia ter que defender seu chefe, desculpe.

Sara nem pensou em hesitar em dizer o que estava prestes a dizer (nossa kkkk), e isso, assim como os dizeres dela, o surpreendeu.

— Você sempre foi mais que um chefe pra mim.

Não era possível que ele não soubesse disso.

Desde que ela havia lhe dito “Eu estou cansada de te amar e não ser correspondida”, ele estava tentando enfrentar seus medos e admitir que era apaixonado por ela, que ele correspondia sim àquele amor que ela dizia sentir por ele. Ele tentou ainda mais no momento em que ela foi pega dirigindo bêbada e obrigada a fazer terapia por conta disso. Ele estava tentando. Mas até o momento não obteve sucesso, era medroso e inseguro demais.

— Por que acha que eu vim pra Vegas?

“Meu Deus! Como ela consegue ser tão direta? Ela nem corou nem nada ao dizer isso.”.

Gil olhou pro lado e voltou sua atenção a ela em instantes. Não sabia o que dizer.

Ela sorriu. Como ele não disse nada, ela continuou.

— Olha, eu... eu sei que o nosso relacionamento é muito complicado.

Até porque um amor que “não é correspondido” é dureza de enfrentar.

— É provavelmente minha culpa. É provável e definitivamente minha culpa.

Será? Será que era culpa dela?

Durante todos esses anos Sara tentou se aproximar dele, e mesmo ele dizendo que não queria perdê-la, que gostava muito dela, dizendo que apreciava a beleza desde que a conheceu, mesmo fazendo de tudo pra não deixá-la sair de lá... mesmo assim ele recuava, ele se isolava dela. Se ele se isolava dela, logicamente, ele não a queria por perto, então por que não deixá-la ir embora? Sara sabia que existia um sentimento forte por ela dentro dele, por isso não havia desistido ainda, por isso continuava ali.

Gil resolveu mudar o rumo da conversa, não estava mesmo sabendo o que dizer.

— Você... terminou a terapia, certo?

— Terminei, sim.

“Graças a Deus!” - ela pensou. Nunca teria ido se não fosse obrigada.

— E? - ele quis saber qual foi o “resultado”.

— Vamos dizer que...- desviou o olhar por um instante e voltou a olhá-lo. _ Às vezes eu... busco validação em lugares inapropriados. - ela lhe lançou um olhar sedutor discreto.

Opa! Gil novamente não soube o que dizer.

Sara já estava acostumada.

O silêncio reinou por alguns segundos.

Sara desviou o olhar dele pra mesa.

Gil ergueu as sobrancelhas, meio sem graça e olhou pra ela que mantinha os olhos fixos na mesa. Queria ficar ali apreciando a beleza dela, mas tinha que dizer alguma coisa. Resolveu convidá-la pra almoçar pra discutirem tudo com calma, ele queria mesmo perder suas inseguranças e precisava da ajuda dela, precisava que ela tivesse paciência com ele.

— Olha...

Sara o olhou assim que ouviu novamente sua voz.

— Vamos...

E ele travou.

Sara ficou esperando ele continuar, mas ele não conseguiu.

— Tudo bem. - sorriu nervosa. Ele não ia conseguir dizer nada mesmo. _ Tabom... Quer saber, essa aqui foi a conversa.

“Droga! Eu ia conseguir dizer alguma coisa. Eu acho.”.

Desviou o olhar dela novamente.  Por que diabos ficava tão nervoso quando o assunto era Sara Sidle?

— Não esqueça de documentar isso pro Ecklie. - resolveu descontrair e sorriu mostrando seu espacinho entre os dentes.

Ah aquele sorriso!

— Certo. - tentou sorrir sem parecer nervoso.

— Obrigada. - forçou um sorriso, levantou-se e saiu da sala.

“E nessa loucura de dizer que não te quero

Vou negando as aparências

Disfarçando as evidências

Mas pra que viver fingindo

Se eu não posso enganar meu coração?

Eu sei que te amo!” ― Chitãozinho & Xororó

Sara podia jurar que viu a vontade de tentar nos olhos dele, porém não queria se encher de esperanças. Pelo menos ela havia jogado mais um banho de realidade nele, talvez ele acordasse pra vida!

Sara pegou as chaves do carro no locker e foi até o estacionamento pegar seu carro. Logo estava a caminho do orfanato.

Levou 45 minutos pra chegar e foi direto falar com o responsável. Era uma moça baixinha, de cabelos negros e pele clara que estava na entrada.

— Oi! Meu nome é Sara Sidle, eu sou da criminalística. Eu vim ver Abby Fisher.

— Você é a investigadora que trabalhou no caso da família dela?

— Isso mesmo.

— Abby falou de você. Ela está no quarto. Venha comigo.

— Obrigada. - Sara sorriu de lado.

Sara seguiu para o quarto onde Abby estava. O quarto era grande e tinha oito camas. Seis de solteiro e uma beliche. Todas de meninas, pois os meninos ficavam nos quartos do outro lado.

As paredes eram brancas com pequenas bolinhas rosa bebê, e os móveis eram todos brancos. Era um ambiente confortável e agradável para as crianças que moravam ali. Todos os quartos eram assim. A diferença era que o das meninas eram bolinhas rosa e o dos meninos eram listras azuis. Sara ficou feliz, pois no tempo dela não era tudo bonitinho assim. Que bom que agora era. Aquelas crianças mereciam um ambiente bonito pra viver.

Abby estava sozinha no quarto, sentada na cama acariciando o cabelo de sua boneca. As outras meninas que dormiam no quarto com ela estavam brincando do lado de fora.

Assim que viu Sara, Abby pulou da cama e correu para abraçá-la.

— Sara! - a pequena pulou no colo da morena.

— Oi pequena! - Sara sorriu e a segurou em seu colo enquanto a mesma abraçava seu pescoço.

— Você veio. - ela desfez o abraço e a olhou sorrindo.

— Promessa de dedinho. - Sara piscou pra ela e também sorriu.

— Descobriu o que aconteceu?

O sorriso de Sara sumiu. Havia chegado a hora de contar a verdade a ela, quem era o culpado pelo crime. Não sabia qual seria a reação dela ao saber que o pai matou sua mãe e sua irmã, e que tentou matá-la também, só sabia que não seria nada boa.


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Notas finais do capítulo

A Abby é a coisa mais fofa, né? Tadinha, perder a família assim :( Que bom que ela conheceu a Sara. Essa amizade delas vai durar bastante tempo ♥
E essa conversa do nosso casal geek? *-* Se a Sara não tivesse dado um ponto final na conversa, talvez o Gil conseguisse convidá-la pra almoçar :/ Poxa Sara!
Mas o próximo capítulo promete! ♥
Uma das minhas pandinhas me seguiu lá no face e eu adicionei. Ingrid já viu um spoilerzinho do capítulo 74, o mais esperado, e achou - palavras dela - um babadoo hsuahsaha quem tem coragem de ir lá olhar? husahuasa
Espero que tenham gostado, deixem seu reviewzinhos ^^
Abraço de urso :3



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