Love Story escrita por Fofura


Capítulo 61
“— O que?? Terapia?”


Notas iniciais do capítulo

Heeey pandinhas!
Aleluia, glória a Deus!
Tudo bem com vocês? Eu fiz o que eu pude com esse capítulo, tá?
Já adiantando que eu coloquei apenas partes de cada sessão, senão ia ficar muito grande, ok? Tem um pedacinho de cada sessão da terapia da Sara nesse capítulo. Eu nunca mais quero passar por um capítulo difícil desses nessa fic. Pelo amor de Lady Gaga.
Ontem foi um dia especial, porque a nossa linda Sara Sidle estava completando mais um aninho de vida! Happy Belated Birthday Sarita! ♥
Falando em Sarita, eu não falei a data de nascimento da Rayle na fic, né? Caso alguém tenha curiosidade, é dia 15 de Dezembro. No caso, o meu aniversário. Porque sim! ^^
Ontem foi especial, não só por causa da nossa linda Sara, mas também porque LS chegou a 20.000 acessos.
Eu estou muito feliz, pandinhas! Sério, muito obrigada por tudo. Vocês são os melhores leitores do mundo ♥
Quero dedicar esse capítulo a Raíssa, que fez 15 aninhos dia 11. Mais uma vez, parabéns pandinha! Espero que tenha sido inesquecível :3
Sem mais delongas, enjoy ♥



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— Hey Sara! Eu soube do que houve. Você está bem?

— Nada passa despercebido por aqui, não é?

Parecia que o laboratório todo já sabia o que Sara havia feito. Não se podia esconder nada naquele lugar. Então assim que Sara entrou na sala de descanso junto a Grissom, Nick já foi logo lhe perguntando isso.

— Qual é, maninha! Foi depois que a gente se falou, não foi? Depois que me disse aquilo?

— Aquilo o quê, Nick? - Grissom quis saber.

O texano olhou para Sara como se pedisse permissão pra falar.

Sara concordou. Por que esconder aquilo?

— Ela me parabenizou pela minha quase promoção. Eu perguntei se era difícil pra ela dizer aquilo, só pra provocar mesmo, ela riu e concordou. Não achei que foi tão difícil pra ela.

— Eu estou bem, maninho, relaxa.

— Bom, como toda ação tem consequência…

— Vai suspender a Sara? - Warrick interrompeu o chefe. Seu tom era de um ser inconformado.

— Calma Warrick, não irei suspendê-la. Mas eu tive que contar pro meu superior e ele não gostou nada.

— De fato, Gil! - Robert apareceu na sala do nada e Sara gelou. _ E eu cheguei a uma conclusão de que Sara precisa das sessões de terapia.

— O que?? Terapia? - Sara não acreditou no que ouviu. _ Está de brincadeira!

— Eu acho que fui claro, Sidle! Grissom se certificará de que você faça pelo menos o número mínimo de sessões.

— Isso é ridículo!

— Sara, calma...- Gil tentou tranquilizá-la. _ Ela vai fazer, Robert.

— Não vou não! - ela rebateu. _ Não vou passar num psicólogo!

— Ou você faz o que estão te mandando fazer, ou é demissão automática. A decisão é sua. - ao terminar esses dizeres, o diretor do laboratório se retirou e deixou Sara p da vida.

— Gil, isso não é justo!

— Vem comigo, Sara. - ele estendeu o braço pra ela com a intenção que ela passasse por ele enquanto o mesmo apoiava a mão em suas costas. Foi o que aconteceu.

Sara seguiu Grissom até a sala do mesmo para terem uma conversa particular.

Ao chegarem lá, Gil entrou com ela e fechou a porta. Não deixou que ela falasse nada e já foi dizendo:

— Sara, ele acha que você tem problema com a bebida, e se não tem, desconta nela.

— Mas eu não tenho! Ele acha que eu sou alcoólatra que nem a minha mãe?! Eu não acredito nisso!

Sara deixou escapar aquilo sobre sua mãe e nem percebeu. Grissom ficou pasmo.

— Grissom, eu não vou fazer terapia!

— Você não tem escolha, Sara. Ouviu o que ele disse.

— Agora eu vou ter que falar da minha vida pra um estranho porque eu bebi e saí dirigindo? Isso é ridículo!

— Mas tem que admitir que foi…

— Foi um erro, Grissom! Eu sei que foi! Mas só percebi quando já tinha feito.

— Você já parou pra pensar se acontece um acidente? E se você tivesse se machucado, Sara?

— Eu já reconheci isso também. Droga! O que eu posso fazer agora?! Já foi!

— Você vai ter que fazer o que ele mandou, Sara. Eu sinto muito.

Sara cruzou os braços enquanto ele falava.

— O que você fez? - o fitou com uma expressão séria, mas ainda assim tristonha.

— Como assim?

Sara não respondeu, apenas continuou olhando pra ele. Ela queria saber o que ele havia feito ou dito pra tentar contra argumentar com o chefe, pra que ele esquecesse aquela história de terapia e lhe desse outra punição. Mas viu nos olhos dele que ele nem tentou.

Chegou mais perto dele sem desviar de seus olhos.

— Não fez nada…- sua expressão mostrava decepção. _ Também acha que eu preciso disso?!- ela mais afirmou do que perguntou e ao ver a expressão dele de quem não sabia o que dizer, teve certeza. _ Pode deixar, Gil. - agora ela já estava com o tom mais magoado. _ Sua “fase” não vai mais te decepcionar.

Ela ia sair da sala quando Grissom chamou seu nome tentando impedi-la de sair ou tentar fazê-la perceber que não era aquilo que ela pensava.

Sara não quis ouvir.

— Qual é o número obrigatório de sessões?

Grissom suspirou.

— São 10. Duas por semana.

— Tá.

Sara abriu a porta e voltou pra sala de descanso. Entrou em silêncio, seus amigos – que conversavam – se calaram na hora e a fitaram.

Sara se sentou calada e olhou pra cada um deles. A tensão estava no ar.

— Como foi?

— Nada bom, ruiva. É fazer ou fazer.

Grissom entrou na sala e foi direto ao foco da noite.

— Bom, crianças, dois casos hoje. Warrick e Catherine ficam com um. Nick, você vem comigo. Sara, você vai trabalhar esse turno até marcar a primeira sessão. - Sara revirou os olhos. _ Não vou te suspender, mas você vai tirar férias. Sabe aquelas dez semanas que você tem e não quis tirar? Vai ter que tirar.

— Não tenho escolha, né?!

— As dez? - perguntou o texano.

— Não, apenas cinco.

Pra ela não tirar tudo de uma vez, porque precisa guardar pro futuro né mores? ;)

Sara marcou a primeira sessão e todas as outras 9 com o psicólogo do departamento e foi no horário marcado. Ela faria todas as terças e sextas.

A contragosto Sara entrou na sala e, o homem de estatura média, pele morena e cabelos negros já esperava por ela.

— Senhorita Sidle, não é?

— Sara. - ela apertou a mão do homem sentado na cadeira e sentou-se no sofá a sua frente.

— Certo Sara… Vamos começar com o que trouxe você aqui. Me parece que não veio por vontade própria.

— Nossa! É tão óbvio? - Sara achou impressionante, estava tentando se manter calma com toda aquela situação.

— Normalmente quem passa com um psicólogo fica desconfortável, meio sem graça. Você está bem séria, na verdade.

— É que fui obrigada a vir aqui. Eu acho que não tem necessidade.

— Entendi. Me conte o que aconteceu pra te obrigarem a vir.

Sara respirou fundo antes de dizer alguma coisa.

— Eu estava um pouco chateada, bebi além da conta e saí dirigindo.

— Hm… Acham que você tem problema com a bebida.

— Sim.

— E você tem problema com a bebida, Sara?

— Não, claro que não.

— Te afeta de algum jeito?

Sara hesitou.

— Pela sua reação, percebo que sim.

Sara não quis se abrir muito com ele. Não obteve muito sucesso na primeira sessão, pois Sara não colaborava, negava tudo o que ele perguntava e falava pouco.

...

A segunda sessão foi numa sexta de manhã.

— Sara, você já se abriu com alguém? Alguém já te escutou falar dos seus problemas?

— Eu não tenho problemas. - mentiu.

— Tem sim. Todo mundo tem problemas.

Sara não disse nada.

— Alguém da família, talvez.

— Eu não tenho família.

Na verdade, Sara tinha, ela ganhou uma. Nick, Greg, Warrick, Jim... eles eram sua família. Mas sabia que o que o doutor Anthony queria saber era da família de sangue.

— Ninguém?

— Bom... minha mãe ainda está viva, mas...

Anthony deu a oportunidade dela prosseguir e não disse nada.

— Ela está em São Francisco. - limitou-se a dizer.

— Você cresceu lá?

— Não... eu cresci em Modesto. Mas passei muito tempo lá.

— Não mantém contato com sua mãe, não é? - Sara negou com a cabeça. _ Algum amigo?

Sara resolveu contar sobre Rayle, talvez aquilo fizesse sentir-se melhor.

— Na verdade, eu... tinha uma amiga de infância. A Rayle. Eu falava de tudo com ela. Mas recentemente ela sumiu e eu não soube mais dela.

— Ela se mudou e não disse pra onde ia? - Sara assentiu. _ Então, Rayle sabe de toda a sua vida...

— Sabe. - deu um sorriso triste. _ Era com ela que eu me abria.

Sara contou quanto tempo fazia que não falava com a amiga e da última vez que se abriu com ela. A morena até não conseguiu segurar algumas lágrimas teimosas ao lembrar da melhor amiga, a maluquinha que sempre a fazia rir.

Foi um progresso.

...

Depois daquela sessão, Sara tirou o fim de semana pra ir até São Francisco procurar saber se Rayle havia dado sinal de vida e visitar sua mãe.

Quando chegou na instituição, sua mãe tinha acabado de ser sedada, pois tinha novamente caído na tentação e passado mal. Então não conseguiu falar com ela antes de voltar. Velou seu sono por alguns minutos e foi embora. Deixou um recado com a enfermeira pra dizer a sua mãe quando acordasse.

Já de Rayle não tinha nenhum sinal. Larry disse não tinha mais ouvido falar dela desde o dia que sumiu.

Sara rezava para que nada de ruim tivesse acontecido com ela e que a mesma estivesse apenas reconstruindo a vida, como Sara tentava fazer.

...

Em sua terceira sessão, na terça-feira, Anthony voltou no assunto bebida e Sara ficou mais desconfortável.

— Você me disse que não mantém contato com sua mãe, certo?

— Certo.

— Por que?

— É complicado. - Sara desviou o olhar dele e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, deixando nítida a sua dificuldade de falar sobre aquilo.

— Nós temos tempo, Sara. Eu estou aqui pra te ajudar.

Sara demorou alguns segundos pra começar a dizer alguma coisa.

— Minha mãe é alcoólatra. Ela está... sendo tratada numa instituição.

Anthony fez uma cara de que entendeu tudo.

— Tem medo de ficar como a sua mãe?

Sara suspirou e balançou a cabeça positivamente. Ela tinha medo sim.

— O problema com a sua mãe é só esse?

Sara negou, mas não quis falar sobre o outro motivo.

...

O dia da quarta sessão foi mais tranquilo. Anthony perguntou como era o relacionamento dela com os membros da equipe.

— Eu fiquei muito amiga de dois deles. O Nick e o Greg.

— Ambos são CSI’s?

— Não, o Greg é técnico de DNA, mas ele quer muito ser investigador. Ele sempre me deu cantadas, desde que cheguei. - ela riu ao lembrar.

Anthony a imitou e balançou a cabeça.

— Já o Nick, é mais uma relação de irmãos mesmo.

— Com ou sem as brigas? - o psicólogo brincou.

— Sem.- ela sorriu.

— Isso é ótimo!

— Eu tive um relacionamento complicado com a Catherine e o Warrick no começo. O santo da Cath eu acho que não bateu com o meu no começo. Já o Warrick, eu o julguei mal e me arrependi depois. Hoje ele é um amigão. Com a ruiva, a relação é estável. - sorriu.

Sara mencionou também que Brass era como um pai pra ela.

— E seu pai biológico?

— Ele morreu quando eu tinha doze anos.

— Sinto muito.

Anthony não quis perguntar sobre como o pai de Sara morreu naquela sessão para que ela não se fechasse de novo. Ela estava indo bem falando de sua relação com os amigos. Mas não adiantou muito, pois um deles era Grissom e ao citar o nome dele, ela não quis falar sobre.

Com o final dessa sessão, ficou claro que o assunto pra próxima seria sua relação com seu supervisor. Então Sara se preparou psicologicamente para as perguntas que ela achava que ele faria.

No fim de semana, Sara saiu com os melhores amigos pra esfriar a cabeça. Foram novamente ao apartamento de Greg que para a surpresa de Nick e Sara, não estava a zona que estava no outro dia. Então não tiveram que ajudar na faxina de novo.

O fim de semana foi ótimo! Era sempre bom passar um tempo com seus dois amigos.

...

A terça-feira chuvosa ajudou muito com o assunto que eles iam tratar naquela sessão. Só que não. Só deixou mais tenso o negócio.

— Bom, você mencionou que o relacionamento com seu supervisor é um tanto complicado. Por que? Vocês não se dão bem?

— Nós nos damos bem sim. É que Ele é meio complicado. - deu ênfase no “ele” pra deixar claro. _ Eu o conheci em São Francisco, nossa amizade era muito legal. Ele era tímido, mas eu aprendi a gostar dele.

— E o que mudou?

— Ele ficou estranho.

— Acha que ele deixou de gostar de você?

— Não, ao contrário.

— Hm...- Anthony então sacou onde aquela conversa ia chegar. _ Isso te deixou mal?

— Deixou, porque eu me aproximava e ele se afastava, então eu fiquei com raiva e parei de ser legal com ele.

— Isso adiantou alguma coisa?

— Acho que ele ficou se sentindo culpado. Quando a polícia me parou naquele dia e me levou pra delegacia, Grissom foi lá e me levou pra casa. Ele me pediu desculpas.

— Ele pediu desculpas por ter ficado estranho com você?

— É, mas não disse o porquê e eu fiquei mais confusa. Já tentei conversar com ele. Ele me trata diferente dos outros.

— Melhor ou pior?

— Não sei dizer.

...

Depois de ir sozinha no cinema assistir De Repente 30 que ficou curiosa em ver, Sara partiu para a sexta sessão. Até que falar estava sendo bom, mas ainda assim não conseguiu falar sobre o que aconteceu com sua mãe e seu pai. Era difícil pra ela, não gostava de ficar lembrando. A única que sabia de tudo era Rayle.

— Me conta como você e Rayle se conheceram, você não mencionou isso na nossa segunda sessão.

— Eu nem lembrei. Conheci a Ray no orfanato.

— No orfanato?

— Sim, nós ficamos amigas lá. Fomos adotadas várias vezes e sempre voltávamos pro mesmo lugar. Depois que eu me formei ela foi pra Frisco comigo. É difícil pra mim contar como eu fui parar lá naquele orfanato.

— Tem a ver com sua mãe?

— Tem... foi ela que matou meu pai.

Anthony ficou pasmo, mas não deixou transparecer. Era um passado horrível o daquela jovem.

— Como aconteceu? Você lembra?

— Eu queria não lembrar. - Sara abaixou a cabeça. Era uma lembrança muito dolorosa e todas as noites ela sonhava com isso. Não com o que de fato aconteceu naquela noite, pois o pesadelo que sempre tinha era mais terrível ainda. _ Tenho pesadelos sempre. São raros, muito raros, os dias que eu durmo e não tenho pesadelos.

— Me conta como é o pesadelo.

Sara hesitou um pouco, mas contou a Anthony cada detalhe daquele sonho terrível e, ele lhe ofereceu uns lenços de papel pra ela enxugar as lágrimas que não conseguiu segurar ao lembrar.

Foi uma sessão difícil, mas produtiva, pois Sara tirou um peso de suas costas ao conversar com alguém sobre aquilo. O que de fato aconteceu naquela noite, Sara deixou pra falar na próxima, pois não aguentava mais lembrar daquele dia. Anthony aceitou a vontade dela e deixou para falarem do passado real de Sara na sétima sessão.

...

— Como passou o fim de semana? - Anthony perguntou assim que Sara se acomodou no sofá.

— Foi bom, mas devo admitir que sinto falta do trabalho. Eu não faço nada o dia todo.

— Sedentária mesmo? - ele brincou.

— Não, quer dizer...- ela riu. _ Eu leio bastante, faço caminhada, até vou ao cinema as vezes. Mas não faço nada que me mantém entretida por horas como o trabalho faz. Eu acho que já me acostumei a estar sempre ocupada. Por isso tinha tantas férias acumuladas.

— Bom, só teremos mais três sessões obrigatórias, então logo estará livre. - ele sorriu simpaticamente. Sara não queria estar ali, mas sentia que ela já estava mais a vontade pra falar com ele e expor seus problemas. _ Sara, você lembra que quis deixar pra essa sessão o assunto “passado”, certo?

— Certo. - ela respirou fundo.

— Se estiver pronta, já pode começar.

— Tá. - Sara abriu a boca pra falar, mas não sabia por onde começar. _ Ãhn...

— Você disse que tinha 12, correto?

— Isso. Eles não costumavam brigar na minha frente, mas eu sempre escutava.

— As brigas eram frequentes?

— Muito frequentes. Minha mãe sofria de doença mental e bebia bastante, meu pai também bebia as vezes, mas sempre ficava bravo quando a via bêbada. Eles discutiam e brigavam muito. Chegava ao ponto de terem que ir pro hospital.

Anthony prestava muita atenção no que ela dizia e em todas as suas expressões.

— Quando estava um pra cada lado, era mais tranquilo. Minha mãe brincava comigo as vezes, dava conselhos... Meu pai lia pra eu dormir e me ajudava com os deveres da escola. Mas eles eram tóxicos quando estavam juntos. Um passeio em família quase sempre tinha uma discussão no meio.

Sara parou por alguns instantes e prosseguiu.

— Eles não me tratavam mal, eram carinhosos, nunca encostaram um dedo em mim, nem quando eu tentava fazê-los parar de gritar.

— Menos mal, não é?

Sara assentiu.

— Quando o barulho parou, eu até achei estranho. Mas a ficha caiu quando vi meu pai morto na cama. Tinha muito sangue.

Era uma cena horrível pra uma criança ver. Ainda mais quando o cadáver é seu pai, e o assassino... sua mãe.

— Minha mãe estava no canto do quarto chorando, a faca estava do lado dela no chão. Eu queria muito apagar tudo da minha mente, mas eu sei que isso vai ficar comigo pra sempre.

...

Era a antepenúltima sessão, e Sara respondeu algumas perguntas sobre sua mãe. Anthony quis saber dela alguma coisas que possivelmente ela nunca tenha pensado até o momento.

— Sara, você acha que um dia irá perdoar sua mãe pelo que ela fez?

— Eu acho que sim.

— Mesmo?

— Sim. Eu acho que não irei guardar essa mágoa pra sempre. Acredito que quando eu superar a morte do meu pai, o perdão venha junto.

— E quanto a recuperação dela? Acha que é possível de acontecer?

— Não, a recuperação eu acho meio impossível.

— Por que?

— Ela não colabora, sabe? Ela acha que não precisa de ajuda, que os remédios só fazem mal e uma birita soluciona qualquer coisa. Não acho que minha mãe vá conseguir viver fora daquele lugar.

— E se por acaso ela conseguisse? Conseguisse viver fora de lá e conseguisse se recuperar... Gostaria de conviver com ela?

— Eu não sei. Se ela estivesse completamente sã novamente, se ela conseguisse se recuperar de verdade, talvez. O fato é que eu não sei se conseguiria.

— Você ainda tem medo, não tem? De... por acaso ela estar recuperada e do nada ela ter uma recaída e machucar você?

— Sim, mas... a minha preocupação não é tanto comigo. Porque... se minha mãe se recuperar, será num futuro distante. E se nesse futuro distante eu já tiver formado uma família? Minha preocupação não é comigo, é com quem eu possa amar um dia.

— Entendi... É compreensível.

...

Na nona sessão Anthony quis saber se Sara tinha autocontrole, se durante algum acontecimento ela conseguia segurar a emoção e agir racionalmente ou o contrário disso. Sara foi sincera.

— Eu sempre ajo com a emoção, eu deixo ela falar mais alto. Já me prejudiquei tanto por conta disso que perdi as contas.

— Só na vida pessoal ou como um todo?

— No geral mesmo. Principalmente no trabalho. Como eu cresci vendo e escutando violência, sempre que tem algum caso desse tipo, eu me envolvo muito. Às vezes o Grissom me tira dos mesmos pra isso não acontecer, mas as vezes eu não tenho como fugir. Infelizmente está por toda parte.

— Você se envolve em casos de violência doméstica e/ou estupros?

— Sim. Eu tento manter o controle, mas tem vezes que eu não consigo. É difícil não se abalar.

— Você leva muita bronca dos superiores quando isso acontece ou só o Grissom mesmo fica sabendo?

— Só ele, mas eu já bati de frente com algumas pessoas lá. Eu tenho um problema com isso também. Gente que acha que tem controle sobre mim, sabe?

— Ora, ora... você tem problema com autoridade!

— Pois é.- ela sorriu. _ Às vezes passo dos limites e respondo mesmo. Isso é ser mal educado?

— Depende do contexto. Se tem algo injusto/incorreto/mal interpretado envolvido, responder um superior seria só insubordinação leve, não falta de educação.

...

A última sessão chegou e Sara agradeceu aos céus! Que maravilha! E Sara falou pouco, ela mais ouviu os conselhos que Anthony deu do que fazer. Se ela achasse que era o ideal a fazer, ela faria.

Ao sair da sessão, Sara sentiu-se aliviada, mas não menos irritada por terem dado aquilo como uma obrigação pra ela.

Foi direto pra casa, trocou de roupa e foi para a praça fazer sua caminhada. Resolveu marcar a sessão pela manhã para poder aproveitar mais o dia.

Para sua surpresa, enquanto escutava sua música em seus fones de ouvido, Sara avistou Grissom sentado em um dos bancos. Ele segurava a coleira de um lindo boxer marrom.

— Grissom?!

O supervisor quase engoliu a seco ao ver Sara novamente naqueles trajes de academia. A mesma que ela usava quando ia pra academia com Rayle em São Francisco.

— Oi Sara!

— Não sabia que tinha cachorro. - ela olhou pro cão e sorriu.

— É ... poucos sabem. - ele sorriu tímido tentando se recuperar daquela visão.

— Qual o nome dele?

— Hank. - ele respondeu na maior naturalidade.

— Hank? - Sara levantou as sobrancelhas ao perguntar.

— É.- disse simplesmente.

Porque o cão de Grissom tinha o mesmo nome daquele paramédico cafajeste? Sara resolveu não perguntar.

— Ele é lindo! É bravo? - Sara se agachou e acariciou a cabeça de Hank que levantou a mesma na hora pra olhar o rosto daquela desconhecida que tinha a mão tão macia.

— Não, ele é bem tranquilo. Fala “oi” pra Sara, amigão. - Grissom afagou a cabeça do cão e Sara sorriu.

Hank se levantou e começou a cheirar Sara, em segundos já estava lambendo o rosto dela.

— Ai! - ela ria se divertindo com aquilo.

Grissom sorria observando a cena.

— Ele gostou de você.

— Você é um fofo, Hank! Também gostei de você.

Hank latiu e voltou a querer morder a mão de Sara em brincadeira, enquanto ela desviava e sorria o tempo todo.

Se Hank aprovou, tá aprovado!

“Eu estava certo de que o amor

Era pros outros, não era pra mim

Um cara esperto, fechado no meu canto

Eu só vivia assim [...]

Nem passou pela cabeça me apaixonar” ― Henrique e Juliano


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Notas finais do capítulo

Eitaaa!
O que acharam? Digam aí ^^
Graças aos deuses a quinta temporada já está chegando. Quem quer? Heheh
Link do formulário:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSc6Rs5kxVH0FzUHbd3WgU4WelkwrTH0RquYH9kurLkdVNdsiw/viewform
Nos vemos no próximo capítulo ♥
Link do cronograma:
https://docs.google.com/spreadsheets/d/19SCN6x5HOHZfaKLKbJIHS--Fc-xkEk-uVe_ywMt48AQ/edit#gid=0
Abraço de urso :3



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