No dia seguinte as palestras ocorreram pela manhã com o propósito de todos os convidados curtirem o último dia em São Francisco. Sara e Rayle foram fazer uma aula grátis na academia e assim que saíram foram chamar Grissom no hotel em que ele estava hospedado. Eles atravessaram a Golden Gate a pé e foram no São Francisco Maritime Park, um parque que oferece vistas legais da Golden Gate e de Fishermans Wharf. Lá, você pode relaxar longe do agito do Fishermans Wharf, curtir a vista e fazer algumas fotos da linda baía à sua frente! E foi o que fizeram, além de Sara e Rayle brincarem como duas crianças perto do lago. Seus trajes de academia evidenciavam bem seus corpos e Grissom, mesmo sem querer, quase babou ao vê-las. Rayle tirou uma foto de Gil e Sara e no fundo pode-se ver a Golden Gate e o céu sem nuvens. Voltaram de táxi ao fim do dia, pois a preguiça tomou conta de todo o corpo de Rayle, o que não era muito raro.

Dentro do táxi...

— Vai embora amanhã cedo, não é? - perguntou Sara. Estava triste por esse ter sido o último passeio deles.

— Vou sim. - ele também estava.

— A gente podia te levar no aeroporto, Grissom. Se não se importar, claro. - sugeriu Rayle.

— Imagina, seria ótimo, Rayle. Obrigado.

...

— Vai sentir nossa falta, Grissom? - Rayle perguntou descaradamente. Ela sabia que ele sentiria falta de Sara e pra não perguntar se sentiria só falta da amiga, se incluiu, sabia que eles ficariam sem graça caso fizesse o contrário.

— Claro Rayle! Vou sim.

— Não senti muita firmeza. - ela brincou.

— Rayle!

— Só estou brincando, Sarita. Nós também vamos sentir sua falta, Grissom. Não é, Sara? - sorriu.

Rayle adorava provocar Sara, ainda mais quando se tratava de homens.

— É.- sorriu sem jeito.

— Eu... Adorei conhecer vocês.

A verdade é que conhecer Sara foi a melhor coisa que já acontecera em sua vida. E Rayle... Aquela maluca também conseguiu conquistar algo valioso dele: sua amizade.

Depois de Rayle se despedir de Gil, eles foram para perto do portão de embarque e Rayle manteve um pouco a distância enquanto os “pombinhos” se despediam.

Já eram tão amigos que até apelidaram um ao outro.

— Bom... Se cuida, cara dos insetos. - sorriu.

Por dentro estava doendo vê-lo partir.

— Você também, moça curiosa. - devolveu o sorriso.

— Hey Grissom! - Rayle o chamou e ele olhou pra ela. _ Não se esqueça que conseguiu duas amigas aqui, tá?

Ele sorriu.

— Pode deixar que não vou esquecer, Rayle.

Gil olhou para Sara novamente.

— Não vai mesmo esquecer, não é? - ela perguntou. Queria que ele dissesse olhando em seus olhos que não ia esquecer dela.

— E como poderia? - segurou sua mão delicada. _ Obrigado Sara.

— Pelo quê?

— Pela semana incrível que me proporcionou. Nunca me diverti tanto.

— É isso que fazem os amigos. - sorriu e o olhou docemente virando a cabeça de lado como era do hábito de Gil fazer, só que ela não sabia disso ainda.

“Quem dera fossemos mais que amigos. Rayle tem razão. Me apaixonei por ele.”

A primeira chamada do voo para Las Vegas foi ouvida.

— Bom, é isso. Eu... espero vê-la de novo. - soltou sua mão e puxou o ferro da mala.

— Eu também.

Ela deu um sorriso triste e eles trocaram um abraço carinhoso.

Rayle os observava com um sorriso no rosto.

— Minha melhor aluna. - riu ao se lembrar da curiosidade e da esperteza dela nos seminários e nos passeios também.

Ela riu também.

Separaram-se.

— Eu tenho que ir.

Sara segurou seu braço e o impediu de ir.

— Posso te pedir uma coisa antes?

— Claro.

Ela não conseguiu dizer, mas seus olhos disseram o que precisava e ele entendeu. Até engoliu a seco, pois também queria.

Ela queria sentir seus lábios uma última vez. Como ele mesmo disse, eles não podiam ficar juntos. Então por que não trocarem um beijo de despedida?

— Um beijo?

— Como sabe?

Ele não sabia como conseguia ler os olhos dela, apenas conseguia.

— Não sei.

Eles ficaram sem reação por alguns segundos e quando seus olhos fitaram um ao outro, Gil tocou seu rosto macio. Ele tinha que beijá-la. Precisava, necessitava, ansiava sentir seus lábios uma última vez.

Rayle quase enfartou quando viu aquilo.

— Última chamada para Las Vegas. Embarquem no portão 3.

“Ah não! Tem que dar tempo.” - Rayle pensou quase roendo as unhas.

Ao ouvirem a última chamada para o voo, olharam pra cima e voltaram a se olhar ao mesmo tempo.

Então Gil capturou os lábios dela num movimento rápido com uma das mãos em sua nuca. Um beijo terno e que deixaria saudades.

Rayle quis gritar. Tamanha era a felicidade de presenciar aquela cena.

Ao separarem seus lábios, trocaram um último olhar. Como a mão de Gil continuou em seu rosto ao terminar de beijá-la, ele acariciou uma última vez aquela bochecha rosada e foi embora.

Sara manteve-se no lugar, observando o homem que roubou seu coração partir. E assim que ele sumiu de sua vista seus olhos encheram d’água.

Rayle foi até ela.

— Hey moça curiosa. - tocou seu ombro sorrindo.

Quando Sara a olhou, Rayle pôde ver a tristeza em seu olhar.

— Você tinha razão. - disse com a voz embargada.

— Sobre o que? - Rayle sabia, só queria ouvi-la dizer.

— Me apaixonei mesmo por ele. - uma lágrima caiu.

Rayle ia rir, sabia que Sara admitiria assim que Grissom fosse embora, mas não conseguiu ao ver como ela tinha ficado após a partida dele.

— Oh amiga...- a abraçou. _ Nem sei o que te dizer.

— Só não diga “Eu te disse!”.

— Tabom. - sorriu.

Ao saírem do aeroporto, Sara olhou pra cima e viu o avião decolando. Sentiu uma dor imensa no coração. A dor de pensar que talvez nunca mais o visse.

“Tenha paciência. Tudo aquilo que você deseja, se for verdadeiro, e o mais importante: se for para ser seu, acontecerá.” ― William Shakespeare