Love Story escrita por Fofura


Capítulo 47
Corpos que Falam


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
Mais um capítulo pra vocês. Espero que gostem ♥



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“Vai passando o tempo, horas que não voltam

Tantos sentimentos jogados ao vento

Um desejo ardente de ser mais amado

De sentir de novo você do meu lado.” ― Edson e Hudson

 Mesmo Sara tentando ser indiferente apenas com Grissom, todos os seus amigos notaram sua mudança de comportamento. Por mais que tentasse, ela não estava conseguindo disfarçar, nem voltar a ser quem ela era. O jeito novo de Grissom afetou seu emocional e, fez com que ela se fechasse e ficasse séria demais, sem conseguir controlar isso.

— Oh Sara?!

A morena levantou a cabeça da revista que lia ao ouvir seu nome sendo pronunciado pelo dono dos olhos verdes mais lindos da cidade.

— Eu.

— Você está bem?

Ela estranhou a pergunta.

— Sim. Por quê?

— Tem andado muito entranha.

— Estranha?

— É, sei lá, parece que você... perdeu o seu brilho, sabe?

— Eu tinha um?

— E como tinha! - foi a vez de Nick falar. _ Você sempre teve um brilho no olhar, uma energia boa! Mas... sumiu.

Sara desviou o olhar pra mesa por um instante e depois voltou a olhar para os amigos.

— Foi por causa do que o Hank fez com você? - a ruiva entrou na conversa. _ Porque você não era assim antes disso acontecer.

Sara abriu a boca pra falar, mas a conversa foi cortada pela chegada do chefe na sala de descanso.

— Boa noite, crianças!

— Boa noite!

Grissom sentiu a tensão no ar e os questionou.

— O que houve? Que caras são essas?

— Grissom, você percebeu que a Sara está diferente?

Os olhos de Grissom foram parar na morena assim que Catherine terminou de falar, seus olhos agiram sozinhos e por um instante mínimo – que para o alívio dele, ninguém notou – foram parar no decote dela.

Sara ousou naquela noite. Não era muito de usar decote, nem batom escuro no trabalho, mas teve vontade de usar. Sara costumava usar gloss ou batons da cor de seus lábios pra ser discreta, mas dessa vez decidiu usar um tom mais puxado pro vinho que a deixou com uma expressão mais madura. O fato de Sara não sorrir com mais frequência ajudou nessa cara de séria que ela parecia ter agora.

— Diferente como? - voltou a olhar pra ruiva depois da pergunta feita.

— Alguma coisa nela mudou. - disse Warrick.

Grissom fitou Sara e sentiu uma pontada no coração que não soube explicar. O olhar de Sara estava mostrando uma mudança negativa e dizendo gritantemente que o culpado era ele.

— É... Falta alguma coisa.

— Viu só, Sah? Você não está bem. - a preocupação na voz de Nick deu a certeza de que ela sempre o teria com ela quando precisasse.

— Gente, eu estou bem, sério. Aconteceram algumas coisas que me deixaram muito mal, mas eu estou bem.

— A gente quer aquele brilho de volta, Sara. - Warrick aprendeu a gostar verdadeiramente dela e vê-la mal não era nada legal.

— Eu também, Rick. - Sara deu um sorriso triste pra ele e resolveu mudar de assunto. _ Quais os casos de hoje? - olhou séria para Grissom e somente Warrick percebeu que o problema de Sara parecia ser com o chefe.

— Temos dois. - ele respondeu olhando pra ela e mudou para os colegas em seguida. _ Uma invasão de domicílio e um menino de cinco anos que usou uma arma. Cath, você pega o caso do menino. - entregou o papel pra ela. _ Warrick, você fica comigo na invasão, Sara e Nick ficam de plantão até surgir algo.

— Tá, vão nessa! - Nick nem ligava mais se pegava caso solo ou não. Trabalhar ou ficar esperando ali com sua melhor amiga era sempre uma coisa boa.

...

Algumas horas depois, Nick e Sara receberam um chamado, a segunda invasão de domicilio do turno. Encontraram Warrick no corredor quando estavam saindo pra atender ao chamado.

— Oi!

— Oi! - Warrick respondeu o cumprimento da morena.

— Ouvi falar da múmia do armário, que legal!

— É, a gente pegou uma invasão em Henderson. Quer trocar?

— Ah, nada é mais excitante do que investigar uma múmia!

Nick e Sara seguiram pelo corredor até chegarem no estacionamento. De lá foram pra cena com um policial. O mesmo bateu na porta anunciando a chegada deles e um homem de óculos atendeu a porta.

— Recebemos a chamada de um vizinho sobre uma invasão. - informou o policial.

— Sim, sim. Desculpe senhores, foi um engano. A minha filha trouxe alguns... ãhn... amigos pra cá sem a minha permissão, eles começaram a beber, passaram da conta, quebraram algumas coisas, beberam demais.

Enquanto o homem falava, Sara observava lá dentro. Estava uma bagunça. Uma mulher estava agachada recolhendo algo do chão e uma garota estava de pé perto dela. Sua expressão não era nada boa, ela parecia assustada e estava com o rosto um pouco inchado por conta do choro, em seguida a garota sumiu de sua vista. Tinha alguma coisa que não estava batendo naquela história.

— Mas... já acabou, nós... estamos limpando tudo. Eu peço desculpas pelo incomodo.

— Incomodo nenhum, senhor. Boa noite. - respondeu o policial, e então o senhor fechou a porta.

— É ...- Nick suspirou. _ Proteger e servir... E aí, estão a fim de jogar uma bola no domingo? - Nick perguntou ao policial.

— A gente vai acabar com a sua raça, Nick.

Sara percebeu que não faria parte daquela conversa então resolveu encontrar o amigo no laboratório. Já que ele era amigo do policial podia pegar carona com ele.

Sara entrou dentro do carro, colocou sua maleta no banco do passageiro e quando foi mexer no espelho, o rosto da garota que estava dentro da casa apareceu. Ela estava no banco de trás. Sara levou um susto.

— Preciso ir pro hospital. Por favor. - ela pediu.

— Você me assustou.

— Desculpa.

— O que aconteceu lá dentro?

— Me leva antes que meu pai note que eu sumi, eu preciso mesmo ir.

— Está bem, eu levo você lá, mas vai ter que me dizer.

A adolescente não respondeu nada, mas estava claro para Sara que ela sofreu algum tipo de violência sexual.

O caminho foi silencioso. Sara apenas perguntou o nome dela durante o percurso, depois não perguntou mais nada, sabia que ela não iria responder.

Chegaram ao hospital e uma enfermeira encaminhou as duas para um quarto.

— Suzanna, se você foi estuprada...

— Era uma festa, eu bebi demais! - Suzanna a interrompeu, cortando o assunto. _ Eu quero um teste de aids e um comprimido do dia seguinte.

— Namorados também estupram.

— Valeu pelo esclarecimento.

A enfermeira chegou no quarto e cumprimentou Sara de novo.

— Ela... precisa ficar aqui enquanto fazemos isso? - Suzanna perguntou a enfermeira referindo-se a Sara. A garota estava sentada na cama de costas para as duas então ambas não podiam ver seu rosto enquanto falava.

— Não. - respondeu a moça.

— Tchau. - ela se despediu de Sara ainda de costas. _ Valeu.

— Tabom. - disse a morena e se retirou.

A enfermeira foi até Sara. Ela já sabia que Sara era da criminalística e não tinha parentesco com a menina.

— Vamos precisar de fotos do corpo dela. Se ela não pode falar, vamos usar outros meios.

A enfermeira concordou e Sara esperou pelas fotos no hospital. Enquanto esperava, ligou para Nick e o informou. Assim que amanheceu, ambos foram até a casa dos Kirkwood para investigar.

— Achei que já tinha acabado. - disse o senhor Kirkwood nada satisfeito.

— Bom, nós precisamos dos nomes dos jovens que vieram aqui ontem. – informou o texano.

— Por que?

— Sra. Kirkwood, Sr. Kirkwood, sua filha foi estuprada.

O homem suspirou.

— O que ela disse?

Sara achou estranho aquela “não preocupação” do pai da menina. Nick percebeu que ele tinha marcas de amarras nos pulsos.

— Nós temos que examinar o local, senhor.

— Não. Esta é minha casa. - ele negou.

— Não tem escolha, temos mandado. - Sara foi entrando e deu a folha pra ele.

— Vou pedir que esperem lá fora, por favor.

Os Kirkwood saíram e os peritos começaram a analisar o local. Sara ficou com o quarto de Suzanna, e Nick com o quarto dos pais dela. Encontraram quadros quebrados, digitais... E Nick encontrou um armário – que provavelmente foi usado para prender as vítimas lá dentro enquanto pegavam o que queriam na casa – cheio de coisas quebradas e sangue. Semelhante ao caso de Grissom e Warrick.

— Como vamos saber se é o mesmo suspeito? - indagou Sara.

Os quatro estavam na sala da mesa de luz, um do lado do outro, observando as fotos das duas cenas do crime.

— Não vamos. - respondeu Warrick.

— Mesa encostada na porta fechada, cadeira enfiada na maçaneta, mesmo modos operante. - observou Nick.

— Alguma ligação entre as vítimas? - perguntou a morena.

— As duas vítimas foram deixadas vivas, pelo menos parece. - disse Grissom. _ Quer dizer, a morte da mulher idosa não foi intencional. E o estupro da garota foi...- Sara interrompeu.

— Foi um crime de ocasião?

Ninguém soube responder.

— Quem rouba uma casa tem que roubar com a pessoa dentro?

— A diferença entre arrombamento e invasão de domicilio, impor o terror. - Grissom respondeu a pergunta de Warrick.

— O bandido vai embora, mas o medo continua. - comentou Nick.

Sara o olhou em seguida.

— Estamos no mesmo caso?

— Bom... Nick, leve a impressão que você achou para a Jacqui e veja se ela consegue comparar com a que eu achei no armário da idosa. Warrick, vá com ele. Eu vou continuar analisando mordida daquela torta de chocolate que achei. Sara fique aqui com as fotos da Suzanna. Certo?

Todos concordaram.

Pouco tempo depois, Grissom foi até Sara, pois havia tirado um molde da mordida e foi ver se o “molde” dela batia.

— Oi!

— Oi. - ela respondeu.

— E aí?

— Então...- Sara se sentou à mesa e Gil sentou bem ao lado dela. _ Depois de analisar todos os detalhes, eu juntei numa peça só. Dá só uma olhada. Parece que a mordida veio de trás.

— Bom, deve ser mais fácil dominar nessa posição.

Sara olhou bem para as fotos e pensou o quanto dever ter sido horrível para Suzanna. Aquilo mexeu com ela. Percebendo seu silêncio, Grissom a olhou e ela estava com uma expressão diferente.

— Você está bem?

— Estou. - ela saiu do devaneio e fingiu estar bem.

Grissom não se convenceu muito, mas não questionou.

— O ângulo fechado é parecido. - Grissom pegou a folha transparente dela, onde estavam os contornos da mordida no pescoço de Suzanna, e colocou em cima da foto que ele tirou da mordida na torta. _ O dente incisivo se sobrepõe ao canino... nos dois casos.

— A mesma pessoa.

— Com certeza não é o sobrinho da velhinha.

Sara o fitou.

— Oi gente! - Nick chegou, acompanhado de Warrick. _ Duas partes fazem um todo. A Jacqui conseguiu na base de dados.

— O cara com fixação em armário é Steve Jansson. - informou Warrick.

— Vamos ver se ele tem fixação oral também.

Sara fez questão de ir falar com ele acompanhando Brass. Pegou uma amostra da arcada dele pra comparar com as mordidas que eles já tinham. E bateu, maaaas o sêmen do estupro não era dele nem de ninguém do banco de dados. Tinha mais de um, foi um estupro em grupo.

Grissom foi até a casa falar com o senhor Kirkwood, mas ele não quis cooperar, por medo. Grissom pediu para que ele dissesse tudo o que viu, mas ele pediu desculpas e disse que não podia ajudar. Enquanto isso, Nick, Warrick e Sara reviravam o lixo dos Kirkwood pra ver se achavam alguma coisa. E conseguiram uma pista. A conta de um restaurante, o mesmo que a idosa que foi achada dentro do armário – a múmia – frequentava. E isso conectou as vítimas. Na notinha estava registrado o horário e data que a senhora Kirkwood comeu lá. Foi na mesma noite do crime. Ela foi até lá sozinha, quem estava no restaurante só precisou segui-la.

Warrick foi com Grissom e Brass falar com o garçom que atendeu as duas vítimas. Ele parecia ser gente boa, um cara bem certinho, então não trataram como suspeito, até porque ele tinha um álibi.

Os quatro se reuniram novamente no laboratório para discutir o caso. Sara fez uma busca geral sobre Steve Jansson, os lugares onde ele morou, onde foi preso, o principal. Pegaram todos os funcionários do restaurante pra ver se eles tinham algo em comum com Steve.

Um deles podia ser bem próximo de Steve de acordo com o que conseguiram.

— O ajudante de garçom Kelly James... (é homem mesmo tá hsuahua) ... não só estudou na mesma escola, como se formou no mesmo lugar. - informou Nick.

— É uma beleza quando saem pior do que entram. - comentou Sara.

— Acho que esse é o nosso cara, né? - indagou Nick.

— É uma conexão, mas não basta pra pedir DNA. - explicou Grissom.

— Então não temos nada?

— Temos um nome, sabemos onde ele trabalha. - respondeu Gil.

— Vou descobrir onde ele estava quando invadiram a cada dos Kirkwood. - avisou Nick.

Nesse momento, Grissom recebeu um bip de Brass.

— O senhor Kirkwood está levando Suzanna pra delegacia.

— Ela pode identificar o Kelly, e isso basta pra prendê-lo.- disse Sara esperançosa.

— Resta saber se ela consegue. Vou até lá.

— Eu vou com você. - nem morta ela ia ficar fora disso. Gil não teve como contestar.

— Certo. Warrick, você fica?

— Claro. Vão lá.

...

— Está quase na hora do reconhecimento. - informou Brass olhando no relógio.

Estavam esperando Suzanna no corredor da delegacia.

— Quando ela identificar Kelly James vamos precisar do DNA e de custódia no ato, sem fiança. - Grissom disse aos homens da justiça que estavam lá.

— Ele não vai fugir. - disse um deles.

— É um risco. - respondeu Gil.

Nesse momento Suzanna apareceu com uma policial.

— Oi Suzanna.

A garota sorriu para Sara.

Grissom olhou para a morena ao seu lado e a mesma resolveu levar Suzanna para outro lugar a fim de ela não escutar o que eles falavam. Podia fazê-la ficar mais insegura.

— Que tal dar uma voltinha antes que chamem a gente? - Suzanna caminhou até ela. _ Eu vou pegar um copo d’água, você quer?

— Não, obrigada.

Entraram na sala de espera da delegacia e sentaram-se uma ao lado da outra.

— Eu fiquei muito contente que você tenha vindo hoje. - Sara falou suavemente pra tentar deixa-la tranquila.

Suzanna não disse nada por um momento.

— Quer ouvir uma coisa idiota?

— Fala.

— Eu e meu namorado... ficamos dois meses discutindo se devíamos transar. Eu sempre disse que não... porque eu tinha medo que os meus pais descobrissem.

Sara ficou mais sentida ainda. A garota estava se preparando pra perder a virgindade com o namorado e aí invadem a casa dela e ela é estuprada. Cruel, muito cruel.

Enquanto Sara ficava com Suzanna, Gil falava como pai dela.

Chegou a hora do reconhecimento e Brass foi até elas avisar.

— Podemos ir.

— Ela pode ir comigo? - Suzanna pediu a Brass que Sara fosse com ela, tinha pegado confiança.

— Já conversei com o advogado de defesa. Ela pode sim.

Sara e Brass entraram na sala de reconhecimento com Suzanna e ficaram de frente pro vidro. Brass então explicou para a garota como aquilo funcionava.

— Tem cinco sujeitos em fila. Vou pedir para cada um dar um passo à frente, virar de lado e ficar de frente de novo.

Suzanna assentiu.

— Se quiser olhar outra vez, se precisar de mais tempo, é só falar. Quando achar que tomou uma decisão, anote nesse pedaço de papel.- Brass entregou a ela junto com uma caneta. _ Não esqueça: eles não podem te ver. Está bem?

— Ele já sabe quem eu sou. - ela disse ainda assustada.

— Suzanna, você vai conseguir. Eu sei que vai. - Sara deu uma força.

Suzanna engoliu o choro e tomou coragem.

— Tabom.

Brass e Sara deram passos para trás e passaram a observá-la.

Suzanna olhou o número um, o número dois e o número três, tranquila. Mas quando chegou no número quatro, Kelly James, ela gelou, paralisou. As lembranças daquela noite voltaram a sua mente e ela não conseguiu anotar o número no papel.

Tiraram ela de lá e Suzanna foi correndo até o pai, caiu no choro.

Grissom, que estava com o senhor Kirkwood, olhou para trás onde Sara e Brass caminhavam até ele.

— Ficou paralisada. Não conseguiu.

— A reação dela disse tudo. - Sara acrescentou.

— O que acha? - ele perguntou ao amigo capitão.

— Temos o bastante para segurar o Jansson, mas o outro sujeito, se ela não escrever o número no papel, não podemos fazer nada.

Sara abaixou a cabeça.

— O senhor Kirkwood não vai querer trazê-la de novo. E se Suzanna o ver de novo vai ter mais medo ainda. A gente não pode fazer nada? Não acredito nisso.

— Sara, eu também quero ajudar, mas se Suzanna não confirmar que foi ele que a atacou junto com Jansson...

— Eu sei. - ela disse triste. _ Eu vou... voltar pro laboratório.

Sara saiu cabisbaixa da delegacia.

Daquela vez, Grissom não conseguiu impedir que ela se envolvesse no caso. E não pegar o estuprador de Suzanna a fez ficar extremamente mal.

...

Grissom estava sentado em sua sala quando Brass apareceu na porta.

— Pegue a sua maleta.

Foi só o que ele disse antes de sair dali. Grissom vestiu seu casaco, pegou seu kit e o encontrou lá fora.

— O que houve?

— Um assassinato em Henderson.

— Não me diga que...

— Sim, um dos Kirkwood foi a vítima.

Ao chegarem na cena, Grissom e Brass viram Suzanna morta ao lado das compras que carregava, todas no chão, juntamente com a poça de sangue. Gil olhou pra frente e viu os pais da menina olhando pro corpo com uma expressão séria. Ao olhar pro lado, ele viu Sara que havia chegado bem antes deles por ter se apegado a menina. Ela estava triste, mas séria e também olhava pra ele. Em instantes, Sara desviou o olhar dele pro corpo de Suzanna. Passou pela fita amarela e por eles em seguida, indo direto para seu carro.

Grissom se agachou e colocou suas luvas, enquanto Sara o observava de dentro do carro com uma lágrima escorrendo por seu rosto.

Gil coletou algumas coisas e percebeu que Sara não tinha saído do carro, então foi até lá enquanto outros peritos terminavam de analisar o local.

Sara estava com a porta trancada e viu Grissom se aproximando. Ele bateu na janela pra ela abrir a porta. Ela o olhou pelo vidro, mas não abaixou o mesmo, nem abriu a porta, e voltou a olhar pra frente.

“Ela não vai mesmo abrir?”

Grissom bateu de novo e Sara suspirou. Destrancou a porta e não se moveu. Gil abriu a porta e preocupado perguntou:

— Você está bem?

— Desde quando se importa?

Sara estava mal por causa dele e aquilo era nítido. Mas não estava pronto para dar um passo daquele e ela o tratando daquele jeito não estava ajudando. Mal sabia ele que Sara só estava retrucando.

— Desde sempre! Sei que está chateada comigo, mas o que eu posso fazer?!

— Podia deixar de ser tão egoísta. - finalmente o olhou.

— Eu não sou egoísta.

— É sim, Grissom! Só pensa em si mesmo, o que os outros sentem não importa pra você.

— Claro que importa. Eu posso não demonstrar sentimentos, mas eu os tenho, Sara. Esse trabalho me ensinou a guardar minhas emoções, por isso eu sou assim. E é por isso também que eu aconselho vocês a não se envolverem, a não deixar se abalar, porque eu não gosto de ver nenhum de vocês assim.- Gil então secou uma lágrima que ainda estava caindo bem lentamente pelo rosto dela. _ Eu não sou egoísta... eu me importo com você.

— Então por quê?

Ele sabia o significado daquela pergunta.

— Você não entende.

— De fato. - desviou o olhar dele.

O silêncio durou apenas alguns poucos segundos, pois Sara o quebrou antes que alguém os interrompesse.

— Quando o Warrick agiu daquela maneira errada... a regra dizia que você teria que demiti-lo, mas você não o fez. Disse que as regras não importavam e que você não queria perdê-lo.

— Ele te contou?

— Contou pra todos nós, na verdade. Enquanto esperávamos você pra distribuir os casos anos atrás. Mas a questão é ...- Sara o olhou. _ Se as regras não importavam antes, por que importam agora?

Grissom suspirou. Ela estava certa, de novo. Ele não sabia explicar, e não sabia o que dizer a ela em resposta disso.

Sara esperou por uma resposta, mas não a obteve, e nem daria, pois Brass se aproximava do veículo.

— Jim está vindo.

Sara secou as lágrimas e Grissom endireitou a postura.

— Está tudo bem, Sara?

— Tudo sim, Jim. Só fiquei um pouco abalada.

— Sara, eu acho melhor...- ela o interrompeu.

— Eu não vou pra casa, Grissom. - saiu do carro e fechou a porta. _ Não vou pra casa até pegar esse cara. Ele matou a Suzanna.

— Viu só o que acontece quando se apega as vítimas, Sara? Não é bom, deixa de ser teimosa.

Jim apenas os observava.

Sara suspirou.

— Lembra quando eu disse que você não tinha nenhum sentimento, um tempo atrás?

O supervisor assentiu.

— Mantenho minha opinião.


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Notas finais do capítulo

Vish! Tensão no ar!
E então? O que acharam? Deixem suas opiniões ♥
O próximo é mais Snickers e Sandle, porém tem uma parte muito importante no final pra essa história, e tem a ver com o Griss e a Sara no futuro.
Um grande abraço de urso :3



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