Bom, depois daquela decepção, é claro que Sara não quis saber de homem nenhum, pelo menos por enquanto. E é claro também que a notícia se espalhou pela equipe. Sara já havia ouvido de Nick, Cath, Warrick, Greg, Jim e David os seus “Sinto muito pelo que aconteceu entre você e Hank”, e agradeceu a preocupação deles com ela. O único que não havia sequer tocado no assunto ‘Hank’ foi Grissom. Ou ele não soube ou não queria se envolver.

Na real, foi a segunda opção. Ele soube sim, não tinha como não saber. Além de estarem comentando sobre, Sara estava visivelmente abalada. Grissom não sabia se sentia-se feliz por Hank não estar mais rondando Sara, ou se sentia-se mal por vê-la daquele jeito. Sua vontade era de pegar Hank com força pelo pescoço por ter feito aquilo a Sara. Uma mulher tão incrível como ela, um interior tão lindo como o dela, ser feito de bobo daquele jeito, ser desmerecido daquela forma... Tinha que ser muito baixo pra fazer o que Hank fez!

Grissom não queria vê-lo nem pintado de ouro em sua frente novamente.

O mês de abril foi na mesmice. Casos fáceis, outros nem tanto, mas nenhum acontecimento em especial.

Uma semana depois de Sara ter descoberto que Hank era um safado sem vergonha, ainda não sentia animo pra coisa alguma. Continuava fazendo horas extras, mas quando o assunto era sair, ela não queria. Recusou convites de Nick, Greg e até de Catherine, por incrível que pareça, mas sempre queria ficar em casa.

Num dia especifico, começo de turno na sala de descanso, Nick resolveu falar com a morena sobre um amigo dele.

— Oh Sara... eu não estou a fim de te deixar sem graça, mas... eu tenho um amigo super legal que está solteiro e ...

Ela nem deixou ele terminar.

— Não! Não, não, não, esquece! - ela sorriu nervosa.

— Tabom.

— Hey! - Catherine os chamou na porta. _ O Grissom caiu fora, vocês estão comigo!

— Legal! - respondeu Nick.

E ambos foram atrás de Catherine. Andando atrás de Sara, Nick insistiu.

— Ele é super bacana, Sara.

— Não.

— Você não está nem a fim de conhecer?

— Não, Nick, não!

— Dá uma chance pro cara!

— Ai meu Deus...

— Não seja má. - ele riu.

— Eu quero ficar quieta no meu canto agora, tá? Eu não vou sair com ninguém durante um tempo bem considerável. Esquece.

— Nem comigo? E o Greg? Ele vai ficar chateado.

— Vocês dois são diferentes. São meus amigos!

— Ah é? Que bom!

Sara o olhou serrando os olhos e balançou a cabeça sorrindo em seguida.

Ao chegar em seu apartamento, depois de fechar o caso, Sara foi abordada pelo porteiro que disse que deixaram uma rosa branca pra ela junto com um pequeno bilhete. Como ela não estava em casa, ele a colocou na água para entregar a ela quando chegasse. Sara agradeceu e levou aquela coisa linda pra casa, um único caule com uma perfeita rosa branca na ponta. O bilhete estava enrolado no caule, preso por uma fita. Sara tirou e ao terminar de ler, sorriu.

No pequeno papel estava escrito “Espero que fique bem. Sinto muito pelo que houve e desculpe não ter dito nada, não queria me envolver em seus assuntos pessoais.”

Simples, mas puro. E ela sabia de quem era.

...

Na semana seguinte, Grissom e Catherine investigaram um homem assassinado em um cinema durante o filme. Enquanto isso, Warrick, Nick e Sara investigaram a morte de um adolescente achado baleado e morto em um armazém perfurado por balas, onde mais de 100 projéteis foram disparados de qualquer ângulo possível, mas o menino foi atingido apenas uma vez. No caso, Sara encontrou uma vara de bambu que aparentemente não tinha nada a ver com o caso, mas ela insistia em dizer que tinha sim e que não ia desistir de analisar até achar alguma coisa. Foi engraçado. Em uma dessas analises, Sara estava com Hodges e ele foi mais uma vez um doce com ela.

— Cortes em espiral. Dá uma olhada.

Sara foi olhar no microscópio uma parte do bambu.

— De ponta a ponta. - ela disse. _ O que pode ter causado essas marcas?

— Me dê mais tempo, eu não sou milagreiro. - ele respondeu.

— Isso é óbvio, Hodges. Se fosse milagreiro, não seria tão grosso.

— Não fui grosso, fui direto. Grosso seria “Quando souber aviso”. Amigos? - lhe deu um sorriso falso.

— Não. - ela riu.

...

Na penúltima semana de Abril, Brass pede a Nick e Sara para investigarem um caso que ele declarou morte acidental depois de ter estragado o luto do marido num novo e caro carro. O momento mais hilário desse caso foi quando os dois amigos foram reencenar o acidente. Sara fez o papel da vítima enquanto Nick a observava. O que Sara tinha que fazer era tentar arrancar o porta toalha da parede com a sua força, como ela tinha o mesmo peso da vítima, daria pra saber se foi a moça mesmo ou alguém que armou. Mas Sara não conseguia de jeito nenhum arrancar o porta toalha da parede e Nick se segurava pra não rir do esforço que a amiga fazia, até que Sara desistiu e deixou Nick tentar.

Ao fecharem o caso, Nick levou Sara ao cinema pra espairecer e pagou tudo pra ela, mesmo ela fazendo aquela pergunta que ele detestava só pra zoar com a cara dele “Qual a marca do seu carro?”. Nick disse que só não fechava a mão naquele momento porque ela era a melhor amiga dele, o que a fez sorrir e abraçá-lo.

...

Já no primeiro caso de Maio, Sara trabalhou com Warrick num suicídio de dois adolescentes que foram encontrados no deserto. Enquanto Grissom, Catherine e Nick investigavam o caso de uma mulher treinadora de cavalos que foi encontrada morta no compartimento de carga de um jatinho particular, junto com um cavalo. De início, parecia que a vítima tinha sido pisoteada pelo cavalo, que na verdade era uma égua, mas os três logo descobriram que a situação foi bem mais complexa.

Assim que todos fecharam o caso, prepararam-se para comemorar o aniversário de Greg. Passaram a noite no Golden Nugget Hotel & Cassino, e foi muito divertido.