Love Story escrita por Fofura


Capítulo 31
Ônus da Prova




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A semana seguinte foi muito difícil para Sara, além de Grissom tê-la decepcionado mais uma vez, havia perdido contato com sua melhor amiga. Sim, Sara não conseguia mais se comunicar com Rayle, ela tinha sumido do mapa. Assim que começou seu turno na quarta-feira, todos pegaram um celular novo e consequentemente um número novo. Assim que o fez, Sara mandou uma mensagem para Rayle avisando que havia mudado de número, mas Rayle não havia respondido. Durante todo o turno, Sara pedia pra ela responder e nada acontecia, até que deu o horário da “pausa pro café” no laboratório, e Sara resolveu ligar no restaurante onde Rayle trabalhava. Foi com tamanha preocupação que a morena recebeu a notícia de que Rayle não trabalhava mais lá e que havia mudado o número do telefone, pois também não conseguiam falar com ela. Sara ligou pro porteiro do apartamento que era amigo delas e ele também não soube dizer onde Rayle estava.

“_ Desculpa Sara. A Rayle não me disse pra onde ia. Ela apenas me deixou um recado pra você. Ela disse o seguinte: “Larry, se a Sara ligar procurando por mim, apenas diga que eu estou bem, que ela não precisa se preocupar comigo.”.

— Acho que é tarde pra isso. Rayle nunca sumiu assim, Larry.

— A Rayle não é burra. Se estivesse acontecendo alguma coisa grave com ela, Rayle não deixaria você sem saber de nada.

— Eu sei disso, mas mesmo assim eu fico preocupada.

— Eu tenho certeza que ela está bem, Sara. Deve ter sido alguma coisa com o namorado dela. Eu só sei que ela pediu pra eu embalar o resto das coisas dela e alguém viria buscar.

— Isso não é justo! Ela é minha melhor amiga, eu preciso saber onde ela está.

— Pelo jeito vocês mudaram de telefone ao mesmo tempo, não deu pra entrar em contato, mas eu vou salvar seu número novo aqui, se ela aparecer eu passo pra ela.

— Obrigada Larry. Se tiver alguma notícia, me avisa, tá?

— Pode deixar, Sara.”

Pois é, sua amiga havia sumido do mapa, mas não tinha nada que pudesse fazer. Rayle não tinha parentes, nem e-mail, não sabia pra que cidade havia ido, não tinha contato com Renê, não sabia nem o sobrenome dele, e o único número que Sara podia se comunicar com Rayle, já não era dela mais.

...

Na quinta-feira foi o dia de Grissom ficar difícil de entender. Sara estava ficando nos nervos com toda aquela mudança dele. Ela não havia feito nada de errado pra ele se distanciar dela. Ela sentia falta dele.

Naquele turno estavam todos no mesmo caso.

— Nossa, vocês foram até a fazenda de corpos! - Sara disse a Catherine enquanto ambas andavam até a sala de descanso. _ Eu sempre quis conhecer! Como é que é esse lugar?

— Calmo. - respondeu a ruiva enquanto entravam na sala pra pegar um café.

— Eu ouvi dizer que o Grissom gosta de ir pra lá quando está de folga. - comentou Warrick enquanto lia seu jornal.

— Eu não duvido nada disso. - falou Nick indo até a geladeira pra pegar seu lanche. Quando abriu a geladeira sentiu um cheiro forte invadir suas narinas. _ Tem alguma coisa fedendo aqui outra vez.

Sara se aproximou dele.

— O que é? Leite? Queijo estragado?

— Pior, passou pro meu sanduíche, cheira. - levou o pacote até a cara dela que fez uma careta e se afastou, abaixou e foi dar uma checada na geladeira.

Sara procurou e encontrou um pote com sangue.

— Ele colocou um experimento aí dentro. - Sara disse aos amigos assim que levantou.

— Está brincando comigo! - exclamou Nick.

— Inseto ou sangue? - perguntou a ruiva.

— Não é inseto. - respondeu Sara achando a situação engraçada.

— Cara, que mancada! A geladeira é comunitária! - expressou Warrick.

Nick fez um comentário assim que Gil entrou na sala, mas não o viu.

— Gente, isso já é demais, alguém tem que falar com o Grissom sobre isso.

— Falar sobre o que? - o mais velho perguntou já que o assunto era ele ali.

— Sobre deixar seus experimentos na geladeira! - o texano continuou sem hesitar.

— A do laboratório está cheia, coloquei aí ontem. - respondeu simplesmente

— O que??- Nick não estava acreditando na “cara de pau” do chefe.

— Eu estou testando o movimento horizontal de manchas de sangue em diferentes texturas. Ah, algum de vocês tem Linóleo em casa? - ele pegou o pote com sangue e o abriu. Todos fizeram uma careta.

— Esse sangue está fedendo muito! - disse Nick.

— É que a cruz vermelha só dá pra gente depois que já está vencido. - respondeu o entomólogo e voltou a colocar o sague onde estava. _ Novidades da vítima da fazenda? - perguntou a Catherine.

— Mandei as digitais pra identificação, estão tentando localizar.

— Tá. - ele disse foi em direção a porta. Foi quando os bips de todos fizeram barulho. _ Eu vou pra necropsia. Me avise. - e saiu.

— Meus parabéns, Nick! Você disse mesmo. - Warrick o parabenizou.

— Disse sim, só que... ele nem ligou.

Os demais riram.

...

Depois de um tempo, Sara foi conferir o experimento de Grissom, e ficou “exageradamente” próxima a ele.

— Ah, esse é o seu experimento?! Você encontrou carne de vaca no ferimento da vítima, acha que a carne pode ser de umas das vacas da fazenda?

Grissom nem percebeu que ela estava tão perto assim e respondeu enquanto ela o olhava com o rosto quase colado no dele:

— A mosca achou a carne dentro da ferida e colocou os ovos ou trouxe a carne com ela? - só depois ele percebeu sua aproximação, mas pareceu não se importar.

— Fiz um experimento parecido em São Francisco, mas a contaminação era com sangue. Não era assassinato, mas foi instrutivo.

Grissom ficou em pé direito e Sara o imitou, ainda mantendo a aproximação exagerada.

— Nenhuma dessas partículas de carne é tão grande quanto as encontradas na lesão da vítima. - anotou alguma coisa e prosseguiu. _ E ... eu descobri que o ex-marido é um feliz proprietário de uma arma registrada.

— Hum. O que significa?

— Que preciso ver a arma. - Grissom disse simplesmente e fez menção de sair do cômodo.

Ao sentir-se “posta de lado”, entrou em conflito com ele.

— Grissom. - ele se virou para encará-la. _ Você não vai me contar nada?

— Sobre?

— O caso, a carne, o que descobriu...

— Estou trabalhando. - ele respondeu.

— Eu pensei que estivesse trabalhando com você.

— É. Tem razão, está. - ao dizer isso Sara achou que ele faria tudo certo, mas ele disse: _ Então... Tire fotos do experimento para a promotoria e ... depois limpa isso aí.

— A carne? A carne crua? Eu? - ela ficou indignada.

Gil, por outro lado, fez cara de paisagem. A coisa está bem ruim pra quem diz que é muito observador.

— É.

— Quantas vezes já comemos juntos?

“Não é possível que ele não saiba!”

— Eu não sei. - ele realmente não estava entendendo aquele papo todo.

— Dá um chute, vai! Em mais de um ano como colegas.

“NÃO É POSSÍVEL!”

E ele chutou mesmo.

— Ah, sei lá... Trinta.

“Aff”

— Eu sou vegetariana! Todos aqui sabem que eu sou vegetariana. Eu não como carne desde aquela noite com o porco morto. Carne moída me dá aflição. Esquece! Eu não vou limpar isso!

— Tabom. Pede pro Nick.

Grissom disse na maior cara de pau como se não tivesse dito nada demais, e saiu de lá deixando a morena furiosa.

Sara ficou achando que ele não estava nem aí pra ela, e resolveu dar um basta! Foi até a recepção e pediu pra preencher uma solicitação de licença. Assim que terminou, deixou na mesa dele.

...

Assim que Grissom terminou seu experimento, fez o interrogatório com o suspeito e falou com Brass, finalmente foi até sua sala. Assim que sentou e viu a folha que Sara havia assinado e leu “solicitação de licença”, franziu o cenho e Sara apareceu na porta em seguida.

— O que é isso??- ele perguntou confuso até um pouco aborrecido por ela pedir licença.

— Isso é exatamente o que está escrito, é uma solicitação de licença. - ela rebateu. _ Seis meses, talvez um ano. - ela precisava desse tempo pra pôr a cabeça em ordem em relação ao que sentia por ele, e até procurar saber o que porquê de Rayle ter sumido.

— Por que?

Ela deu uma desculpa:

— Eu estou a fim de conhecer um sistema do governo federal. FBI.

Grissom riu em ironia.

— Nosso laboratório é o melhor do país.

— Eu quero um outro ambiente de trabalho.

Opa!

— O que quer dizer?

— Um ambiente com comunicação... respeito...

— Todo mundo aqui te respeita. - ele afirmou não entendendo os motivos dela.

— Você não! - ela retrucou.

— Isto é por causa daquela história da carne?

“Mas o que?”

Sara, indignada, soltou essa no tom de tamanho descontentamento:

— Não Grissom! Não é por causa da história da carne! Eu não acredito em você! Como você pode reduzir tudo a um único episódio?! Está achando que o problema é só comigo?

Engraçado é ver a cara de “quem não está entendendo nada” do Grissom! Ele ficou completamente perplexo.

Querendo dar um fim naquela conversa, pois não estava a fim de discutir, Sara respirou fundo e disse:

— Se não assinar a licença sou obrigada a me demitir.

Olhou bem pra ele, e como o mesmo não disse nada, a morena se virou e andou até a saída parando na porta quando ele a chamou.

— Hey Sara!

Ela se virou pra encará-lo.

Gil pareceu escolher bem as palavras, mas o que ele disse não foi bem o que ela queria ouvir.

— O laboratório precisa de você.

Quando na verdade era ele quem precisava dela. Ele queria que ela ficasse por ele, não pelo laboratório, mas não foi capaz de dizer isso a ela.

— Que bom. - foi o que a morena respondeu com um sorriso forçado.

E isso o deixou pensando: Mas que diabos?! Curiosamente, era o que Sara pensava também.

“Mas que diabos está acontecendo com ele? O que foi que eu fiz pra ele me tratar assim? Que droga!”

...

Na casa de Grissom, assim que finalizaram o caso, Catherine – que havia ido lá jantar com ele, pois adorava quando ele cozinhava – o surpreendeu ao dar conselhos de não deixar a Sara ir embora, por mais que tivesse um pé atrás com ela desde que ela chegara, estava lidando com isso, estavam até se dando bem por enquanto.

— Ouvi falar de você e da Sara.

— A Sara, você sabe... ela é muito emotiva.

— É rejeição sua?

Grissom olhou pra ela na hora tipo: Oi??

E a ruiva acertou na mosca. Era rejeição sim, mas não por culpa dele. Grissom era inseguro e medroso demais.

— Não, não é isso não, eu fui técnica demais. Puxa, você se queimou feio né? Bem-vindo ao clube, eu tive queimaduras de terceiro grau no casamento. Acontece com todos, mas todo mundo vai levando.

— Ótimo... Eu vou levando.

— Não! - a ruiva contestou. _ Você tem que enfrentar, primeiro tem que enfrentar, antes que seja tarde demais! Você é o supervisor, você tem responsabilidades e as pessoas se apegam a você, quer queira quer não, quer você permita ou não. Nós não queremos que faça piquenique com a gente, é só... você de vez em quando, levantar os olhos daquele microscópio.

Grissom suspirou dando razão a ela, e disse:

— Tabom.

Catherine sorriu, pegou seu copo de suco e foi até a janela olhar o movimento.

E Grissom, por sua vez, surpreendeu até a si mesmo ao ligar para uma floricultura e pedir, não flores, mas uma planta viva, pois a moça em questão gostava de vegetação. Sim, meus amigos, Gil comprou uma planta para Sara como um pedido de desculpas. E quando o funcionário da floricultura pediu pelo “sentimento”, que seria a mensagem no cartão, Gil não soube o que dizer e se enrolou todo.

— Coloca assim ... Ãhn... coloca assim, é ... “De Grissom”! Obrigado.

— Que fofo! - exclamou Catherine.

Grissom corou.

— Tenho certeza que ela vai gostar.

— Por que me incentivou a não deixá-la ir?

— Sei que gosta dela, Gil. E por mais que eu implique com ela as vezes, eu também gosto. Sara é uma ótima CSI, tenho certeza de que não quer perdê-la.

— Tem razão, não quero.

“Ei garota, não é fácil

Eu sei que isso está acabando comigo

Mas querida, não me deixe

Querida, não me deixe” ― Lady Gaga


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Notas finais do capítulo

Existe coisa mais linda do que terminar o capítulo com Lady Gaga? Naum *---*
Pois é, não teremos mais a Rayle :c Teorias?
A reação da Sara vai ficar pro próximo e vou mudar o local da entrega.
A partir daqui a fanfic está em hiatus. Voltarei logo ♥
Abraço de urso :3