Love Story escrita por Fofura


Capítulo 27
Relacionamentos VI - Uma Dominatrix?


Notas iniciais do capítulo

ALELUIAAAA! uheuheuehe HEY AMORZINHOS!
Meu Deus! Que demora do caralho né? Mas estou de volta e olha só, quase 5.000 palavras 'o' Juro que não imaginei que ia ficar desse tamanho, mas como eu sou legal resolvi não dividir e deixar grande mesmo.
Mil desculpas pela demora, amorzinhos! Espero que tenham sentido falta e que apreciem :3
LADY HEATHER CHEGOOOOU! *-* Eu tenho um relacionamento de amor e ódio com essa mulher, Jesus!! uehueh
Boa Leitura! :*



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A vida é uma coisa louca, não é? Tinha uma semana que Hank havia convidado Sara pra sair de novo, e desde aquele dia no Frank’s Sara não conseguiu tempo pra sair com ele. Até teve um dia em que teve a noite de folga, mas ela inteligentemente usou pra dormir porque estava muito cansada. E ainda tinha o fato de Grissom estar estranho com ela. Desde o dia em que “limpou a sujeira do rosto dele.” Ele falava pouco e nem brincava mais como eles faziam, tipo zoar com a cara um do outro. Além de não dar mais beijos em sua bochecha quando se viam, isso era realmente triste. O que será que estava acontecendo com ele? Ele não deixou de ser legal com ela e começou a tratá-la mal, longe disso. Mas ele sempre demonstrava carinho, mesmo que pouco por causa do laboratório, mas demonstrava, e não era o que estava acontecendo ultimamente, ele tinha se distanciado um pouco.

Mas em compensação Nick... esse aí grudou nela como carrapato. Se tinha uma pessoa que ela mais adorava no mundo, esse alguém era Nick! Ele tem sido uma das pessoas mais legais que já conhecera e gostava dela de verdade. Já era seu grande amigo.

E o mês de novembro foi um tanto conturbado. Nesse momento Sara se encontrava perdida na estrada, pois saiu atrasada de casa e Gil e Nick já tinham ido pra cena do crime. Gil havia ligado pra ela dizendo onde era. Levou alguns minutos pra ela se encontrar e ver todos os carros de polícia no meio do deserto à noite.

Foi até eles e agachou-se ao lado dos dois homens já dizendo:

— Desculpa, me perdi. - sorriu.

— Ah, imaginei. - disse Nick.

— Vamos examinar aquele cara, tá?

Os dois seguiram Grissom até o suspeito, Ben, que estava enterrando um corpo quando um guarda noturno o pegou no flagra. O examinaram, coletaram todas as evidências – pegadas, fibras da roupa... – e Grissom mandou o corpo da vítima pro necrotério.

— Sara, vá com o corpo e me espera pra examinar, tabom?

Ele sabia que ela não ia esperá-lo, mas não custava nada pedir.

— Tabom.

...

Grissom chegou no necrotério e Sara estava sentada ao lado do corpo dando uma olhada na roupa do cara, Gil ficou do outro lado de frente pra ela.

Sara viu um pó na testa do cadáver.

— Farinha talvez? - Sara perguntou.

— De que tipo? Branca? Fermentada? Fina?

— A análise química vai dar uma ideia melhor. - ela coletou e guardou. _ Eu vou tentar descobrir se tem DNA no Bem nas unhas das mãos.

— E o pescoço? Alguma fibra na lesão?

— Você pediu pra eu te esperar.

— Mas você não espera.

“Sem graça.”

— Eu percebi que tem algumas fibras na lesão, mas só que eu ainda não coletei.

“Sabia! Haha! Conheço a peça.”

— Fique à vontade. - sorriu.

Sara coletou e olhou de perto a fibra.

— Amarelo. Mas não é algodão, será que é seda?

Gil o observou.

— De terno e sem gravata.

— Estrangulado com a própria gravata...

— Analise essa farinha.

Sara foi pro laboratório e Gil esperou doutor Robbins para a autópsia.

Minutos depois de estar conversando com o médico legista, Sara apareceu na sala dizendo que havia identificado a farinha, e que ela era usada numa pizzaria específica. Depois perguntou quando Gil ia interrogar o Ben, e foi isso que Gil foi fazer em seguida.

No meio do interrogatório, Ben deixou escapar que haviam mais corpos enterrados. Gil o fez voltar com ele e os policias e peritos pra lá pra ele dizer onde estava. Como ele não disse o local específico, Sara e Nick usaram um aparelho que dava pra ver o que tinha debaixo da terra sem precisar cavar, como um raio-x. Acharam um corpo e começaram a cavar. Terminaram assim que amanheceu.

Enquanto Gil e Nick pincelavam o corpo pra tirar a areia e ver melhor, Sara tirava fotos do mesmo.

— Sem sinal de asfixia. - informou Nick.

— Diferente do outro cara. - indagou Sara.

— Vamos checar se a marca na testa desse homem é consistente com a pá do garoto. - disse Gil.

Nick encontrou uma carteira com a identidade da vítima e ao compararem com a outra vítima, não havia padrão nenhum.

O detetive O’Riley foi até eles com novidades.

—Oi.

— Oi O’Riley! - disse Nick e sem perder uma oportunidade...: _ Oque que foi? Pifou o ar-condicionado?

Sara riu com o comentário do amigo. Idiota.

O’Riley revirou os olhos.

— Eu estava na central. O carro da primeira vítima foi encontrado pela polícia, abandonado no posto de gasolina na 215.

— Por acaso não encontraram mais um carro? - perguntou Gil já sabendo que a resposta seria sim.

— Sim, registrado em nome de Ramirez.

O nome da segunda vítima! Ahá!

Sara estendeu a mão para Nick pra ele sair do buraco, deixou a câmera lá e seguiu seu amigo e o detetive O’Riley até o posto.

Ao chegarem lá, o funcionário disse que não viu nada e pior, limpou todo o sangue que achou por lá, pois segundo ele “estava horripilante”.

...

Nick e Sara recolheram todas as provas enquanto Grissom batia muitos papos com o padre que tentava convencê-los de que Ben era um bom garoto. Eles apresentaram todas as provas à Grissom na sala da mesa de luz, e tudo o que eles tinham comprovavam que foi Ben que cometeu os assassinatos, mas Grissom discordou.

— Bom trabalho pessoal! Muito bom! Não provaram o assassinato, provaram o enterro.

— Como é que é? - perguntou Nick, confuso.

Sara resolveu “refrescar a memória” do chefe, pois o que tinham ali provavam sim que Ben havia matado os dois homens.

— Sangue da vítima nas roupas... e nas unhas dele...

— Foi de quando enterrou.

— E o sangue da vítima no carro...? - agora foi a vez de Nick falar.

— Foi no transporte. Mostre a arma com as impressões do Ben, resíduo de pólvora, a gravata...- Sara o interrompeu.

— Os furos nas mãos de cristo, dúvida de Thomé?

— É! Evidência empírica, São Thomé foi um pioneiro.

— Isso tem alguma coisa a ver com aquele padre que veio aqui hoje, não é?

— Não. - mentira! _ Tem a ver com as evidências.

— Só que o nosso dever é apresentar as melhores provas possíveis pros advogados, pro júri decidir. - disse Nick. _ Não dá pra gente bancar o juiz. E as evidências não vão ser melhores do que isso.

Sara olha para Grissom querendo dizer que concordava com Nick. Gil não teve alternativa.

— Tabom, pode enviar pra promotoria.

Mal sabiam eles que estavam errados, como Gil suspeitava. Ben apenas enterrou os corpos. Em certo momento Gil deixou Nick falando sozinho e foi até a delegacia falar com Ben. Sara chegou no mesmo instante.

— Que foi? - Sara perguntou ao ver Grissom sair rapidamente da sala e passar direto.

— Lembra que a gente insistiu em acusar o Ben?

— Lembro.

— Acho que estávamos errados.

Na verdade foi o irmão de Ben que matou os homens e o mandou enterrar. Armou pro irmão e eles tinham que fazer de tudo pra livrar Ben da prisão perpétua. Nick e Sara se culpavam por insistirem no cara errado, mesmo naquela hora não parecendo.

Não estavam conseguindo provar que o irmão de Ben era o assassino e Nick e Sara estavam desolados.

Em determinado momento, Sara foi até Grissom na sala de descanso levar um recado pra ele que haviam deixado na recepção.

— Oi! A promotora quer falar.

— Sobre?

— Ah, você acha que eu leio seu recados? - entregou o papelzinho a ele e só então leu. _ Secreto e urgente...

Gil a olhou franzindo o cenho.

— Ah, é um dom, eu leio de cabeça pra baixo.

Nesse momento ambos prestaram atenção no que a repórter falava sobre Ben no noticiário.

— Acho que eu já sei sobre o que eles querem falar. - ela disse.

Grissom levantou e ao passar por trás dela tocou seu braço.

Mesmo sendo por um breve segundo, Sara gostou de sentir o toque dele. Já estava com saudades.

Tentaram mais uma vez incriminar o irmão de Ben quando conseguiram a gravata que foi usada pra estrangular a primeira vítima. Ben chorou no interrogatório dizendo que não ia conseguir cumprir a pena inteira e momentos depois foi encontrado sangrando na cela. Ben não aguentou a pressão, ele era realmente um bom garoto como o padre disse.

Uma coisa que Gil deixou claro pro padre que o convidou para frequentar a igreja foi o seguinte: Não acredito na religião. Acredito em Deus, na ciência, nas ceias de domingo. Não acredito em regras que me dizem como devo viver.

Faço das palavras dele, as minhas.

Na semana seguinte Sara e Catherine trabalharam juntas no caso de uma moça que foi atropelada por um trem quando estava dentro de seu carro sendo perseguida por um cara babaca. O mais incrível de tudo é que não houve nenhum diálogo, digamos, ‘ameaçador’. Elas não discutiram, não discordaram, e nem ironizaram nenhuma vez. Esse é o lado bom da maturidade.

Já na outra semana foi complicado. Não para Sara, mas sim para Grissom que conheceu uma pessoa, e essa pessoa se tornou uma nova amiga que, curiosamente, conseguia desvendar seus segredos com facilidade. Mas vamos do começo.

Sara e Warrick investigavam um caso perto do estacionamento de uma loja enquanto Gil, Catherine e Nick haviam pegado o caso de uma moça que havia sido enterrada num parque. E descobriram que a moça fez uma cirurgia pra aumentar os seios, conseguiram com o cirurgião o endereço de onde ela trabalhava e foram até lá. Uma casa que mais parecia uma mansão, linda!

— O cirurgião disse que Mona trabalhava aqui? Podia ser doméstica.

Oh inocente esse Grissom.

Catherine logo disse:

— Ela não têm esse padrão, nem em Vegas.

Bateram e foram recepcionados por uma ruiva – ruiva de tom vermelho, não laranja amarelado como Catherine – de olhos verdes, extremamente sensual usando um corpete bem decotado e mostrando um pouco da barriga, e saia longa aberta dos lados. Gil a olhou de cima a baixo sem disfarçar nem um pouquinho. Ela foi logo dizendo:

— Três policiais atrás de um alivio por terem que controlar nossa grande cidade?

— Quase. - respondeu Brass. _ Um policial, dois criminalistas. Podemos entrar?

Ela os deixou entrar e os três olharam em volta enquanto ela fechava a porta. Ouviram gritos.

A ruiva logo explicou.

— Outro cliente feliz.

Gil a olhou entranhando e Catherine já soube do que se tratava.

— Vocês preferem sessões individuais ou querem apreciar a submissão do outro?

Grissom franziu o cenho olhando para Catherine.

Catherine não conseguiu se conter e riu. Imaginem Gil e Jim sendo clientes daquele lugar. Imaginaram? Riram né? Então.

— Não decidam agora, fiquem à vontade. - a ruiva disse super simpática, pelo modo de falar ela parecia inofensiva, mas só parecia. _ Bem vindos ao domínio de Lady Heather.

Heather Kessler, ou Lady Heather como era conhecida, era uma Dominatrix profissional. A mansão era dela e aquele lugar era, digamos, pra quem gosta de sadomasoquismo. Todos os clientes saiam satisfeitos. Além de ser uma mulher muito bonita, era também muito intensa e, ao contrário de Grissom como Catherine já havia mencionado, ela era boa com gente, ela sabia lidar e até controlar se quisesse. Heather era do tipo que poderia ter qualquer homem aos seus pés por ser uma mulher tão destemida e sagaz.

Catherine ligou para Nick e quando ele chegou ambos foram dar uma olhada pelo perímetro. Gil e Jim ficaram com Lady Heather.

Conversavam enquanto subiam as escadas.

— Nunca perdi uma de minhas garotas.

— Não parece muito abalada com isso. - comentou Gil.

— O que vê e o que sinto são coisas diferentes. - ela disse.

— Ontem à noite ouviu algum grito? - Brass perguntou.

— Quando não ouço gritos começo a me preocupar. - ela respondeu.

Conversaram mais um pouco com ela sobre Mona e pediram para Heather liberar os quartos que Mona usava. Heather foi pedir para os clientes que estavam lá saírem enquanto Catherine dizia a Gil que ela Nick olharam o carro de Mona e ele estava limpo. Gil pediu para Cath e Nick analisarem os quartos que Mona trabalhou enquanto ele falava mais com Lady Heather.

...

Grissom olhava os objetos que tinha no quarto enquanto Heather o observava.

— Isso o fascina? - ela perguntou ao velo segurando uma máscara.

Ele a olhou.

— Sim. Acho fascinante todo comportamento transviado. - colocou a máscara em seu devido lugar. _ Para entender nossa natureza devemos entender as aberrações.

— Acha que o que acontece aqui é uma aberração?

Ele se virou pra ela.

— Diria que chicotadas em mulheres jovens são aberrações. Não diria?

— Todo trabalho tem seus perigos. Roqueiros prejudicam a audição. Jogares acabam com os joelhos. Neste ramo, são cicatrizes. Mas aqui ninguém jamais teve um machucado sério.

— Mona, sim. Ela morreu.

— Não por trabalhar aqui. Isso é o que você presume. - ela se afastou um pouco dele e ele volto a olhar em volta. _ O que acontece aqui não tem nada com a violência. E sim como desafiar a noção da normalidade vitoriana. Dando vida às fantasias, tornando-as reais e aceitáveis.

— Como o teatro. - ele disse sorrindo.

— Gente que não vem a lugares como este me preocupam. Quem não tem uma válvula de escape. Como você.

— Mas eu tenho. - ele disse. _ Eu leio. Estudo insetos. - andou até ela ficando em sua frente. _ Às vezes, até ando de montanha russa.

— E sua vida sexual?

Opa!

— Ela não envolve ir ao teatro. - Boa! Haha.

Ela sorriu, lhe deu as costas ainda com um sorriso no rosto e voltou a falar.

— Pela minha experiência, certos homens vão ao teatro... outros homens são o teatro.

Oooopa!

— Eu ofereço uma chance de submissão ou controle. - se sentou em uma cadeira. _ O que for necessário. O cliente pode não saber o que quer até que eu lhe mostre.

E lá vai Grissom citar uma frase.

— “Nenhum homem é um mistério completo, exceto para si mesmo.” Marcel Proust.

Ela sorriu.

— Aposto que ele se divertiria aqui.

— Provavelmente. E nenhum crime é um mistério completo. As marcas de chicote em Mona eram recentes.

— Não poder ser.- ela se levantou. _ Ela era dominante. ... Sei que, as vezes, não registrava os clientes. Eu deixava porque trazia muitos clientes... e presumia que ela soubesse o que estava fazendo.

— Meu palpite é que um desses clientes vem sempre. Afinal, eles costumam retornar, não é? - Gil pegou a escultura de uma cabeça e admirou.

— Isso lhe interessa? - ela perguntou.

— Interessa. Pode me emprestar?

Catherine apareceu perguntando onde ficavam as roupas e acessórios que foram usados no dia anterior. Heather a levou até lá.

— Tudo usado ontem está aí, toda a parafernália de sempre. - apontou pra uma pia.

— Tecnicamente, não temos mandado.

— Não precisa, quero ajudar. - ela sorriu.

Catherine olhou pra ela de um jeito meio interrogativo enquanto colocava as luvas.

Heather sorriu.

— Pode perguntar. Como posso viver disto?

— Não estava pensando nisso. - Cath respondeu. _ Quanto fatura aqui por semana?

— Dez mil.

Catherine a olhou não acreditando.

— Não sou da Receita.

— Tá legal, vinte.

Catherine riu.

— Não ganho isso em três meses.

— Sexo dá mais que a morte.

— E os trajes são mais legais. - disse Catherine fazendo Heather sorrir.

— Tenho um alfaiate que trabalhava no Desert Inn. Eu deixo que ele venha bancar um cinzeiro humano, ele desenha nossas roupas. É uma troca justa.

— Tem um bom negócio. E o melhor é que os caras acham que apanhar e ser humilhado é a fantasia deles.

— Eu digo à minha filha...- Catherine a interrompeu.

— Tem uma filha?

— Vai fazer 18 anos. É caloura em Harvard.

— Sério? - foi pega de surpresa. Heather manteve a expressão normal. _ A minha tem 7.

— Que idade ótima. - Heather sorriu e Cath também, concordando com ela. _ Quando achei que era hora disse à Zoe... “Querida, você pode dar muitas coisas a um homem. Seu corpo, seu tempo, até seu coração. Mas nunca, jamais, abra mão do seu poder.”.

— Minha mãe só me dizia “Dinheiro na frente.”. - o jeito como Cath falou fez Heather rir.

— Não me entenda mal, mas acho que você tem tudo pra ser uma dominadora.

— Aceito isso com elogio.

— E é. Tem a ver com se conhecer, ser forte, e não aceitar babaquices de idiotas que passam o dia dizendo babaquices.

— Nem preciso dizer que a polícia é um território masculino.

— E como sobrevive?

— É que eu me conheço muito bem. Trabalho duro, e não aceito babaquice de idiotas que passam o dia dizendo babaquices.

Ambas sorriram.

Catherine havia gostado da ruiva que tinha acabado de conhecer. Simpatizou com ela.

Depois de falar com ela foi ao laboratório mostrar tudo o que achou para Greg e Gil.

— Mascaras e canudos que peguei na Lady Heather.

— Nada foi lavado. - indagou Greg.

— Mona era Dominatrix no clube, e meu palpite é que ela era “flex” quando trabalhava por fora. - disse Grissom.

Greg riu.

— Você sabe o que “flex” quer dizer?

— Alguém que é dominador e submisso também.

— Ha! Ele já está sacando as gírias!!- Greg zoou e quando percebeu que Grissom tinha a expressão séria, parou.

— Se o DNA de Mona estiver numa máscara, ela estava submissa na noite em que morreu.

— Está tão ligado que acho que nem precisa de mim pra dizer qual é a máscara.

— Preciso sim, Greg. E preciso saber qual canudo ela usou.

Greg ficou de costas para Grissom e Catherine e ao se virar estava com uma caneta em cada narina.

— Que lindo! Essa é a ideia, Greg. Dois canudos por máscara.

Descobriram que Mona foi morta quando estava usando a máscara e alguém tapou os buracos dos canudos que seria por onde ela estava respirando. O culpado era um homem casado infeliz que matou Mona sem querer e a desovou num parque como se nada tivesse acontecido.

No meio de todas essas descobertas Gil teve uma conversa com Lady Heather.

— Gosto de civilidade antes do escurecer, quando os meninos carentes aparecem.

— Bem, eu estou meio carente hoje. O laboratório tirou células de pele dos canudos da Mona.

— Amostra de DNA?

Ele a olhou confuso. Ela se explicou.

— Tenho clientes que são da lei. XX ou XY?

— São de homem. - Grissom mostrou uma foto do jornal pra ela. _ Já viu algum desses dois?

— A esposa não, mas vi o marido.

— Não disse que são casados.

— Mas é óbvio. Veja como ele agarra a mão dela e se inclina pra ela. E veja como ela se apresenta para o rico macho alfa. Ela, insensível. Ele, inseguro. É matrimonio, não paixão. Ela quer ser escolhida pelo macho dominante, para não ter que dominar.

Caraca! Deduziu tudo isso, corretamente, apenas em ver uma foto?

— Você é muito boa! Podia trabalhar pra mim.

— Quer ser meu chefe? - perguntou num tom um tanto provocativo.

Ele sorriu tímido.

— Nunca se sabe. Ambos poderíamos aprender.

(Mas olha só ¬¬)

— Com certeza.

Sentaram-se diante da mesa para tomarem um chá da tarde enquanto conversavam.

— Eu capto quem entra aqui e sei seus desejos antes mesmo da pessoa saber. Por que acha que usei porcelana e linho?

— Gosta de coisas boas.

— Ou sabia que você gosta. Como sei que aprecia superficialidades da civilização.

“Quem é essa mulher, meu Deus do céu? Como isso?”

— Sou tão óbvio assim?

— Porque tenta não ser. Vive para descobrir o que há sob a civilidade e o comportamento aceitável. É um alivio para você se permitir algo assim para que pareça que o mundo é mesmo civilizado.

Grissom ficou sem ação e não disse nada.

— O que mais diz sobre uma pessoa é o que mais a amedronta. E eu sei o que mais teme, senhor Grissom.

Eita! Vejamos.

— O que é?

— Que o conheçam. Não pode aceitar que eu saiba o que deseja porque isso significaria que eu o conheço. E passou a vida garantindo que ninguém mais conheça.

— Lady Heather, você é uma antropóloga. - sorriu.

Ela sorriu de volta.

— Mais chá?

Algo lhe dizia que aquele seria uma longo relacionamento, não sexual, nem amoroso, mas sim intelectual.

...

E mais uma vez Cath e Sara estavam no mesmo caso na semana seguinte. Mas onde era esse caso, essa cena de crime que investigariam? Nos cafundó de Judas! Estavam perdidas na estrada procurando a tal loja que aconteceu o crime, mas Catherine era quem dirigia com a desculpa de que Sara era doida e podia causar um acidente na estrada. Sara não gostou nada da brincadeira e até deu língua pra ela antes de entrarem no carro.

— Já imaginou morar num lugar desses?

— É tranquilo.

— Tranquilo? A cidade acaba de perder 5% da população.

Sara a olhou assustada.

— Você tinha falado que era só um cara morto.

— É. Numa população de 20.

Sara riu.

— Chegamos! Polícia estadual.

Estacionaram e desceram do carro. Um policial esperava por elas e não estava com a cara boa.

— Duas horas pra dirigir 120 quilômetros. - ele reclamou. _ Vocês se perderam?!

Sara riu não acreditando no que ele havia dito.

— Pra quê a pressa? - Catherine perguntou. _ O morto não vai a lugar algum.

— Mas eu vou. O corpo está atrás do balcão. - deu a identidade e falou a respeito, entrou no carro e foi embora.

...

Sara viu Cath usar um fumete pra extrair digitais da placa de aberto/fechado da loja.

— Nossa! Um fumete! Pegou isso em algum museu?

— Não começa! Ainda é a melhor coisa pra tirar digitais de cartolina. Assopra e pronto.

...

Amanheceu e nada do legista chegar, Catherine já estava impaciente.

Sara tentava achar digitais do balcão com um pó pra digitais rosa.

— Pó fluorescente?

— É. Por que não? Estão no kit.

— Devia ser preto.

— Desde quando você liga para as cores que eu uso? - sorriu.

— O legista assistente está quatro horas atrasado, vamos ficar aqui presas até levarem o corpo e eu não tenho ideia de onde o Grissom está!

— Esse verde aqui eu nunca usei. - disse Sara olhando o potinho verde ignorando o estresse da colega.

— Nem devia ter sido mandada pra cá pra começo de conversa, eu sou veterana! - Cath andava de um lado pro outro reclamando, e Sara se divertia com aquilo. _ “Eu mereço”! Não, eu tenho direito de escolher os meus casos!

Sara se levantou tentando não rir, pegou uma barra de cereal e sem dizer nada estendeu pra ela. Voltou pra onde estava com um sorriso de lado no rosto.

— Só mesmo comendo eu fico quieta!

Sara olhou pra vítima e teve uma ideia.

— Tem um espelho aí? - Sara perguntou à ruiva.

— Desde quando está preocupada com a aparência?

Sara a olhou indignada e sorriu nervosa.

— Estou falando na cena do crime. - estendeu o espelho à ela.

— Não é pra mim! - ela pegou de sua mão.

— Desculpe. - deu de ombros.

Sara chegou perto do corpo pra olhar.

— Não pode mexer nele.

— Eu só quero ver melhor. - a expressão dela foi tipo: relaxa migs.

Nesse momento David entra na loja.

— Poxa vida! Até que enfim!

— Prazer me te ver também. - respondeu Dave. _ Sinto cheiro de cadáver, cadê o corpo?

Nesse momento Sara se assustou e levantou.

— Oi David! Eu não estava mexendo nele!

— Eu te conheço muito bem. - ele sorriu.

— E aí, por que demorou tanto? - Cath perguntou.

— A gente pegou a saída errada.

...

Descobriram que o caso delas tinha relação com o caso de Grissom quando acharam as digitais de Tammy Felton, mas ela acabou morta antes de tentarem prendê-la novamente.

...

Uma semana depois Gil tinha que colocar alguém em seu lugar naquele turno, pois iria dar uma palestra sobre preservação na cena do crime em Duluth.

Enquanto andava pelo corredor indo em direção à sua sala, passou em frente o laboratório de Greg que estava com um rock alto ligado.

— Oh Sanders! - Greg o olhou. _ Nada de Punk Rock!

— Que tal Black Flag?

— Está doido?!

Seguiu seu caminho e quando ia entrar em sua sala quase esbarrou em Catherine que passava e a assustou.

— Ow! Cuidado!

— Ai Gil!

— Estão vivas! - mostrou seu pote de plástico com MONSTROS dentro. _ Baratas gigantes de Madagascar.

— Desculpa. - olhou pro pote com medo.

— Essas belezinhas correm a 3km/h.

— Eu não duvido de mais nada. - disse enquanto ele entrava na sala dele. O seguiu.

— Quinto encontro anual de entomologia em Duluth.  O final da corrida de baratas.

— Corrida de baratas??

— Na verdade vou dar uma palestra sobre preservação na cena do crime e vou aproveitar pra participar da corrida.

— Ah...

— É a minha chance de competir com baratas famosas como: Baratinha Balboa; Amante dos Esgotos; Priscila, a rainha dos canos... É demais!

— O que essas baratas comem?

— Ração.

— E quem vai supervisionar o turno da noite?

— Você vai.

— Eu? Vou pegar o vôo noturno pra Reno. A família Braun vai abrir um cassino novo e eu vou com o Sam.

— É hoje? - ele fez careta.

— Falei uma vez e repeti duas. - ela olhou pra cima e suspirou.

“Ele sempre esquece de tudo o que eu digo!”

Gil olhou o pote com suas baratas e disse orgulhoso:

— Elas são lindas!

Catherine revirou os olhos e saiu de lá, mas não sem antes dizer:

— É melhor arrumar alguém.

E ele deixou Warrick no lugar dele na supervisão. Quando Warrick questionou o porquê dele em vez de Nick ou Sara, Gil disse:

— Se fosse questão de experiência, chamaria o Nick. Se quisesse alguém que passa três noites sem dormir, chamaria a Sara. Em vez disso escolhi você.

— E eu posso saber porquê?

— É melhor usar a curiosidade pra resolver o caso. Golpista que morreu baleado no cassino Tropicana. O pessoal já foi pra lá.

— Hey! Espera aí! Você já avisou a Sara e o Nick?

— Não. - disse como se aquilo não fosse importante e saiu deixando Warrick com de: quê?

...

Na cena Nick e Sara analisavam a cena. Nick tirava fotos e quando terminou...

— Ih, sobrou uma. - apontou a câmera pra ela. _ Sorria. - tirou a foto e disse: _ Ficou linda!

Sara sorriu balançando a cabeça e cumprimentou Warrick que tinha acabado de chegar.

— Oi!

— Oi! - ele respondeu.

— Que bom que você veio.

— A gente já acabou, cara. - informou Nick.

— É, desculpe, eu estava ocupado. Você já fotografou as marcas de pneu?

— Já, eu acabei agora.

— E fez a lista de provas?

— Não. - respondeu Sara.

— Sobrou pra você que chegou atrasado.

— Ah, eu não vou poder, preciso acompanhar o corpo.

Nick e Sara o olharam não entendo, já que Grissom não os informou de nada.

— Sara, você pode mandar isso pro laboratório e apressar a análise?

— Quem morreu pra você virar chefe?

— Ninguém morreu, Sara.

Eles então entenderam.

— Está no lugar do Grissom hoje?!- Sara mais afirmou do que perguntou.

Warrick assentiu.

— Tá. - então resolveu fazer o que ele pediu.

Como Nick não disse nada, Warrick perguntou:

— Tem algum comentário?

— Tenho. Boa sorte. - assim que terminou de falar tirou uma foto e jogou o flash na cara dele ao fazer isso.

E isso com certeza gerou treta, Nick e Sara ficaram chateados por nenhum dos dois terem ficado no lugar do Grissom naquele turno, Warrick quase não aguentou a barra que era ser supervisor e foi ignorante com Sara de novo, mas ela levou numa boa depois que tudo acabou porque encontrou com ele no corredor:

— Oi Sara!

— Oi! - passou por ele.

— Olha... Sabe, eu estou meio sem grana, me dá uma nota de 100.

— Engraçado, muito engraçado. - ela ironizou e olhou o relógio. _ Ah, o turno acabou, você é um de nós de novo. - sorriu.

— Haha!

“Engraçadinha. Mas até acho que ela seguraria a barra melhor do que eu, porém não vou dizer. Vai que ela fica se gabando depois.”

Encontrou com Grissom na sala de descanso.

— E aí, Grissom! Como foi?

— O seminário foi ótimo. Mas, infelizmente, minhas baratas ficaram tímidas. Chegaram em 4º, 3º, 2º e último lugar. E você, como foi?

— Ah, o trabalho tudo bem. O meu problema foram as pessoas.

— “Adoro a humanidade, só não suporto as pessoas.”

— Essa é do Einstein?

— Linus.

— Ah, do Charlie Brown, entendi. Foi por isso que me escolheu? Acha que eu gosto de lidar com pessoas?

— Lembra quando me perguntou como eu era no colégio?

— Lembro, um fantasma.

— Quando eu sair daqui não vai ter bolo na sala do café, eu vou sumir. Só queria saber se seguraria a onda. Me conta, tudinho, desde o começo.


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Notas finais do capítulo

Uffa! uheueh acabou. Gostaram? Espero que sim! *-*
E os nomes das baratas? kkkkkk
No próximo teremos um pouquinho de Sandle, hehe :3
Beijinhos da Sariinha e até o próximo :*