Love Story escrita por Fofura


Capítulo 25
Hank Peddigrew


Notas iniciais do capítulo

Heeeey amorzinhos! Vamos à mais um capítulo!
Já que o Grissom teve uma paquera, por que a Sara também não pode ter, não é mesmo?



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— Ai, mas que merda! - Sara reclamou pela terceira vez por não conseguir desentupir o vaso sanitário. _ Que meleca!

Parecia que Sara tinha duas miniaturas dela em cada ombro. Uma aconselhando a pedir ajuda e a outra discordando dizendo que ia passar vergonha pedindo pra alguém ajudar na sujeira que ela fez.

— Aff, até parece que ninguém fez isso antes! - reclamou sozinha no banheiro e tentou por mais duas vezes até que conseguiu vencer aquela árdua tarefa. _ Uffa! Até que enfim.

Resolveu lavar o banheiro pra ele voltar a ser cheiroso antes de ir pro laboratório.

— Está foda o negócio aqui. Socorro. - ela dizia nada contente.

Terminou de lavar, tomou um banho, secou tudo, se aprontou e foi pro laboratório.

...

Grissom recebeu um chamado numa escola, um garoto havia sido morto no banheiro por um tiro. Foi até lá com Brass e ligou para Catherine e Warrick o encontrarem lá.

Entrar num colégio sempre o lembrava do tempo que estudava. Aquele garoto nerd, quieto e invisível para todos ao seu redor. Gil era assim, e ele pensava consigo as vezes, que se não fosse tão admirado pelas pessoas, ele seria aquele garoto nerd, quieto e invisível pro resto da vida.

Só havia uma pessoa no mundo que havia o enxergado de verdade, que havia visto além de seus olhos e que havia descoberto que Gil tinha um certo medo da vida social, e essa pessoa fez uma promessa a si mesma, que lhe mostraria a verdadeira essência da vida. Só o que faltava pra isso acontecer era ele querer.

Enquanto os três periciavam a escola, Sara e Nick sobrevoavam num helicóptero de encontro com o corpo nas montanhas que o resgate havia encontrado. Foram avisados que o corpo estava dentro de uma mala.

Desceram do helicóptero por duas cordas. Ao chegarem lá em baixo encontraram com um dos caras, Hank Peddigrew. Um homem alto, loiro e de olhos azuis. Um pitéu.

— Stokes e Sidle, criminalística! - Nick os apresentou gritando por conta do barulho do helicóptero. _ Você abriu a mala?

Sara passou a observar o homem desconhecido. Era bonito!

— Só pra ver a mão toda retorcida. - respondeu Hank. _ Bom, a ossada da mão.

— Alguém mais mexeu nessa mala? - Sara perguntou.

— Com esse cheiro?

— Achei que os caras do resgate fossem durões. - o provocou.

— Hey! Eu sou durão!

— Calma, eu estou brincando! - abriu um grande sorriso.

Nick chegou bem perto dela e soltou essa:

— Está gostando de paquerar perto do morto, é? - riu.

Sara não disse nada, mas de fato estava. Quer dizer, não necessariamente. Só foi um flertezinho.

— Agora a gente vai levar o corpo pro legista, você avisa pelo rádio? - Nick perguntou ao paquera de Sara.

— Claro.

— Espera aí! - disse Sara se abaixando para mexer na mala.

— Já pode fazer isso é? - Hank perguntou confuso.

— O corpo é do legista, a mala é nossa!

O loiro sorriu e dali em diante não tirou os olhos dela.

Nick percebendo o que estava acontecendo apenas balançou a cabeça pensando: “Agora pronto! Sara já arranjou mais um admirador.”.

Depois de saírem das montanhas e voltarem ao laboratório, Nick e Sara foram direto ao necrotério ver o “corpo” que estava dentro da mala.

— Vamos ver que metal aparece. - disse Nick olhando no raio-x*. _ Não tem bala nesse cadáver aí não.

— Você não acha que seria mais fácil abrir a mala e ver em que estado a vítima está? - Sara perguntou a David.

— Prefiro deixar pra última hora nos casos de decomposição. - ele respondeu.

Excelente escolha, eu faria o mesmo e Sara com certeza iria concordar com ele depois que abrissem a mala.

— Eu estou vendo uma moeda. - observou Sara. _ É de 50 centavos?

— É um dólar de prata. Já vi isso antes. - disse David sorrindo.

Deram mais uma olhada e David disse:

— Parece um homem, e pelo barulho morreu há dois meses.

Sara estranhou.

— Barulho?

David sacodiu um pouco a mala e parecia que só o que havia lá dentro era água.

Tudo o que Sara conseguia pensar era: “Ah não, chega de cheiro ruim por hoje!”

— Vocês não estavam lá quando o resgate chegou, não é?

— Mas não foi por falta de vontade. - Nick provocou Sara que o olhou preferindo não dizer nada.

Hank era bonito sim, ela flertou com ele sim, e foda-se.

— Vamos pra sala VIP, eu vou explicar direito. - disse o legista.

Ao chegarem lá, prepararam-se para abrir a mala.

— Lembrem-se: respirem pela boca.

Ou acabariam vomitando, com certeza!

David abriu a mala e o cheiro que subiu foi horrível. Sara quase não aguentou. Aquela com certeza era a pior parte da profissão, ter que lidar com cadáveres em decomposição, e aquele ali, sem dúvida, foi um dos piores que já lidaram na vida.

David tirou o que restou de um braço e de uma cabeça. Tirou o dólar de prata, uma ficha de cassino, e uma jaqueta do exército ensopada de sopa humana. Não tinha mais nenhum órgão, tudo tinha virado...

— Sopa. - Sara disse com muita dificuldade por tentar não respirar pelo nariz.

— Junte as bactérias, os gases e vai dar nisso. - informou Dave.

Sara não via a hora de sair dali então tratou logo de pegar a jaqueta do homem sopa pra ver o que descobria.

Ao saírem da sala soltaram a respiração como se tivessem acabado de sair do fundo do mar.

— Deixa eu adivinhar... Decomposição em recinto fechado. - disse Gil ao tombar com eles no corredor.

— É.- afirmou Nick. _ Dentro da mala.

Com certeza eles ficariam com o cheiro no corpo, então Grissom resolveu dar uma solução para ajudar seus amigos nesse quesito.

— Limão. - nada mais disse e seguiu em direção à saída.

Obviamente eles não entenderam.

— O que? - perguntaram.

Gil então explicou fazendo um gesto com o braço em cima da cabeça.

— Usem limão.

— Ah! - Nick entendeu e rapidamente foi fazer isso.

Já Sara, deu uma última olhada em David lá dentro daquela sala tendo que aguentar o cheiro.

Sorriu. O admirava e sentia-se honrada por ele gostar tanto dela.

Ignorou o fato de que tomar banho com limão tiraria o mau cheiro e foi até uma das salas de evidências para analisar a jaqueta.

Nick a encontrou lá um tempo depois.

— E aí! Como é que está com o homem sopa? - perguntou já fazendo uma careta por conta do cheiro.

Sara falou que achava que tinha identificado a vítima pelo nome que estava escrito na jaqueta. Já Nick discordou dizendo que muitos sem-tetos compravam aquelas jaquetas em bazares então podia ser qualquer um.

Nick tirou alguma coisa do bolso da jaqueta que tinha um cheiro muito, mas muito forte.

— O que é isso?

— Não dá pra enxergar endereço nem telefone.

— Ai como fede! - Sara tentou prender a respiração, mas tarde. O vômito já estava subindo pra boca. _ Um perito em documentos... descobre alguma coisa...- não conseguiu aguentar e vomitou dentro da lata de lixo.

Se recompôs e olhou para Nick rezando pra ele não espalhar o que acabou de ver.

— Não conta pra ninguém!

— Contar o que? - se fez de desentendido.

Nesse momento a porta foi aberta e o lindão apareceu.

— Sara...

— Oi! - disse surpresa.

“O que ele está fazendo aqui?”

— Disseram que eu podia te encontrar...- sentiu o cheiro e fez uma careta. _ ... aqui.

— É. Ãnm...- ela estava meio envergonhada por causa do cheiro que estava lá dentro e resolveu pedir pra ele esperar lá fora. _ Eu já estou saindo.

Sara ficou mega surpresa. Aquilo era sinal de que ele havia gostado dela!

Hank saiu da sala.

— Me dá uma bala!

Que lindo seria se ele não desse. Sara já iria falar com o novo crush com o corpo com cheiro de decomposição, ia ser pior se continuasse com cheiro de vômito na boca.

— Uma só é pouco. - Nick estava adorando aquela situação embaraçosa da amiga.

— Dá logo!

Ele riu e resolveu ajudar um pouquinho, mesmo sabendo que não ia adiantar de nada.

Sara foi pro corredor encontrar o Hank depois de ter chupado toda a bala.

— Nossa, que surpresa!

— Topa sair pra jantar comigo?

“Uaaaaaaau! Claro!”

— Claro! Quando?

— Agora. Eu estou de folga.

“Puta merda!”

— Ah, puxa... Eu ainda estou trabalhando naquele indigente, falta identificar e saber as circunstâncias...

Sara o viu fungar e afirmou já não aguentando mais ficar naquela situação:

— Eu estou fedendo!

“Que vergonha! Já era! Não tenho mais chance nenhuma. Devia ter ouvido o Grissom.”

— Não! Bom... Só um pouquinho.

“Como ele é educado! Um pouquinho?!”

— Eu troquei de roupa, o problema é que a gordura humana reduziu e grudou nos meus folículos e nos meus poros, então...- Sara o viu fungar de novo, parecia que estava passando mal com o cheiro. _ Você não está legal.

— Eu vou tomar um ar fresco. - ele deu um passo pra trás.

— Tabom. - ela deu um passo pra frente.

— Ãhn, então você pode ficar aí, você... tem esse morto pra resolver, então...- ele continuava andando pra trás e ela pra frente, bem devagar. _ ... eu passo aqui uma outra hora.

— Legal... Tabom... Tchau.

Hank desistiu na hora e foi embora. Sara ficou que nem uma boboca no corredor dando tchau sendo que ele já tinha ido. Assim que ele saiu, Greg passou por Sara no corredor e parou assim que sentiu o cheiro.

— Você está com cheiro de morto.

“Só o que me faltava!”

— Eu sei! - respondeu impaciente.

Greg continuou andando, mas resolveu parar e dizer algo pra ela já que percebeu que ela tinha levado um toco.

— Um homem de verdade não ligaria. - dito isso, Greg se virou foi embora.

Sara não deixou de sorrir com aquilo. Greg não perdia uma.

...

Catherine chegou na sala de descanso e Nick e Warrick falavam dela.

— Eu o quê?

— Ah, eu contei pro Nick como você era briguenta no colégio. - Warrick explicou.

— Briguenta? - ela riu. _ Tabom, até acho que era, mas não era do tipo que as pessoas quisessem matar a tiros.

— Não. - eles disseram.

— De jeito nenhum. - Nick acrescentou. _ Você era do tipo que os caras disputavam, que tentavam impressionar.

— Caras como você, né? - ela disse sorrindo.

Nick sorriu tímido e foi se sentar.

— E aí, Nick?! Como você era no colégio? - Cath quis saber.

Aquele caso do colégio despertou o interesse no assunto e bateu saudades daquele tempo.

— Eu? Ah, eu era... eu gente fina. - ele respondeu.

— Gente fina...- Catherine repetiu e Nick assentiu. _ Gente fina atleta? Gente fina doidão? ...

— Não, eu nunca brigava, eu nunca fumava, eu era só um cara gente fina e pronto. - respondeu na maior naturalidade.

— Em outras palavras: era impopular. - disse Warrick tirando sarro e Catherine riu.

— Eu era popular com quem eu queria, tá legal?! E vou contar o que eu não era. Eu não era um filhinho de papai que usava jaquetas de gangue e ficava enchendo o saco das garotas.

Riram.

— O que tem as jaquetas de gangue? Era sucesso naquela época.

— Oi! - Sara chegou na sala e cumprimentou todos. _ Nick, o Ronnie tem notícias boas pro homem sopa.

— Oh! - Nick se levantou pra ir com ela até lá.

Warrick então resolveu perguntar para a morena também

— Hey Sara, como você era no colégio?

— Bem CDF.

Nick parou ao lado dela e a cheirou.

— Trocou de roupa, é? Ainda está cheirando! - sussurrou.

Sara sorriu sem graça para Catherine e Warrick e o seguiu.

Cath então resolveu saber da boca de Warrick como ele era.

— Ah, eu era baixinho, de pé grande, quatro olhos...

— Você? - ela não imaginava.

— É. Os moleques me provocavam, e as meninas não me davam bola.

— Elas nunca repararam nos seus lindos olhos?

— Não. Tiravam sarro dos meus olhos, colocavam apelidos.

— Ah, mas que bobagem! É o que tem de mais bonito.

Catherine podia negar se perguntassem, mas ela sempre sentiu algo muito profundo por seu colega de trabalho e não eram só os olhos que ela achava bonitos, mas sim todo o resto.

— Eu não tinha nada de bonito no colégio. - ele disse.

Mas em compensação agora... Ai Deus!

...

Nick e Sara até que resolveram o caso rapidinho e ao final do turno, Sara resolveu ir tomar um banho carregado de limão pra voltar a ter seu cheirinho suave e gostoso. Tomou banho no laboratório mesmo e ao terminar, foi até a sala de descanso onde todos já haviam ido embora menos Grissom.

— Oi! - ela disse.

— Oi! Está cheirosa.

— Ai, graças a Deus!

— Nick disse que você passou o caso inteiro cheirando a morto. - ele não conseguiu disfarçar o sorriso.

— Aposto que ele contou pro prédio inteiro. - revirou os olhos.

Grissom riu.

— Devia ter feito o que eu disse e não teria passado por isso.

— Se tivesse no mesmo caso que eu, não ia aguentar. A situação estava um tanto crítica. Perfume nenhum ajudou.

— Eu faria o mesmo que o Nick, não ligaria e até te zoaria. Disse aquilo pensando em você, não ia querer ficar cheirando a morto o resto da vida, ia?

— Não mesmo! - riu. _ Está fazendo o que aqui ainda?

— Esperando o Jim, a gente vai tomar um café, quer ir junto?

— Não, obrigada. Vou pra casa, tenho que lavar minhas roupas. - riu.

— Certo. - a acompanhou na risada. _ Se falar com a Rayle diga que eu mandei um abraço.

— Pode deixar.

...

— E aí, amiga? O que aconteceu com você nos últimos dias?

— Só senti cheiro ruim.

— Oi?

— Pra começar eu entupi meu banheiro, demorei pra caramba pra limpar, e ao chegar no laboratório tive que lidar um caso de decomposição e fiquei cheirando a morto até o caso ser resolvido.

Rayle não aguentou e soltou uma baita gargalhada.

— Isso mesmo Rayle! Fica aí rindo da desgraça alheia.

— Desculpa Sara, mas...- tentava se recompor. _ ... eu queria ser uma mosquinha pra ver como as pessoas te olhavam. - soltou mais uma gargalhada.

— Oh Ray, eu vou desligar na sua cara!

— Tabom, tabom, parei!

— E adivinha só, logo no dia em que eu conheci um super gato.

— Mentira!! Arrumou outro paquera?

— E outra, ele se interessou por mim também, até me convidou pra jantar.

— Que babado! Qual o nome dele?

— Nick me disse que é Hank. Ele é muito lindo! Só que como eu estava com aquele cheiro maravilhoso, ele acabou desistindo e disse que me chamaria pra sair outro dia.

Rayle soltou outra gargalhada.

— Você não dá uma dentro hein, Sara!

— Mas se ele me chamar de novo, eu vou aceitar com certeza!

— Mas espera aí, Sara! Está tudo confuso agora. Você não é apaixonada pelo Grissom?

— Você acha que eu também não estou confusa? O Hank é muito lindo e se interessou por mim, tem ideia do que é isso?

— Mas ele é mais bonito que o Grissom?

— Puts! Essa é a questão! Eu não sei. Mas olha...- Sara estava muito empolgada. _ Além de eu ter gostado bastante do Hank, essa proximidade entre a gente – se tiver – vai ser como uma estratégia.

 _ Espera aí que eu estou mais perdida que cego em tiroteio agora.

Sara sorriu.

— Seguinte... Se ele lance com o Hank der certo e a gente começar a sair, a ficar e tals... Vai ser bom pra saber se o Grissom sente ou não ciúmes de mim. Isso vai fazer com que eu tenha mais um motivo pra tentar me aproximar dele e sair da friendzone.

— Você vai usar o Hank?

— Não. Acho que eu sou esse tipo de pessoa?

— Pelo jeito que você falou...

— Eu gostei dele de verdade, eu não estou dizendo que eu vou ter algo com ele só pra provocar o Gil, longe disso. Nós podemos virar grandes amigos e o Gil pode sentir ciúmes do mesmo jeito. Eu já percebi que ele ficou um tanto incomodado com a minha aproximação com o Nick.

— Ah, entendi. Você ainda está indo com calma.

— Exato. Ele já confessou que não quer me perder. E pode ter certeza, Ray, se o Grissom sente por mim o que eu sinto por ele, ele vai demonstrar.


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Sara huashuas
E então galerinha? O que acharam? Deixem seus reviews com suas opiniões.
O que acham que acontecerá entre a Sara e o Hank, fora o que já sabem?
No próximo capítulo teremos 'um gesto romântico' ;)
Abraços de urso :3