Love Story escrita por Fofura


Capítulo 2
Mar e Mel


Notas iniciais do capítulo

Hey amorzinhos! Muito obrigada pelos lindos comentários que deixaram, eu fiquei muito feliz que tenham gostado do primeiro capítulo ^^ Bia e Vivi me deram a opinião delas sobre os personagens originais. Obrigada pela opinião meninas ♥
Espero que gostem deste :3
Enjoy ♥



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O dia seguinte amanheceu perfeito. O ar estava puro, os pássaros voavam no céu e cantavam nas árvores, as nuvens cobriam parte do sol e o vento suave soprava as folhas das árvores e os cabelos alheios.

Sara e Rayle fizeram a mesma coisa que no dia de anteontem, era rotina. Já Gil resolveu dar uma volta pela cidade antes do horário do 2° dia da conferência.

Foi para um lugar especial que, de acordo com seu saber, só ele havia descoberto. Um lugar atrás de um prédio executivo que tinha uma visão perfeita da Golden Gate. Era como se fosse uma sacada, e era preciso subir várias escadas pra poder chegar lá, escadas essas que eram cobertas. Não era um lugar grande, não cabiam muitas pessoas, no máximo onze e ainda ficava, de certa forma, apertado. Era calmo e muito agradável ficar ali, contemplando a bela visão de São Francisco.

Gil ficou lá pelo menos duas horas, pensando e respirando o ar puro. Foi almoçar em um restaurante e em seguida voltou pra casa para se preparar para mais um dia de palestras. Optou pela mesma roupa do dia anterior apenas trocando a camisa por uma azul bem mais clara. Penteou os cabelos, espirrou um pouco de perfume, pegou suas coisas e saiu.

Sara também vestiu a mesma roupa apenas trocando a parte superior. Optou por uma regata vermelha em decote V e um blazer preto por cima. Prendeu novamente o cabelo num rabo de cavalo, mas dessa vez deixando alguns fios soltos na frente. Colocou sua pulseira prata com pingentes de borboletas, espirrou perfume, pegou suas chaves e foi até a cozinha se despedir de Rayle que estava preparando um sanduíche.

— Ray, eu já vou.

— Tá. Agora presta atenção, Sarita. Não estraga tudo, fica na sua e espera ele ir falar com você, mas joga charme senão não adianta.

Sara gargalhou.

— Tabom, especialista.

Rayle riu.

— Estou falando sério. Se ele é exatamente como me descreveu, tem que investir. Você mesma disse que ele também te olhava o tempo todo.

— É, mas talvez tenha sido só impressão. Eu estava fascinada com ele, Rayle.

— E por que não dizer que ele também estava fascinado com você? Você é maravilhosamente linda, amiga!

— Não exagera.

— Não estou exagerando. Agora vai lá e quando chegar me conta.

— Tabom. - sorriu.

...

Chegando ao salão, Sara se depara com quem? Grissom, o homem que não lhe deixou dormir rondando seus pensamentos. Lindo!

Tentou reagir normalmente, trocaram um olhar rápido que fez as pernas dela bambearem antes de se sentar no mesmo lugar.

Ao ver Sara entrando no salão, não conseguiu conter o sorriso, a olhou de cima a baixo sendo, obviamente, discreto. Como ela era linda! Aquele sentimento estranho que estava dentro dele desde que ouviu aquela linda voz, era completamente desconhecido por ele. O que será que era? Seja o que for, o pegou desprevenido e desarmado.

Com Sara não era diferente. Aquele sentimento repentino era um completo desconhecido, mas ela, ao contrário dele, já tinha uma possível ideia do que era.

O salão logo lotou de criminalistas para assistirem as palestras do segundo dia. O diretor pediu para receberem com aplausos o primeiro palestrante que deu uma "aula" sobre Autópsia e Necropsia. Sara não prestou muita atenção, estava distraída, até ouvir o nome do próximo palestrante.

— Recebam novamente o Sr. Gilbert Grissom.

Todos aplaudiram e ele novamente cumprimentou a todos.

— Boa tarde!

Dessa vez ela conseguiu responder.

Sua palestra foi sobre Duplo Assassinato em Garagem. Durante a palestra Sara fez algumas perguntas que ele respondeu da melhor forma possível.

Ela estava louca pra conversar com ele. E essa oportunidade chegaria logo.

As palestras acabaram e Sara pegou alguns folhetos na porta. Estava lendo um deles andando em direção ao estacionamento quando esbarrou em alguém. As folhas foram todas ao chão assim como a pasta dele.

Abaixaram ao mesmo tempo para recolherem tudo.

— Ai meu deus! Desculpe. - Sara não viu quem era.

E nem ele, mas ao ouvir aquela voz até gaguejou.

— Não... Eu que... Peço desculpas.

Eles se olharam imediatamente.

— Srta. Sidle!

— Sr. Grissom! - disseram ao mesmo tempo.

— Sinto muito. Eu a machuquei? - estendeu a mão para ela se levantar.

— Não, estou bem. - aceitou a mão que ele lhe estendeu e ambos sentiram um arrepio. _ Eu estava distraída, sinto muito.

— Eu também estava.

Ao ficarem frente a frente, Sara pôde ver o quão incrível eram os olhos dele, um mar intenso e hipnótico.

Ele se fascinou pelos dela, os olhos cor de mel mais lindos e brilhantes que já vira. Mal sabia ele que o brilho que Sara tinha nos olhos era por estar olhando pra ele.

 

“Bastou um olhar e agora nós não somos mais os mesmos” ― Avril Lavigne

 

Voltando à realidade, Sara quebrou o silêncio que se instalou por alguns segundos.

— Então somos dois desastrados? - sorriu de lado, totalmente sem graça.

Ele sorriu do mesmo jeito.

— Acho que sim.

— Bom... Foi um prazer conhecê-lo, Sr. Grissom.

— Não precisa dessa formalidade, me chame apenas de Grissom.

— Certo, então me chame apenas de Sara.

— De acordo.

Sorriram.

— Ãhn... Aceita tomar um café? É o mínimo que posso fazer por esbarrar em você. - ele a convidou. _ Posso te dar uma carona.

— Ah, eu estou de carro. Mas pode me seguir até em casa e aceitarei sua carona com prazer.

— Fechado.

Sorriram e cada um foi para seu carro.

Depois de aceitar a carona de Gil, ambos foram para a lanchonete que Sara e Rayle frequentavam.

— Hmm... O café daqui é ótimo! - disse depois de tomar um gole.

— Verdade. Venho aqui sempre com minha amiga Rayle. Ela mora comigo.

— Mesmo? De todas as vezes que andei por esta cidade, nunca entrei aqui.

— Não diga! – sorriu de lado.

— Posso te fazer uma pergunta meio inconveniente?

— Claro.

— Quantos anos você tem?

Ela sorriu de lado.

— 26, mas porque disse que é uma pergunta inconveniente?

“26! Parece mais nova.” - ele pensou.

— Pelo que sei algumas mulheres não gostam de revelar a idade. Achei que fosse uma delas. - sorriu sem jeito.

— Não. - ela sorriu. _ Eu não vejo problema em dizer. E você?

“Deve ter no máximo 37” - ela pensou antes de ele responder.

— Tenho 42.

— Nossa! Achei que era mais novo.

— Jura? Isso é bom. - sorriu corado. _ Então Sara... Sempre morou aqui?

— Não. Nasci em Baía de Tamales e cresci em Modesto. Me mudei pra cá depois que me formei em Harvard.

— Mesmo? Qual sua formação?

— Física.

— Uma física muito curiosa, por sinal. - sorriu.

Ela riu desviando o olhar por um instante mínimo. E quando ela fez isso o coração de Grissom falhou uma batida. Que sorriso encantador! Aquele espacinho entre os dentes era um charme total. Além dos olhos, ela também tinha o sorriso mais lindo que já vira. Tão perdido estava em seu sorriso que nem escutou o que ela havia lhe perguntado. Sara ficou até um pouco envergonhada com seu olhar sobre ela.

— Grissom?

— Ãhn?

Ela sorriu sem jeito.

— A sua é Biologia, certo?

— Ah, sim. É. É Biologia sim.

— Bom... E você? De onde é?

— Eu nasci em Santa Mônica, mas cresci em Marina Del Rey.

— Sente falta de lá?

— Sim. As vezes bate saudade do bairro, dos lugares... E você? Sente falta de onde cresceu?

— Não. - disse num tom triste.

Realmente não sentia falta daquele lugar. As vezes sentia falta do parque, da sorveteria, da lanchonete que frequentava com seus pais. Mas se perguntassem se queria voltar lá, sua única resposta seria nunca mais.

— Por que não? - ele se preocupou com o tom de sua resposta. Parecia que aconteceu alguma coisa lá que ela não queria se lembrar. E estava certo.

— Perdi meus pais lá.

Na real, só havia perdido seu pai, mas o que aconteceu com sua mãe é como se fosse a mesma coisa. Mesmo a tendo levado pra São Francisco e indo visitá-la as vezes.

— Eu sinto muito, Sara.

Ela lhe deu um sorriso tristonho.

— O que aconteceu com eles?

— Longa história. - ela não queria contar.

Ele não precisava saber que sua mãe era uma alcoólatra que cometeu um crime horrível contra seu pai. Que ela passou parte de sua infância em um orfanato, indo de casa em casa sem um lar fixo. Ninguém precisava saber de nada.

Grissom percebeu em seus olhos que ela não queria lhe contar. Ele não sabia que isso era, de certa forma, um dom entre eles. Que conseguiriam decifrar com facilidade cada olhar e cada sorriso que dessem.

Uma mosquinha resolveu pousar no café de Gil naquele momento. Será que foi para quebrar o clima tenso? Mosquinha esperta!

— Olha só! Tem uma mosca no meu café! - fez uma careta engraçada que a fez sorrir. _ Sai daí. - disse pra mosca que não o obedeceu.

— Achei que gostasse de moscas. - ela não conseguiu se conter e fez uma brincadeira.

— Quer saber? Eu nunca tomei uma no café. Elas caem mais em meus chás e sopas, nunca caíram no meu café.

Sara franziu o cenho e ao ver a cara dela, Gil tomou o resto do café levando a mosca junto.

Sara fez cara de nojo e ele riu. E ela sorriu ao ver o sorriso dele. Mais que encantador!

Grissom não parecia ser um homem engraçado e carinhoso, mas as aparências realmente enganam. Assim como Sara que parecia ser calma e racional, mas tinha o gênio mais forte já visto.

— Vejo que gosta de borboletas. - ele disse apontando com a cabeça para a pulseira dela.

Ela sorriu.

— Amo borboletas. Sou apaixonada pelas Morpha.

— Ah! Borboletas azuis.

— Acho incrivelmente lindas! Mas nunca vi uma de perto.

— Também amo borboletas. E as do gênero Morpho são um tanto difíceis de encontrar. Vivem em florestas tropicais.

— Seria maravilhoso encontrar uma.

O celular de Sara tocou. Ela viu que era do laboratório e que não tinha problema ela atender ali mesmo na frente dele, pois se fosse Rayle teria que pedir licença, sabe-se lá o que aquela maluca diria.

— Sidle! ... Não, por quê? ... Sem problemas... Ok, logo estarei aí... Até logo. - desligou. _ Desculpe, eu tenho que ir, o trabalho me chama. Precisam de mim no laboratório.

— Claro, sem problemas. E eu pago a conta.

— Que gentileza.

Gil pagou a conta e eles saíram.

— Quanto tempo vai ficar na cidade?

— Até a conferência acabar. E quero aproveitar cada momento nesta cidade, vai demorar pra vir de novo, se eu vier. Quer que eu te leve?

— Imagina. Não precisa, eu pego um táxi.

— Tem certeza?

— Tenho sim, obrigada. E obrigada pela companhia agradável de hoje.

— Eu que agradeço. - pegou sua mão delicadamente e beijou o dorso.

Sara quase teve um treco.

— Foi um prazer.

— Igualmente.

Trocaram um sorriso singelo e cada um entrou em um veículo, Gil em seu carro e Sara no táxi que chamou.


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Notas finais do capítulo

Fofos né? :3 O que acharam desse “primeiro encontro”? Deixem reviews, pois o próximo é lindo de morrer ^^.
Como acham que serão o terceiro e quarto dia de palestras? Pois é, eles serão no mesmo capítulo . Digam aí
Abraços de urso :3