Love Story escrita por Fofura


Capítulo 17
Forte Demais Para Morrer




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Novamente, uma semana difícil para Sara que não pôde evitar de se envolver em um novo caso de agressão.

Grissom designou um caso para Catherine e Warrick, e ficou com Sara e Nick no caso de uma mulher que foi encontrada perto de uma estrada no deserto. Tudo indicava estupro e o cara a deixou pra morrer depois de dar dois tiros na cabeça dela. Nisso a Sara já ficou meio tensa e em vez de Grissom pedir para Sara periciar a cena, ele pediu para ela ir para o hospital examinar a vítima. Mais ou menos o que ele fez no caso da Brenda, ele não deixou a Sara periciar o local e a mandou ficar com a vítima. E assim como o de Brenda, não foi de todo ruim, pois Sara criou uma certa aliança com a vítima, que por mais que estivesse vegetando – sim, por um milagre ela estava viva – estava ali com ela. A homicídios não descobriu a identidade da moça então Sara passou a chamá-la de Jane.

Assim que amanheceu, Grissom resolveu ir até o hospital pra ver a Sara e o que ela havia descoberto.

Gil chegou ao quarto e a viu perto da vítima, dizendo tais palavras à ela:

— Você não merecia. E eu prometo que eu vou encontrar o culpado. Eu prometo.

Depois de dizer isso ela percebeu que tinha alguém a observando e olhou pra porta.

— Oi. - sorriu de lado.

— Oi. - fingiu estar bem e sorriu.

Ele olhou pra ela e para a moça, repetidamente, para ela explicar o que ele viu.

— Ah, está tudo pronto pro exame de crime sexual.

— Como está?

— Vamos ver.- depois de uns segundos: _ Ela está... respirando.

— Ela é evidência.

Ela ficou indignada e se virou para ignorá-lo. Por que ele estava daquele jeito?

— Sara?!

— O quê?? - virou-se de novo e respondeu rispidamente.

— Se tentar caçar dois coelhos, vai acabar sem nenhum.

Ela somente ficou o olhando sem entender o porquê de ele ser tão insensível naquele momento, até ele sumir do quarto e fechar a porta.

Como Sara apelidou a vítima e deixou escapar que fez isso, Nick e Grissom a questionaram. Isso deixou Grissom mais preocupado ainda, se ele já achava que ela estava se envolvendo no caso, agora era que ele tinha quase certeza. Nick até fez uma brincadeira que Sara não gostou nem um pouco: “Está ficando íntima, Sara?”. Ela não respondeu e saiu da sala.

Sara então resolveu ir procurar saber a identidade real da vítima já que a homicídios não descobriu.

E lá estava ela mexendo no computador e cantarolando bem baixinho a música One Way Or Another, que ela adorava.

Gil foi procurá-la, e quando chegou a observou parado na porta. Como ela não o notou ali ou fingiu que não notou, ele entrou e apoiou as mãos na mesa.

— Oi.

— Teve sorte na rua 23? - perguntou sem olhar pra ele.

— Ér... Acabei com meus sapatos novos, só isso. - tentou fazê-la rir, mas não deu certo. _ E o laboratório?

— O DNA do boné é o mesmo do sêmen encontrado na vítima, mas... nós não temos um nome...

— Está procurando por pessoas desaparecidas ou eu estou enganado?

— Não tivemos sorte encontrando o atirador com seu DNA ou passante da calça. Eu pensei: Eu quero muito identificar a moça antes que ela morra.

Ele pensou, pela cara dele, o seguinte: “Pronto. Agora fodeu. Ela se envolveu mesmo no caso e isso não é bom.”

Ele então tentou conversar com ela. Tem a observado há algum tempo e percebeu que havia algo de errado, que ela não parecia muito feliz do laboratório.

Se aproximou.

— Sara? ... - hesitou em perguntar. _ Você tem alguma diversão? ...

— Como é que é? - ela não entendeu.

— Todo mês estoura as horas extras, vai pra casa e ouve o rádio policial, ... - ela dessa vez o olhou entendendo o que ele quer dizer com tudo isso. - ... lê livros sobre perícia...

— É.

Ele sentou ao lado dela.

Ela voltou a olhar pro computador.

— Olha... Lidamos com pessoas nos piores dias de suas vidas, é muito pesado. Qualquer um que esteja aqui há algum tempo sabe que tem que se divertir, pra conseguir segurar a barra. - ela olhou pra ele. _ Oque que você faz? - perguntou inocentemente e sua expressão suavizou esperando a resposta.

Ela não pensou duas vezes e respondeu, mas não como ele queria.

— Eu caço coelhos! - disse séria e a expressão dele ficou tipo assim: '-'.

(Nunes!!! Uehueheuh Toma!)

Ela voltou a olhar pro computador e continuou.

— E... eu leio livros policiais, e ouço o Skaner.

— Precisa de algo além do combate ao crime. A Catherine tem uma filha, sabia?

(Claro que ela sabia, Gil ¬¬)

— E eu, as vezes... ando de montanha-russa.

Isso poucas pessoas sabiam. Grissom AMAVA montanhas-russas.

Ela revirou os olhos e olhou pra ele.

— O que você faz?

Ela olhou pro computador de novo e respondeu:

— Nada.

“Ah, ela não quer me responder. Vou perguntar de outra forma.”

— Tabom. Do que você gosta?

Ela se irritou e olhou pra ele.

— Eu não gosto de nada!!

Ele ficou tipo: O.O, mas disfarçou.

Esse era o lado de uma Sara Sidle que ele ainda não conhecia. Uma Sara nervosa, uma Sara teimosa, uma Sara triste.

— Tem que gostar de alguma coisa. Não pode se envolver com as vítimas!

— Ela é especial! ... Pra mim. - desviou o olhar. _ Eu não posso evitar. - baixou o olhar.

— Se não fizer outra coisa todos ficam especiais e você se queima. Por que não vai pra casa?!- ele mais mandou do que perguntou. Se levantou e foi em direção à porta.

Ela continuou imóvel olhando o caderno onde fazia anotações e em seguida a tela do computador.

Ele parou na porta e olhou pra ela, tipo: Será que ela não entendeu que eu mandei ela ir pra casa pra ela não ser mais afetada e se magoar?

— Sara! - a repreendeu de uma forma fofa.

— Tabom! Já vou sair. Já estou desligando.

Ele concordou com a cabeça e ela não saiu de lá de jeito nenhum até achar alguma coisa.

Depois disso, Gil encontrou Nick no corredor e disse que agora queria usar os cães farejadores. Nick perguntou o porquê de agora ele querer usar sendo que ele disse que provas achadas por cães o júri não aceita. Gil arrumou uma explicação que não o convenceu e ele disse:

— Está fazendo isso pela Sara, né?

Claaaaaaaaaro, querido u.u

...

Depois de um tempo bastante razoável – já estava até com dor nas costas de ficar sentada o tempo inteiro, dor no pescoço e os olhos ardendo de tanto olhar pra tela do computador, mas mesmo assim não desistiu – Sara finalmente encontrou o nome da vítima. Pamela Adler, mulher de Thomas Adler.

Grissom e Nick acharam o suspeito e o levaram pra interrogatório. E adivinha só... Grissom mandou Nick deixar Sara de fora, mas também não a impediu de assistir.

— O tira disse que a mina nem morreu. - disse o garoto.

— É verdade, não morreu. - afirmou Grissom. _ Mas se morrer em até um ano e um dia do atentado, é assassinato.

A mãe do garoto reclamou e assim que o mesmo disse tais palavras “Olha só, por um ano e um dia, eu ainda vou ser de menor”, Sara enfureceu, deu as costas para o vidro respirando fundo e tentando manter a calma pra não entrar furiosa naquela sala e meter a mão na cara daquele moleque.

...

E novamente lá estava ela cantando One Way Or Another, só que dessa vez não estava sozinha, estava com Nick. Mas enquanto cantava nem se dava conta de que ele estava escutando, era um hábito. Nick então resolveu comentar.

— Oh Sara! Sabia que você tem uma voz muito bonita?

E de fato ela tinha, mas nunca admitia. Ela não achava sua voz tão bonita como as pessoas diziam que era.

— Igual giz riscando na lousa. - ela sorriu.

Nick riu.

— Eu estou falando sério, eu estou ouvindo. Nunca te disseram isso?

— É um hábito, eu... nem percebo que estou cantando. Você já trouxe aquele passante da cena do crime?

— Trouxe. - sorriu. _ Quer dar uma olhada?

Sara foi até ele e olhou na lupa.

— Como uma luva.

— Vamos contar pro chefe.

— Vai você, eu já vou.

— Escuta... Se você chegar perto daquele garoto...

— Como é que é? - ela não acreditou no que ouviu.

— Eu só... estou avisando.

Ele não queria que ela ficasse chateada, gostava dela. Pelo jeito que ela ficou depois de ver o interrogatório, tinha certeza que Sara podia perder a cabeça. Esse também era um lado dela que ele não conhecia.

— É outra coisa. Eu prometo.

E realmente era. Sara estava tentando entrar em contato com o marido da vítima, era importante que ele soubesse onde ela estava e como ela estava.

Conseguiu encontrá-lo, o informou de tudo e foi fazer uma visita a Pamela no hospital. Encontrou com Thom lá.

— Você é a Sara? A investigadora que me chamou?

Sara se levantou e foi cumprimentá-lo.

— Oi.

— Eu sou Thom, marido da Pam. Obrigado... por tudo.

— Não foi nada. - sorriu.

Sara deu a corrente da Pam a ele, que ela havia guardado até achar a família dela pra poder devolver.

— Como você está? - ela perguntou. Devia estar péssimo, com certeza. Saber que a esposa nunca mais acordaria devia ser difícil de suportar.

— Bem. O médico disse que a condição dela estabilizou, ele esteve aqui há uma hora. Acho que vai viver. Ela não vai morrer.

Bateu uma dor no coração de Sara que ela quase não conseguiu segurar a emoção. O marido não havia entendido o que o médico disse. Ele achava que ela ia acordar.

— Que bom! Que ótimo! Ela... é uma lutadora, não é?

Thom disse que a levariam para um hospital conhecido e perguntou se Sara conhecia.

— Conheço... pessoas que ficaram lá. Vão cuidar bem dela.

— Foi o que o médico disse.

Sara precisava sair dali ou ia desmoronar.

— Eu tenho que ir. - sorriu e foi em direção a porta.

— Sara! - ele a chamou. _ Venha nos ver de vez em quando. - pediu.

— Eu vou sim. Eu apareço lá quando der.- ele assentiu. _ Boa sorte. - sorriu de lado e abriu a porta.

— Pra você também.

Sara saiu do quarto e andou pelo corredor tentando segurar as lágrimas, conseguiu segurá-las até chegar no carro onde soltou o choro. Por que as pessoas eram tão cruéis? Por que não podia só existir o bem e nada disso acontecesse com as pessoas? O ser humano fazia do mundo um lugar horrível muitas vezes.

...

De sua sala, Grissom a viu passando pelo corredor limpando as lágrimas. A chamou até sua sala e sentou frente a frente com ela. Pediu que ela explicasse o que houve.

— O marido não entendeu. - falava com a voz embargada. _ Está tão feliz... que ela vai viver... que não percebeu que... ela... vai passar o resto da vida vegetando.

Gil a olhava sem dizer nada. Podia não parecer, mas doía nele ver Sara chorando. Era a primeira vez que ele via lágrimas caindo de seus lindos olhos cor de mel.

— E ... o garoto que... fez isso... sai da detenção em 48 meses... Não é justo. - soluçou e limpou uma lágrima.

— É o sistema.

— Que tipo de sistema recompensa o réu quando a vítima é forte demais pra morrer?

Ele desviou o olhar e não disse nada. Ela se levantou pra sair dali.

Quando chegou na porta, ele a chamou. Ela virou com aquela carinha de ‘tentando segurar o choro’.

— Tem que aprender a separar as coisas, ou vai passar o resto da vida em hospitais tentando ajudar pessoas que não pode salvar.

Sara só queria saber, de verdade, o porquê de Gil estar daquele jeito, tão frio. Será que ele não entendia o que ela estava passando? Será que ele não sentia nada? Nada com tudo aquilo acontecendo?

— Eu queria ser como você. Não ter nenhum sentimento.

Ele ficou quieto e pensativo. E como ele não disse nada, ela saiu de lá.

Claro que ele tinha sentimentos, principalmente por ela, só não demonstrava e nem admitia. Muitos sentimentos ele nutria por ela, e um dos mais profundos além do amor, óbvio, era o ciúme. Vê-la se dando bem com Nick, Greg e David o deixava incomodado, não que aquilo não fosse bom, eles gostavam dela e ela deles.

E a prova de que sentia ciúmes dela veio duas semanas depois.

Estavam trabalhando no caso de um casal que fora assassinado na rua assim que saíram de um restaurante. Quando foram até o necrotério ver o corpo de Jessica Hall, Doutor Robbins dizia a David o que fazer. Robbins pediu para Dave mover a “câmera” de raio x para tentarem descobrir o que era um pedacinho metálico dentro da vítima, e ao ver Sara, Dave deu um sorriso que ela retribuiu de imediato. E quando isso aconteceu Gil arqueou as sobrancelhas.

Sara o achava um fofo, e Grissom não tinha nada contra ele, o achava legal e gente boa... Até o entendia. David tinha um certo medo de Albert e era, visivelmente, caidinho por Sara. Grissom só não admitia que também era e, infelizmente, ia demorar pra enxergar isso.


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Notas finais do capítulo

Reviews? Comentem o que acharam, por favor ♥
Próximo capítulo tem mais relacionamentos e vamos descobrir que mesmo depois de Teri o deixar sozinho no restaurante, Gil não desistiu de "saber como ela estava". Parece que nosso querido supervisor não sabe se decidir entre uma morena ou uma loira ¬¬'
Abraços de urso e até o próximo :3