Love Story escrita por Fofura


Capítulo 149
Professor Grissom


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas! Voltamos com a programação normal kkk
É isso mesmo, é aqui que o Grissom entra na Sorbonne. E… esse capítulo terá 3 meses resumidos, okay? Então bora lá!
Ah, dedico o cap pra Dri que fez aniversário dia 13 ^^ Happy Bday de novo ♥ E obrigada a Biasidle e Migarces por terem favoritado a fic. Bem vindas!
Boa leitura!



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A quinta-feira amanheceu bela apesar do frio. Gil e Sara descansaram muito bem da viagem e dormiram por horas pra mandar a exaustão pra bem longe, afinal, ainda teriam que montar seu álbum de fotografias da viagem. Estavam ansiosos para guardar essas lembranças impressas num book grande e bonito na estante.

Acordaram por volta de uma da tarde morrendo de fome e resolveram ir almoçar fora, assim já aproveitavam pra ir revelar as fotos e comprar o álbum. Como eram muitas fotos, não foi muito barato.

Com todas as dezenas de fotos já impressas num envelope e o book grosso de 30x23 escrito “Memories” na capa cinza escura já em mãos, eles voltaram pra casa para personalizar aquele álbum.

No tapete da sala em frente a lareira quentinha, Gil e Sara sentaram e espalharam no mesmo tudo o que precisavam para enfeitá-lo. Gostaram dele, pois além do lugar de encaixar as fotos, haviam uns espaços para escrever, como se fossem legendas.

Na contra capa, Gil escreveu — pois Sara disse que a letra dele era mais bonita que a dela — “Nossa Viagem Pela Europa” com uma caneta tinteiro. Ficou lindo! Em seguida, Sara desenhou alguns corações em volta com canetão vermelho.

As fotos eles resolveram colocar na ordem que foram tiradas e só imprimiram as melhores senão não ia caber no álbum. A primeira foi dos dois no aeroporto esperando o primeiro voo, a segunda foi da janela do avião com vista pras luzes de Lisboa, e assim por diante. Tinha foto do hotel, selfie no hotel, dos pontos turísticos, da lanchonete, foto com as estátuas do Elvis, fotos deles tomando aquele sorvete, fotos do castelo, da praça do comércio, da grande árvore, da torre de Belém e o pôr-do-sol que viram de lá, foto dos dois se beijando… a coisa mais fofa ficou a primeira parte, com legendas de como foi engraçado quando Grissom cantou e Sara cuspiu a coca, de como foi romântico tomar vinho olhando aquela maravilhosa obra de arte do céu, ou na foto da janela que Sara escreveu que Gil não a acordou pra comer o biscoito ruim.

E aí veio a parte de Roma. A legenda da primeira foto de Gil exausto no táxi foi da criança berrando o deixando com dor de cabeça e Sara cuidando dele depois, pois ele viu necessidade em citar. Já as próximas tinham o Coliseu, eles com o Coliseu de fundo, a foto de Sara quase caindo na fonte da praça navona, o encantamento deles ao ver o tema do hotel que se hospedaram, fotos do mesmo também por dentro e uma foto na estação de trem partindo pra Veneza, onde ficou a maior parte das lembranças no álbum e no coração.

Na parte de Veneza havia fotografias do hotel flora, imagens do mar, dos dois passeado de barco, jantando, fotos dos lugares que conheceram na praça san marco, fotos das e nas pontes em que passaram, fotos dos dois de boina, fotos em Burano, enfim, o álbum quase lotou com fotos de Veneza.

E por fim, Londres, com fotos dos museus e deles nos mesmos, dos jardins, da roda gigante, da torre do relógio, deles andando pelas ruas famosas de Londres, dos dois molhados por conta da chuva, da ponte da torre e aquela que eles imitaram o filme, assim como fotos das duas estações de trem de quando voltaram pra casa.

O álbum ficou a coisa mais linda, demoraram umas boas horas montando ele, mas valeu a pena.

Naquele mesmo dia, Grissom levou seu extenso currículo em algumas universidades da região e logo no dia seguinte recebeu uma resposta de uma delas. Pediram que ele fosse até lá no fim de semana para conversarem e que se tudo desse certo — o que já era quase certeza, pois Grissom era bem conhecido no ramo também — ele já começaria na segunda-feira se desejasse.

Ambos ficaram bem animados com a possibilidade de Grissom voltar a dar palestras, pois ele adorava compartilhar conhecimento, ainda mais com pessoas tão jovens. Sara o parabenizou e disse que ele ia se sair muito bem como professor.

E eis que na segunda, começo de março, Grissom começou no seu primeiro dia na Universidade Paris-Sorbonne.

“Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã

 

Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar

E essas coisas que diz toda mulher

Diz que está me esperando pro jantar

E me beija com a boca de café

 

Todo dia eu só penso em poder parar

Meio dia eu só penso em dizer não

Depois penso na vida pra levar

E me calo com a boca de feijão

 

Seis da tarde como era de se esperar

Ela pega e me espera no portão

Diz que está muito louca pra beijar

E me beija com a boca de paixão

 

Toda noite ela diz pra eu não me afastar

Meia-noite ela jura eterno amor

E me aperta pra eu quase sufocar

E me morde com a boca de pavor

 

Todo dia ela faz tudo sempre igual

Me sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontual

E me beija com a boca de hortelã” — Chico Buarque

A rotina deles era comum e satisfatória, às vezes cansativa, porém divertida. Gil levantava cedo e ia dar aula, chegava pela parte  da tarde e encontrava Sara trabalhando na sala com o notebook no colo. Ela continuava suas pesquisas por lá e em algumas ocasiões precisava viajar por um ou dois dias. Trocavam ligações ou mensagens todo os dias no período que não estavam juntos e nos fins de semana — que era quando tinham tempo livre — eles saíam pra se divertirem ou ficavam em casa mesmo fazendo algo juntos, romântico, leve ou até mesmo saciando seus desejos. Além de que falavam com “suas crianças” todos os dias.

Eram dias iguais e ao mesmo tempo únicos, cada dia, hora, minuto que passavam juntos era precioso.

O mês de março foi tranquilo e rotineiro, Sara teve que viajar uma vez só de volta pra Costa Rica se encontrar com Roger e Aly, ficou dois dias fora e voltou pra casa.

Já abril foi um pouquinho mais diferente com a chegada da páscoa. Sara pediu para Greg levar alguns mimos para Abby em nome dela, já que ela estava longe e não conseguiria levar pessoalmente.

— Olha, eu estou surpreso.- disse o jovem. — Eu jamais imaginaria que fosse manter contato, ou melhor, virar praticamente a protetora de uma criança que você conheceu investigando um caso. E o melhor disso é que vocês duas se adoram. Eu acho isso uma gracinha.

Sara sorriu com o comentário do amigo e concordou. Ela também jamais imaginaria isso acontecendo, ainda mais por achar-se péssima com crianças.

— Eu vou lá comprar as coisas que você falou e te ligo assim que eu entregar. Mas avisa que estou indo lá senão vão chamar a polícia. “Tem um homem estranho dando presentes pra uma criança aqui!!!”.

Sara gargalhou.

— Greg, você é da polícia.

— Ah Sarinha, nunca se sabe.

— Está bem, eu vou avisar a dona Martha, mas Abby sabe que você é meu amigo.

Passaram-se algumas horas e Greg ligou dizendo que tinha comprado as coisas assim que seu turno acabou e que foi levar para Abby.

— Ela disse que lembrava de mim. Disse que me viu no hospital naquela época que você foi sequestrada. Disse que se lembraria de todos que estavam lá com você e Grissom, se ela por acaso visse de novo.

— Ela é esperta.- Sara sorriu. — Muito obrigada por ter me feito esse favor, Greggo, vou ficar te devendo.

— Imagina, Sarinha, você sabe que eu não recuso nada que você me pede.

Grissom, que passava por sara na sala, ouviu isso já que estava no viva voz, e tratou de brincar com Greg, pois sentia falta de cutucá-lo com seu ciúme.

— Ainda xavecando minha mulher, Greg?

Os dois mais novos caíram na risada e Grissom sorriu com isso.

— Que nada, Grissom! Você sabe que eu não faria uma coisa dessas. Em tempos antigos, com certeza, mas agora não.

— “Em tempos antigos, com certeza”, ele provoca porque eu estou longe. Viu só, Sara?

— Vocês dois são uns bobões.- disse Sara dando um beijo no rosto do marido depois.

Despediu-se de Greg e Abby ligou em seguida.

Salut, mon ange!- Sara a saudou, do jeito que Gil a chamava. E Abby respondeu com a saudação que aprendeu também.

Salut, ma belle!

— Pronunciou muito bem!- Abby sorriu. — Soube que o coelhinho da páscoa passou por aí.

A menina riu.

— Passou sim e deixou presentes pra mim. Para os meus “irmãos” postiços também.

Sara não achou justo dar presentes só para Abby mesmo tendo contato só com ela, e pediu para a guardiã lhe passar a quantidade de crianças que moravam lá para dar uma barra de chocolate pra cada um.

— Eles gostaram?

— Adoraram! A dona Martha disse que você tinha que ver a alegria deles. Disseram que você é um anjo.

— Awn, eu agradeço o carinho. Que bom que gostaram, não é muita coisa, mas pelo menos arranquei um sorriso de cada um. E você, mocinha, gostou do que ganhou?

— Amei! Agora eu vou sempre dormir com esse coelhinho de pelúcia, junto com os outros ursinhos.

Sara sorriu.

— E vê se não come os chocolates todos de uma vez, senão vai passar mal.

— Pode deixar, Sara.- sorriu. — Quero que setembro chegue logo. Estou com saudade.

— Também estou com saudade. Mas você vai ver, os meses vão passar voando.

~ ♥ ~

O mês de maio também foi rotineiro, mas sempre que Grissom lembrava da data da montanha-russa se aproximando, ele fazia questão de lembrar sua esposa e deixá-la com peso na consciência só de pensar em não ir com ele como prometeu.

O diferencial do mês de maio foi o feriado do dia das mães. Grissom mandou um e-mail para Betty e propôs de fazerem uma chamada de vídeo, assim podiam matar um pouco a saudade, e de quebra, ela poderia finalmente conhecer Sara.

A morena ficou nervosa, porém contente em conhecer a sogra.

Em frente a tela do notebook, ambos no escritório, Gil e Sara aguardavam Betty aceitar a chamada.

Não demorou muito para a senhora de cabelos completamente grisalhos e óculos de leitura, aparecer na tela lhes cumprimentando com um sorriso de orelha a orelha.

Meu filho! Que saudade!— ela gesticulou.

— Também estou com saudade, mãe.- Gil gesticulava e falava ao mesmo tempo, para Sara poder entender.

Esta é a moça?— perguntou a senhora olhando para a morena, que deu uma leve corada assim que Grissom a abraçou pela cintura e respondeu “sim, é ela”. — Ela é linda! Não tanto quanto a Julia, mas é uma graça.

Grissom ficou pra morrer com aquele comentário da mãe. Deu graças a Deus que Sara ainda estava aprendendo o básico e não entendeu o que ela disse, mas viu que ela percebeu seu descontentamento com o que a mulher disse pela cara de reprovação que ele fez.

— O que ela disse?- perguntou curiosa e preocupada.

Grissom fingiu estar tudo bem e lhe sorriu.

— Ela disse que você é linda.

Sara notou que ele mentiu ou omitiu alguma coisa, mas mesmo assim olhou para a sogra e agradeceu.

Há quanto tempo estão juntos mesmo?— Gil tinha dito a ela, mas a mesma não se lembrava.

— Três anos e meio. Mas sou apaixonado por ela desde sempre.

Sorriram um para o outro e Betty também. Seu filho parecia mesmo apaixonado, mas por não conhecer Sara, estava com um pé atrás.

Ela parece ser bem mais nova que você.

Gil já temia onde aquilo ia dar, mas rezava para que sua mãe não julgasse Sara sem antes conhecê-la. Ela ainda era “obcecada” de certa forma por Julia, ficou muito triste por não ter dado certo e vivia dizendo para ele voltar com a mulher, que além de ter quase a mesma idade que ele, também era da comunidade dos surdos. Betty não tinha superado o término de Gil com aquela que tanto admirava e ainda mantinha a amizade.

— E é.- ele respondeu temeroso. — Sara é quinze anos mais nova que eu, mãe.

O que??— a mais velha ficou chocada. — Gil, isso está errado. Ela pode muito bem ser…— Grissom a interrompeu antes que ela pudesse terminar. Não admitiria que ela falasse de Sara daquela forma.

— Mãe, pare com isso! A idade não é um problema.

Sara sentiu-se triste pela discussão. Temia que isso pudesse acontecer, mesmo sem fazer ideia da preferência de Betty pela outra mulher que ela não fazia ideia de que existia.

— Mãe, preste atenção, tá? A Sara é a mulher que eu amo e a que eu escolhi me casar. E eu sou amado na mesma intensidade, ou até mais. Não tenta estragar isso, por favor.

Desculpe, desculpe…— ela se arrependeu de ter dito aquilo pela reação de seu filho e também de sua nora, que estava quietinha só assistindo. — Eu sinto muito, Sara. Estou feliz em conhecê-la. Desculpe a grosseria, mãe é assim mesmo.

Grissom traduziu tudo pra ela e Sara sorriu de lado.

— Não tem problema, eu entendo. Prazer em conhecê-la também.- não precisou dizer tudo em linguagem de sinais, pois Betty lia lábios e entendia perfeitamente sem os gestos.

A conversa não foi longa já que o clima ficou estranho. Assim que despediram-se de Betty, o casal foi pra sala assistir um filme.

— O que mais ela disse aquela hora?- perguntou descendo as escadas. — Não foi só um elogio, foi?

— Ela te comparou com a minha ex, eu achei isso ridículo.

— Ela é mais bonita que eu? Foi isso que ela disse?

Sara deitou entre as pernas de Gil e apoiou suas costas no peito dele, sentindo ser abraçada logo depois.

— Ninguém é mais bonita que você.

— Ela acha que sou nova demais pra você, mon amour.

— Minha mãe é boa de criar intrigas, mon ange.

— Não tem tanta diferença assim, quando nos conhecemos era mais evidente. Agora não, eu já estou quase nos quarenta.

— E eu já passei dos cinquenta. É uma diferença grande sim, Sara.- suspirou.

— Você disse que não é problema.

— De fato não é.- a abraçou mais forte. — Eu te amo e é isso o que importa.- Sara também suspirou recebendo um beijo na lateral de sua testa. — Esquece o que minha mãe falou, tabom?

Sara assentiu, mas mesmo que ela esquecesse, o assunto ia voltar uma hora ou outra, e algo lhe dizia que seu relacionamento com a sogra não seria tão fácil quanto ela pensava.


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Notas finais do capítulo

Well, elas começaram bem né? kkk :')
Espero que tenham gostado e que comentem o que acharam ^^
Abraço de urso e até o próximo :3



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