Love Story escrita por Fofura


Capítulo 146
Europa - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo iria abordar TODA a viagem pela Europa do Gil e da Sara, mas eu dividi de novo kkk porque ia ficar muuuito grande, e eu não queria deixar a leitura cansativa pra vocês.



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Naquela manhã de domingo, Gil e Sara pegaram as malas e começaram a colocar tudo o que não iam usar nos próximos três dias pra já deixar tudo organizado pra viagem. Como iam passar sete dias fora, teriam que colocar roupa de inverno suficiente para esses dias, pois viram na previsão do tempo que o frio não ia dar trégua, precisavam se agasalhar bem nessas viagens. Estavam com o primeiro voo marcado para quarta feira às 19h, o segundo para sexta feira às 21h30min e o terceiro para terça feira às 13h20min. As outras duas viagens seriam de trem pra economizar, assim apreciariam mais a paisagem. Já tinham planejando tudo, reservado tudo e já sabiam quais lugares iriam conhecer, assim não ficariam perdidos.

— Gil, você tirou as toalhas do varal?- ela gritou do pé da escada.

— Tirei, amor, já estavam secas.- ele gritou de volta do escritório. — Estão em cima do sofá.

— Ah, achei.- Sara foi buscar no sofá para levar pro quarto e colocar na mala.

Sara lavou um par de toalhas pra levar, sabia que os hotéis disponiblizavam toalhas, mas ia levar só por precaução.

— A mala quase não fecha.- ela comentou ofegante encostando no batente da porta.

Grissom riu.

— Por que não colocou na minha? Eu vou levar menos coisa que você.

— Eu nem pensei nisso. Já falou com a Vicky e o Hank?

— Já, acabei de desligar o Skype. Eles estão bem, Vicky disse que as ligações pela manhã também estão ajudando.

— Fico aliviada. Espero que ele não adoeça.

— Ele não vai, fique tranquila. Não se continuarmos em contato todo dia. Além disso, Vicky não deixa ele sozinho por muito tempo, e ela disse que a Catherine vai até lá quando dá.

— Menos mal.

Sara também ligou para Abby naquela manhã, conseguiu falar com ela? Não, mas falou com Martha que lhe confidencializou que Abby estava menos chateada depois daquela ligação, o que deixou a ex perita mais aliviada.

No mais, os dias seguintes foram iguais até a quarta, o dia da viagem. Guardaram tudo o que faltava e só restava esperar o horário certo para ir até o aeroporto. Ligaram para Catherine depois do almoço e por sorte estavam todos juntos no Frank’s, e a ruiva colocou no viva voz assim que atendeu a chamada.

— Oii!- a supervisora os saudou contente. — Quer dizer que vocês vão mesmo viajar como eu aconselhei?- sorriu.

— Vamos sim, Cath.- Grissom sorriu. — Nosso primeiro voo está marcado para às 19h, vamos sair daqui umas 17h.

— É longe da casa de vocês até o aeroporto?- Greg perguntou.

— É uns quarenta minutos daqui.- respondeu Sara. — E como temos que chegar com uma hora de antecedência, vamos ter que sair esse horário.

— E pra onde vocês vão?

— Vocês vão ter que adivinhar pelas fotos que vamos mandar.- disse Gil travesso.

— Ah não, Grissom! Assim não vale!

— Vale sim.- sorriu com a resposta da amiga.

— Não vale não.

— Fala pelo menos a primeira, depois a gente adivinha as outras.- completou Nick.

— Conta você, Sara, o Gil é chato.

Riram do que Catherine disse.

— Vamos pra Lisboa primeiro que é mais longe.

— Ai, adorei! Tirem muitas fotos.

— Juro que o último lugar que eu pensei foi Portugal. Como vão fazer pra se comunicar lá se não falam português?

— Ah, o inglês é uma língua mundial, não é? Portugal, deve receber muitos estrangeiros. A gente se vira.- Sara riu.

— Nós pesquisamos bastante e Lisboa chamou nossa atenção, além de que a passagem estava barata. Pra Veneza estava um absurdo de cara.

— Verdade.- concordou Sara.

— Ah…- a ruiva ficou triste. — Quer dizer que não compraram passagem pra Veneza?

— Não.- responderam e mais nada disseram sobre isso.

Passaram um bom tempo conversando com os amigos enquanto comiam bolinhos que Gil preparou, e quando os mesmos foram embora do Frank’s, se despediram e desligaram o telefone.

Ficaram assistindo TV até às 16h e foram tomar banho pra não se atrasarem. Levaram as malas pra baixo, uma de cada, e agasalharam-se bem já que fazia 12°C em Paris naquele momento e como chegariam em Lisboa à noite, estaria bem mais frio. Às 17h em ponto eles estavam pegando o táxi na frente de casa.

Chegaram ao aeroporto com uma hora de antecedência certinho, fizeram o check-in e pegaram a fila para despachar as malas, em seguida foram direto pro portão de embarque com vinte minutos faltando. Sentados lado a lado nos bancos, eles esperaram para adentrar ao avião que atrasou uns quinze minutos. Esperar mais de meia hora causou um pouco de sono em Sara e ela cochilou apoiando a cabeça no ombro de Gil que lhe fez carinhos no cabelo.

Quando o avião chegou, adentraram no mesmo e se acomodaram, Gil no meio e Sara na janela. O voo teve duração de duas horas e vinte e cinco minutos, e nesse tempo, Gil e Sara adormeceram com suas mãos entrelaçadas, Gil às vezes acordava com as turbulências, já Sara dormia como uma pedra. Acordaram com a voz do capitão anunciando a chegada em Lisboa. Viram da janela a luminosidade da cidade e sorriram. Estavam ansiosos para conhecê-la, mas isso só no dia seguinte, pois já eram quase dez da noite e fazia 9°C naquele momento, estava muito frio e muito tarde pra sair. Foram até a área de desembarque, pegaram as malas e saíram.

Chegaram ao hotel VIP Executive Art’s Hotel que ficava a seis minutos do aeroporto. Localizado no Parque das Nações, o centro comercial de Lisboa, este hotel de luxo decorado com arte moderna era um espetáculo aos olhos, pelo menos para alguns, Gil e Sara não acharam tão luxuoso assim. Até porque, se fosse o caso, não teriam reservado já que seria caro demais. Mas a fachada era linda e os quartos eram bem jeitosos, aconchegantes e modernos que dispunham de Wi-Fi gratuito, ar-condicionado, TV a cabo, frigobar, serviço de quarto e sem café da manhã incluso. As suítes incluem área de estar também. Aliás, havia um restaurante e um bar chique, além de espaço para eventos e instalações para conferências.

O hotel fica a sete minutos a pé da estação de trem Lisboa-Oriente. Eles poderiam ir de trem pro próximo destino? Poderiam, mas era longe e ia demorar quase um dia e meio, então, não iriam precisar ir pra estação.

— Uau!- disseram ao adentrar no quarto. — É melhor do que nas fotos.- comentou Gil.

— Realmente.- concordou Sara. — Se esse é assim ao vivo e em cores, imagina o Flora!- seus olhos castanhos brilharam ao lembrar do hotel que viram na pesquisa.

— Você está mesmo muito ansiosa, não é?- sorriu.

— Demais!- enlaçou o pescoço dele ao responder. — Vai ser a melhor parte da viagem, com certeza.- lhe deu um beijo curto. — Eu estou doida pra conhecer a lanchonete aqui do lado. Quando passamos deu pra ver que ainda está aberta. Fecha tarde né? Parece o Frank’s.

— É verdade. Amanhã vamos lá lanchar.

— Falando em comida, eu estou morrendo de fome. Vamos pedir alguma coisa?

— Devíamos ter comido antes de sair de casa, no avião deram só uns biscoitinhos.

— Ué, deram?- franziu o cenho.

— É que você estava dormindo.

— Poxa, nem pra me acordar.- bateu de leve no braço dele e ele riu.

— Mas o biscoito era ruim, integral sem gosto. Se eu te acordasse por um biscoito ruim, levaria um cascudo.- Sara riu e concordou. — Quer ir no restaurante ou quer que eu peça serviço de quarto?

— Melhor comermos aqui.- respondeu tirando o casaco. — Estou com zero vontade de sair agora, só quero um lençol quentinho.

— Eu também, aliás, já arruma a cama aí pra gente enquanto eu peço a comida?!

Sara fez isso e depois foi trocar de roupa. Gil fez a mesma coisa depois de fazer o pedido. Sara ligou a TV pra ver o que tinha pra assistir e a comida não demorou pra chegar. Comeram assistindo um filme de suspense e depois que terminaram foram correndo pra debaixo das cobertas. Agarradinhos e quentinhos, eles adormeceram.

~ ♥ ~

Amanheceu e o casal acordou morrendo de preguiça de levantar. Friozinho, cama confortável, lençóis quentinhos e o amor do lado? Cadê a coragem de sair dali?

Ficaram uns minutos deitados conversando.

— Eu nem te contei a minha ideia, né?

— Qual ideia?

— Eu pensei em levar a Abby pra Paris em setembro, por causa do aniversário dela. O que você acha?- o olhou ao perguntar.

— Por mim tudo bem, mas você já falou com a dona Martha?- a olhou de relance.

— Não, ainda não.

— E com a Abby?

— Também não. É só uma ideia, eu tinha que falar com você primeiro, né.

— Ah sim.- voltou a olhar pra um ponto qualquer do quarto. — Mas eu não vejo problema, pode falar com elas.

— Tem certeza? Eu não quero que concorde só pra não me magoar, pode ser sincero.

— Eu sempre sou sincero com você, Sara.- sorriu por ela achar que ele não estava falando a verdade.

— Mentiroso.- sorriu. — E as vezes que eu acordei toda acabada, destruída, descabelada e mesmo assim você disse que eu estava linda?

Grissom riu.

— Eu fui sincero, ué! Você fica linda de qualquer jeito. É linda até do avesso.

Sara riu balançando a cabeça e lhe deu um beijo que ele correspondeu com vontade. Era tão bom ficar daquele jeito, e ficaram por um bom tempo.

— Ah.- Sara resmungou após o beijo. — Eu não quero sair daqui.- e disse enquanto recebia um beijo no pescoço, e outro, depois outro: — Se eu pudesse, ficaria desse jeito o dia todo.- Gil a olhou e sorriu, Sara tascou-lhe um beijo de tirar o fôlego. — Estamos em Lisboa…- comentou após o beijo. —… com um monte de lugar pra explorar, e como estamos? Namorando na cama com preguiça de levantar.

— Mas inventamos de viajar justo nessa época do ano. O jeito é encarar o frio, Sara. E olha…- a puxou para mais perto de seu corpo, colando-os completamente. — Já lidamos com temperaturas menores em Paris.

— É verdade. Neve.- sorriu. — A gente toma banho antes de ir ou quando voltar?

— Melhor quando voltarmos, assim já ficamos quentinhos.- a abraçou mais forte de pirraça e deu um beijo em sua bochecha. — Vamos levantar?

Sara então pegou o lençol e passou por cima da cabeça pra se esconder. Grissom riu.

— Sara!- tentava descobri-la e ela não deixava. — Para, sua boba! Já são dez e meia da manhã, nós nem tomamos café.

Sara continuou com o corpo todo coberto, Gil começou a fazer cócegas por cima do lençol e se divertia com as risadas dela.

— Tabom, tabom, eu vou levantar.- ela disse tentando parar de rir e descobrindo o rosto. — A gente tem que falar com o Hank antes de sair.

— É verdade, vai se trocar que eu ligo.

Sara se espreguiçou e se levantou indo até sua mala, enquanto Gil abria o notebook na mesinha que ficava em frente uma poltrona perto da janela.

Meia hora depois estavam saindo do quarto, passaram no restaurante, pediram cada um uma rosquinha e saíram do hotel comendo mesmo. Pegaram o táxi — que era bem diferente, todos os táxis tinha a parte de cima verde, eles acharam bem legal — e seguiram para o primeiro destino, o Castelo de São Jorge. O castelo que ficava a vinte e cinco minutos do hotel, era no topo da mais alta colina do centro histórico, proporcionando aos visitantes uma das mais belas vistas sobre a cidade e o estuário do Rio Tejo. O Rio Tejo é o rio mais extenso da Península Ibérica. Em Lisboa, o estuário do Tejo é atravessado por duas pontes. A mais antiga é a Ponte 25 de Abril — que era bem parecida com a de São Francisco — inaugurada em 1966 e a outra é a Ponte Vasco da Gama, inaugurada em 1998. As vistas de Lisboa eram lindas.

— Nossa! A mesma coisa que o hotel, é muito melhor que nas fotos!- comentou Sara ao descer do táxi com Gil.

— Verdade. É lindo!

Passaram pelo portão e chegaram ao jardim onde havia uma ponte que dava acesso ao castelo.

— Estou encantada!- comentou após fotografar o jardim e a entrada do castelo. — Vamos, temos muito o que explorar.- o puxou pela mão animada. Subiram uma das escadas e começaram seu passeio.

— Olha… é melhor do que eu esperava.- disse o ex supervisor. — É uma pena que não esteja sol, as fotos iam ficar bem melhores.

Pararam em uma das colunas, encantados com a vista do Rio Tejo de lá.

— Que vista linda!- ela fotografou mais.

— Esse rio é enorme. Incrível.

— Assim como o castelo. A Rayle ia gostar daqui, ela gosta dessas coisas... castelos, coisas rústicas, antigas…- sorriu, mas o mesmo murchou.

Gil suspirou e acariciou o rosto dela suavemente.

— Você sempre fica assim tristinha quando lembra dela.

— Eu estou tão preocupada… Com medo que tenha acontecido alguma coisa com ela. E se aconteceu e por isso que ela não me procurou?! Ela sabe onde eu estou, onde eu trabalho, com quem eu trabalho. Pelo menos pra ela eu ainda trabalho lá né, ela ia me achar. Já eu, o que sei? Nada, não faço ideia de como falar com ela, não sei pra onde ela foi, se ainda está com o Renê… Ela sumiu, o Larry nunca mais a viu. E se aconteceu alguma coisa?

— A Rayle está bem, amor, acredite nisso. Não pense que aconteceu algo ruim.

Gil entendia a preocupação de Sara, mas pensar tão negativamente não ajudava.

— De uns anos pra cá eu tenho sentido um aperto, um vazio, um pressentimento, coisa que eu não senti com tanta intensidade quando nós perdemos contato. Eu sinto que ela precisa de mim, Griss.

— Essa ligação que vocês tem é linda.- sorriu de lado. — Você vai encontrar a Rayle, Sara, e nada de ruim vai acontecer a ela enquanto você estiver enviando boas vibrações onde quer que esteja, rezando, pedindo… e olha que nem somos religiosos.

— Ela também não é.- suspirou. — A última vez que a gente se falou, eu contei pra ela que meu relacionamento com você estava na mesma.- riu triste olhando para o horizonte. — Que eu não achava que fossemos ficar juntos porque você estava diferente do que era em São Francisco. E olha só pra nós agora.- envolveu ainda mais os braços dele em sua cintura. — Viajando pela Europa como marido e mulher.- sorriu olhando pra ele. — Quem iria imaginar?

— Eu nunca.- sorriu.

   O vento levou alguns fios de cabelo pro rosto dela e Gil delicadamente os tirou com uma das mãos, prendendo-os atrás de sua orelha e lhe dando um selinho em seguida. Depois, ela prosseguiu.

— Queria tanto compartilhar essa felicidade com ela. Dizer que eu consegui conquistar você.- riu.

Grissom também.

— Ah, mas isso ela já sabia. Ela viu nosso beijo no aeroporto, não viu?

— É verdade.- sorriu e o abraçou pela cintura apoiando a cabeça de lado em seu ombro. Ambos passaram a olhar pro Rio e ficaram um tempinho assim. 

— Vamos dar a volta?- ele quebrou o silêncio.

— Vamos tirar uma foto primeiro com o Rio de fundo, vem.

Algumas tentativas e Sara conseguiu capturar seus rostos e o Rio, já que seu celular não tinha câmera frontal. Nenhum tinha naquela época. Depois, voltaram a andar e deram a volta no castelo até chegarem na enorme escada perto da bandeira de Portugal.

— Gente, que escada enorme!- exclamou ela estupefata.

Sara tirou fotos da escada e da vista que ela dava.

— Quer descer?

— Ficou doido?- arregalou os olhos ao dizer. — A gente viu que se descer tem que subir, e só de olhar me dá preguiça.

Grissom riu.

— Qual é! Estamos precisando fazer uns exercícios, estamos a toa desde que casamos.

— É verdade, o casamento relaxou a gente.- ela admitiu.

— Eu estou relaxado desde que você foi embora, pra falar a verdade. Eu lá tinha cabeça pra me exercitar e cuidar da saúde? Tinha nada.

— Tadinho.- segurou seu rosto e lhe deu um beijo curto. — Será que é verdade que depois que casa a gente não liga tanto pra aparência porque já conquistou quem queria? Ou que depois que casa as brigas ficam frequentes e o que mais se ouve é xingamento em vez de apelido fofo?

Grissom riu.

— Onde você ouviu isso?

— Ah, na vida, ué. Nunca ouviu isso?

— Não com essas palavras né, mas já sim.- sorriu. — Acho que depende do casal né.

— Eu já ouvi que com o passar dos anos o tesão também vai sumindo.

— Credo Sara, você só ouviu coisas ruins, estou começando a ficar com medo.

Sara gargalhou.

— Eu sempre vou ter tesão em você, amor, isso você pode ter certeza.

Grissom sorriu e a beijou abraçando sua cintura.

— Vamos descer?- perguntou assim que parou de beijá-la.

— Você só pode ter perdido o juízo. Não tem saída lá, Griss.

— Deixa de ser mole, Sara. Veja pelo lado bom… você está com frio, não está?

— Muito.- disse abraçando os próprios braços.

— Descendo e subindo esse frio vai passar, vai dar uma esquentada.

Sara suspirou e não conseguiu dizer não pra ele.

— Tabom, vamos descer.- ela cedeu já descendo os degraus com ele. — Mas se eu ficar com as pernas doendo depois, você vai passar a noite toda massageando elas.

Grissom riu e deu um beijo estralado na bochecha dela.

— Pode deixar.

Desceram tudinho e ficaram chocados com a visão da escada lá de baixo, pois lá de cima não parecia tão grande quanto lá de baixo.

— Meus parabéns, senhor Grissom. Eu devia deixar você subir sozinho.

— Então fica aí que eu vou. A gente se vê na saída do castelo.- ele provocou.

— Haha, engraçadinho.- ela o olhou com os olhos semicerrados.

Grissom riu, encheu o rosto dela de beijos e pegou na mão dela pra subirem a escada de volta. Decidiram subir correndo pra dar mais resultado e quase não chegam lá em cima de tanta exaustão.

— Uma boa ideia subir correndo.- ironizou ele. — Não tenho mais idade pra isso.

— Bem feito.- ela bronqueou sem fôlego. — Eu preciso de ar.

Sentaram lado a lado em um dos degraus lá de cima e ficaram em silêncio recuperando a respiração. Pelo menos foi produtivo.

— Eu estava aqui pensando…- ele cortou o silêncio. — Acho que teve um motivo pra você e Rayle perderem o contato assim.

— Motivo?- ela o olhou.

— É. Vocês cresceram juntas, não foi? Sempre estiveram juntas.- ela murmurou um “uhum” e Grissom prosseguiu. — Acho que vocês precisavam de uma mudança, de um desafio, digamos assim. Precisavam seguir suas vidas sem a outra, pra conseguir se virar sozinhas sem a ajuda da outra, saber lidar com a distância.

— Mas perder o contato assim, Griss?

— Vocês são como irmãs, Sara...- virou-se um pouco pra olhar pra ela de frente e segurou suas mãos. —… se amam, se importam uma com a outra. Vocês vão se reencontrar, os caminhos vão se juntar de novo, como no orfanato. Não era pra acabar desse jeito e não vai acabar… tabom?- ele perguntou ao secar uma lágrima dela que escorreu com isso que ele disse.

Sara assentiu e o abraçou.

— Obrigada.

Grissom sorriu de lado, desfez o abraço, segurou seu rosto com as duas mãos e beijou sua testa.

— De nada, meu anjo.

Sara sorriu com o gesto e acariciou o rosto barbudo lindo dele, em seguida, ambos olharam novamente para a vista da cidade de Lisboa e…

— Ah, tá de sacanagem!- ela não acreditou.

— Não é possível!- exclamou ele.

— Essa coincidência de novo? Não! Tem que ter algum significado.

— Não tem explicação, Sara.

— Mas tem que ter, Gil, por que pra onde a gente vai tem um balão de ar quente no céu?

Comentavam enquanto olhavam o pequeno balão colorido no céu, sobre as casas também coloridas.

— Pelo menos esse não é amarelo.- comentou Gil.

— Se fosse amarelo também, eu ia agora bater um lero com Deus e perguntar o porquê disso.

Grissom deu risada e um beijo estralado na bochecha dela. Aquele gesto tinha se tornado frequente e Sara gostava.

— Vamos ver o resto do castelo.- levantou-se e estendeu a mão para ela fazer o mesmo.

Já de pé e com as mãos entrelaçadas, voltaram a andar e desceram as escadas para ver a parte debaixo do castelo.

— Sabe qual o significado disso? É um sinal.

— Que sinal?

— Que nós temos que fazer um passeio de balão um dia.

— Vai ser incrível. Quem sabe num futuro próximo?- passou o braço por cima de seu ombro.

— Ou distante, nunca se sabe. O que importa é que temos o resto da vida pra isso… né?- o olhou sorrindo com todo o amor do mundo.

Gil a beijou em resposta e Sara entrelaçou a mão na dele que estava sobre seu ombro.

O fim do passeio foi interessante, Sara arrastou Grissom para as partes escuras do castelo pra ver se ele sentia medo, mas quem sentiu foi ela e Gil se divertiu com isso. Exploraram o castelo todo, tiraram algumas fotos dele e nele, e guardaram para mostrar a Cath depois. Passearam um tempo pelo jardim também. Assim que saíram do castelo, pegaram outro táxi para a Praça do Comércio, pois lá tinha onde eles comerem, e como já era um lugar que eles já iriam na programação — mas só no dia seguinte — resolveram ir logo porque não era longe e podiam aproveitar e almoçar, já que já era uma da tarde.

A Praça do Comércio — antigamente Terreiro do Paço — é uma praça pública à beira-mar situada junto ao Rio Tejo, na zona que foi o local do palácio dos reis de Portugal durante cerca de dois séculos. É uma das maiores praças da Europa, com um arco e uma estátua famosos, repleta de cafés ao ar livre e lojas. Em quinze minutos estavam lá apreciando o tão famoso lugar de Lisboa.

Tiraram algumas fotos conforme andavam e resolveram comer em um dos cafés que havia na praça. Sentaram numa mesa debaixo das tendas que haviam lá logo depois de fazerem o pedido. Resolveram comer uma salada bem reforçada e nutritiva, pois lá pela parte da tarde eles se acabariam nos lanches daquela lanchonete, então comeriam algo saudável no momento pelo menos. 

— Eu gostei da comida de Portugal, e você?- perguntou ao terminar de mastigar o brócolis.

— É boa mesmo, também gostei.- ele concordou mastigando o alface. — Escuta… você realmente não sente falta da carne? Já acostumou a comer salada na maioria das vezes?

— Eu gosto de vegetais, não vejo problema em comer isso muitas vezes. Mas não, no começo foi um pouco complicado, mas eu não sinto mais vontade de comer. Até porque aquela sua experiência com o porco tirou toda a suculência da carne do meu paladar, sem condições.

Grissom deu risada.

— Admita, foi romântico.- ele brincou.

— Ah, claro.- ironizou fazendo-o rir mais uma vez.

Terminaram de comer e resolveram dar uma volta.

No meio da praça havia uma estátua, a Estátua Equestre de D. José I e depois de tirarem fotos, eles resolveram sentar na escada dela pra observar mais um pouco o movimento.

Ficaram umas duas horinhas lá conhecendo toda a praça e voltaram pro hotel às três da tarde. Descansaram mais umas duas horinhas assistindo TV e namorando bastante e bateu a fome. Era a hora de conhecer a tão falada lanchonete, a The Fifties Diner que ficava a dois minutos a pé do hotel, era bem do ladinho. A lanchonete era todo no estilo anos 50 com mesas coloridas, estatuetas de Marilyn Monroe e Elvis Presley, Jukebox e as tão diversas luzes, quadros, carros antigos, pisos e azulejos quadriculados em preto e branco, discos de vinil em um ambiente descontraído e aconchegante. Abria sempre às onze e meia da manhã e fechava às onze da noite.

— Só não vai ser completamente perfeito porque não estamos à caráter.- comentou ela.

— É verdade.- ele sorriu. — O Greg que ia gostar daqui.

— Ele ia dar certinho com a Ray. Um dos sonhos dela era frequentar uma lanchonete dessas.

— Sério?

Entraram no estabelecimento e sentiram como se estivessem de fato naquela época.

— É, ela vivia dizendo “Sara, imagina comer um hambúrguer numa lanchonete dessas? Ou melhor, fazer um ensaio retrô nela?” , aí ela gritava de empolgação.- sorriu, mas dessas vez não ficou triste, pois a imaginou andando por ali animada com a câmera nas mãos e fazendo muitas fotos incríveis, além de gracinhas, claro.

Grissom também sorriu.

— Você não ficou triste dessa vez.

— Acho que o lugar ajudou para isso não acontecer. Vamos sentar aqui no fundo?

— Aqui, perto do Elvis.- ele puxou a cadeira rosa pra ela e sentou em uma azul do lado, na mesa quadrada pertinho da estátua do Elvis tocando violão, aliás, virados pra ela.

Uma garçonete ia se aproximar, mas os escutou conversando e chamou seu amigo que falava a língua deles. O rapaz se aproximou da mesa e lhes deu o cardápio.

— É normal ter pouca gente esse horário?- a morena perguntou ao notar que lá só haviam eles e mais um pequeno grupo de pessoas.

— Na maioria das vezes sim.- respondeu o rapaz. — Geralmente lota entre meio dia e três da tarde, e umas sete da noite também.

— Ah sim, aqui é muito agradável.- sorriu.

— Eu também gosto.- sorriu de volta.

Resolveram e Sara pediu uma porção de batata frita, já Grissom pediu um hambúrguer completo, ambos acompanhados de coca cola.

— Aquela nossa corrida na escada do castelo não valeu de nada, olha o que a gente via comer agora.

— Pois é, mas valeu o exercício mesmo assim.- ele riu. 

— Olha só, enquanto a gente espera, o Elvis vai cantar pra gente.

Sara olhou pra estátua com o cenho franzido, mas quem ouviu cantar foi Gil tentando imitar a voz grave dele, e ela começou a dar risada. Ainda bem que na parte que eles estavam no momento só tinha eles mesmo, caso contrário Gil não passaria essa vergonha só pra fazê-la rir. E ele cantava — obviamente sem ser alto pra ninguém escutar — justamente a música que eles dançaram no aniversário de namoro.

— Wiiiise meeen say; Only fooools ruuush in...- ele fazia cara de sedutor e Sara tapava a boca para seu riso não chamar atenção, estava engraçado demais. — But I caan't heelp falling in looove wiiith yoou.- quando Sara achou que ele fosse parar, ele continuou forçando ainda mais a voz e tentando não rir da súbita força que ela estava fazendo para não gargalhar. — Shaall I staaay, would it beee aaa siiin if I caan't heelp falling in loove wiiith yooou.

— Amor…- ela tentou parar de rir e o alertou. — O moço está voltando.

Grissom colocou a mão na boca fazendo cara de quem quase foi pego e Sara deu uma risada final balançando a cabeça. O rapaz levou as latinhas de coca para eles tomarem enquanto esperavam e novamente se retirou.

Grissom viu que Sara ia dar o primeiro gole e não quis perder a oportunidade, forçou novamente a voz.

— Taaake myy haaand!

Sara quase se engasgou e cuspiu um pouquinho da coca que bebeu. Grissom deu risada e pegou um guardanapo pra limpar a mesa.

— Ganhei o dia.- ele disse rindo enquanto recebia um tapa no braço e um “idiota!” da parte dela.

To be Continued...


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Notas finais do capítulo

Vocês viram que algumas palavras estão azuis e dá pra clicar nelas né? É pra quem quiser ver fotos, porque eu sou péssima pra descrever lugares, então vocês tem essa opção. Vejam, os lugares são lindos demais, assim vão conseguir imaginar melhor as cenas ;)
Espero que tenham gostado e que expressem a opinião de vocês aqui nos comentários.
A TomoyoLC e a Tayná M favoritaram a fic essa semana, muito obrigada e sejam bem vindas! ^^
Obrigada por terem lido e até o próximo.
(Alguns links deram erro, e não deu pra arrumar, então vou deixar aqui e vocês copiam ;)
► "VIP Executive Art’s Hotel" - https://www.google.com/travel/hotels/entity/CgoIuMPxot2rpKcOEAE/photos?g2lb=2502405%2C4208993%2C4253230%2C4253565%2C4254308%2C4258168%2C4260007%2C4270442%2C4274032%2C4276661%2C4282357%2C4285990%2C4287731%2C4288708%2C4291318%2C4295061%2C4295675%2C4296056%2C4265427%2C4270859%2C4272931%2C4291517%2C4295946&hl=pt-BR&gl=br&un=1&rp=OAJAAEgB&ictx=1&ved=2ahUKEwje4vv7_5fkAhUpJLkGHTQ3DdMQ9mIwIHoECBMQDA&hrf=KhYKBwjjDxAJGBYSBwjjDxAJGBcYASgAggEjMHhkMTkzMTg5NjU4NmZlMmQ6MHhlNGU5MTVkZDQ1YzYxYjiaASUaIzB4ZDE5MzE4OTY1ODZmZTJkOjB4ZTRlOTE1ZGQ0NWM2MWI4&tcfs=EhoaGAoKMjAxOS0wOS0yMhIKMjAxOS0wOS0yMyIYCgoyMDE5LTA4LTI0EgoyMDE5LTA4LTI1UgA
► "Castelo de São Jorge" - https://www.molon.de/galleries/Portugal/Lisbon/Castle/images01/03%20Castle%20of%20Sao%20Jorge.jpg
► "Rio Tejo" - https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/ed/Estu%C3%A1rio_do_Tejo.jpg/800px-Estu%C3%A1rio_do_Tejo.jpg
► "debaixo" - https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9f/2002-10-26_11-15_%28Andalusien_%26_Lissabon_280%29_Lissabon%2C_Castelo_de_Sao_Jorge.jpg/1200px-2002-10-26_11-15_%28Andalusien_%26_Lissabon_280%29_Lissabon%2C_Castelo_de_Sao_Jorge.jpg
► "castelo" - http://castelodesaojorge.pt/site/wp-content/uploads/2014/01/154.jpg
Pronto, os que deram erro foram esses, copiem e colem na barra.



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