Love Story escrita por Fofura
O inverno chegou pra valer em Paris para eles, estavam deitados na cama fazendo vários nada. Nos últimos dias estavam num grude só e não enjoavam disso, nem um pouquinho. Grissom a abraçou e beijou o topo de sua cabeça.
— Minha jóia preciosa.
Sara sorriu, levantou a cabeça e o olhou.
— Por que isso?- perguntou carinhosamente.
— Quer saber sobre minha joia preciosa?
Ela assentiu sorrindo, sabendo que o romantismo seria inevitável depois dessa pergunta.
— Bom, pra começar ela é verdadeira, então é forte.- sorriu pra ela. — É difícil quebrá-la. É brilhante, muito brilhante.- olhou em seus olhos castanhos que sempre brilhavam quando olhava pra ele. — Vale a pena tê-la.
Sara o olhava docemente. Ele fazia com que ela se sentisse a mulher mais amada do mundo.
— Ela é meio mágica, sabia?
— É?
— É... Ela tem o poder de encantar as pessoas. Ela... traz um sentimento de paz e felicidade pra quem a tem. Ela é a mais bela de todas.- enquanto falava, acariciava sua pele macia, sua bochecha rosada, e não desviava sequer um segundo seus olhos dos dela. — E eu quero tê-la comigo pro resto da vida.
Não demorou para seus lábios se tocarem num beijo curto.
— Sabe o que mais?- ela esperou pela resposta e ele prosseguiu. — Ela tem um cheiro maravilhoso.
Sara riu.
— Joias não tem cheiro.
— A minha tem porque ela é especial.- riu também e trocaram outro beijo curto.
— Eu sei qual o desejo dessa sua... jóia preciosa.
— Joias tem desejos?
— A sua tem. Ela é especial, lembra?
Ele riu.
— E qual é?
— Ser só sua.- acariciou seu rosto barbudo. — Pra sempre.
Ele sorriu e beijou a palma da mão dela que estava em seu rosto.
— Je t'aime, ma petite abeille.
Sara sorriu. Ficou boba quando ele pronunciou "ma petite abeille" a primeira vez, dizendo que tinha aprendido como se falava "minha abelhinha" em francês. Ela amou aquilo. Estavam aprendendo a língua juntos, uma palavrinha de cada vez.
— Je t'aime, mon amour.- ela respondeu.
“Ah, se a beleza mora no olhar
No meu você chegou e resolveu ficar
Pra fazer teu lar” ― Tiago Iorc
~ ♥ ~
Era a manhã mais fria do mês, o dia em que Sara viu neve pela primeira vez. Ela acordou, e da janela, ela viu as sombras dos floquinhos de neve caindo. Levantou imediatamente e correu para abrir as cortinas. Seus olhos brilharam e seu sorriso se abriu.
— Griss! Neve!
O ex supervisor acordou e se levantou para ir até ela.
Sara abriu a porta sem se importar com o frio que entrava e tentou pegar um dos flocos.
Grissom sorriu com o que estava vendo, a imagem dela encantada com a neve. Ela quis sair, queria que a neve a tocasse.
Eles tomaram café em casa e resolveram sair um pouco. Até patinaram no gelo no Hôtel de Ville que tinha uma pista maravilhosa, depois de namorarem um pouquinho perto da Torre Eiffel.
— Griss! - Sara quase gritou para que ele a esperasse. — Me espera!
Grissom riu, ela ainda não tinha pegado o jeito. Foi até ela ajudar.
— Segure, abelhinha. - lhe estendeu a mão.
Ela soltou do ferro e segurou a mão dele.
— Agora lembra do nosso passeio anterior. Tenta relaxar, não fique nervosa. Não está afim de ficar com o joelho dolorido de novo, não é? - sorriu.
— Não mesmo. - riu.
— Vem... Devagar.
Sara quase caiu ao tentar andar, mas ele a segurou.
— Droga! Eu tinha conseguido antes.
— Estou achando que se não praticar todo dia, não vai ter jeito. - gargalhou.
— Não tem graça, seu bobo! - socou seu braço, coisa que ele não sentiu pelo excesso de casacos que usava.
Gil ficou de frente pra ela e segurou suas duas mãos com um pouco de dificuldade por conta das luvas.
— Eu vou te puxar, vem.
— Calma aí, seu maluco! Tem que ter todo um preparo antes de me arriscar a cair de bunda ou, quem sabe, de cara nesse gelo.
Grissom riu. Só ela pra diverti-lo assim.
— Só você, meu amor. Está pronta?
— Quase. - respirou fundo. Ele sorriu. — Pronto, vamos.
Ele a puxou devagar a orientando a manter as pernas firmes.
Levou um pouco de tempo como da outra vez, mas ela pegou o jeito.
— Uhuu! - ela riu comemorando.
— É uma boba mesmo. Vem cá. - a segurou pela cintura, o que quase os fez cair, desequilibraram-se um pouco.
— Você vai nos fazer cair, besta! - ela riu.
Ele sorriu e a beijou sentindo seus lábios gelados, mas ainda assim saborosos.
~ ♥ ~
Gil havia acabado de terminar de preparar o jantar, uma sopa de legumes bem quentinha.
Colocou os dois pratos numa bandeja e levou para o quarto onde sua esposa estava coberta por três edredons.
— A sopa está pronta. - foi até ela e colocou a bandeja na cama com cuidado depois de Sara se sentar.
— Hmm. Estava mesmo precisando de algo quente. Deve estar uma delícia.
— E tem algo que eu faça que não fique uma delícia? - disse sentando-se ao lado dela, se cobrindo em seguida.
— Mas olha só que convencido! - riu pegando o prato para tomar a sopa. — Claro que tem.
— Ah é? O que? - pegou o outro e passou a saborear a sopa, assim como ela.
Sara respondeu depois de tomar uma colherada.
— Mousse de Morango. O meu é mil vezes melhor que o seu.
— Não é não.
— Claro que é. Espera só a primavera chegar e cada um faz o seu.
— Por que temos que esperar a primavera?
— Quem é louco de fazer mousse num frio desse, Gil? Eu pesquisei no Google e hoje está mais frio que no Alasca.
— Ah, fala sério! - não acreditou.
— É sério. Lá está 3°C, aqui está -3°C.
— -3°C? Parece menos.
— Também acho. Eu vou morrer congelada.
— Eu vi um noticiário que diz que esse mês vai ser o mais frio do ano. Temos que nos agasalhar bem, amor.
— Griss, eu estou com uma meia calça, uma legging por baixo dessa de moletom. E além da meia calça, estou com mais duas meias por cima. Três blusas que eu considero mega quentes, maravilhosas. E ainda estou morrendo de frio.
Grissom riu, ele estava vestido da mesma forma, com exceção da meia calça.
Terminaram de comer e Gil colocou a bandeja num canto qualquer, estava com preguiça de levar pra cozinha.
Deitaram agarradinhos e entrelaçaram suas pernas.
— Meu Deus, que frio! - Sara tremeu.
— Sabe o que dizem, né?
— O que?
Conversavam sem olharem um pro outro.
— Que peças de roupa, não importa quantas coloque, não esquenta. E sim pele com pele.
— Ah é? Mas quem tem coragem de tirar a roupa nesse frio? Só um ninja pra tirar antes de congelar o corpo todo.
Ele riu do raciocínio dela.
— Pra ficar coladinho no seu, eu tenho.
Sara sorriu e o olhou.
Ele sorriu de volta.
— Tá, mas temos que tirar ao mesmo tempo. E só a parte de cima, porque até tirarmos as de baixo eu já terei congelado.
Ele riu.
— Ok.
Contaram até três e tiraram todas as blusas.
— Que frio! - gritaram rindo.
Rapidamente, ambos foram pra debaixo das cobertas de novo.
Colaram seus corpos que realmente esquentaram rapidinho.
— Hmm... Esquenta mesmo.
— Eu disse! - sorriu.
— Agora eu quero beijos.
— Como quiser, Sra. Grissom. - tocou seu rosto e lhe deu um beijo te tirar o fôlego.
O desejo ascendeu em ambos, mas Sara logo disse:
— Por mais que eu esteja te desejando ardentemente, nem morta eu tiro o resto das minhas roupas.
Gil gargalhou e voltou a beijá-la.
Ao final do dia ambos foram para a sala, havia esfriado mais um pouco e eles resolveram ficar em frente a lareira. Levaram uma coberta grossa, uma garrafa de vinho e os celulares para colocarem músicas clássicas para tocar enquanto apreciavam a bebida e a companhia um do outro.
— Ah. - ela suspirou.
Sara mantinha as costas apoiadas no peito de seu marido enquanto tomava goles do vinho.
— O que foi? - ele perguntou carinhosamente e beijou seus cabelos.
— Estava aqui pensando... Tudo fez sentido na nossa vida desde que arriscamos começar nosso romance. Você me fez compreender isso.
— Tem razão. Mas acho que foi você quem me fez compreender isso. Eu percebi que tudo é muito mais bonito quando estou com você.
Ela sorriu e se aconchegou mais a ele.
— Você já parou pra pensar que você e eu temos algo raro de se encontrar?
— Temos?
— Realmente tudo é mais bonito quando estamos juntos. Tipo... As coisas que fazemos, que dizemos... Os nossos beijos tem sempre o sabor de quero mais. A gente se entende sem nem mesmo dizer uma palavra sequer. É tão intenso que eu até me assusto!
Ele sorriu.
— É verdade. A coisa mais certa que fiz nessa vida foi me entregar a você. E hoje estou aqui... totalmente a mercê.
Sara abriu um lindo sorriso e virou-se para poder olhar naquele brilhante e profundo mar.
O olhou com carinho e trocaram um sorriso.
— Sabe aquele sabor do nosso beijo?
— Sei.
— Eu desejo. - sorriu travessa com a cabeça um pouco erguida.
— Seu desejo é uma ordem, mademoiselle!
Riram e se deliciaram com o sabor de quero mais.
“Um dia frio, é tudo que eu espero. Um dia frio com tudo que dias frios tem direito. Com uma lareira, um tapete felpudo e uma coberta, também um bom vinho pra aquecer o corpo e um grande amor pra aquecer a alma que sem o qual dias frios não teriam graça.” ― Paula Costa
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