Love Story escrita por Fofura


Capítulo 142
O Mais Intenso Amor




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Amanheceu, e de novo, como muitas vezes já aconteceu, Gil acordou e ao vê-la ao seu lado suspirou agradecido por não ser um sonho.

Ela estava serena, dormindo tranquilamente e agarrada a ele por causa do friozinho daquela manhã parisiana.

Não levantou, ficou deitado com ela fazendo carinho em seu cabelo até a mesma acordar, e isso demorou alguns minutos.

— Bom dia, meu amor.- sussurrou.

— Bom dia.- ela também sussurrou sorrindo ao receber um beijo na testa.

— Dormiu bem?

— Uhum.- murmurou o abraçando mais.

— Quer sair pra tomar café agora? Não tem nada em casa.

— Pode ser. Que horas são?

— Seis e meia.

Sara se espreguiçou.

— Podemos ir direto pra loja depois de tomar café, eu escolho o vestido e a gente começa nosso tour. O que me diz?

— Eu topo.- disse ele se aproximando pra lhe dar um beijo, Sara não protestou e correspondeu com vontade.

Depois daquele longo beijo ambos levantaram, foram fazer suas higienes matinais, trocaram de roupa e saíram de casa.

Sara puxou Grissom pela mão e o arrastou pra ver a torre primeiro. Andaram dez minutos e lá estavam eles diante da enorme construção.

— Eu não acredito que vou ver essa coisa linda todos os dias!- comentou sorrindo.

— Será que vai enjoar?- ele brincou.

— Se eu não enjoei da de Vegas, não vou enjoar dessa aqui.- sorriram. — Vamos procurar um lugar pra comer que eu estou com fome. Como você disse uma vez, senhor Grissom, eu sou um poço sem fundo.

Grissom riu por ela ter lembrado disso, deu um beijo estralado em sua bochecha e voltaram a andar de mãos dadas.

Andaram cinco minutos e avistaram um café.

— É aqui mesmo.- disse Gil já faminto.

Entraram no Café Constant, um estabelecimento pequeno, mas bem aconchegante e bonito.

Resolveram sentar nas mesinhas do lado de fora que mesmo estando frio, era um clima agradável e suportável, dava pra ficar do lado de fora sem problemas. Pediram café e croissant, Gil de presunto e queijo e Sara só de queijo. Tudo quentinho e delicioso.

— Que lugarzinho agradável, né?- Sara comentou olhando o movimento fraco da rua.

— Sim, eu gostei bastante. Não só da localização, mas da comida e do atendimento.

— É, eu também.- sorriu. — Vamos? Eu estou satisfeita, e você?

— Eu acho que vou tomar mais um café. Você espera?

— Espero, claro.- sorriu. — Nunca vi gostar tanto de café.- brincou.

— Ah, eu não tomo tanto, vai.- riu. — Gosto mais de chá.

Gil tomou mais uma xícara, pagaram a conta e chamaram um táxi. Resolveram ir apenas nas lojas da região, pra não ir muito longe e terem que atravessar o Rio Sena, mas se Sara não achasse em nenhuma das duas lojas daquele lado, teriam que ir ora mais longe mesmo. Foram até a loja de noiva que pesquisaram e Sara foi olhar alguns modelos. Em dezoito minutos chegaram na Cymbeline. Era uma loja pequena e jeitosa, Sara provou alguns e não gostou de nenhum. Ou tinha muita informação ou não cabia nela, ficava grande por ser muito magra ou curto por ser muito alta, e nenhum dos modelos tinha como ajustar. De qualquer forma ela agradeceu e saiu. Grissom não viu nenhum deles porque Sara não deixou.

Pegaram outro táxi e foram pra outra loja que ficava a treze minutos de lá, a Boutique de Robe de Mariée. Uma loja maior e mais chique. Sara sentiu a facada no peito ao chegar na fachada.

— Griss, eu vou chorar se eu entrar nessa loja, achar meu vestido e não poder levar.

Grissom deu risada.

— Você vai poder levar, meu anjo. A gente pode parcelar em cinqüenta vezes, morrer pagando o vestido, mas você vai levar... Tabom?

Sara o olhou e sorriu do jeito mais doce possível, não pelo que ele disse, mas como disse. Ganhou até um beijo de presente.

— Você é um amor.

Ele sorriu.

— Vamos fazer o seguinte... Como você não me deixa ver os vestidos...- Sara sorriu com isso. — Você fica aí e vasculha a loja toda enquanto eu vou ver um negócio.

— Que negócio?- perguntou com os olhos semicerrados e um sorriso escondido.

— É surpresa, ainda não sei se vai dar certo, mas já vi o lugar, só tenho que ir lá ver se consigo fazer.

— Está me deixando curiosa, eu quero saber.

— Se der certo, você vai saber hoje à noite.

— Não é justo.- ela disse sorrindo. Grissom riu e lhe deu um selinho.

— Eu já volto.- disse e correu para alcançar um táxi.

— Tá. - sorriu. — Te amo.

— Também te amo.

Gil entrou no táxi e foi embora. Sara então entrou na loja e tentou conversar com as atendentes. Foi um pouco complicado e teve que usar o tradutor algumas vezes.

Provou uns cinco vestidos e nada, até que viu sexto. Seus olhos brilharam. Não era tão simples como queria, mas era perfeito. A saia era lisa e arrastava no chão, o decote da frente era coração e o das costas era em V. O busto era todo coberto por pequenas pérolas e a alça que ia até as costas formando o decote eram de renda. Os pequenos botões de bolinhas iam do final do decote até as nádegas. Do busto pra baixo era bem soltinho. Sara ficou linda nele. E graças aos céus não era tão caro. Demorou uma hora na loja e quando saiu, Grissom já estava voltando.

— E ai?- ele perguntou ao sair do táxi.

— Achou?

— Achei.- sorriu feliz. — Ele é perfeito!

— Que bom!- também sorriu feliz. — Eu aproveitei e já comprei minha camisa na volta pra cá.

— Conseguiu o que queria fazer?

— Consegui.- sorriu. — Assim que a gente casar eu te levo lá.

— Tabom.- sorriu de volta. — Vamos atrás das flores então?

— Vamos. Deixa que eu levo.- Gil pegou a sacola das mãos dela e colocou na mesma mão que estava a sacola com sua camisa, pra ela levar as flores que são mais leves.

Chamaram mais um taxi e passaram em todas as onze floriculturas que tinham daquele lado de Paris. Só umas quatro eram longe uma da outra. Por conta da estação, as floriculturas não tinham muitas flores, mas Grissom e Sara conseguiram uma boa quantidade comprando em todas elas. Pegaram todas as flores brancas que conseguiram encontrar. Estavam lotados de sacolas, então foram para casa colocar as flores na água e guardar os trajes especiais.

Resolveram ir no cartório antes  de pararem para almoçar. Já era onze da manhã, assim já faziam tudo de uma vez. Assinaram todos os papéis que tinham que assinar para estarem legalmente casados, conseguiram alguém para casá-los em casa — uma juíza muito simpática — e finalmente foram almoçar pra fazer o tour oficial pelos pontos turísticos de Paris.

Já abastecidos, eles foram até o Parque du Trocadéro olhar com mais calma, tiraram fotos lá e seguiram de táxi proo Arco do Triunfo, pois a pé gastariam muito tempo e eles não tinham muito tempo. Tiraram fotos lá também e deixariam para subir no topo do arco quando fossem subir na torre. Pegaram o táxi de novo e em dez minutos estavam no Jardim das Tulherias.

— Se no inverno ainda está bonito, imagina isso aqui na primavera, Griss.

— Nem me fale, esse lugar é lindo. Quer tirar algumas fotos aqui também?

— Quero. A Ray ia adorar esse lugar, ela ama jardins.

— Um dia você mostra essas fotos pra ela.- Gil notou um pouco de tristeza camuflada naquela frase dela e deu um beijo em sua testa ao dizer isso.

Depois das fotos, eles foram até o Museu do Louvre que ficava ao lado. Aquele era um dos lugares mais frequentados de Paris por ter aquela pirâmide fora do museu. Estava lotado, mas conseguiram tirar uma boa foto com a pirâmide. Deram uma olhada dentro do museu também e depois pegaram um táxi na saída pra irem admirar a Catedral de Notre Dame que ficava numa pequena "ilha" no meio do Rio Sena e tinha acesso de algumas pontes. Ficaram admirados com a beleza da catedral e é claro que bateram várias fotos.

Bem pertinho dali havia uma livraria, eles já estavam à caminho do último ponto turístico quando passaram em frente essa mesma livraria cujo nome era Shakespeare & Company. Tiveram que parar pra olhar e o taxista esperou sem problemas. Gil com certeza voltaria ali depois.

Seguindo caminho, já pra perto da Torre Eiffel de novo, e igualmente perto de casa, eles foram até o Palácio dos Inválidos, um enorme monumento parisiense, cuja construção foi ordenada por Luís XIV, em 1670, para dar abrigo aos inválidos dos seus exércitos. Hoje em dia, continua acolhendo os inválidos, mas é também uma necrópole militar e sede de vários museus. Também tiraram fotos e depois foram pra casa a pé mesmo. Já eram duas horas da tarde e teriam que arrumar tudo ainda.

Compraram um grande arco de madeira fino quando foram comprar as flores e fixaram no chão do quintal. Depois eles foram colando as flores, uma por uma na madeira, cada um de lado para terminarem mais rápido. Isso levou quase uma hora e meia e trataram de fazer um caminho de flores com as que sobraram. Enquanto faziam tudo isso eles se divertiam, conversavam e cantavam as músicas do som que ligaram. A juíza chegou no horário marcado, às três e meia. Eles estavam meio atrasados, mas Julliet — a juíza — ficou contente em ajudar Grissom no resto enquanto Sara ia tomar banho, fazer a maquiagem e arrumar o cabelo.

— É a primeira vez que vejo os noivos arrumando a própria festa no próprio quintal.- sorriu enquanto improvisavam uma mesinha no meio do arco pra ser o altar.

— Achamos que ia ser mais simples e especial se fosse assim.- ele respondeu também sorrindo.

— Eu adorei. Ah, eu trouxe os docinhos que Sara pediu, estão na cozinha.

— Foi muita gentileza sua trazê-los.

— Imagina, minha filha ficou feliz por ter ganhado mais dois clientes.

Riram.

Depois de alguns minutos, Sara apareceu no quintal de robe, já maquiada e com o cabelo quase pronto.

— Você é rápida.- observou Julliet.

— Eu caprichei no simples.- sorriu pela simpatia. — Eu preciso da sua ajuda com o vestido, se não for abusar. Sabe como é, eu não tenho madrinhas, nem convidados.- riu.

— Sem problema, querida.- ela respondeu.

— Muito obrigada.- sorriu e foi até Grissom enquanto a juíza a esperava na porta do quintal. — Está pronto?

— Prontíssimo.- sorriu.

— Coloquei seu terno num dos quartos do segundo andar. Perfume, sapato, tudo lá. Porque o noivo não pode ver a noiva antes do casamento.

— Epa! Isso é uma tradição.

Ela riu.

— Eu sei, mas vai que dá azar de verdade. É melhor prevenir do que remediar.
Riram.

— Linda.- lhe deu um beijo curto.

— E então... Vamos casar?- sorriu.

— Só se for agora.- sorriu de volta.

Sara foi com Julliet pra suíte e Gil foi rapidamente se arrumar também. Ainda conseguiu terminar antes de Sara que estava nervosa lá em cima. A morena terminou de alisar o cabelo e finalmente estava pronta.

— Eu estou nervosa.

— Relaxa, toda noiva passa por isso. Você está linda.

— Obrigada.- sorriu e suspirou.

— Estaremos esperando você lá embaixo.

— Certo.- respirou fundo e voltou a se olhar no espelho enquanto a juíza ia embora. — Chegou a hora.- disse para si mesma e sorriu.

Garantiu que Grissom já estivesse no altar esperando por ela e então desceu as escadas.

Não havia música, o sol estava tímido, o vento era frio e Sara não tinha buquê. Apenas andava segurando o vestido na frente com as duas mãos para não tropeçar.

Gil esperava por ela junto a juíza e não parava de mexer os dedos dentro dos bolsos de tão ansioso que estava.

— Ela está vindo.- disse a Gil ao ouvir som de passos.

Grissom respirou fundo e quando a viu quase paralisou. Levou as duas mãos à boca e tentou segurar a emoção. Ela estava tão linda! Sara sorriu ao ver a reação dele e também tentou segurar pra não chorar.

Foi inevitável não abrir o sorriso mais lindo do mundo ao vê-la. O mundo parou pra ele, não conseguia enxergar nada ao redor, somente ela a sua frente com um sorriso no rosto caminhando lentamente em sua direção.

“Se eu pudesse escolher, eu guardaria só esse momento

Como o mais puro dos meus sentimentos

Que cheguei a sentir por ti” ― Chayanne

Que momento mágico! Sara sentiu seus braços arrepiarem por completo e não era por causa do frio, estava longe de ser o frio. Vê-lo parado no altar olhando pra ela daquele jeito tão fofo, emocionado em vê-la no vestido… O quintal não era grande então logo ela estava frente a frente com ele. Durante todo o caminho que percorreu — descalça, porque salto na grama não dá —, flashbacks de momentos felizes com ele passavam por sua mente. Tentava sempre gravar ao máximo na memória aquele momento, pois jamais queria esquecer a imagem dele sorrindo pra ela. Nem a imagem dele chorando, pois foi com surpresa que viu, ao ficar na frente dele, uma lágrima escorrer por seu rosto até molhar sua barba. Com isso, Sara sorriu mais ainda com os olhos também, os mesmos acumulando lágrimas desde que apareceu no quintal, e com a mão direita secou a lágrima que ele nem percebeu que havia escapado.

— Eu chorei?- perguntou surpreso, mas sem se importar.

— Chorou.- ela respondeu sorrindo mais ainda ao mesmo tempo que uma lágrima dela também escapou.

Gil a secou com cuidado pra não borrar a maquiagem e acariciou sua bochecha de leve.

— Você é a coisa mais linda que eu já vi.

Sara sorriu do jeito mais fofo sem mostrar os dentes fingindo estar tímida e tombou a cabeça pro lado.

“Linda do jeito que é

Da cabeça ao pé, do jeitinho que for

É, e só de pensar

Sei que já vou estar morrendo de amor

De amor” ― Tiago Iorc

Grissom virou-se pro arco de flores, tirou uma e colocou no cabelo dela, sobre a orelha. Sara sorriu com o gesto e segurou as mãos dele, prontos pra começar.

A juíza só observava os dois com um sorriso, era sempre lindo esses momentos, a noiva entrando, o noivo emocionado, depois os dois juntos no altar completamente apaixonados…

— Podemos começar?- sorriu ao perguntar e eles assentiram olhando pra ela, mas ainda de frente pro outro. — Estamos aqui reunidos hoje nesse quintal decorado repleto de gente...- Gil e Sara riram. —... Para unir esse casal em matrimônio.

A juíza disse mais algumas coisinhas não se estendendo muito, pois eles tinham seus próprios votos pra fazer.

— Quem quer começar?

— Pode ser eu.- disse a morena. Assim Gil ficaria menos nervoso em ler seu pequeno discurso.

Ambos escreveram seus votos quando ainda estavam na Costa Rica. Cada um de um lado da barraca pra não pegarem spoilers, e vez ou outra trocavam sorrisos e olhares apaixonados.

Sara pegou seu papel na mesinha e pôs-se a ler.

— Seria impossível resumir o que você significa pra mim em apenas alguns parágrafos, mas… É certeza absoluta que a minha vida mudou completamente depois que conheci você.- Sara lia o papel, mas vez ou outra olhava pra ele que tinha um sorriso bobo no rosto, sem mostrar os dentes. — Durante alguns anos, depois dos doze, eu comecei a achar que estava destinada a ser infeliz, pois passei por tantas coisas ruins…- Grissom sentiu seu coração doer com isso, mas continuou ouvindo encantado por vê-la discursando os próprios votos de casamento. — Uma luz se acendeu quando você apareceu, as vezes ela apagava pelas decepções, mas eu ainda conseguia sentir o calor de quando ela ainda estava acesa. Um dia, ela acendeu e ficou, as tempestades batiam e ela continuava acesa. Por algumas vezes eu achava que ela queimaria, mas só faltava energia, ela voltava depois.- os olhos de Gil voltaram a encher de lágrimas ao ouvir aquilo. Ela meio que comparou o relacionamento com a luz. — Recentemente ela quase explodiu de tanta luz que emitiu. Isso me assustou, mas eu estava tão louca de amor que nem liguei, pois eu sabia que mesmo se explodisse, a luz daria um jeito de continuar iluminando a minha vida. Hoje eu sei que vai.- sorriu ao dizer e ao ver mais duas gotinhas escorrerem. — Você me deu um lar, uma família e me deu o que eu mais precisava na vida: amor e proteção. Eu te amo tanto que nem sei como descrever, e eu prometo te amar, cuidar e estar com você pra sempre, não importa o que aconteça.- terminou de ler, colocou a aliança no dedo dele e o viu secando as lágrimas depois.

— Eu não imaginei que fosse chorar assim.- fungou. — Isso foi lindo.

— Até eu chorei.- disse Julliet também secando as lágrimas. — Já devia estar acostumada com isso.- riu e eles também.

— Como é que eu consigo ler o meu agora?

Sara riu e acariciou o rosto dele enquanto o mesmo pegava também seu papel na mesinha. Grissom respirou fundo e começou, também sempre revezando o olhar dela e do papel.

— Eu sempre fui um homem muito sozinho, muito inseguro, com uma vida preta e branca, sem muitas alegrias. Eu achava que era feliz, que tinha tudo o que queria e precisava. Mas eu vi o quanto estava enganado, e isso aconteceu quando eu conheci você.- Sara sorriu. Estava tão ansiosa quanto ele, pois Gil falar abertamente assim era um tanto raro. — Eu não sabia o que era amar alguém e nem sabia que esse sentimento pudesse ser tão forte assim, capaz de tirar o sono, a concentração, o juízo… Eu já vivi, vi e passei por muitas coisas, e essa coisa de alma gêmea, amor da vida, viver um romance, nunca passou pela minha cabeça. E se passou, não achei que pudesse viver tal coisa. Você chegou pra mudar isso, Sara.- a morena sentiu seus olhos quererem transbordar, mas respirou fundo e segurou, a maquiagem tinha que ficar boa nas fotos ainda. — Eu nunca fui tão feliz, eu nunca fui tão amado, e eu tenho certeza que se daqui a mais quarenta anos alguém me perguntar qual foi a melhor parte da minha vida inteira, a única resposta será você. Sara Sidle foi a melhor parte da minha vida.- uma lágrima danada teimou em cair e ela deixou. — Eu te amo muito, como nunca amei ninguém, e eu prometo de dedinho, dá aqui…- juntou seu mindinho com o dela e Sara riu sem emitir som. —... Que vou te proteger e te amar pra sempre. Eu não sei o que seria de mim sem você.- ao terminar, pegou a aliança menor e colocou no dedo dela.

— Bom… As flores estão testemunhando isso.- sorriu. — Sara você aceita o Gil como seu legitimo esposo sem descumprir tudo o que você prometeu?

— Aceito.- ela respondeu sorrindo.

— E você Gil? Aceita a Sara como sua legitima esposa sem descumprir tudo o que você prometeu?

— Com certeza.- também sorriu. Era inevitável não sorrir o tempo todo com o que estava vivendo.

— Então, pelo poder investido em mim e toda a cidade de Paris, eu vos declaro marido e mulher. Pode beijar a noiva senhor Grissom.

O ex supervisor sorriu e se aproximou segurando o rosto dela com as duas mãos. Quando seus lábios tocaram os dela, sensações novas, mas ainda semelhantes as que já sentiu, lhe invadiram. Sentiu que a partir daquele momento nada nem ninguém poderia separá-los, isso foi algo que nunca sentiu, pois sempre tinha o medo de que algo acontecesse e isso os afastasse. Agora não. A troca daquelas alianças e as promessas que fizeram lhe deram certeza de que dali em diante eles seriam sempre marido e mulher, seriam sempre apaixonados um pelo outro e sempre estariam juntos.

O beijo durou longos minutos, era um momento único e tinha que ser aproveitado ao máximo. Quando o pararam, abriram seus olhos e sorriram.

— Se há onze anos alguém me dissesse que um dia eu estaria no altar casando com você, eu diria que estaria louca da cabeça, jamais acreditaria em tal coisa.- ela comentou sorrindo. — Mas é real. Eu sou mesmo sua esposa.

— Isso é música pros meus ouvidos.- sorriu e lhe deu um selinho. — Também não acreditaria se me dissessem. Mas é isso... Somos a prova de que sonhos se realizam.

Sara sorriu, deu um selinho nele também e notou que estavam sozinhos.

— Cadê a juíza?

— Ah, finalmente deram a minha falta.- comentou sorrindo parada na porta de vidro do quintal. Gil e Sara riram. — Eu aproveitei o beijo de vocês e fui usar o banheiro, espero que não se importem.

— Claro que não, à vontade.- disse Gil. — Eu quero agradecer por ter vindo aqui realizar essa "cerimônia".

— E por ter trazido docinhos.- disse Sara saboreando um deles. — Estão ótimos, sua filha tem uma mão boa.

— Tem mesmo.- concordou sorrindo. — Não precisa agradecer, se precisarem de mais alguma coisa antes de eu ir...?

— Ah, precisamos sim. Queríamos tirar umas fotos para recordação. Eu até ia contratar uma fotógrafa, mas ela não pôde vir.- Sara comentou triste e Gil beijou a lateral de sua testa para confortá-la.

— Não seria abusar de sua boa vontade, seria?

— Imagina, será uma prazer. Onde está a câmera?

Sara foi buscar e Julliet tirou algumas fotos deles. Todas no altar improvisado deles. Uma de beijo, outra com os dois de frente pro outro de mãos dadas sorrindo, uma de olhos fechados com suas testas encostadas, outras duas olhando pra câmera e sorrindo — uma delas lado a lado com Gil apoiando em sua cintura, mostrando todo o look dos dois, e outra de Gil a abraçando por trás com os dois braços e com a cabeça encostada em seu ombro. E por fim foram até terraço tirar duas fotos ao pôr do sol com a Torre Eiffel de fundo. Em uma eles estavam se beijando e na outra estavam de costas pra câmera olhando a paisagem e Sara estava com a cabeça deitada no ombro dele.

Viram as fotos e amaram. Agradeceram imensamente a juíza que era um amorzinho de pessoa, depois desceram para o quintal de novo, se despediram da juíza e Gil teve uma ideia antes de levá-la onde queria. Tinha marcado às 18h15min com o responsável pelo parque. Já era 17h no momento, ainda dava tempo de fazer algumas coisas.

Gil pegou seu celular e selecionou três músicas para eles dançarem. Quando Sara o viu selecionando, sorriu e perguntou:

— Vamos ter valsa?

— É, mais ou menos.- sorriu também pegando a mão dela e a levando para o meio do quintal.

A primeira música que dançaram foi Real Love, dos Beatles.

— Eu amo essa música.- disse ela com a cabeça apoiada no ombro dele.

— Eu também, e a letra é bem significativa. É amor verdadeiro com certeza.

Sara sorriu, levantando a cabeça para olhá-lo ainda sorrindo e continuou dançando, mas agora com suas testas encostadas e olhos fechados.

A segunda que dançaram foi Diamond Ring, do Bon Jovi.

— Essa também é linda. Você escolheu bem as músicas, bem significativas.

— Obrigado, obrigado.- fez cara de convencido e Sara riu o abraçando mais pelo pescoço e lhe dando um beijo lento sem pararem de dançar.

— A próxima não é significativa, é só por ser animada mesmo. E você gosta de R.E.M., então…- a música que começou a tocar depois foi Losing My Religion.

— Ah! Eu adoro essa!- Sara se soltou dele e começou a dançar sozinha. Grissom sorriu e juntou-se a ela.

Não chegou nem no meio da música e Sara teve a ideia de ligarem via Skype para Catherine. Gil enviou uma mensagem de texto pra ela e foi buscar o notebook. Ao voltar pro quintal, colocou o aparelho sobre a mesinha improvisada do altar e ligou o Skype. Enquanto isso, Sara continuava dançando e comendo docinhos.

~ ♥ ~

No Laboratório de Criminalística de Las Vegas, a supervisora Willows recebia a mensagem de texto de seu amigo.

“Oi Cath!

Está com tempo livre? Se estiver, liga o Skype, estou online.

Gil.”

Catherine abriu um lindo sorriso e correu até sua sala. Ligou o notebook e entrou no aplicativo.

Não demorou muito para que ela conseguisse ver seu grande amigo todo sorridente do outro lado.

— Gil! - disse contente.

— Cath!

— Nossa! Como ele está bonito! Por que está todo arrumado assim?

— Estou numa “festa”. E aí, como você está?

— Eu estou ótima, mas e você? Cadê a Sara?

— Está ali. - Gil olhou para sua linda esposa que comia uns docinhos. — Sara! Ela já apareceu.

Sara não pensou duas vezes e correu até ele.

— Oi ruiva! - disse toda feliz.

— Sara! Oi! - Catherine não disfarçou a felicidade de ver seus dois amigos juntos, mas também não disfarçou o choque. Quando juntou os pontos sua boca se abriu automaticamente. Eles estavam num quintal decorado, Gil estava de terno e Sara de vestido branco. — Não me digam que essa “festa” é de vocês…- levou as mãos até a boca.

Gil e Sara não precisaram responder, apenas sorriram, estenderam suas mãos esquerdas e mostraram o brilho do dourado em seus dedos.

— Vocês se casaram!!- ela disse alto e sorrindo.

— Sim!- eles afirmaram mostrando o sorriso gigantesco que ambos não conseguiam tirar do rosto.

— Ai meu Deus! Sara, você está linda!

— Obrigada. - agradeceu corando um pouco.

— Estou tão feliz em vê-los juntos. Só eu sei pelo que o Grissom passou sem você.

Sara baixou um pouco a cabeça. Sentia-se mal por tê-lo deixado e por ter sido a causa de seu sofrimento.

— Hey...- ele percebeu e tocou seu rosto. Sara olhou pra ele. — Estamos juntos agora.

Ela sorriu docemente e encostaram sua testas uma na outra.

Catherine não pôde deixar de sorrir. Gil era realmente apaixonado por Sara e poder vê-lo feliz outra vez ao lado da mulher que ele amava, era gratificante pra ela. Esperava que eles fossem extremamente felizes nessa nova fase da vida deles.

— E então, pombinhos... Onde vocês estão?

Grissom abraçou a cintura de sua esposa e a mesma respondeu a pergunta da amiga.

— Paris.

— A cidade luz?! Que romântico!- Catherine, nesse momento, viu Nick passar pelo corredor. — Nick! Nick! Vem cá! Olha só quem está na tela.

— Grissom? - perguntou indo até a mesa dela em passos lentos.

— Ele e mais alguém. - Catherine sorriu, e ao ouvir isso, Nick andou mais depressa pra poder ver.

— Ahh! Oi gente!- saudou contente.

— Oi Nick!! - disseram.

— Eles se casaram. - Catherine informou ao amigo.

— Está brincando!!

— Acabamos de trocar as alianças.- disse Gil abraçando Sara que sorria.

— Poxa, meus parabéns! Fico muito feliz por vocês! Mas espera aí... Oh Sara! Você não disse que era contra casamentos? - ele resolveu provocá-la.

— Eu não disse isso. Eu disse que sou contra as pessoas fazerem algo por tradição sem saber o motivo. Nosso casamento não foi tradicional, foi simples.

— Isso aí. - Grissom concordou com as palavras dela e beijou sua bochecha. — Mas e aí, Catherine? Como estão as coisas?

— Estão ótimas!

— E o doutor Langston? Aceitou minha oferta?

— Ah, aceitou sim. Ele está indo bem. Teve umas complicações...- ela riu com Nick. — Mas está tudo certo. Ele está aprendendo rápido.

— Que bom. - sorriu.

— Falando nele, olha ele ali. Hey Ray! O Grissom está aqui! - Nick o chamou.

Ray caminhou até lá e ficou de frente pra tela do notebook para vê-lo, mas além de Grissom havia uma morena que ele não conhecia.

— Olá doutor Grissom!

— Doutor Langston! Como vai?

— Muito bem, e você?

— Estou ótimo. - trocou um olhar mais que perfeito com Sara antes de voltar a olhar pra tela.

— Ouvi falar bem de você, doutor Langston. Espero que esteja aproveitando. - disse Sara sorrindo.

— Ah, eu estou sim. - sorriu e olhou para sua chefe para ela dizer quem era aquela morena bonita.

— Ah Ray, essa é a Sara, esposa do Gil. - enfatizou a palavra ‘esposa’ e sorriu.

— Oh, é um prazer conhecê-la.

— O prazer é meu.

— Foi por causa dela que o Gil deixou tudo aqui e foi embora. - Catherine informou.

— Está me culpando, Willows? - arqueou as sobrancelhas.

— Claro que não. Já era pro Gil ter ido atrás de você muito antes. Eu sempre dizia a ele pra levantar os olhos do microscópio, foi bom ele tomar essa decisão.

Todos sorriram.

— Quer dizer então que o senhor Grissom largou tudo em Vegas por amor? - Raymond sorriu.

Sara olhou para seu marido esperando sua resposta.

— O mais intenso amor.

Ao ouvi-lo dizer isso, Sara não se conteve e o beijou.

— Awn! Eu vivi pra ver isso.- comentou Catherine sorrindo.

— Confesso que eu ainda acho um pouco estranho, mas é fofo.

— Estranho por quê?- Ray ficou confuso, então Catherine explicou tudo. — Ah, deixa eu ver se eu entendi… Eles se gostavam, mas não podiam se assumir por causa da regra, aí eles namoraram escondido de todo mundo e vocês achavam que eles eram só amigos?

— Isso.- afirmou Catherine. — Foi um choque pra todo mundo.

— Mas queremos que vocês sejam muito felizes.

— É, vocês merecem.

— Obrigada.- disseram e sorriram.

— Vamos desligar, eu tenho que levar a Sara em um lugar ainda.

— Pro quarto?- Cath riu.

— Meu Deus, Catherine, como você é inconveniente.

Riram do que Grissom falou.

— O quarto é depois, ruiva.

— Entendi.- riu. — Depois me conta.

Sara tapou o rosto e Grissom balançou a cabeça.

Despediram-se dos amigos e do jeito que estavam mesmo foram pegar o táxi. O motorista parabenizou os dois, mas achou incomum noivos pedir um táxi pra um parque afastado de noite, mas os levou. Quinze minutos depois estavam no Parque Bois de Boulogne.

To Be Continued...


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