“Tudo o que eu queria agora era ter seu abraço

Deitar no teu colo, me prender ao laço

Vivo na saudade, fico aqui sozinho, te esperando

Tudo que eu queria agora era provar teu beijo, ter você de volta

Juro, não estou aguentando [...]

Durmo e a cama está vazia sem você do lado

Sem teu beijo à noite, me sinto cansado

Não durmo direito, fico triste, só lamentando

Hoje eu acordei de um sonho, lembrando o sorriso

Teu olhar castanho é tudo que eu preciso

Vem que eu largo tudo, deixo tudo e vivo te amando” ― Maycon e Vinicius

Três semanas se passaram… Como Gil já havia decidido o que fazer e Sara já estava na Costa Rica, pelo que estava acompanhando no site do Sea Shepherd, a hora era agora. O supervisor estava em sua sala fazendo sua palavra cruzada, quando deu o horário do turno começar, o mesmo se levantou com os casos da noite em mãos e foi até a sala de descanso falar com sua amada equipe. Já chegou distribuindo-os, um pra cada um, exceto ele mesmo.

— Parece que o rei fica no palácio por hora.- disse Catherine. — É isso?

— Não.- respirou fundo antes de começar. — Eu sei que o ano está difícil para todos… E fiquei pensando, ou seja, mais que o normal.- sorriu. — E tomei uma decisão... Vou deixar o CSI.- a reação de todos foi de total surpresa. — Catherine vai ser a nova supervisora, vão estar em boas mãos.- Cath suspirou sorrindo com tristeza. Não queria que ele saísse, sentiria falta dele. — Enquanto eu limpo a minha mesa, Ecklie faz uma lista de candidatos para contratação de outro nível 1. Vocês não vão ficar desfalcados.- os tranquilizou e seu celular tocou anunciando uma mensagem, interrompendo a conversa. Todos permaneciam calados. — É… acho que vou sair do palácio. 419 na Charleston.- sorriu. — Ok?- nem deu tempo pra falarem nada, deu as costas ainda forçando um sorriso, pois percebeu que eles ficaram tristes com a notícia, e foi embora.

Os peritos se olharam depois de Grissom sumir de suas vistas.

— Não achei que ele chegaria a esse ponto.

— Eu também não.- Greg concordou com Nick.

— Pois é.- disse a ruiva. — Depois de tudo o que ele passou, sabíamos que esse dia chegaria. Ele precisa dela.

— Como assim? Do que estão falando?- Riley ficou confusa.

— A gente explica depois.

Não demorou muito para todos estarem sabendo da saída de Grissom. Hodges, quando soube, ficou muito chateado e até o ignorou algumas vezes.

Bom, um novo assassinato levou a uma conexão com um infame assassino em série, o assassino Jick e Jane — porque ele só matava casais —, então, Gil secretamente se juntou à classe do conhecido patologista Dr. Raymond Langston para ter acesso ao assassino e obter uma rachadura no caso. Durante o andamento do caso, todos no laboratório já se despediam de Grissom, perguntavam se ele ia mesmo embora ou agradeciam por tudo que ele os ensinou. Gil não achou que era tão querido assim e até ficou um pouco emocionado com as pequenas despedidas deles quando ficavam sozinhos com ele em algum momento, enquanto trabalhavam juntos pela última vez.

Albert:

— Você vai mesmo embora?

— Vou.- respondeu ele. — Pense assim, doutor: Um cara novo para ouvir suas velhas piadas.

— Eu gosto do cara velho.- Albert ficou triste com a notícia. Achou que Grissom ficaria ali até ter a idade dele, ou até mais. — Você está… fugindo de alguma coisa? Ou pra… alguma coisa/alguém?

— Fugindo pra minha sala.- disse Gil evitando o assunto e se dirigindo à saída. Achava que todo mundo sabia pra onde ele iria.

O legista riu.

— Perdeu o juízo.

Wendy:

— Grissom… Eu quero te agradecer… por tudo. Pelo apoio e pelo encorajamento que você me deu.

— Você mereceu.

A técnica sorriu.

Catherine:

A ruiva contava a divertida história de Lindsey que uma vez bordou o nome do namorado no bolso da calça e nunca usou porque terminou com ele depois de uma semana. Grissom sorria enquanto ela contava. Fazia um tempinho que não via Lindsey, já devia estar uma moça. Aproveitou que estavam esperando um resultado de identidade no computador e tocou no assunto com ela.

— Catherine…- ela o olhou. — Eu sei... que eu surpreendi você hoje com… com...

— Eu sabia.- ela o cortou antes que ele terminasse e ele a olhou com o cenho franzido. Cath sorriu. — Eu sabia antes de você.

Eles trocaram um sorriso mais fofo do mundo e voltaram ao caso.

Jim:

— Bom, então você vai embora?!

— Vou.- assentiu.

— Isso é mau.

— Vamos ter contato.

— Claro.- suspirou. — Um churrasco num dia de trabalho, num 4 de Julho. Vamos navegar.

Gil franziu o cenho.

— Temos um barco?

— Não.- ele respondeu desapontado e foram interrompidos por Vartann.

David:

Estavam falando sobre os insetos no corpo da vítima na mesa de necrópsia.

— Vai perder isso. Ôh se vai.

— Insetos não fazem falta, David… Você vai fazer falta.

O legista ficou tão emocionado com aquilo que teve que se retirar da sala.

Nick:

— Eu nunca vou esquecer tudo o que você me ensinou.

Grissom sorriu.

— Você é o melhor aluno que eu tive.

Nick também se emocionou com aquilo e resolveram voltar ao caso para não acabarem derramando lágrimas feito dois chorões. Não era uma despedida, eles ainda se veriam.

Greg:

— Chefe, olha só… Eu queria aproveitar pra agradecer muito por ter me colocado no campo.

Grissom sorriu.

— Eu tenho certeza que houve vezes em que eu não quis isso.

Greg riu.

— É… Isso mudou a minha vida.

Grissom o olhou e ele sorriu.

~ ♥ ~

O caso foi solucionado e Grissom foi falar com o professor Langston para se despedir e oferecer-lhe um emprego.

— Olha… Eu não sei se o senhor tem interesse, mas nós temos uma vaga em aberto no laboratório.

— Fala sério?- Grissom assentiu e Ray sorriu. — Eu não consigo me imaginar como policial.

— Não somos policiais. Viemos de uma variedade de especialidades. O senhor é médico, o senhor é totalmente qualificado.- Ray ficou surpreso. — É uma posição de iniciante, o horário é terrível, o salário é ruim...

— Mas dinheiro não é exatamente o objetivo, é?

— Acho que será de grande ajuda ao CSI. E o senhor poderá gostar.- sorriu. Sua equipe era a melhor de todas. Certeza que seriam grandes amigos dele também.

— Vou pensar.- disse Langston apertando a mão de Grissom.

~ ♥ ~

Em sua sala, Gil terminava de encaixar suas coisas. Imaginou que limpar sua sala seria difícil, mas não tanto assim.

E claro que não podia faltar Hodges:

— Quer dizer que é de verdade.- ele ainda estava sem acreditar até ver a sala de Grissom quase vazia. — Então como amigo e colega, eu sinto que é minha obrigação dizer que você está cometendo um erro colossal!

— Hodges!- Grissom riu.

— Gente como nós não pendura assim a chuteira! Esse trabalho é quem nós somos. Somos a linha tênue entre a ordem e o caos, você sai da equação e sabe lá o que pode acontecer! É o efeito borboleta. Você me ensinou isso. Os maus vencerão mais se não tivermos você!

Grissom sorriu. Achou até fofo. Pela primeira vez Gil não achou que ele estava puxando o saco, sentiu verdade. Hodges realmente estava triste e sentiria sua falta.

— Quem é o Watson sem o Sherlock Holmes?

— Watson era um gênio por si só.- respondeu o ainda supervisor. Hodges abaixou a cabeça e engoliu a seco. — É a hora certa de eu sair.

Sem mais alternativas, o técnico assentiu e saiu da sala mais triste do que entrou.

Gil desviou sua atenção para o papel que todos receberam no funeral de Warrick, onde continha uma oração dentro e na “capa” o nome dele juntamente com o ano de seu nascimento e de sua morte.

Pensou em como seria a reação dele quando soubesse que iria embora de Vegas, que iria largar o emprego, os amigos e o cachorro, tudo pra ir atrás de Sara. Sorriu com esse pensamento. Sim, era a coisa certa a fazer e a hora certa de sair.

Terminou de encaixotar tudo, levou todas as coisas importantes que precisaria na Costa Rica e colocou no porta-malas do carro de Catherine, para que ela enviasse pra lá, e deixou o resto na sala mesmo para que ela levasse e guardasse em sua casa. Já tinha combinado com ela e a ruiva ficou feliz em ajudá-lo, disse que faria tudo certinho como ele pediu. Assim como ir dar uma olhada em Hank de vez em quando. O cão ficaria com Victória até Grissom arranjar um jeito de levá-lo pra viver com ele e Sara, isto é, se conseguisse encontrá-la. Ainda não tinha certeza se teria êxito na busca, mas esperava que sim.

Grissom deu uma última olhada em sua sala. Já tinha resolvido a papelada com Ecklie e agendado seu voo. Sorriu. Sentiria falta daquele lugar, foi muito feliz ali. E por mais que ainda se sentisse feliz naquele laboratório que por muitas vezes foi sua casa, sua real felicidade estava agora fazendo trabalhos na Costa Rica e precisava correr atrás e trazer sua felicidade de volta pra perto dele.

Saiu e passou a andar pelos corredores pra se despedir daquele lugar que era tão especial pra ele e que sempre seria. Passou pela recepção onde viu Juddy, virou a esquerda e passou pelo áudio e vídeo onde Ecklie conversava com Archie, depois passou pelo DNA onde pôde ver Wendy consolando Hodges, andou mais um pouquinho e viu que Mandy estava reunida com Henry e Dave em sua sala. Em seguida pela balística onde viu Greg concentrado, olhou pra direita e conseguiu enxergar na sala de análises Albert e Riley. Parou de lado em frente a garagem e observou Nick periciando um carro. Sorriu e voltou sua atenção a sala a sua frente, a de descanso, onde Catherine estava com Jim. A ruiva o notou e ao vê-lo sorrindo pra ela, fez o mesmo e deu uma piscadinha, como se dissesse que ele podia ir tranquilo e ser feliz, que ela cuidaria de tudo e todos. Grissom sorriu mais ainda, sem mostrar os dentes, e seguiu pela direita, pra fora do prédio.

Seguiu com seu carro pra casa para pegar suas malas e se despedir de Hank e Vicky. Quando fez isso, foi direito para o aeroporto pegar o avião.

“Talvez eu seja um louco

Mas apenas não posso viver sem seu amor e afeição dando-me a direção

Como uma luz a me guiar através do meu escuro mundo

Antes as emoções apenas passavam por minha vida

Então você surgiu, me fez rir… e fez chorar...

Levou tanto tempo para te encontrar

Meu bem, eu quero você

Meu bem, eu preciso de você” ― Bread

~ ♥ ~

Depois de quase oito horas de voo, Grissom desembarcou e tratou de ir pro hotel baratinho que reservou, só pra deixar suas coisas enquanto procurava por Sara. Pelo que viu, ele tinha o nome do lugar, só precisava saber que rota tomar. A recepcionista do hotel, bem animada e comunicativa, disse que alguns hóspedes iam de barco pela redondeza e que iriam passar por perto de onde os pesquisadores estavam e Grissom viu uma oportunidade. Pegou seu GPS pra não se perder quando se separasse do grupo, vestiu uma roupa confortável pra andar no meio do mato, colocou o necessário numa mochila, pois poderia acampar em algum lugar, foi de fato bem prevenido. E claro, não esqueceu seu chapéu de palha.

Andou por um tempinho, passou por alguns lagos e insetos interessantes. Estava todo suado e cansado, mas só pararia quando achasse Sara, e algo lhe dizia que não estava longe de realizar esse desejo.

O barulho dos grilos não era tão irritante como geralmente achava, aliás, qualquer som ali era bom de ouvir. Desde as folhas se movendo com o vento até o zumbido dos mosquitos.

Andou, andou, até que viu em seu GPS que estava perto. Andou mais um pouco e conseguiu ver algumas peças de roupa penduradas num varal improvisado.

Parou quando a viu de costas fotografando um macaquinho numa árvore. Havia uma tenda improvisada montada ao lado, e até um cara lá debaixo dela também com uma câmera em mãos.

Seu coração acelerou. Finalmente havia a encontrado! Ficou observando ela de longe, mesmo de costas, sem ver seu rosto, sabia que era ela.

Sara sorria enquanto fotografava, mas seu sorriso sumiu e deu lugar a uma expressão de surpresa quando sentiu a presença de alguém atrás dela, e viu que esse alguém era Gil ao se virar.

Como assim? O que ele estava fazendo ali? Estava tão louca de saudades que já estava alucinando?

Ele sorriu pra ela e deu um passo a frente, Sara fez o mesmo sem acreditar que era real, que ele estava mesmo ali.

Grissom tirou a mochila das costas e largou no chão. Foram de encontro ao outro, Gil estendeu os braços para abraçá-la e assim que Sara estava em seus braços, Gil encurtou a distância de seus lábios lhe dando um beijo cheio de saudade. Sara não pôde abraçá-lo por completo por estar com a câmera nas mãos, mas retribuiu ao beijo com intensidade, e ao finalizarem, Gil deu um beijo na bochecha dela antes de se abraçarem.

O ex supervisor abraçou a cintura de sua amada com força, tamanha a falta que sentira dela.

— Griss!- Sara o abraçou forte — mas com dificuldade por conta do chapéu — pelo pescoço ainda sem acreditar que ele estava ali nos braços dela.

— Oi meu anjo.- disse ele aspirando seu perfume.

Ficaram abraçados por um tempinho ainda por conta da saudade.

— O que faz aqui?- desfez o abraço apenas o suficiente para olhá-lo.

— Vim atrás de você.- lhe deu um selinho.

— Mas você…- sentiu um nó em sua garganta, mas ela prosseguiu. —… viu o vídeo?

— Vi.- ele suspirou. — Nunca assistir a um vídeo doeu tanto.

— Desculpa.- ela pediu desviando o olhar dele por um segundo. — Eu precisei enviar.

— Eu sei. Como você disse, às vezes não tomar uma decisão é tomar uma decisão. Você só tomou uma atitude, coisa que eu não fiz, como sempre.- ele revirou os olhos.

Sara sorriu e acariciou o rosto dele.

— Eu te machuquei, desculpa.

— Eu também te machuquei, honey. Muitas vezes, aliás. Estamos quites.- beijou a testa dela.

Sara fechou os olhos e suspirou aliviada, depois o olhou.

— Resolveu tirar férias?- sorriu.

— É.- ele também sorriu. — Mas… férias definitivas.

Sara franziu o cenho e colocou a alça da câmera no ombro.

— Como assim?

— Catherine é a manda chuva agora.

Sara arregalou os olhos.

— Largou o emprego? Gil, você ficou maluco??- ele riu da reação dela.

— Por quê?

— Você ama o que você faz, passou anos da sua vida fazendo isso. Foi justamente por isso que eu não insisti que viesse comigo.- Grissom suavizou a expressão e sorriu com o canto dos lábios. — Largar tudo assim é loucura, Gil, aquele lugar é sua vida…

— Não, não Sara.- ele segurou seu rosto com as duas mãos. — Você é minha vida.- Sara quase surtou com aquela frase, seus olhos já quiseram encher de lágrimas. — Não ia adiantar nada eu ficar lá fazendo o que eu amo, sem a mulher que eu amo.- Sara sorriu. — Eu não consigo viver sem você.- a morena não acreditava que ele estava ali lhe dizendo aquelas coisas lindas, queria enchê-lo de beijos e mais beijos. — Inclusive, espera um pouco...

Foi até a mochila que largou lá atrás e levou pra perto dela, pegou duas caixinhas — uma vermelha e uma preta — e voltou a jogar a mochila no chão. Ele havia comprado duas alianças douradas e um anel de noivado. Sara levou as mãos até a boca.

— Você aceitou casar comigo, lembra?- sorriu e Sara continuava com cara de espanto. Aquilo era sério mesmo?! Gil estendeu o anel de noivado com a intenção de colocar em seu dedo.

— Ai meu Deus, ele é lindo.- disse ao ver o anel. Era de prata com um diamante pequeno e delicado em cima.

— Ainda quer ser minha esposa?

— Claro que eu quero.- sorriu e uma lágrima escorreu por seu rosto.

Grissom também sorriu com a resposta e colocou o anel no dedo dela dando um beijo em seguida. Depois secou a lágrima dela acariciando seu rosto macio.

— Não acredito que fez isso.- ela voltou a colocar a mão na boca olhando pro anel. — Você é completamente louco, Gil.

— Louco por você.

Sara não aguentou e tascou um beijo naquela boca, que se fosse eu, faria a mesma coisa. Ela declarou um “eu te amo” com o olhar após o beijo. Gil fez o mesmo e a beijou outra vez. Ficou tanto tempo sem beijá-la que agora não queria mais largar.

— Como me encontrou?- perguntou ao finalizar o beijo.

— Eu dei meu jeitinho.- sorriram abertamente. — Quer dizer que agora você é pesquisadora.- manteve o sorriso.

— É.- ela também manteve. — Eu estava precisando desse contato com a natureza. Está sendo incrível, Griss, não sabe o quanto eu estou me sentindo bem aqui.

— Isso é ótimo.- sorriu. — Está uma graça com esse lenço no pescoço.- ela sorriu e ele deu um beijo em sua bochecha. Depois, apontou com a cabeça pro macaquinho. — Posso ver as fotos que tirou?

— Aham.- ela tirou a câmera dos ombros e deu a ele.

Gil foi passando e adorou.

— Nossa! Ficaram ótimas!

— Obrigada.- sorriu. — Tive uma boa referência de fotógrafa. A Ray adorava fotografar paisagens e animais, além das pessoas.

— Ela ia se orgulhar dessas fotos.- sorriu de lado. Sara também e olhou para o macaco.

— Esse é o Winky. É quase nosso mascote, está sempre por perto. Ah, você tem que conhecer o pessoal, vem cá.- pegou na mão de Grissom, esperou que ele pegasse a mochila e o levou pro outro lado. — Gente!- chamou a atenção deles.

— Olha os pombinhos aí!- Roger anunciou. Ele que estava debaixo da tenda quando Grissom chegou. Ele até saiu quando viu que eles iam se beijar e foi contar para os outros. Zé fofoca.

— Não acredito que ele veio atrás de você!- exclamou Alyssa, a única canadense do grupo misto que estava ali com Sara.

Com a morena eles eram em 10 no total. Os outros grupos que se formaram no Sea Sheperd foram estudar outros seres e áreas, o grupo de Sara ficou com aquele local na Costa Rica. Foi bom eles terem decidido ir pra lá já que era o lugar que Sara já planejava ficar um tempo.

— Também fiquei surpresa.- a morena sorriu olhando para o amado que sorriu tímido.

— O que é isso no seu dedo?- observou Kim, a asiática.

— Ele te pediu em casamento!!!- Alyssa gritou histérica.

— Ai Aly!- reclamou Kim que estava ao lado da jovem e sentiu os tímpanos doerem.

— Pois é, agora estou noiva!- a morena sorriu feliz.

O grupo comemorou e os parabenizou.

— É um prazer finalmente conhecê-lo, senhor Grissom.- disse Franklin, o mais velho. Era americano como Roger, Joan, Dener e Robert.

— O prazer é meu.

— Sara falou muito de você.

— Ah, é mesmo?- sorriu ao perguntar e olhou para Sara que também sorriu.

— Se bem que nem precisava né.- comentou Joan, a veterana. — Gilbert Grissom é um nome conhecido.

— Um dos melhores entomologistas dos Estados Unidos.- completou Sara. — Mas pra mim, é o melhor.

— Awnnn!- disseram em coro.

— Assim eu fico tímido.

Sara sorriu e lhe deu um beijo na bochecha.

— Senta aí, casal, vamos bater um papo.- Dener, o homem mais forte, com cara de sério, pele negra e cabelo em pequenos dreads, disse apontando um tronco onde Felipe estava sentado, pra eles se sentarem também.

O brasileiro do grupo então deu mais espaço pra eles se acomodarem ao seu lado.

— Sara disse que vocês eram um casal fora da lei.- Raj, o indiano, comentou fazendo todos rirem.

— Eu não disse assim.- Sara riu.

— Aí Lipe!- Robert chamou a atenção dele. — Lá no Brasil também é proibido relacionamento entre dois peritos?

— Cara, eu não faço ideia. Mas se for, com certeza tem Grissom’s e Sara’s quebrando regras por lá também. Brasileiro é teimoso, desiste fácil não.

Riram.

O grupo conversou animadamente com Gil e o ex supervisor não demorou para se sentir a vontade com eles. Quiseram saber sobre os casos mais bizarros que eles já investigaram, pois nunca tocaram no assunto com Sara pra não deixá-la triste ao lembrar dele e dos amigos. Ele e Sara contaram os mais marcantes na opinião deles e se divertiram com as pérolas que o grupo contava de suas próprias experiências de vida.

Enfim estavam juntos, num lugar completamente diferente, mas ainda assim, cercados de pessoas incríveis.

“Uma vida toda tão sozinho,

E então você chega e alivia a dor.

Eu não quero perder este sentimento” ― The Bangles