Love Story escrita por Fofura


Capítulo 137
Relacionamentos XXIII - Perdido


Notas iniciais do capítulo

Capítulo pequenininho e sofredor



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“Perdido e completamente só,

Eu sempre pensei que conseguiria ficar sozinho

Desde que você se foi o dia custa a passar

As lágrimas atrapalham e eu preciso que você volte para ficar

Eu vagueio noite afora e busco pelo mundo

Para encontrar as palavras para corrigir essa situação

Tudo o que quero é ter tudo como era antes

Com você aqui, pertinho de mim

E eu preciso fazer você ver que eu estou perdido sem o seu amor

A vida sem você não vale a pena ser vivida

Agora estou tão indefeso como um barco sem leme

É como tocar sem sentir, nem posso crer que é real

Sim, eu estou perdido sem o seu amor

A vida sem você não vale a pena ser vivida

Tudo o que quero é que seja como costumava ser

Preciso de você aqui comigo”― Bread

Duas semanas se passaram e Gil só teve notícias de Sara nos primeiros dias. Ela não ligou nos dias seguintes e quando ele ligava ou estava desligado ou fora de área. Ele estava preocupado, mas ela disse que talvez iria pra Costa Rica, então talvez ela estivesse lá. Não tinha certeza.

Ecklie conseguiu achar uma CSI pra assumir o lugar de Sara e tentava achar mais um para assumir o lugar de Warrick, pois a equipe ainda estava desfalcada. A CSI nível 2 é Riley Adams, uma moça de aparentes 29/30 anos, loira, olhos azuis e bem desafiadora, nada tímida. Grissom não teve do que reclamar dela, era bem focada. Conforme a investigação fluía, a CSI novata tentava se enturmar com a equipe.

Quando Riley chegou ao laboratório, todos tinham acabado de conhecer a doutora Patrícia Alwick, uma conselheira do programa de assistência a funcionários da polícia que veio para ajudá-los a lidar com a morte de Warrick. As sessões não eram obrigatórias, mas Greg e Hodges viram uma oportunidade de desabafar. Patricia queria que Grissom fizesse o mesmo.

E ele bem que precisava. Não era a primeira vez naquela semana que Grissom se desconcentrava no que estava fazendo. Hodges presenciou isso, Nick presenciou isso, Cath presenciou isso… Não estava mais tão focado e aquilo estava deixando-o preocupado, além de que suas enxaquecas estavam ficando frequentes e ele não conseguia dormir. A situação estava precária.

Teve a oportunidade de falar com Patricia duas vezes.

— Senhorita Alwick.- a cumprimentou assim que entrou na sala de convivência e a viu. Foi direto pegar mais uma xícara de chá, era só o que estava bebendo ultimamente.

— Senhor Grissom!- ela respondeu. — O senhor queria falar comigo?

— Não, eu só vim pegar mais chá.- respondeu ainda de costas pra ela.

— Esperava termos a chance de conversar.

— Eu estou no meio de um caso.

— Eu sei, eu entendo que tem muito trabalho, mas se… encontrar um tempinho…

— Obrigado, eu agradeço.- tentou fugir da conversa, mas pensando bem, ela até que podia ajudá-lo. Virou-se para ela. — Isso pode não ser do seu campo de conhecimento, mas… ultimamente eu tenho tido problemas com o Hank…

Nem deu tempo de ela falar nada, nem de Gil explicar quem era Hank, Hodges entrou na sala e interrompeu a conversa dizendo que tinha informações sobre o caso. Gil pediu licença e o seguiu.

Não a procurou depois, mas ela mesma fez isso. Foi até sua sala e perguntou se ela podia falar com ele.

— Sim, claro, pode sentar.- ele respondeu apontando pra cadeira.

Mas ela não parecia contente.

— Gostaria de saber por que considera o que faço com óbvio desprezo.

Oi??

Grissom ficou com uma interrogação na cara. Quando ele disse isso?

— Como é?

— Da última vez que nos falamos o senhor disse que estava com problemas com Hank, e… por me preocupar com o senhor e porque levo meu trabalho muito a sério, comecei a fazer perguntas…- Grissom na hora entendeu o que estava acontecendo e quis interrompê-la, mas ela não deixou. — E encontrei um misto de embaraços, sorrisos abafados na maioria da equipe, até que… David Hodges ficou com pena de mim e me informou que Hank é seu cachorro.- enquanto ela falava, Grissom sorria sem jeito e até achando a situação engraçada.

— Eu me desculpo.- ele se explicou. — Mas era um assunto sério.

— Ah, sério?

— Nas últimas semanas meu cachorro anda agitado... mal come... Eu queria saber se você acha possível que os animais possam absorver as emoções de seus donos.

— Bom…- ela começou e se sentou na cadeira a frente dele. — Os animais domésticos são criados para reagirem a seres humanos. Em algum nível até acredito que eles passam a sentir o que seus donos sentem. Então... O que anda sentindo?

Oh merda! Ele não queria falar dele… mas mesmo assim, se quisesse ajudar Hank a melhorar, teria que falar, pelo menos um pouquinho.

— Ér…  Eu tenho andado... meio distraído ultimamente.

— Uhum.- ela disse prestando muita atenção e vendo como ele estava desconfortável em falar com ela. Ele parecia ser assim com qualquer um.

— Eu estou tendo dificuldade pra me concentrar nos detalhes.

— Isso é normal.

— Não comigo.- garantiu e ela ficou surpresa. — Eu queria saber se... você sabe... quanto tempo, geralmente, isso pode levar.

— Não há regra. Dias, semanas, às vezes anos. O importante é se dar conta disso, mas tem que falar a respeito. Se for não comigo, com outra pessoa, mas logo.

A conversa foi interrompida pelo telefone, era Jim ligando pra ele. Depois de conversar com o detetive, Gil agradeceu Patrícia por tê-lo escutado e aconselhado e pediu licença, pois teria que sair.

Era pior do que imaginava. Nem fazer o que amava estava adiantando mais. A ausência de Sara era tão ruim assim? Se não tivesse arriscado se relacionar com ela lá atrás e ela tivesse ido embora como foi recentemente, teria o mesmo efeito nele? Ele estaria sofrendo tanto? Hank, provavelmente, não. Detestava ver seu amigo daquele jeito, e pensava em como seus amigos o viam. Ele estava igualzinho ao cão. Imaginou que Catherine estaria vendo-o como ele via Hank. Vez ou outra ela perguntava se ele estava bem, se tinha comido, se tinha dormido, ela estava muito preocupada com ele.

Como na semana seguinte, era Halloween, e estavam no necrotério examinando um corpo que tinha vários cacos de vidro, a moça foi achada no lixo por Nick e Riley. Catherine falava com ele e ele não respondia, mas não era porque não estava ouvindo, a voz dela estava distante, mas ele estava ouvindo, ele só estava distraído.

— Gil, ouviu o que eu disse?- ele a olhou. — Os ferimentos dos cacos parecem superficiais.

— É.- eles concordou observando. — Sem resposta vital no tecido. Pós mortem.

A ruiva suspirou.

— Você tem dormido?- ele não respondeu, nem precisou. — Nem eu.- disse ela. — Notícias da Sara?

Gil a olhou e sentiu uma pontada. Estava triste e pra ela ele não precisava esconder.

— Não sei onde ela está.

Catherine o olhou surpresa. Como assim ele não sabia onde ela estava? Não estavam mais se falando? Por isso que Gil estava tão distante, distraído, sem foco no trabalho? Por que tinha perdido o contato com ela e a mesma não tinha dado sinal de vida?

Gil tentou focar mais até o fim do caso, e conseguiu, tentou não pensar em Sara e se entregar ao caso, mas ao final dele… tudo voltou.

“Nem estou dormindo mais

Já não saio com os amigos

Sinto falta dessa paz

Que encontrei no seu sorriso” — Sandy e Junior

Foi pra casa e nada quis fazer, levou Hank para seu quarto onde agora ele dormia. O cão só queria dormir se fosse na cama, no lugar que Sara ficava. Gil e ele ficaram deitados lá quietinhos por um tempo. Gil fazia carinho nele enquanto o cão descansava a cabeça em sua barriga.

E o telefone tocou acabando com o sossego deles. Mais corpos surgiram, suspeitos do caso que investigaram, Gil teve que se levantar e ir.

Sua vontade não era a mesma, parecia que só trabalhava porque tinha que trabalhar, porque era obrigado a isso. Não sentia mais prazer nenhum em levantar todos os dias e ir solucionar crimes. Precisava recuperar essa paixão. Mas como?

~ ♥ ~

Enquanto isso, uma certa morena olhava as ondas e o azul do oceano, sentindo o vento balançar seus cabelos agora mais curtos do que o habitual.

Suspirou.

A ex perita, agora pesquisadora, pensava nele, nos momentos que tiveram e no quanto sentia falta, mas também em como estava se sentindo bem com aquele ar puro, longe de tanta tristeza e morte. Ali, ela não se sentia mal, ela não tinha pesadelos, ela não chorava de medo nem insegurança. As únicas lágrimas que derramava as vezes, quando deitava a cabeça no travesseiro e deixava-se viajar nas lembranças felizes, era de saudade de Gil e Hank. Seus dois amores.

Alguns de seus colegas de tripulação ali no Sea Shepherd notaram que as vezes ela ficava aérea quando, por algum motivo, tocavam no assunto “Laboratório” ou “Entomologia”, até mesmo “Shakespeare”. Além de que Dylan lembrava um pouco Grissom. O modo como falava dos seres marinhos, era quase idêntica da maneira que Gil falava de seus insetos. A aparência também lembrava um pouco, tinha barba e cara de sábio.

Por mais que doesse, Gil havia tomado a decisão dele em não ir com ela e deixá-la partir. Como ele disse, haviam prioridades, e Sara chegou a conclusão de que não era ela, que pra ele era o trabalho em primeiro lugar, como sempre foi. Por mais que o amasse profunda e eternamente, tinha que seguir em frente. Aquele relacionamento estagnado deles não daria certo. Provavelmente não se veriam nunca mais, pois pra lá ela não pode ir e de lá ele não pode sair.

Tinha que terminar… era o único jeito. Não podia deixá-lo com a esperança de que um dia voltaria para a cidade, para o trabalho e que tudo voltaria a ser como era antes, pois não era isso que aconteceria.

Aquele era o fim e nada doía mais em seu coração do que pensar assim.


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Notas finais do capítulo

Eita sofrência mds, tadinhos :( De quem deu mais dó agora? Do Gil, do Hank ou da Sara?
Os dois próximos também não brincam de ser tristes, mas juro que são só eles shuahsa
Deixem seus lindos comentários confortando os três aqui, tá?
Abraço de urso :3



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