Love Story escrita por Fofura


Capítulo 134
Relacionamentos XXII - Ninguém Sabe o Dia de Amanhã




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Um mês se passou na maior paz. Não totalmente com o trabalho que eles tinham, mas em relação a suas vidas pessoais, amizade e convivência, estava tudo na paz. Um caso por turno pra eles também era paz se pensar bem.

Mas naquele primeiro dia de maio… a equipe inteira estava cheia a de casos. A morte de um homem que ficou em chamas sob custódia da polícia, a morte de um homem com sangue verde que é ligada a drogas, a morte de um casal de idosos que estavam em um controle de pragas com problema com seus vizinhos, e depois mais uma morte de uma moça que vivia na delegacia com roupa de alumínio. Loucura. E o engraçado era que todas essas mortes estavam relacionadas de maneiras diferentes. Mas Gil ainda assim não acreditava em coincidências. Depois de explicar uma teoria, ele finalizou:

— Então, as conexões entre nossas vítimas... ou entre qualquer um de nós, não são tão extraordinárias.

— Mas todos pensavam que estivessem sozinhos.- comentou Nick.

— Pena que não sabiam da teoria de Grissom.- disse Warrick sorrindo.

— Em um universo paralelo talvez estivessem todos tomando café da manhã juntos.

Grissom sorriu.

— Neste universo, talvez nós estejamos.- Catherine completou o que Greg disse.

— É.- concordaram.

— E você paga!- a ruiva falou ao supervisor sorrindo, assim como todos os amigos.

Gil não viu problema.

— Eu pago, sem restrições.

— Só está faltando uma pessoa aqui.

Todos olharam para Grissom quando Nick disse isso, e no mesmo momento o notebook do supervisor apitou.

— Falando nela.- disse Gil com um sorriso discreto, abriu a tela aceitando a chamada de vídeo e Sara apareceu. — Não morre mais hein, Sara!

Todos riram do que o supervisor falou.

— Eu? Por quê?- ela franziu o cenho. — Estavam falando de mim?

— Estávamos.

— Cadê eles?

Gil virou o notebook para os amigos para que assim todos pudessem vê-la.

— Oi gente!!- ela saudou animada.

— Oi Sara!- eles saudaram de volta dando olá com as mãos.

— Como vocês estão?

— Com saudade de você.

— Como você é falsa, ruiva.- Sara brincou fazendo todos rirem.

— Mas olha só, que filha da mãe.- Sara deu risada. — Sinto saudade de brigar com você, sua insuportável.

— Agora está sendo realista.- riram mais uma vez. — O que estavam falando de mim?

— Estávamos saindo pra comer e eu disse que só falta você pra turma ficar completa.

— Você faz falta, Sara.- completou Greg.

— Também estou morrendo de saudade de vocês.

— Oh Gil, por que não levamos a Sara com a gente?- propôs Warrick. — Assim mesmo, no notebook.

— Genial, Warrick.- disse Grissom. — Quer ir com a gente, honey?

— Nossa, vocês realmente sentem a minha falta.

— Que convencida! Depois dessa eu deixava ela aí.- Catherine brincou e Sara deu língua pra ela.

Os homens riram.

— Agora eu vou só pra te atormentar, ruiva.

— Ai que chata.- riu.

Eles saíram da sala de Grissom e o mesmo nem fechou o notebook pra ir pro carro, foram segurando aberto mesmo até o estacionamento conversando com Sara, pra não desligar e só chamarem ela de novo quando chegassem lá. Não, ela ia o caminho todo também.

Entraram no carro de Catherine que foi dirigindo, Gil no passageiro segurando o notebook, Warrick atrás do banco de Catherine, Nick atrás do de Grissom, e Greg no meio.

— Liga a rádio aí galera, vamos cantando.- disse Sara.

Grissom ligou enquanto Catherine manobrava o carro.

— Coloca numa rádio de pop, Grissom.

— Olha só, o Greg está pop hoje.- Nick e Warrick riram.

— Isso! Pop todo mundo conhece.- disse Sara.

Grissom colocou numa rádio que só tocava pop e já estava tocando uma que todos eles conheciam.

— Essa é viciante! Até eu gosto.- falou Warrick.

E todos, com exceção de Gil, começaram a cantar a música do The Black Eyed Peas.

— No, no, no, no, baby, no, no, no, no, don't LIIIIEE! 'Cause you know, know, know, know. Yeah, you know, know, know, know, you gotta TRYYYYYY! So what you gonna do when it all comes out? When I really see you and what you all are about? No, no, no, no, baby, no, no, no, no, don't LIIIIEE!

Grissom deu risada.

— Vocês são doidos.

Chegaram no Frank’s em poucos minutos e pegaram uma mesa vazia ao fundo, na janela. Encostaram o computador na parede da janela, Gil sentou no canto direito perto dele com Cath ao seu lado. Do lado esquerdo ficou Nick e Warrick que estava de frente para Catherine, e na ponta da mesa ficou Greg.

— O que vão pedir?

— Sua salada de repolho favorita.- disse a ruiva.

— Griss, olha ela, está fazendo de propósito pra eu ficar com vontade.

— Catherine, você nem gosta de repolho roxo.- falou o supervisor.

— É bom que peça e ache ruim, vai gastar dinheiro a toa.

Todos riram do que Sara disse, incluindo a ruiva.

Fizeram seus pedidos de café, torradas e panquecas, e Sara ficou com água na boca.

— Não vou aguentar ver vocês comendo panquecas, eu amo panquecas.

Eles riram.

— Faz aí pra você, maninha.

— Nick, minha panqueca não chega aos pés da do Griss.

— Olha a cara de convencido dele.- Warrick os fez rir com seu comentário.

— Bom, eu vou na cozinha pegar alguma coisa pra não ser a única sem comer nada.

— Não tomou café ainda?- perguntou Greg.

— Tomei.

— E vai comer de novo?

O supervisor não se conteve.

— Essa aí é um poço sem fundo, Greg.

— Hey!- ela bronqueou.

Gargalharam.

A manhã foi bem divertida, com todos ali juntos de uma forma ou de outra. Fazia tempos que não faziam isso, e foi o jeito que acharam, mesmo sem planejar, de amenizar a situação que se encontravam.

Gil chegou em casa satisfeito com a manhã que passou ao lado dos amigos e de Sara, que mesmo longe, estava perto.

Mas ele, de volta a dolorosa realidade, se encontrava novamente em casa, sozinho. E aquilo machucava.

“Estou sozinho nessa cama

Mas nos meus sonhos sinto você me tocar [...]

O tempo passa e esse amor não quer passar

Será amor além da vida

Meu coração eternamente vai te amar” ― Hugo e Tiago

 

~ ♥ ~

Duas semanas depois a paz se foi, quando a vítima deles era nada menos que um ex policial, então detetive, que Warrick contratou para investigar Gedda, já que ele mesmo não podia. Quando descobriram isso, Warrick já estava atordoado numa poça de sangue de Gedda. Ele estava morto em sua cadeira de barbeiro e Warrick virou o principal suspeito por sua arma e suas algemas terem sido usadas no crime. O caso ficou com o turno do dia, comandado por Ecklie e a corregedoria, mas como ainda estavam com o caso do ex policial que podia ter relação, podiam investigá-lo e assim também participar do caso Gedda/Warrick.

Warrick estava detido na delegacia e Catherine quis ir vê-lo, era difícil vê-lo naquela situação.

— Com licença, detetive. Eu poderia ter alguns minutos com o CSI Brown?

— Por que?

“Porque sim, porra!” em vez disso, ela respondeu:

— Eu sou amiga dele.

— Ele está precisando de amigos mesmo. À vontade.

— Obrigada.- ela sabia que mesmo que entrasse sozinha eles não ficariam a sós, pois o detetive certamente ouviria tudo pelo outro lado do vidro. Olhou de relance para o vidro sabendo que ele estava lá. — Como você está?- apoiou-se na mesa, meio de costas pro vidro.

Warrick suspirou.

— Isso depende.- olhou pra ela e perguntou: — Acha que eu fiz isso?

Catherine olhou novamente de relance para o vidro como um aviso.

— Não posso discutir o caso.

— É...- ele suspirou também olhando de relance para o vidro. — Eu não sei, acho que me sentiria melhor se trocasse de roupa. Eu odeio essa roupa de condenado.

Ai como queria abraçá-lo naquele momento e dizer que tudo ia ficar bem.

— Eu vou cuidar disso.- disse com ternura e segurou a mão dele. — Aguenta firme.- Rick apertou a mão dela e com a outra ele segurou seu braço fazendo um leve carinho. Sorriu. Catherine também sorriu discretamente e deixou a sala.

Depois de ir até a casa dele, pegar roupas limpas e levá-las pra ele na delegacia, Catherine voltou ao laboratório para se reunir com seus amigos e discutir a situação do amado.

— Olha, a exposição ao clorofórmio pode resultar em amnésia de curta duração. Warrick diz que não consegue se lembrar de nada depois de entrar no escritório de Gedda. Cadê o exame toxicológico dele?- perguntou a Henry que tinha ido falar do clorofórmio pra eles.

— O sangue dele não foi coletado.

— E por que não?- perguntou a ruiva.

— O relatório da prisão não verificou qualquer sinal de álcool no local, eu acho que ninguém viu uma razão pra isso.

— Bom, agora há uma razão.- disse o supervisor. — Vou ligar pro Ecklie.

Assim que o informou e finalizou a ligação, seu celular tocou.

— Quem é?- perguntou a ruiva.

— É a Sara. Não é uma boa hora.- disse antes de atender. Todos prestavam atenção nele. — Oi honey.

— Oi! Tudo bem?

— Não muito, estamos tendo uma noite complicada aqui.

— Muitos casos?

— Na verdade, não. É o Warrick.

— O que houve?- preocupou-se.

— É uma longa história, prometo que te conto tudo depois, é que agora não dá mesmo.

— Mas ele está bem? Agora estou preocupada.

— Não, não precisa se preocupar, vai ficar tudo bem. Ele está detido na delegacia, a acusação é grave.

— Detido?- ela ficou chocada. — Meu Deus...

— Eu ligo assim que puder, tabom?

— Tá, espero que dê tudo certo.

— Vai dar.

— Até depois então. Te amo.

Ele tentou não sorrir, mas não conseguiu.

— Também te amo.- finalizou a ligação e quando fez isso, “indignou-se”. — Pelo amor, sempre que a Sara liga, vocês me olham desse jeito.

Os amigos sorriram.

— É fofo, Gil.

— Tá, vamos focar no Warrick.

Todos voltaram a ficar sérios.

~ ♥ ~

Levou um tempinho, mas conseguiram provar que um policial corrupto — como Jim suspeitava que tinha — matou Gedda e armou para Warrick. Como não conseguia se lembrar de nada e o detetive ficava no seu pé para que confessasse, Warrick já estava começando a acreditar que realmente tinha sido ele, inconscientemente. Grissom foi até a sala de interrogatório falar com ele.

— Ouça, Grissom… Eu sinto muito sobre tudo isso, eu…

— Warrick.- o interrompeu.

— Sim.

— Foi uma armação.

— Armação?- ficou surpreso. Gil assentiu sorrindo. O CSI suspirou aliviado. Uffa! Não tinha cometido nenhum crime! — Quem foi?

— Gedda tem um infiltrado no departamento.

— Um policial?

— Daniel Pritchard.

— Ele está preso?

— Ainda não. Nem tudo sai como a gente quer. O procurador vai tirar as acusações.- mais uma vez Warrick suspirou aliviado. — Mas ainda há as questões das infrações administrativas.- levantou-se da cadeira. — Por isso Ecklie e eu estamos recomendando ao subdelegado que você seja suspenso e rebaixado, mas não demitido.

— Ainda tenho o emprego?

Grissom sorriu e confirmou com a cabeça.

— Mas o subdelegado diz que tem que pensar a respeito. Ele só quer deixar você ansioso.

Warrick o abraçou com força e agradeceu muito a ele. Grissom sorriu com isso e retribuiu o abraço. Warrick era como um filho pra ele, não importava o quão difícil fosse, sempre iria cuidar e protegê-lo.

Depois que Brass providenciou a saída de Warrick da delegacia, ele e o resto da equipe foram numa lanchonete comemorar.

Passaram no máximo uma hora lá conversando e dando boas risadas. Warrick se ofereceu pra pagar a conta depois de fazer todos sorrirem ao dizer que não havia outro lugar que ele gostaria de estar, senão com eles. Zoaram Nick que ficou com cara de bobo olhando pra garçonete que os atendeu, depois, um por um foi se despedindo. Gil foi o primeiro.

— Muito bem, eu vou pra casa.

— É, eu também.- disse Greg.

Levantaram-se.

Grissom aconselhou a Warrick dormir um pouco e disse tchau pra todo mundo.

— Obrigado pelo café hein.- Greg disse ao pegar na mão de Warrick. — Tenho que pegar um avião.

— Até mais.

Greg tinha um encontro com três editoras em Los Angeles para a publicação de seu livro, ele iria viajar ao nascer do sol, o que não demoraria muito.

Catherine abaixou pra falar com Warrick bem pertinho de seu rosto o abraçando pelo ombro com o braço direito, e segurando a mão dele com sua esquerda.

— Quando precisar de alguém pra conversar, sabe onde me encontrar.- falou em código pra Nick não perceber nada. Warrick entendeu perfeitamente.

— Tá.- ele sorriu. — Obrigado.- Catherine lhe deu um beijo na bochecha, se endireitou e foi embora se despedindo de Nick antes.

O texano até convidou Warrick pra beber, mas o moreno estava exausto e precisava descansar, então deixou pra próxima. Se despediu do amigo e foi em direção de seu carro no beco.

Ninguém, nem mesmo ele, tinha ideia do que estava prestes a acontecer.

“Queria poder ter dito adeus

Eu teria dito o que eu queria

Talvez até choraria por você

Se eu soubesse que seria a última vez

Eu teria partido meu coração em dois

Tentando salvar uma parte de você” ― Lady Gaga


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