Love Story escrita por Fofura


Capítulo 130
“— Honey, o que há com você?”


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhaaas! Tudo bom côceis? Perdão pelo atraso e pelas notas enormes, mas leiam, please.
Obrigada a todas que ainda comentam, obrigada a Juliete que comentou em todos os capítulos nessas últimas semanas, eu fiquei bege, chocadíssima, e ainda nem sei como agradecer, pandinha. Admiro muito sua coragem e paciência viu shauhsa Obrigada mesmo ♥ E GENTE! Eu não esqueci de divulgar a fic da migs no capítulo 128? ~ emoji da mocinha tapando a cara com a mão ~. AMORES, Second Chance é maravilhosa e é uma fanfic Yo!Bling (alguém me explica por que deram esse nome pro shipp, pelo amor de Deus). Como eu disse na minha recomendação, é uma fanfic curta, mas inteiramente empolgante e mostra o que a gente gostaria de ver se tudo fosse diferente do que aconteceu na nona temporada. E se o Warrick não tivesse morrido? (olha o spoiler pra quem não viu a série. Perdão). E se ele e a Catherine tivessem chance de arriscar igual o Gil e a Sara? São 5 capítulos maravilhosos e que com certeza você vai amar ler!
https://fanfiction.com.br/historia/757670/Second_Chance
Quem estiver com preguiça de copiar o link, é só dar uma checada aqui no meu perfil, foi a última história que eu recomendei ;)
Eu gostaria de dedicar esse capítulo aqui pra Bruh e pra May, o aniversário delas é dia 23 e não vai ter como eu postar capítulo esse dia. E mesmo se desse, não seria legal dedicar o Adeus e Boa Sorte pra elas né, meio depre isso. Esse aqui é triste, mas não é de todo ruim como o próximo.
Enfim, feliz aniversário adiantado pra vocês, meus amores ♥ Espero que todos gostem desse capítulo ^~^



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Era semana de Halloween, a equipe estava animada, pois estavam planejando festejar com fantasias, até conversaram quem se vestiria de tal personagem. Mas Las Vegas não dá descanso e no Halloween as pessoas levavam a sério toda essa coisa de morte e coisas macabras, porque sempre tinha um caso pra investigar. Infelizmente.

Naquele caso, o turno da noite se misturou com o do dia pra trabalhar no caso de uma atriz de filmes de terror que foi morta no estúdio de gravação. No início o caso era só do noturno, mas Ronnie foi ajudá-los depois já que era uma área grande. Já Sara ficou pelo laboratório mesmo, estava desanimada e meio depressiva. Até desabafou com Greg no meio do turno quando ele a encontrou no locker sozinha e cabisbaixa.

— O que foi?

Sara o olhou.

— Sabe o que acontece nos filmes de terror? Quando vão atrás da garota morena e ela sempre morre?

— E… a loira sempre vive?!- ele se aproximou e sentou perto dela. — Que foi, não está feliz que não foi um filme?- sorriu entendendo o motivo de ela estar daquele jeito. Greg notou que ultimamente Sara estava estranha, desanimada, sem a paixão de antes que ela tinha pelo trabalho.

Sara riu nervosa e balançou a cabeça.

— Acho que eu estou…- suspirou. — Eu acho que estou cheia de estar diante da morte todos os dias.- Greg compreendeu e deixou ela falar. Parecia que ela estava precisando falar. — O número de assassinatos tem subido todos os anos desde que cheguei aqui, está totalmente fora de controle e… não conseguimos nem reduzir isso.- ela concluiu triste.

— É por isso que tem estado desse jeito, não é?- Sara abaixou a cabeça. Greg sentou mais perto dela. — Eu sei que é difícil esquecer pelo que você passou naquele deserto, Sara. Sei que esse trabalho exige ter um emocional muito forte e que o seu esteja abalado depois de ver a morte passando diante dos seus olhos como uma vítima, mas… Tem que acreditar que as coisas vão melhorar.

— Eu tento, Greg, eu tento acreditar…- suspirou. — Mas está muito difícil.

— Já conversou com o Grissom?- ela negou com a cabeça. — Por que não?

— Eu não sei…

Sara estava mal há poucos dias quando ela parou pra refletir sobre o disse a Greg, de todos aqueles assassinatos, tragédias, tristezas... estava rodeada disso em Las Vegas. Mas eles sempre viveram com isso nesses anos todos e Sara só se sentiu abalada daquele jeito naquele momento. Sabia que Grissom não entenderia, nenhum deles entenderia.

— Grissom não está trabalhando no caso da Weatherly, você podia ir falar com ele.

— Não quero deixá-lo preocupado.

Greg segurou a mão dela.

— Se tem alguém que pode te fazer se sentir melhor, mais do que eu, esse alguém é o Grissom. E acredite, Sara, é muito difícil te dizer isso com a minha reputação.

Greg fez ela rir e sorriu com isso. Ele, como amigo, talvez não pudesse ajudá-la naquele momento. Grissom, como namorado, podia.

— Vai lá, vai te fazer bem. Só toma cuidado com o Ecklie.

Sara sorriu e o abraçou.

— Obrigada Greg.

O CSI sorriu e disse que não precisava agradecer.

Sara levantou aos olhares de Greg e foi até a sala do supervisor.

Grissom estava dando uma revisada nos relatórios dos últimos dias. Ela sorriu ao vê-lo concentrado, pensou em ir embora, mas entrou batendo na porta.

— Oi.- ela cumprimentou.

— Oi honey!- ele sorriu ao vê-la.

— Tudo bem?- perguntou se aproximando da mesa.

— Tudo. Achei que estivesse trabalhando no caso da atriz morta.

— Ronnie está. Estou com tempo livre.- disse colocando as mãos sobre a mesa. — Está ocupado né? Não quero te atrapalhar.- Sara desistiu de falar com ele sobre como estava se sentindo. Talvez não fosse uma boa hora.

— Você não me atrapalha, meu anjo.- ele respondeu. — Vem cá, senta aqui.

Sara sorriu e levou uma cadeira pra sentar ao lado dele, se sentasse em seu colo e Ecklie visse, estariam encrencados.

Assim que Sara ficou acomodada ao seu lado, Gil lhe deu um beijo.

— Você está bem? Parece triste.

Ele sempre sabia, não tinha jeito. Sara fingiu que não.

— Não, estou bem. Só queria ver você.- entrelaçou sua mão esquerda na direita dele e deitou a cabeça em seu ombro. Precisava daquele contato. Foi aí que ela viu um porta-retratos com uma foto deles sobre a mesa. Involuntariamente ela pegou o retrato com a mão livre e sorriu.

— Já tem um tempinho que eu coloquei aí.- comentou sorrindo ao vê-la olhando pra foto. Eram ele, ela e Hank, naquele dia no parque.

— Essa foto ficou linda, não ficou?- aquele passeio ficaria na memória dela pra sempre.

— Ficou sim. Eu gosto de ficar olhando pra ela às vezes.- os olhos de Gil brilharam ao olhar pra fotografia.

Sara deixou que sua mente voltasse para aquele dia. Queria era voltar para aquele tempo, onde ela e Gil podiam ficar juntos, onde os pesadelos não a importunavam, onde todos os sonhos e momentos que tinha eram felizes.

Grissom percebeu que ela estava meio aérea.

— Hey…- tocou o rosto dela que voltou à realidade. — O que foi?

— Nada.- ela forçou um sorriso e tirou a cabeça do ombro dele sentando direito. — Sinto falta.

— Eu também.- olhou pra foto depois pra ela. Ambos fecharam os olhos e encostaram suas testas uma na outra. Gil conseguiu sentir que pra ela estava sendo difícil toda aquela mudança de turno, o tempo que ficavam sem se ver por conta disso, e que quando estavam namorando em segredo eles podiam ficar juntos e era muito melhor. — Vai ficar tudo bem.

Sara o olhou e sorriu.

— Você é de fato muito observador.

— Anos de prática.- ele a fez sorrir de novo.

Catherine então apareceu na porta, estava passando e viu os dois.

— Oi gente.- ambos olharam pra ela. — O que estão fazendo?- sorriu.

— Só conversando.- Gil respondeu.

— Está na pausa?- Sara perguntou.

— Não. Eu estava com o Nick, a gente vai voltar pra cena do crime. Vi vocês e resolvi passar aqui pra contar a minha ideia.

— Que ideia?- perguntaram.

— Já que estamos na semana do Halloween e estamos nesse clima sombrio.- ela sorriu e eles também. — Eu pensei em todos irem pra minha casa quando concluirmos o caso da Weatherly. A gente faz uma pipoquinha com uma sessão de filmes de terror... O que acham? Já falei com Nick e Greg, eles toparam. Só falta vocês e o Rick.

— Quer ir, honey?

— Eu acho que vai ser muito legal, faz um tempo que não ficamos todos juntos né?

— É verdade.- ele concordou. — A gente vai sim, Cath. Só chamar quando for embora.

— Perfeito. Vou falar pro Nick ligar pro Warrick no caminho.

— Ok.- eles concordaram.

— Até mais.- ela mandou beijo pra eles e foi embora.

Algumas horas depois o caso foi concluído e Catherine marcou de se encontrarem na casa dela alguns minutos depois, pra dar tempo de todo mundo tomar um banho pra relaxar. Não demoraram muito pra estarem todos juntos na sala da ruiva.

— O que vamos assistir? Eu trouxe vários aqui pra gente escolher.- disse o mais novo.

— Boa Greg! Qual você tem aí?

— Tem Jogos Mortais 1 e 2, Pânico na Floresta 3, Abismo do Medo…

— Esses aí não dão medo, só deixa a gente tenso.

— Ou seja...- falou Warrick. — Nick quer um filme que faça ele cagar nas calças, Greg.

Todos riram.

— Bom, então temos Espíritos 2, O Grito, O Chamado, A Hora do Pesadelo e... Olhos Famintos.

— Só isso?

— Eu não assisto muitos filmes de terror, releva aí. E os clássicos como Halloween, Sexta-Feira 13, O Exorcista... todo mundo aqui já viu.

— Olha, o do Freddy não, eu vou ficar com medo de dormir.- pediu Catherine.

“Eu vejo coisa pior que o Freddy quando durmo.”- foi o que Sara pensou, mas não disse nada.

— Certo, esse aqui não.- disse Warrick pegando a capinha do filme e colocando de lado.

— Valeu Rick.- ela sorriu.

Grissom tomou a palavra.

— Olhos Famintos também não porque todos já assistimos.

— Inclusive, é muito bom.- comentou Sara. Todos concordaram.

— Lindsey disse que assistiu Espíritos 2 com alguns amigos e quase morreu de susto. Estreou esse ano.

— Se tratando de espíritos já dá medo. Vamos assistir?- pediu Greg. — Depois a gente coloca O Chamado.

— Linda Samara, o grande amor da minha vida. Que mulher, amigos, que mulher!

Todos riram da brincadeira de Nick.

Grissom e Catherine foram preparar a pipoca enquanto Sara e os meninos arrumavam a sala pra sessão cinema.

Com tudo pronto, edredons, comida, luz apagada e filme na tela, eles se acomodaram. Gil e Sara em um sofá, Greg e Catherine em outro, Nick e Warrick no tapete macio e confortável. Durante o filme, Sara deitou no colo de Gil e Greg, pra zoar, pediu pra deitar no de Catherine.

— Meu Jesus, falta muito pra acabar?

— Qual é, Cath!- disse Warrick. — Esse é até fraquinho.

— Tabom, senhor corajoso.

— Achei que gostasse de filmes de terror.- disse Grissom.

— Eu adoro, mas não significa que eu não sinta medo de nenhum.

(Essa frase me define)

O filme acabou e Cath foi acender a luz, só então perceberam que Sara havia dormido.

— Aposto que ela dormiu na melhor parte do filme.- comentou Nick.

— Tadinha Nick, ela estava cansada.- Greg comentou, sabia que ela não estava com cabeça pra nada nos últimos dias.

— E ela dormiu no colo do Gil recebendo carinho na cabeça.- comentou a ruiva. — Quem não dormiria?- riram. — Topam mais um?

— Acho que é melhor jogarmos alguma coisa.

— Greg está morto de medo, ala.- Nick e Warrick gargalharam.

— Não estou não.

— Que tal jogarmos cartas?- sugeriu a ruiva. — A menos que queiram jogar xadrez e perder pro Grissom.

— É melhor cartas mesmo.- disse Warrick fazendo-os rir também.

— Leva a Sara pra cama, Gil. O quarto de hóspedes já está pronto, ela vai ficar mais confortável lá do que no sofá.

— Tudo bem, obrigado Cath.

O observaram levantar do sofá e pegar Sara no colo com todo o cuidado. Sorriram.

— Deixa eu ir na frente pra abrir a porta. Meninos, as cartas estão naquela gaveta.

Catherine e Grissom sumiram corredor adentro e os meninos comentaram mais uma vez sobre os dois.

— Eles esconderam muito bem, não acham?- perguntou o moreno.

— Ah, eu não acho que esconderam tão bem.

— Você só diz isso porque os pegou no flagra lá no Frank’s.- Nick lembrou.

— Não… Eu notava o jeito que a Sara olhava pra ele, só não queria acreditar.

— Você ainda gosta dela?- Warrick quis saber.

— Não como antes. Sara é minha melhor amiga, eu gosto dela assim.

Warrick e Nick sorriram com a sinceridade dele.

Lá no quarto, Gil colocava Sara na cama com toda a delicadeza do mundo. A cobriu com o cobertor e beijou sua testa, tudo aos olhos atentos de Catherine que mantinha um sorriso no canto dos lábios. Ainda se perguntava como não tinha percebido todo aquele amor antes, agora era tão nítido o quanto ele a amava e se preocupava com ela.

— É lindo ver o cuidado que tem com ela.- comentou enquanto ele ia até ela na porta. — Agora eu entendo o que sentiu quando quase a perdeu.

Gil olhou para Sara dormindo e sorriu. Às vezes ficava pensando no contrário do que aconteceu, se não tivessem achado ela viva. O que ele faria. Catherine conseguiu interpretar isso.

Voltaram pra sala e Warrick já embaralhava as cartas, todos sentados no tapete em volta da mesa de centro.

— Vão querer apostar?

— E vamos apostar o que? Eu fiquei sem dinheiro depois de pagar a conta de luz do último mês.- disse Catherine.

— Eu também estou duro.- falou Warrick.

— Gastei as últimas economias do mês no cinema com a Sara ontem.

— Vamos apostar salgadinhos.

— Excelente ideia, Greg.- Nick riu. — Eu vou buscar.

— Ricos apostam dólares, fichas, propriedades… Nós apostamos salgadinhos.

Riram do comentário de Warrick.

Nick voltou com um grande saco de cheetos de queijo e os olhos de Greg brilharam.

— Agora o negócio vai ficar bom! Vamos dividir, dá aqui.

O jogo fluiu bem, deram muita risada e perderam muitos salgadinhos pra ruiva. Catherine pegou a metade dos salgadinhos de todos eles.

— Ouviram isso?- ela perguntou ao ouvir um barulho.

Grissom também ouviu e soube o que era.

— Sara…

Levantou-se e foi andando rapidamente até o quarto onde ela estava. Os quatro que ficaram se olharam e levantaram pra ir junto.

Grissom entrou e encontrou Sara sentada na cama chorando pelo pesadelo que acabara de ter. Dóia nele ver aquilo acontecendo de novo. Foi até ela, sentou na cama bem pertinho e a protegeu em seu abraço.

Enquanto estava com a cabeça apoiada no peito de Grissom, Sara chorava sem se importar com os amigos chegando.

Os CSI’s chegaram e viram Grissom tentando acalmar Sara que chorava muito.

— Gil, o que aconteceu?- perguntou Catherine preocupada já que nunca tinha visto Sara chorar assim.

— Pesadelos.- ele respondeu quando a olhou. Voltou a acariciar a cabeça de Sara com dor no coração. Sabia que Sara não queria que os amigos a vissem assim. — Shiii… Está tudo bem…

— Ela sempre tem pesadelos?- indagou a ruiva.

Nem sim, nem não.

— Vocês lembram quando Sara ficava três/quatro noites sem dormir?

— Sim.- responderam.

Gil não precisou dizer mais nada, pois eles entenderam que era por causa disso. Grissom beijou a testa dela e novamente sussurrou pra ela se acalmar e que estava tudo bem. Sara ia tentando se acalmar aos poucos enquanto Grissom falava com os amigos.

— E sobre o quê são os pesadelos?- dessa vez Warrick quis saber.

Gil abaixou a cabeça para olhar pra ela e perguntou se podia contar, com a resposta dela que assentiu com a cabeça, Gil contou enquanto a acalmava com seus carinhos.

— Cath, você lembra que eu disse que Sara tem um motivo pra agir como age em casos de violência doméstica e estupro?

— Lembro.- respondeu já com um mau pressentimento.

— Quando ela era criança viu muita violência em casa, os pais sempre brigavam, ela ouvia gritos o tempo todo. Até que um dia a mãe dela resolveu acabar com isso.

— Como assim?- Greg perguntou assustado.

— Matou o marido.

Todos levaram as mãos até a boca chocados com a informação.

— Sara viu o pai morto a facadas na cama. Ela tinha doze anos.

— Meu Deus…- Warrick estava pasmo, nunca imaginara uma coisa dessas acontecendo com Sara.

A morena ainda soluçava tentando manter o controle das lágrimas, mas elas continuavam a descer. Era inevitável ao ouvir Grissom relatando o que tinha vivido.

— Ela nunca contou isso pra ninguém a não ser eu e o terapeuta que ela foi obrigada a consultar. Os pesadelos retratam aquela noite, mas de forma pior.

— Tadinha…- Catherine estava com o coração partido por saber de tudo aquilo. E lembrar do jeito que agiu com Sara quando ela foi suspensa lhe encheu de culpa.

Sara já havia parado de chorar, mas se recusava a soltar-se do abraço de Grissom, se sentia segura ali. Ela só se mantinha quieta e tentava conter os últimos soluços que dava. Gil a abraçou mais forte.

— Quando engatamos nosso relacionamento ela já tinha esses pesadelos, com o tempo que ficamos juntos eles foram sumindo, desapareceram. Mas a Natalie fez aquilo com ela e todos eles voltaram. Ela tem pesadelos quase todas as noites agora.

Nenhum deles sabia o que dizer. Ver Sara daquele jeito tão vulnerável, fez com que eles não a reconhecessem.

— Nunca imaginariam isso, não é?

Todos eles negaram compreendendo a dor que a amiga passou por todo esse tempo.

— Eu tenho que pedir desculpas de novo.- Catherine agachou pra ficar na altura dos olhos de Sara naquele momento.

— Por que?- a morena perguntou com a voz um pouco embargada.

— Eu te julguei mal aquele dia, fui muito injusta. Agora eu sei que eu merecia a bronca que o Gil me deu. Desculpa Sara, eu devia ter perguntado.

— Tudo bem.- ela sorriu. — Já cometi esse mesmo erro uma vez.- ela olhou para Warrick que sorriu pra ela.

— Deixa a gente abraçar ela também, Gil.- Warrick pediu chegando perto da cama e Grissom se afastou de Sara sorrindo.

Cada um deles deu um abraço muito, muito forte em Sara, dando todo o apoio e carinho que eles sentiam. Sara não queria que ninguém soubesse de seu passado, pois não queria pena de ninguém, mas ali ela não viu pena em lugar nenhum, ela viu amor de uma família que jamais pensou que teria.

— O que estavam fazendo antes de eu atrapalhar vocês?- sorriu.

— Estávamos jogando cartas.- respondeu Grissom.

— E a Catherine já pegou quase todos os nossos salgadinhos.

Sara riu.

— Estão apostando salgadinhos?

— É. Quer jogar também?

— Prefiro só assistir, perderia tudo num piscar de olhos.

Todos riram e voltaram pra sala. Ficaram onde estavam sentados antes e Sara sentou ao lado de Grissom segurando seu braço e apoiando o queixo em seu ombro. Olhou as cartas dele e eram boas. Gil a olhou de canto de olho e sorriu.

— Gente.- Sara chamou a atenção deles. — Estão olhando sem parar, de novo.- sorriu.

— Desculpa, força do hábito.- Catherine fez todos rirem. Gil e Sara eram novidade, queriam pegar cada detalhe.

Assim que terminaram de jogar e ninguém conseguir recuperar os salgadinhos da ruiva, todos os seis se acomodaram nos lugares que iam dormir. Como Lindsey não estava em casa, Catherine pediu a ajuda de Warrick para pegar o colchão dela onde Gil e Sara ficariam. Warrick ficaria no quarto de hóspedes, Nick e Greg ficariam cada um em um sofá, e ela ficaria no quarto sozinha. Mas até lá, resolveram assistir mais um filme de terror, O Chamado. Catherine sentou no sofá com Greg, e Warrick com Nick. Gil e Sara estavam no chão, deitados no colchão.

— Sem dormir hein, Sara!- brincou Nick.

— Não garanto nada.- disse ela sorrindo, pois recebia cafunés de Grissom.

— Oh Grissom, se fizer a Sara dormir por causa desses cafunés, você vai ter que pagar ingresso do cinema pra todo mundo quando estrear Jogos Mortais V ano que vem.

— É.- Greg concordou. — Com direito a pipoca e refrigerante.

— Vão sonhando!

Assistiram ao filme e deram risada de Sara que qualquer coisinha se assustava e ria. Foi uma noite de Halloween bem divertida apesar de tudo. Estavam em família.

~ ♥ ~

Uma semana depois, um caso importante surgiu. O agente do FBI, Jack Malone, juntou forças com Grissom para rastrear um serial killer depois que um menino que foi sequestrado há seis anos, em Nova York, se enquadra no perfil de uma vítima de assassinato em Las Vegas.

Grissom percebeu o quanto o agente era irritadinho ao vê-lo interrogando o suspeito. Eles conversavam enquanto iam até sua sala e o agente a achou meio… diferente.

— Essa é a sua sala? Sério? Quer dizer… por escolha? Não acha que está um pouco... cheia demais?

— O que tem de errado com a minha sala?- Gil fez cara de confuso. Pra ele era uma sala normal.

— Ah, não sei…- colocou seu óculos e deu uma boa olhada em um dos frascos onde tinha… — Por que não me diz?

— É um feto de porco exposto à radiação. Eu usei pra determinar os efeitos da radiação no tecido.

— Pra quê?- Jack com certeza já sabia que Gil era meio doido.

— Por diversão.

A atenção de ambos foi em direção à entrada da sala onde Sara apareceu, mas ela achou que Gil estava sozinho.

— Opa, desculpa. Eu não quis interromper.

— Não, tudo bem.- disse Gil apresentando-os depois. — Jack Malone, FBI. Sara Sidle, CSI.

— Oi.- ele disse.

— Oi.- Sara respondeu. — Soube que seu caso de sequestro virou um assassinato em série.

— É.- ele confirmou olhando para Grissom de relance.

Sara assentiu e foi direto ao assunto, mas com certa timidez já que não estavam sozinhos.

— Bom, eu fui convocada pro trabalho mais cedo hoje, mas... eu já cuidei do Hank.- sorriu.

— Obrigado. Vejo você depois.

O jeito que ele sorriu a fez ficar sem graça. Deu um tchauzinho com a mão e se virou pra sair.

— Foi um prazer.- ela disse ao agente e saiu da sala.

— Hank é seu filho?- Jack perguntou quando Sara saiu.

— Hank é meu cachorro. As vezes ela o leva pra passear pra mim.

— Hmm, é assim que começa.- Gil franziu o cenho. — Tenho alguma experiência em namorar no local de trabalho.

— Sério?- Grissom ficou meio desconfortável por ele já ter percebido logo de cara que ele e Sara namoravam. — E… como foi pra você?

— Olha, eu não sei dizer.- foi engraçada a expressão que ele fez.

Enquanto eles conversavam, Sara chegava em sua cena de crime. Um garoto brincando havia encontrado um senhor ferido pedindo ajuda, esse mesmo garoto disse que ele morava em uma casa com a esposa, mas ela não atendia a porta. Sara foi pra casa com o detetive do diurno e encontraram o corpo dela na sala. A arma do crime que foi usada podia ter ligação com o caso que Gil e Jack estavam investigando, então Sara ligou para seu namorado e para Albert também, pra ir examinar o corpo.

— Ouvi dizer que o marido morreu no hospital.- informou o legista enquanto media a temperatura do fígado da moça. Gil e Sara davam uma olhada em uma mesa que haviam alguns documentos e uma caixa de armas vazias. — Mas o assassino ficou por aqui um tempo. De acordo com a temperatura do fígado, ela morreu algumas horas antes do marido.

Aquilo atingiu Sara em cheio.

— Quer dizer que o marido estava aqui, vivo, enquanto a esposa estava sendo estuprada e morta?

Grissom já sentiu pela maneira que Sara perguntou, que aquele caso tinha mexido com ela. Fazia um tempo que ela não se envolvia em casos. Primeiro quem voltou foram os pesadelos, agora a sensibilidade com casos de violência sexual. Depois que doutor confirmou sua pergunta, Grissom viu a namorada abaixar a cabeça com uma expressão triste.

Sara fez o possível para coletar as evidências rapidamente e sair daquela casa. Grissom percebeu e quando ela saiu, foi atrás dela.

— Sara!- ela se virou. Era nítido que estava mal. — Você está bem?- perguntou mesmo assim.

— Eu não sei.- a vontade de chorar era grande. Sara estava esgotada, agora cada caso deixava a perita péssima. — Tem ideia de como ele escolhe as vítimas?

Gil estava mal por vê-la daquele jeito.

— Não. Ele escolhe casas sem sistema de segurança ou cães, entra a noite quando a maioria está dormindo, através de portas ou janelas abertas. São alvos fáceis.

— Então… é de forma aleatória.- Grissom assentiu. Queria pegar todo aquele sofrimento pra ele, para que ela não se sentisse daquele jeito. — Eles estavam passando a noite no sofá, assistindo um filme… isso é tão…- Sara se segurou pra não chorar. Precisava sair dali. — Tão errado…- ela concluiu com a voz embargada enquanto ia embora.

Grissom suspirou com o coração apertado de dó. Iria atrás dela, mas não podia deixar a cena. Teria que falar com ela quando concluíssem o caso. Demorou algumas boas horas, mas foi exatamente o que Grissom fez assim que deixou o laboratório. Foi pra casa e a encontrou deitada no sofá.

— Oi…

— Oi…- ela respondeu e fungou. Estava chorando, sem barulho nenhum, as lágrimas apenas caíam.

— Oh meu anjo...- ele foi até o sofá e sentou ao lado dela acariciando seus cabelos. — Não fica assim… vem cá.- segurou o braço dela para ajudá-la a levantar. Sara se sentou e o abraçou. — Isso acontece… está tudo bem.

Conforme Gil foi dando carinho, Sara foi ficando melhor. Cada caso assim a deixava com o coração partido, mas a cada gesto de amor de Grissom seu coração cicatrizava um pouquinho.

~ ♥ ~

Mais uns dias se passaram, Gil tinha notado o quanto Sara estava ficando estranha e em uma manhã quando chegou do trabalho, Sara o pegou de surpresa com um abraço bem forte.

— Hey… o que foi?- sorriu.

— Nada.

Já tinha um tempo que Sara estava pensando em ir embora da cidade, mas sempre que beijava e/ou abraçava Grissom ela não conseguia. Fazia um esforço enorme para tirar essa ideia de partir da cabeça, mas sempre que ia trabalhar, essa ideia voltava a lhe perturbar.

— Tem certeza?- desfez o abraço para olhá-la e Sara apoiou as mãos no peito dele.

— Tenho.

— Por que eu não acredito em você?

Sara sorriu sem graça.

— Só estava com saudade.- enlaçou o pescoço dele e tentou parecer normal, mas não colou.

— Honey, o que há com você?

— Como assim?- ela desconversou voltando a colocar as mãos sobre o peito dele.

— Está estranha.- Sara olhou para os lados tentando fugir do olhar dele. — Quando me abraça, quando me beija…- colocou a mão direita no rosto dela enquanto falava. —... sempre parece que... vai ser a última vez.- Sara abaixou o olhar sem saber o que dizer pra ele parar de pensar que estava numa pior. Ele a fez olhar pra ele novamente. — O que está acontecendo, Sara?

— Não está acontecendo nada.- ela mentiu.

— Amor, eu te conheço. Me diz o que é…- Gil falava de um jeito tão suave e preocupado que Sara se sentiu muito mal por mentir pra ele. Mas não queria deixá-lo triste.

— É sério, Griss… não é nada. Eu estou bem.

Grissom suspirou.

— Tabom.

— Não se preocupa… tá?

— Meio difícil quando se trata de você.

Sara sorriu e o beijou. Fez o possível para aquele beijo não ter um gosto melancólico, como ele disse que os outros tinham desde que ela começou a ficar mal de verdade.

Por mais que a morena dissesse que estava bem, Gil sabia que não estava, e Sara não conseguiu esconder isso quando anoiteceu.

Grissom estava no trabalho, era quase onze da noite e Sara acordou mais uma vez de um pesadelo horrível. Estava suando, chorando e precisando desesperadamente de apoio. Grissom pediu para que sempre que ela tivesse pesadelos quando ele não estava em casa, era pra ligar pra ele, para ele tentar acalmá-la pelo menos por telefone, mas Sara não tinha coragem de ligar, com receio de atrapalhá-lo no trabalho ou algo assim. Ela sempre ficava sozinha, aliás, sozinha não. Hank sempre testemunhava suas crises de choro, e sempre estava ali com seu amor canino para pelo menos ouvi-la. O cão havia se apegado muito a ela e Sara o amava muito, assim como amava Gil, era de fato como se fosse dela também.

Mas daquela vez, a dor era tanta, o medo era tão grande e desespero era tamanho, que Sara não conseguiu evitar de ligar pra ele. Precisava dele, como nunca precisou depois de um sonho ruim. Sara viu e sentiu coisas que a destruíram. Sentiu como se estivesse novamente debaixo daquele carro, sem conseguir respirar, parecia que estava se afogando de verdade e não conseguia acordar. Nunca um pesadelo foi tão terrível. Todos os medos, fantasmas, tragédias e dores se juntaram com força total para torturá-la. Ela viu seu pai e sua mãe, viu Natalie, mas também viu Grissom, viu Abby, e seus amigos. Só o que ela queria era acordar pra se ver livre disso, e quando aconteceu, ela não tinha estrutura nenhuma. Parar de chorar? Não conseguia. Esquecer? Menos ainda. Não ficar ali, naquela situação, depois de lutar tanto pelo contrário? Era impossível. Todas as suas tentativas de afastar aqueles monstros foram falhas. Precisava que Gil entendesse… mas ela conseguiria dizer? Essa era a questão. A última coisa que queria era que Gil sofresse por ela.

Sara pegou o celular, com as mãos ainda tremendo por causa do nervoso e dos soluços, e fez a chamada.

Grissom estava com sua equipe na sala de descanso debatendo sobre o caso que estavam investigando, quando pegou seu celular tocando e viu o nome de Sara no visor. Atendeu ali mesmo.

— Oi honey!

— Griss…- Sara mal conseguia falar e Grissom, percebendo que ela estava chorando, mudou a expressão de tranquilo para preocupado.

— Sara, o que foi? Está tudo bem?

Todos pararam o que estavam fazendo e prestaram atenção em Grissom.

— Griss, eu não consigo…- ela soluçava muito pelo choro compulsivo. — Vem pra cá… Por favor...

Gil se assustou com aquela ligação, todos notaram o nervosismo dele e começaram a perguntar o que estava acontecendo. Grissom fez um sinal com a mão para eles esperarem.

— Respira Sara, o que aconteceu?

— Griss, eu preciso de você… Por favor, vem logo…

— Está bem, fica calma tá?- ele se levantou já pegando seu casaco na cadeira. — Eu já estou indo, calma…- desligou o telefone e vestiu seu casaco enquanto dava as ordens. — Catherine, você comanda até eu voltar, tá?

— Gil, pelo amor de Deus, o que houve?

— Sara precisa de mim, eu tenho que ir, não parece nada bom. Eu ligo depois.- Grissom saiu às pressas que todos ficaram preocupados.

Grissom chegou em casa em menos de quinze minutos, era capaz de ter quase levado uma multa. Estava preocupado com ela e foi o mais rápido possível acolhê-la.

Entrou em casa, Hank nem foi correndo recepcioná-lo, pois não queria deixar Sara sozinha, cachorro sente, sabe, entende.

— Sara!

Ela ainda estava na cama, tinha ido até a cozinha pegar um copo d’água pra tentar se acalmar, mas não adiantou muito, logo um outro impulso de choro veio e ela desabou. Grissom entrou no quarto e a viu deitada chorando, abraçada com o travesseiro dele. Aquela cena partiu seu coração em mil pedaços. Quando ela o viu se aproximando da cama, levantou-se na hora. Gil sentou e Sara se jogou em seus braços.

— Griss!

— Eu estou aqui, meu amor. Calma…- Grissom ficou mais assustado do que quando a viu ter pesadelos depois que ela saiu do hospital, quando estavam suspensos. — Shiii, eu estou aqui.- ele repetia enquanto acariciava a cabeça e as costas dela.

Sara o abraçava como se não houvesse amanhã, como se ali fosse o único lugar seguro no mundo inteiro, como se ela precisasse daquele abraço pra viver.

Gil achou que já tinha visto Sara ter um choro compulsivo, mas estava errado. O choro era desesperador, ela estava com medo.

— Eu não aguento mais…- declarou em meio aos soluços e lágrimas.

— Isso vai passar, honey, eu sei que vai. Você é forte.

— Não…- ela discordava. — Eu não consigo…- Gil sentiu seus olhos marejarem. — Desculpa…

— Desculpar o que, meu amor?- Gil a fez olhar pra ele e tentou inutilmente secar as lágrimas do rosto dela. Sara não conseguiu responder e ele a confortou em seus braços novamente.

— Isso dói… Dói muito…

— Eu sei…- ele estava se segurando pra não deixar a fragilidade falar mais alto, precisava ser forte pra lhe passar força. — Vai ficar tudo bem, eu estou aqui com você… Eu te amo tá?

Sara sentiu seu coração doer mais ainda, por pensar em deixá-lo, por pensar em como o faria sofrer se partisse… mas não conseguia mais viver naquilo. Precisava de tempo.

— Eu tentei, Griss…- ela jurou em meio aos soluços. — Eu juro que eu tentei…

Na hora, Gil não entendeu o que ela quis dizer com aquilo, mas não iria demorar pra ele entender.


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Notas finais do capítulo

Oh jisuis, eu tô com o coração partido, na moral. Tadinha da Sara, sofreu tanto, bichinha :(
Esse “eu tentei” acertou em cheio no meu core, e em vocês?
O que acharam do capítulo? Deixem suas opiniões, tabom? Sábado foi meu aniversário, me dêem esse presente, eu vou amar, podem ter certeza disso ♥
É isso, espero pelo feedback de vocês ^~^
Já quero desejar aqui um feliz natal e um próspero ano novo, que a noite com a família de vocês seja maravilhosa, que a virada de vocês seja sensacional e que 2019 venha com tudo ♥ Nos vemos em janeiro, pandinhas, já preparem os lencinhos :’) (é a vida hsuahsa)
Abraço de urso e até o próximo. Boas festas e LEIAM SECOND CHANCE! ♥ Façam mais uma autora feliz esse fim de ano ♥



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