Love Story escrita por Fofura


Capítulo 124
Boneca Viva


Notas iniciais do capítulo

Hey pandinhas!
Pois é, chegou a hora de descobrirmos quem é o assassino das miniaturas. Não tinha jeito pior pra isso acontecer.



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E mais dias se passaram, tudo corria bem. Sara não estava tão fula com Gil, mas de vez em quando lhe dava umas patadas leves e ainda estava o chamando de Gilbert. Ela disse que isso duraria pouco tempo e ele esperava isso realmente.

Grissom estava em sua sala, já fazia uns dias que estavam investigando todos os filhos adotivos de Ernie em busca do assassino, iam descartando um por um aos poucos.

— Oi chefe!- disse Hodges ao entrar na sala. — Soube que conseguiu uma pista de outro filho do Dell.

— É, eu recebi um email. Raymond Dell. Ele morreu há dois anos em um incidente bizarro com uma escavadeira em Rapid City.

— Legal. Isso é bom… um suspeito a menos.

Grissom então recebeu uma ligação de Brass.

— Tenho uma ordem judicial para outro filho de Dell em Old Henderson, 1621 Water Street, acabou de chegar. Quer fazer uma visita?

— Eu te encontro lá.- Gil simplesmente se levantou e saiu deixando Hodges sozinho, cagou pra presença dele ali.

Ao chegarem lá o encontraram morto no banheiro e… surpresa! Uma miniatura dele, mas só dele, sem a cena, só o bonequinho.

— Duas lacerações distintas, uma testa e uma na parte de trás do crânio.- David passava as informações para Grissom que estava agachado ao seu lado. — Lividez está estabelecida. A decomposição está bem adiantada.

— O ar-condicionado tornou isso mais lento e acelerou a mumificação. O corpo ficou trancado no apartamento, não há atividade de insetos, é só o que temos. Hora da morte?

Enquanto david respondia, Sara chegou.

— Pode ser alguns dias a algumas semanas.

— Assassino das miniaturas?- Sara se fez presente ao perguntar, o que fez Grissom se levantar.

— É difícil dizer.- suspirou e mostrou a ela o que achou. — Ainda não achamos uma miniatura, só isto. As roupas batem e… a vítima é um enfermeiro de meio período. Mas não há sangue no boneco e não está na posição do corpo.

— Alvejante na cena como as demais… Talvez não tenha sido planejado. Talvez o assassino tenha que fazer a miniatura depois do ocorrido, o motivo de estar tão frio pra preservar o corpo.

Ah como era esperta!

Grissom fez uma cara de que fazia sentido.

— Acho que não podemos descartar nada. É todo seu, minha querida.- disse antes de se virar e sair.

Sara ficou surpresa que ele havia a chamado assim perto de David já que nunca havia feito, mas não se importou. Tirou fotos do corpo e assim que ele foi levado pelo legista, Sara passou a analisar o banheiro enquanto Warrick e mais alguns peritos analisavam o resto do apartamento.

No laboratório, Grissom examinava o boneco pra ter certeza de que foi feito pela mesma pessoa das outras, mas achou uma coisa que o fez ficar animado. Uma digital. O assassino finalmente se descuidou.

Chamou seus três CSI’s nível 3 pra sala de descanso para falarem sobre o caso.

— Celular da vítima e messenger sem atividade nos últimos 12 dias.- começou Warrick. — Até agora, foi o melhor que conseguiu em relação a hora da morte.

— Segundo o doutor, a causa da morte foi hemorragia cerebral devido a traumas por múltiplos golpes.- informou Nick.

— Os ferimentos na cabeça são compatíveis com as manchas de sangue na pia e na parede dela, sugere luta.- foi a vez de Sara falar. — Parece coisa bem pessoal pra esse assassino.

— Hodges examinou as amostras de tecido, tinta, cola e plástico no boneco de Trevor. Os materiais são consistentes com os das outras miniaturas.

— Não conseguiu nada com a digital?- perguntou o texano.

— Era apenas uma parcial insuficiente para o sistema, mas havia epiteliais na digital. Wendy está examinando o DNA.

~ ♥ ~

Grissom estava em sua sala com Nick esperando o resultado do DNA sair.

— Descobri uma comunidade online de pessoas cujo hobbie é miniatura…- Gil falava enquanto Nick olhava a miniatura do chefe que estava sobre a mesa. — Sites onde as pessoas se encontram, batem papo, trocam dicas e relacionam as lojas das miniaturas.

— Foi por isso que construiu esse negócio?- Grissom o olhou com o cenho franzido. — Quer dizer, além de ser pra assustar todos nós?!

— Itens como o bracelete de metal de Trevor Dell são difíceis de fazer até mesmo para o habilidosos. Estou tentando encontrar pessoas especializadas em trabalho com miniaturas de metal.

Wendy bateu na porta com os resultados e mãos.

— Consegui DNA no boneco de Trevor, são dois, da vítima e de um desconhecido, não havia nada no CODIS, mas… o desconhecido é XX.

Os dois homens abriram a boca chocados.

— O assassino das miniaturas é mulher?- perguntou Nick perplexo.

— Assassinas seriais são extremamente raras. Alucinação psicótica em mulheres? É ainda mais raro.

— Bom, o fato de ser mulher reduz um pouco a nossa lista.

— Poderíamos reduzi-la ainda mais relacionando as datas em que Trevor morou com Ernie.- disse a técnica. — Deve haver o suficiente pra conseguir a liberação dos registros de adoção.

— O juiz da vara familiar foi específico: nada de buscas generalizadas, precisamos de um nome.

Assim que terminou de falar, Grissom recebeu uma resposta do site dizendo para procurar Art Schuster. Grissom já o conhecia, comprava as coisas pra fazer sua miniatura na loja dele. Resolveu então ir até lá.

— Como vai, Art?

— Oi senhor Grissom! Como vai o caso das miniaturas?

— Está indo, obrigado. Achamos mais uma.

— Ah puxa, ele atacou de novo?

— Acho que sim. Por acaso, você fez esse bracelete?

— Ah sim, eu fiz pra uma garota, cara!- ele lembrou na hora e abaixou para pegar a ficha. — Natalie.

— Ela tem um sobrenome?

— Ah, eu não pensei em anotar, apagou e dinheiro. Ligar pro celular quando estiver pronto.

— É o mesmo número que temos aqui. Você se lembra de como ela era?

— Vinte e tantos, trinta e poucos anos, mais ou menos dessas altura.- mostrou com a mão na altura de seus ombros. — Cabelos castanhos, bem magrinha, sabe? E estranha.

— Estranha como?

—Tem caras que chegam aqui querendo recriar as batalhas da guerra civil esperando um desfecho diferente, a donas de casa que tentam criar o jantar de ação de graças perfeito, sabe, malucos controladores com problemas sociais a que recebo aqui, mas essa garota… tinha os olhos estranhos.

— Foi a última vez que a viu?

— Não, ela esteve aqui há alguns dias.- saiu da mancada um instante para buscar o que queria mostrar. — Ela comprou um desses.

— É um micro motor movido a bateria?

— É, você coloca isso em qualquer coisa que queira animar. Assim, está vendo?- mostrou uma maquete pra ele onde haviam algumas crianças brincando de cabo de guerra, balançando pra lá e pra cá. — Ninguém ganha.

— Miniaturas que se movem, isso é legal. Obrigado pelas informações, Art.

— De nada, foi um prazer. Espero que peguem o assassino.

— Eu também.

Grissom pediu uma ordem de registro com o nome que já tinha e Sofia ficou de ligar se conseguisse algo.

~ ♥ ~

Enquanto isso, Nick e Catherine descobriram que o assassinato de Trevor fora acidental, nada a ver com o, ou melhor, a serial killer.

Foi o seguinte… O vizinho de Trevor não pagou a conta de luz e cortaram a energia dele, então o gênio resolveu roubar a energia do vizinho com uma gambiarra na parede e acidentalmente eletrocutou a pia de Trevor. Como ela estava molhada, Trevor tocou, levou um choque fatal e acabou batendo a cabeça no espelho causando fraturas.

Mas como Catherine disse, isso não explica o que aquele boneco estava fazendo lá. E a única explicação plausível foi a que Jim deu, que talvez a irmã dele, a assassina das miniaturas, tenha dado a ele como presente.

Nesse momento, Sofia ligou para Grissom dizendo que o nome que tinham finalmente fora o bastante para liberarem os registros dela. Seu nome completo era Natalie Davis e ela havia ido para um lar adotivo quando tinha uns sete anos, antes de ser adotada por Ernie. Gil e Sofia foram até lá fazer algumas perguntas a moça que cuidava das crianças.

Ela relatou que Natalie era muito tímida e que havia gritado um bocado quando tentou lavar a roupa dela com alvejante. Gil logo teve mais certeza de que era Natalie quem eles procuravam. A menina só ficou lá uma semana por conta das maldades que fazia, por exemplo, derrubar uma das meninas do beliche duas vezes e quase fazê-la ter a clavícula quebrada.

Grissom foi atrás de informações na internet e achou um artigo que falava sobre o pai de Natalie e a tragédia que aconteceu com a outra filha dele. Gil chamou Catherine para ir até o show com ele.

— O grande Rainone e sua bonequinha de biscuit.- ela leu na foto que ele lhe mostrou. — Ela se parece com as bonecas das miniaturas. O que é um biscuit?

— Cerâmica queimada sem verniz. O pai biológico dela era Christopher Davis, um ventríloquo.

— Um homem adulto que coloca a mão dentro de um boneco e fala como uma menina. Parece saudável.

— Achei ele no google.- Gil deu seus óculos e o artigo que achou pra ela ver.

“Tragédia se abate sobre artista local”. Quem é Chloe?

— A irmã mais nova de Natalie. Em 1981 ela caiu de uma casa na árvore e morreu. Mas o pai dele está vivo e continua se apresentando.

Sentados em uma das mesas, Gil e Cath assistiam a apresentação. Quase morreram de vergonha alheia? Pois é, eu também, principalmente quando “a boneca” começou a cantar uma música que falava que ela estava com dor na serragem. Gil e Cath trocaram um olhar tipo “o que eu tô fazendo aqui, meu Deus”, mas precisavam falar com ele e aquela boneca medonha. Esperaram o show terminar e foram até ele.

— Sim, é minha outra filha.- ele afirmou ao ver a foto de Natalie.

— Então era um artista e um pai, deve ter tido seus momentos difíceis.- comentou a ruiva.

— Não foi difícil senão quando minha mulher morreu. Natalie tinha seis anos, Chloe tinha quatro. Eram pimenta e sal, escuridão e luz. Em um ano toda a minha família tinha simplesmente, buff, desaparecido.

— O que aconteceu?- perguntou o supervisor.

“A boneca” então falou:

— Posso contar a história, papai?

— Claro, meu bem.- ele respondeu.

Gil e Cath ergueram a sobrancelha com aquela cara de “oi?” olhando pra boneca.

“A boneca” contou que as duas estavam brincando na casa da árvore e que caiu lá de cima. Uma poça de sangue se formou em sua cabeça e ali ela ficou.

— E como a Natalie lidou com isso?

— Eu não sei.- o homem respondeu o mais velho. — Foi difícil demais pra nós. Ela ficou ao meu lado enquanto eu limpava o sangue com alvejante.

Os dois amigos então entenderam o porquê do alvejante na vida de Natalie.

— Eu tentei por um tempo, mas simplesmente não consegui, tive que deixá-la.

Entendendo a história toda, Gil e Catherine foram embora.

— O grande Rainone está em fase de negação. Claro que perder uma filha pelas mãos da outra poderia levar a isso. Você concorda que Natalie matou Chloe, certo?

— É.- disse ele. — Fico imaginando o que deve ter significado pra ela. Liga pro Warrick, ele deve estar com o Nick e o Greg. Eu vou ligar pra Sara.

— Ok.

Ambos digitaram os números e fizeram as chamadas.

Sara estava em sua pausa, havia ido até seu restaurante vegetariano favorito pra jantar, ia lá algumas vezes. Comeu, pagou e foi para o estacionamento. No elevador seu celular tocou, era seu namorado.

— Oi Gilbert.- ela atendeu. Pela primeira vez o chamou de Gilbert sem estar brava.

— Oi. Temos uma identificação do assassino das miniaturas, o nome dela é Natalie Davis.

— Um dos filhos adotivos de Ernie Dell?- saiu do elevador e foi andando até seu carro.

— É. Catherine e eu acabamos de falar com o pai biológico dela, ele disse que colocou Natalie para ser adotada depois que ela empurrou a irmã de uma casa na árvore.

— Ele sabe onde ela está agora?

— Não, mas com o nome é só uma questão de tempo.

— Tá, eu estou saindo, te encontro no laboratório.

Desligaram, Gil entrou em seu carro e Sara foi fazer o mesmo, mas quando colocou sua maleta no porta-malas, ouviu alguém atrás dela pronunciando seu nome.

Sara não teve tempo de agir, pois foi atingida por uma arma de choque. Com a dor da eletrocussão, a perita caiu no chão e começou a tremer sem conseguir se mexer, em seguida apagou.

~ ♥ ~

Ao chegar em sua sala, Grissom notou algo diferente em sua mesa. Se aproximou e viu que era uma miniatura. Um carro vermelho capotado num pedaço de deserto. Estranhou, essa era diferente. Viu uma mãozinha se mexendo embaixo dele e ao retirar o carro pra ver quem era, seu coração quase parou de bater.

A boneca tinha os cabelos castanhos curtos e estava vestida com um colete da perícia. Era Sara! Uma miniatura da morte de sua Sara! Não podia ser! Gil gelou da cabeça aos pés, o medo e o desespero lhe invadiram.

Rapidamente pegou o celular e ligou pra ela. Nada. Então ligou para seu amigo.

— Oi Gil.

— Jim, pelo amor de Deus, vai ser se a Sara está bem, ela estava saindo do shopping há alguns minutos.

Gil disse o restaurante onde Sara estava. Natalie podia ter pegado ela no caminho de volta, não queria acreditar nisso, mas sabia que a garota nunca deixaria uma miniatura se não tivesse certeza do que ia fazer.

Brass não a encontrou, só achou o carro dela no estacionamento do shopping com o porta-malas aberto, as chaves dela no chão, mas nenhum sinal dela. Avisou a central alertando ter sido sequestro. Enquanto isso, Gil ligava para Sara mais uma vez e nada dela atender.

— Anda Sara, atende o telefone, por favor, atende.- ele sussurrava enquanto esperava. Desligou e perguntou a Juddy quem havia entrado em sua sala enquanto ele esteve fora.

— Ninguém, apenas uma garota da limpeza, ela entrou, passou o aspirador e esvaziou a lixeira.

Gil imediatamente foi checar todos os funcionários.

A essa altura todos já sabiam sobre o sumiço de Sara e estavam preocupados. Os CSI’s levaram a miniatura até a sala de análises enquanto Grissom não voltava.

— A boneca ainda está viva, então a Sara também está.- comentou Greg esperançoso.

— Um pedaço genérico do deserto.- disse Nick. — Pode estar em qualquer lugar em um raio de quatro quilômetros.

— Vamos nos concentrar nos detalhes.- falou a ruiva. — Tem sempre alguma coisa pra começar.

— Ela teria que ter feito isso antes, certo? Como se planeja um acidente de carro? Não tem como saber como o carro irá ficar.- perguntou Warrick. — A não ser que você batesse o carro primeiro e depois a colocasse debaixo dele.

— Acho que tem o número de registro do veículo.- informou Nick que tinha uma lupa em mãos.

— Me dá os seis primeiros.- pediu Greg para pesquisar no banco de dados.

Grissom então entrou na sala com a bomba.

— O nome dela é Natalie Davis e ela trabalha no nosso serviço de limpeza.

— O que??- Warrick ficou chocado.

— Aqui?? No laboratório??- Catherine também.

— Há mais um mês. Nunca foi presa, nada que chame a atenção numa checagem de segurança. Ela deu o endereço de Ernie Dell em sua ficha de trabalho, não tem telefone residencial e nem carteira de motorista.

— Aqui, achei.- disse Greg. — Um mustang vermelho 2007, perda total perto do bar Trip Wire, o motorista morreu, o carro foi pra sucata, e quem trabalho no caso foi… Sara Sidle.

Grissom então lembrou do caso, estava lá com ela no início.

— Puxe as fotos do caso.

Greg fez isso e Grissom viu Natalie em uma das fotos junto das outras pessoas atrás da fita amarela. Ficou muito assustado. Ela estava planejando isso há meses.

— Meu Deus… Ela estava na cena do crime…

— Então ela recupera o carro e de alguma maneira o leva pro deserto, pega a Sara e a coloca debaixo dele?- Nick parecia confuso.

— Eu não entendo.- disse Warrick. — O que a Sara tem a ver com o alvejante?

— Eu não sei.- respondeu a ruiva. — Esse parece diferente.

— É diferente.- enquanto os amigos falavam, Grissom compreendeu tudo. Do porquê aquele caso era diferente, do porquê Natalie estava na cena do crime e porque ela havia sequestrado Sara para matá-la.

Gil recordou-se do que havia feito para Natalie ter certeza do que fazer para atingi-lo. Ele havia tocado o braço de Sara daquele jeito ao pegar a câmera sem se preocupar se alguém veria, e o jeito como ela sorriu pra ele... Natalie deve ter notado. Mesmo sabendo que a garota poderia descobrir de outra forma, Gil se sentiu culpado por não poder proteger Sara agora.

Seu olhar era distante, todos olhavam pra ele esperando a explicação.

— Essa garota me julga responsável pela morte de Ernie Dell. Eu tirei dela a única pessoa que ela já amou, e então ela vai fazer a mesma coisa comigo.

"Eu estou apaixonado, eu estou contando tudo

E não estou nem ligando pro que vão dizer

Amar não é pecado, e se eu tiver errado

Que se dane o mundo, eu só quero você" — Luan Santana

O silêncio e as caras de espanto foram instantâneas e Gil pareceu não notar. Não só as caras de espanto como o que havia acabado de dizer. Ele havia declarado seu amor por Sara sem nem perceber e na frente de quem não devia saber.

Gil e Sara estavam errados, as maiores caras de surpresa não foram de Nick ou de Greg, foi de Catherine.

— Não se trata de uma psicose com o alvejante, ou a uma irmã morta, ou a boneca…- Gil então se deu conta de que… na verdade, eu não sei bem do que ele se deu conta, mas isso deu uma luz na mente dele e o mesmo saiu da sala disparado para ligar pro procurador geral.

Assim que o chefe saiu, os quatro se olharam ainda com as bocas abertas.

— Isso mesmo que eu ouvi?- indagou o texano. — Grissom disse que ama a Sara?

— Estou mais surpreso que você.- disse Warrick.

— Como eu não percebi isso antes??!- a ruiva levou uma das mãos até a cabeça. — É claro!

— Acho que não é hora de ficarmos chocados com isso.- Greg resolveu manter o foco, como já fazia ideia dos sentimentos que ambos nutriam um pelo outro, não ficou tão surpreso.

— Tem razão.- concordou Catherine. — Precisamos achar a Sara. Eu vou ver o que o Grissom foi fazer, vocês continuam com a miniatura e vejam se conseguem descobrir alguma coisa.

Os três concordaram e a ruiva saiu.

Catherine o encontrou sentado em sua mesa e ele havia acabado de finalizar uma ligação.

— Hey… Você está bem?- aproximou-se da mesa.

— Não. Nada bem. Eu devia ter protegido ela.

— Gil, não tinha como prever. Natalie já devia estar planejando isso desde que Ernie morreu, e nós só descobrimos quem ela é agora.

— Mesmo assim, Cath, eu… eu devia…- suspirou a apoiou os cotovelos na mesa cobrindo a testa com as mãos.

A ruiva foi até ele e tocou seu ombro.

— Nós vamos encontrá-la.

~ ♥ ~

Não demorou muito para Sofia estar invadindo a casa de Natalie com Nick, Warrick e alguns policiais. Ela estava em casa e fugiu pelos fundos, Sofia avisou pelo rádio e foram todos pra lá enquanto ela olhava o local de trabalho de Natalie. A loira ficou aterrorizada naquele lugar.

Natalie morava perto da Rua Fremont e assim que fugiu deu de cara com centenas de pessoas admirando as luzes da famosa rua de Vegas. Natalie se misturou, mas acabou ficando tonta e caiu. Nick e Warrick a levaram a força pra delegacia enquanto ela se debatia.

E lá estavam Jim e Gil atrás do vidro observando Natalie sozinha na sala de interrogatório.

— Eu não quero perder meu tempo com essa maluca.- o detetive dizia sério. — Eu vou pegar alvejante e deixar aquilo pingando nela até que ela nos dê o local. Não podem nos acusar de brutalidade policial por isso.

Jim estava puto com aquela situação. Não só por Natalie ter feito aquilo com Sara que era como uma filha pra ele, como ela ter deixado Grissom daquele jeito, apavorado, desesperado, com medo de perder a mulher da vida dele, como se tudo aquilo que ela tivesse feito não fosse nada.

— Quero falar com ela. Sozinho.

— Tem certeza de que isso é uma boa ideia, Gil?

— Eu preciso convencê-la a me dizer onde ela está. É nossa única chance, não temos nada pra começar.

Jim cedeu, mas ficou ali, assistindo tudo. Não havia ninguém lá dentro para ajudá-lo caso Natalie surtasse, então tinha que se prevenir.

Grissom entrou e Natalie se encolheu um pouco. Havia respirado fundo antes de entrar, precisava parecer calmo e despreocupado, apenas interessado nela, não em Sara.

— Oi Natalie.- ele começou. — É um prazer finalmente conhecer você. Eu provavelmente não deveria dizer isso, mas sou um grande fã seu. Sou investigador de cenas de crime há 22 anos, trabalhei em mais de dois mil homicídios e você é de longe a melhor que eu já vi.- não havia mentira naquilo, realmente nunca havia visto uma assassina como Natalie antes. Sentou-se e ela se acanhou um pouco mais. — Quer dizer, você é uma grande artista. E é tão jovem, tão talentosa, tão bonita.- a garota escondeu o sorriso desviando o olhar dele. — Tenho pensado em você nos últimos nove meses. Tentei até fazer o que você faz, fiz minha própria miniatura.- viu Natalie assentir com a cabeça. — Você viu?- ela assentiu novamente. — Como me saí?- ela levantou um pouco os ombros. Grissom sorriu, mas de nervoso mesmo. — Você joga xadrez?- ela negou com a cabeça. — Eu jogo, como hobbie. Acalma minha mente, sabe? Me deixa tranquilo. Num certo momento eu fiquei tão tomado por aquilo, que sempre que eu fechava os olhos eu via as peças de xadrez se movimentando pelo tabuleiro. Eu ficava obcecado em corrigir todas as minhas jogadas ruins. Eu me perguntava se seria possível haver um jogo sem erros, sabe?- o jeito que Natalie o olhava enquanto ele falava era perturbador. — Adoraria jogar com você um dia. Fico impressionado pela maneira que abraça a sua paixão, seria ótima no CSI.- novamente ela escondeu o sorriso. Gil estava só elogiando e ela estava gostando daquilo. — Essa última foi brilhante! Você estudou tão bem nossa cena do crime seguindo o carro até o ferro velho, rebocando para o deserto onde sabia que não o encontraríamos…- a próxima frase deu um nó em sua garganta. Sabia que aquela mãozinha se mexendo era para provocá-lo e dar esperanças que talvez não existam. Que Sara estava ferida ele não tinha dúvidas, mas morta? custava a acreditar. — E depois… a maneira como matou a Sara…

Finalmente a voz de Natalie foi ouvida pela primeira vez.

— Eu não matei a Sara.

Ele se surpreendeu.

— Não matou?

Ela negou balançando a cabeça devagar.

Todo o seu esforço para conseguir a localização de Sara agradando Natalie fora por água abaixo quando Gil teve a certeza de que Sara estava viva, ele não conseguiu esconder seu alívio e Natalie se enfureceu.

— É ela. Ela, ela, ela. É sempre sobre ela!

— Não Natalie, é sobre você. Estamos falando de você.- ele tentou contornar.

— É sempre ela!

De repente, Natalie se desligou daquela sala. Não importava o quanto Grissom falasse, implorasse, ela estava fora de si. Começou a cantar uma música, e Gil recordou qual era. A música que a boneca de biscuit canta nos shows.

— Esse foi o dia da bonequinha de biscuit, eles abriram toda a sua costura e encontraram o local daquela terrível dor, aquela foi uma tarefa delicada…

— Natalie, me escuta, me diz onde ela está.

— Porque nenhum médico havia trabalhado em uma bonequinha de biscuit…

— Natalie, por favor, me diz onde a Sara está.

A garota não lhe escutava e continuava a cantar de uma forma muito psicopata.

— Eles tentaram enchê-la de novo, mas não sabiam como, e esse foi o seu lamento enquanto ela morria…

Gil ficou nervoso e agarrou os braços dela.

— Para com isso! Para com isso!- ele gritou sacudindo ela. — Me diz onde a Sara está!!

Ela não parou.

— Eu tenho uma dor na minha serragem, esse é o meu problema…

Grissom levou uma das mãos até a boca assim que parou de sacudi-la, havia perdido o controle como nunca perdeu antes.

Jim viu aquilo e entrou na sala.

— Gil! Vamos embora!

— Não Jim! Ela tem que me dizer! Natalie, me diz!

— Gil, ela não vai dizer. Você perdeu o controle, eu disse que não era boa ideia.

— Natalie!

— Grissom para! Warrick, me ajuda aqui.- o detetive viu o perito chegar com o restante atrás dele e pediu sua ajuda.

— Griss, qual é!

— Eu não vou sair daqui até ela me dizer onde a Sara está!

— Você vai sim, vamos!- pegaram Gil e o levaram pra fora.

— Vocês não estão entendendo a seriedade disso, ela é a única que sabe!

— Gil, se acalma, por favor.- pediu a ruiva.

— Não dá pra me acalmar, Catherine.

— Não vamos encontrar a Sara desse jeito.

— Não vamos encontrar a Sara de jeito nenhum, olha pra ela!- apontou para a garota dentro da sala que ainda cantava, fora de si. Grissom chutou um dos bancos antes de se sentar nele.

Os amigos estavam surpresos, nunca o tinham visto daquele jeito, descontrolado, em completo desespero.

Catherine sentou-se ao lado dele.

— Gil, bebe uma água e se acalma, precisamos que você mantenha o foco, ok? Nós não precisamos que ela nos diga nada por hora. Temos as câmeras de segurança do shopping e o estacionamento pra periciar. Nós temos com o que começar.

— Nós vamos encontrá-la, Gil.- enfatizou Jim.

Eles tinham que encontrá-la, viva e bem, caso contrário Gil não saberia como continuaria. Certamente ele não aguentaria.


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Notas finais do capítulo

Que Deus nos ajude porque vai ser tenso. O próximo eu ainda não consegui terminar. Vai demorar um pouco, mas vai sair, prometo. Tá de verdade sendo muito difícil pra mim.
Aguardo os comentários de vocês :')
Abraço de urso e até o próximo :/



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