Love Story escrita por Fofura


Capítulo 120
Nocauteado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/704963/chapter/120

Duas semanas se passaram e a equipe foi chamada para um caso no Rancho Sugar Cane, um bordel onde um lutador famoso aposentado, Lorenzo “Feliz” Morales, foi encontrado morto na piscina. Haviam alguns trailers pelos arredores onde viviam alguns idosos. Os primeiros a chegar foram Gil e Sara que foram levados até o local por um policial da região. Assim que ele os deixou sozinhos, Gil e Sara comentaram sobre o que estavam vendo. Depois, enquanto Gil olhava o corpo que já havia sido retirado da água, Sara foi checar a piscina.

— É piscina aquecida. Deve estar uns 32 graus. Não há como apurar a hora da morte com certeza.

— Lugares como esse sempre mantém suas piscinas aquecidas, isso encoraja as meninas a nadarem de topless. É bom para os negócios.

Sara ergueu as sobrancelhas pra ele que ficou meio sem jeito ao ver a cara dela.

— É o que me disseram.- disse desviando o olhar dela.

— Hm. Te disseram é?- ela provocou.

— Sara!- sorriu envergonhado e ela riu.

— E se eu mesma nadar de topless um dia?- ela provocou mais tomando cuidado pra ninguém ouvir.

— Desde que só eu esteja vendo.- ele entrou na brincadeira e Sara riu balançando a cabeça.

~ ♥ ~

A investigação prosseguiu na manhã seguinte, Nick e Greg foram até o local ajudar enquanto Warrick e Catherine estavam no necrotério com o corpo. Coletaram o DNA de todo mundo e depois tiveram que analisar onde a vítima morava.

— Vinte e cinco pessoas estavam aqui noite passada e ninguém viu nada.- Gil comentou enquanto andava até a “casa” da vítima com Sara.

Duas moças passaram por eles e uma delas comentou:

— Belo chapéu, meu bem.

Sara não se importou com isso, também gostava quando ele usava aquele chapéu de palha, e ele adorava usar também.

— E aí, você já esteve em algum lugar assim antes?- ela quis saber.

— Trabalhei em um assassinato/suicídio em Naughty Kitty.

— Não, não, você sabe do que eu estou falando.- achou que ele estava desconversando.

— Como cliente? Não.

— Nunca pagou por sexo?- perguntou surpresa.

— Não. Acho a ideia muito... fria.

— Ah, é?- agora ela queria saber mais. — Por quê?

Grissom foi sincero.

— Sexo deveria oferecer a oportunidade de conexão entre as pessoas, mas o sexo pago faz exatamente o oposto disso. Pra mim, sexo sem amor não tem sentido. Deixa você triste.

— Eu tenho certeza que eu não te deixo triste.- sorriu ao dizer.

— Não.- ele concordou. — Você me faz feliz.- deu um meio sorriso ao confessar.

Foi totalmente sincero ao dizer isso e nem ficou com vergonha em admitir, já que era bem tímido. Nunca foi tão feliz quanto era agora e ela merecia saber disso, o quanto ela o fazia feliz. E não era só na cama não, ele falou num geral mesmo. Ela foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida.

“Você me protegeu das coisas ruins,

Me manteve aquecido.

Você entregou minha vida para mim,

Me libertou.

Os melhores anos que eu conheci,

Foram todos os anos que tive com você.” ― Bread

Sara, mesmo surpresa, não conseguiu esconder sua satisfação pelo que acabou de ouvir. Sorriu também e ambos chegaram ao local, Gil deu passagem para que ela subisse a escada primeiro e ambos entraram.

Se dissessem antes de chegarem que esse caso seria um dos mais estranhos e confusos, eles não acreditariam. Feliz, como era chamado o lutador, teve várias causas de morte. Mas como assim?

Primeiro descobriram que ele havia sido atingido na cabeça com um pé de cabra por Dreama, uma das meninas. Beleza, a interrogaram e quase a condenaram se não fosse doutor Robbins que ligou na hora dizendo que não foi a causa principal. Tiveram que liberá-la. Ok, até aí tudo bem, descobriram também que o ferimento no pescoço de Feliz não era de um tiro a bala, e sim um disparo de flecha, que foi achada por um dos idosos que moravam lá, e eu vou contar essa cena porque eu acho fofa.

A flecha atingiu um quadro com uma foto da mulher, já falecida, dele. O senhor viu Nick e Sara por perto e foi mostrar a eles. Foram até o trailer e colocaram exatamente onde estava o quadro, de repente o senhor começou a recitar um poema.

Lancei uma flecha no ar,

Caiu no chão, onde foi parar?

Pois tão ligeira voou, que a vista

Não pode seguir-lhe a pista.

Longe, longe…

Mas se for traduzir literalmente, de poema vira poesia.

“Eu atirei uma flecha no ar

Caiu na terra, eu não sabia onde;

Pois, tão rapidamente voou, a visão

Não poderia acompanhar seu vôo.

Longe, longe…”

— Senhor.- Nick o interrompeu. — Isso é muito bonito.

— É Longfellow.- riu. — O que os jovens sabem de poemas?!

— Nick, a flecha veio daquela janela.

—  Até mesmo um idiota veria isso.- comentou o senhor e Sara nada falou.

A morena tirou algumas fotos enquanto Nick foi ver de onde a flecha veio. Não demorou para ele chamá-la na janela.

— Oh Sara. Encontrei outra flecha atirada no chão perto daquele velho abrigo.

— Talvez o atirador ficou nervoso.

— Bem, pra trabalhar em bordéis é necessário registrar suas impressões digitais, então...

— Estou quase terminando, te encontro lá.- disse ela e Nick concordou indo embora.

Sara então continuou o poema chamando a atenção do senhor que estava com ela.

Muito tempo depois, numa aroeira

Encontrei a flecha ainda inteira;

E a canção, do começo ao fim,

Um amigo guardou para mim.

Novamente aqui, se traduzir literalmente, de poema vira poesia.

“Muito tempo depois, em um carvalho

Eu encontrei a flecha, ainda intacta;

E a música, do começo ao fim,

Eu encontrei novamente no coração de um amigo.”

Pra finalizar, ela disse:

— Não perca a fé, Milton.- sorriu e foi embora.

O senhor, surpreso e feliz por Sara saber o poema e ter dito aquilo à ele, sorriu pra foto de sua esposa e piscou em seguida. QUE COISA MAIS LINDA, NA MORAL!

Agora voltando ao foco. Depois de descobrirem quem deu a flechada no pescoço de Feliz e estavam prontos para incriminar o rapaz, doutor Robbins novamente ligou e disse que essa também não foi a causa principal. E mais uma vez eles voltaram a estaca zero.

Aparentemente, no momento em que levou a flechada, ele estava tendo um choque anafilático e isso fez com que sua traqueia ficasse quase completamente bloqueada, o tiro de flecha reabriu a via de ar. Praticamente salvou a vida dele a porcaria da flecha.

Mas por que o choque anafilático? Feliz tinha alergia a mariscos e os tecidos da epiglote estavam meio inchados por conta disso, mas não havia nenhum fruto do mar no estômago dele. Não foi ele que comeu, foi Doris, a dona do bordel. Então como ele entrou em contato com o marisco? Não foi pela boca não, meus amigos, Doris passou pra ele de outro jeito. Não vamos entrar em detalhes né, o fato é que o ponto de entrada da anafilaxia foi através da uretra e isso não foi muito bom pra ele. De alguma forma acharam que o marido de Doris tinha armado aquilo e estavam prontos para incriminar ambos, mas adivinha só? Doutor Robbins novamente interveio na decisão dizendo que também não foi a causa principal. Oh merda!

Ok, acharam outra coisa. Robbins encontrou o que parecia ser uma mordida na perna direita de Feliz, e o resultado deu positivo pra veneno de cobra. Então recapitulando… Ele levou uma pancada na cabeça com um pé-de-cabra, levou uma flechada na garganta, foi envenenado com camarão e agora picado por uma cobra. A sorte mora dentro desse cara! Mas o veneno não foi de uma picada, alguém injetou nele. Descobriram quem foi? Sim! Mas puderam incriminar? Não.

Resumindo: O veneno de cobra foi o primeiro, depois Feliz foi se encontrar com Doris e foi envenenado pelo camarão, em seguida foi atingido pela flecha. Ele então foi pra casa injetar o remédio. Até aí tudo bem, mas ele decidiu ir novamente até o quarto de Dreama e foi quando levou a pancada na cabeça. Meio desnorteado ele foi até a piscina, sentou-se na cadeira pra fumar um cigarro, a cadeira quebrou o jogando na água, foi quando ele morreu.

— Vocês sabem o que um bom procurador de defesa vai dizer sobre tudo isso, não é?- perguntou Nick.

— O que?- indagou Catherine.

— A culpa foi da cadeira.

Catherine sorriu para Grissom que fez o mesmo.

Pois é, nem sempre eles conseguem o que planejam.

No necrotério, doutor Robbins escrevia seu relatório e suspirava sempre que adicionava uma causa da morte na ficha.

Punções de cobra venenosa? Não, essa não. Desconhecido/ataque cardíaco? Melhor não. Caiu de uma cadeira? Pior ainda. Ai deus, o que eu faço?

No espaço de “outras condições que contribuiram para a morte, mas que não foram relatadas na causa oficial” foi a maior lista que ele já fez na vida.

~ ♥ ~

Gil chegou em casa um tempo depois de Sara já que teve que resolver toda aquela coisa de quem é culpado e quem não é. Não deu nada, só foram fichados por tentativa de homicídio e não incriminados de fato.

Assim que chegou a casa estava em total silêncio, nem Hank fora recebê-lo então imaginou que estivessem dormindo. Realmente estavam. Ao chegar no quarto deparou-se com seus dois amores deitados na cama num sono bem gostoso. Era uma manhã ensolarada como a do dia anterior, Sara dormia em seus respectivo lado com seu pijama de calor e com Hank bem em suas pernas.

Grissom sorriu e subiu na cama com cuidado. O cão acordou e Grissom fez um sinal para que ele não fizesse barulho enquanto acariciava sua cabeça. Hank ficou quietinho enquanto Gil se aproximava de Sara que estava de costas pra ele.

Chegou bem pertinho dela, tocou seu braço e beijou sua cabeça. Ela não se mexeu. Beijou a lateral de seu rosto e ela não se mexeu, mas só foi ele beijar seu pescoço que ela despertou. Até dormindo seu corpo reagia àquele toque.

— Griss…?- murmurou.

Ele sorriu e beijou seu ombro ao pronunciar um “oi meu amor”. Sara sorriu de lado ainda de olhos fechados.

— Como foi?- perguntou enquanto ele acariciava da testa até o topo da cabeça dela repetidamente.

— Mais ou menos. Não prendemos ninguém, mas pelo menos provamos que tentaram matá-lo de algum jeito. A promotoria vai cuidar disso.- deu mais um beijo em seu rosto.

— Hm, menos mal.- ela se espreguiçou ao falar e abriu o olhos. — Estava te esperando e cochilei.- riu baixinho.

Grissom fez o mesmo e a abraçou pela cintura juntando mais seus corpos na cama.

— Esse turno foi maluco, e você andou bastante pelo rancho, normal estar cansada.- Gil não conseguia parar de beijá-la em algum lugar a cada término de frase, e Sara percebeu.

— Estava com saudade?

— Eu? Por que?- ele ficou confuso.

— Não para de me beijar desde que chegou.- riu.

— Ah é? Nem reparei.- a beijou no rosto mais uma vez e ambos riram.

Hank latiu querendo participar da conversa.

— Como é ciumento, meu deus.- disse Sara chamando o cão pra cima dela. Hank passou a lamber seu rosto enquanto ela ria.

Grissom balançou a cabeça sorrindo.

Sara se sentou afastando Hank de seu rosto e apoiando o do mesmo em seu colo.

— Sabe pra quê eu estava te esperando, amor?- Sara falou com segundas intenções de propósito só pra ver a reação dele, e foi exatamente a que ela imaginou que ele faria. Quis gargalhar.

— Pra quê?

— Pra fazer a comida. Estou com fome.

Como ela não sabia cozinhar, aquela resposta ficou clara. Grissom riu por pensar besteira.

— Ah, a comida.

— Seu tarado!- ela riu também e deu um tapa no ombro dele.

— Você que perguntou de maneira errada.

— É que aquele papo do rancho me deixou pensativa.

— Eu só disse a verdade.– era difícil pra ele falar sobre seus sentimentos, mas estava aprendendo. Ela o ajudava bastante.

Sara sorriu e acariciou o rosto dele com aquela carinha de apaixonada de sempre. Com isso ela disse um eu te amo silencioso, que claro, ele entendeu, então fez o mesmo.

— Quer me ajudar na cozinha?

— Bem melhor com você lá, senão é capaz que eu coloque fogo nela.

Grissom deu risada.

— Só você, Sara...- se aproximou pra lhe dar um beijo antes de irem pro outro cômodo.

Apenas mais um dia comum juntos, cada um fazendo o outro feliz de todas as formas possíveis.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Story" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.