Love Story escrita por Fofura


Capítulo 107
Lenda Viva




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O celular de Grissom começou a tocar. Ele atendeu rápido para o barulho não acordar Sara.

— Grissom.

— Gil... Estava dormindo?

— Estava, Conrad.

— Desculpe, mas preciso de você no laboratório. O mais rápido possível.

— Está bem. Vou o mais rápido que puder. - finalizou a ligação.

Beijou os cabelos de Sara e levantou-se da cama devagar para não acordá-la.

Parou alguns segundos para observá-la. A amava tanto! Ele não sabia o porquê de ser tão difícil expressar seus sentimentos por ela. O que ele sabia era que não poderia passar o resto da vida se expressando com olhares e gestos. Palavras as vezes eram necessárias, até para eles. Sara tinha que saber de sua boca que ela era a mulher sua vida, que ele não conseguia mais ficar longe dela, que ela era tudo pra ele.

Ele tinha que aprender a dizer o que sentia por ela, olhando em seus encantadores olhos castanhos, sem timidez, sem gaguejar. Mas enquanto isso não acontecia, escreveria.

Foi direto tomar um banho.

Ao sair, vestiu-se, pegou papel e caneta, e pôs-se a escrever um bilhete.

Ao terminar foi até o quarto e sua garotinha continuava a dormir profundamente. Dirigiu-se até ela para lhe avisar que sairia.

— Amor? - não teve resposta. _ Sara? - tocou seu ombro mexendo de leve para fazê-la despertar. _ Honey... Está me ouvindo?

— Hmm. - ela resmungou.

— Eu tenho que ir. Ecklie quer que eu vá agora pro laboratório.

— Hm... Tabom. - disse sonolenta.

— Vou deixar um bilhete pra você em cima da mesa. - ele dizia tudo em um tom baixo.

— Bilhete? - perguntou confusa.

— É. Quando levantar você vê, tabom?

— Uhum. - ainda de olhos fechados, trocou de posição virando-se pra ele.

— Vou deixar o café pronto, se demorar pra levantar é só esquentar de novo.

— Tabom.

— Me dá um beijo antes de eu ir?

Sara abriu os olhos, se espreguiçou sorrindo e enlaçou o pescoço de Gil o puxando para um beijo suave, finalizando com uma bitoca.

— Te amo.

— Também te amo. Te vejo no laboratório.

— Tá. - voltou a dormir.

...

Grissom chegou ao laboratório para conversar com Ecklie, e depois foi à cena do crime que ele o enviou. Um homem cadeirante havia sido atropelado depois de sair de um bar. Brass interrogou as pessoas que estavam no carro e em seguida foi falar com o amigo.

— Pelo menos o motorista estava sóbrio. Não posso dizer o mesmo do monte de estudantes que ele estava levando pela cidade. Ouça os depoimentos maravilhosos que tenho: “Nós fomos, errr...”, “O cara faz Aah”, “Fizemos bam...”, “O cara fez uaaah!”.

Grissom riu internamente, mas por fora só ergueu as sobrancelhas.

— O freio da cadeira de rodas foi solto.

— Talvez quebrou com o impacto.

— O impacto foi do lado esquerdo. Mas as travas estavam soltas dos dois lados.

O que aconteceu foi que o homem fora empurrado para o meio da estrada sem tivesse como impedir. Junto ao corpo havia uma fotografia dos anos 70, e o rosto da vítima (mais jovem) estava riscado com um X. Haviam mais quatro homens, mas o que estava no meio não dava pra ver o rosto, pois também estava com um X.

Foram até o bar saber quem estava bebendo com ele e descobriram, tinham um nome (Michael Myers) e um rosto, porém isso não deu em nada. Foi justamente isso que Sara percebeu ao chegar ao laboratório e saber de tudo pela manhã.

— Como nós podemos ter todas essas evidências e ainda não ter nada? - a morena perguntou a Archie no áudio e vídeo, enquanto assistiam ao vídeo do bar onde o suspeito cantava.

— Bem, posso melhorar a imagem para você.

— Não acho que alguns pixels a mais vão resolver o problema. Você tem o rosto.

— E o nome.

— Mais as fotos, testemunhas, amostras de DNA, grafia, digitais. - sim, eles tinham tudo isso do cara. _ Não há registro no departamento de trânsito ou AFIS.

Archie deu uma pausa no vídeo.

— Ele sabia exatamente onde as câmeras estavam.

— Ele cantou bem para elas. - disse Sara.

— Obviamente não estava com medo de ser identificado.

— Por que não?

Eis a questão.

Grissom apareceu na porta da sala chamando pela namorada. Sara sorriu ao vê-lo. Lembrou do bilhete que ele havia deixado pra ela antes de sair de casa, era lindo! Sara estava boba até agora.

— Sara, tem um corpo num hotel, pode cuidar disso?

— Claro, pode deixar.

— Sofia já está esperando por você.

Grissom sorriu da cara que ela fez ao ouvir falar no nome da loira. Ciumenta demais essa namorada que ele tinha. Archie não percebeu nada.

Ao chegar na cena, Sara descobriu que foi uma isca para pegar o cara. Testemunhas disseram que uma senhora estava hospedada naquele quarto, ela havia pedido ajuda com as malas e foi quando o estrangulou. Porém todas as malas estavam no quarto e vazias. Como no outro caso, eles tinham nome (Pamela Voorhees) e rosto, mas nada no banco de dados. Mas não era só isso que ligava os dois casos, a mesma foto que Gil achou no primeiro corpo, foi encontrada por Sara no segundo com mais um rosto riscado com um X. A morena concluiu que aquilo era uma lista de marcados. Faltavam só dois, já que o do meio não dava pra saber quem é.

Os únicos que não estavam nesse caso da fotografia eram Warrick, Catherine e Greg que pegaram um carro no Lago Mead, identificado como o carro de Mickey Dunn, um “astro” de Las Vegas dos anos 70. A lenda dizia que Mickey desapareceu com seu Cadillac na noite em que fora acusado de assassinar um informante da máfia de baixo escalão.

Um pescador havia encontrado uma arma que alegava ser do carro de Mickey Dunn assim como o mesmo que tiraram do fundo do lago, com um esqueleto dentro.

No laboratório, Nick conseguiu a foto original dos marcados, e adivinha quem era o cara do meio? Mickey Dunn! Juntamente com os quatro homens, todos encostados no Cadillac.

Mas por que Michael e Pamela mataram esses homens da foto?

Antes que pudessem responder essa pergunta, Brass recebeu um telefonema de um homem alegando que estava sendo perseguido pelo fantasma de Mickey Dunn. E ele também foi encontrado morto com a mesma foto marcado com um X em seu rosto, assim como o outro sujeito que faltava. Todos da foto estavam mortos, porém, descobriram que o esqueleto que foi encontrado dentro do Cadillac não era Mickey Dunn.

Ele logo foi pego pelos policiais tentando fugir da cidade. Estava vivo todos esses anos. E matou os companheiros da foto usando disfarces, por isso não havia registro. E os nomes? Mickey escolheu de acordo com filmes de terror. F. Krueger (o pescador) baseado em Freddy Krueger de A Hora do Pesadelo; Michael Myers (o cantor) baseado no assassino de Halloween; E Pamela (a idosa) baseado na mãe de Jason em Sexta-Feira 13.

Sem esquecer de mencionar que ele teria tido um caso com Catherine – que na época tinha dezesseis anos – se Sam não tivesse o ameaçado para ficar longe dela.

Só mais um dia em Las Vegas.

...

Sara foi pra casa enquanto Grissom ficou no laboratório dando uma olhada nos relatórios de seus subordinados e amigos. Quando chegou, Sara pôs-se a ler novamente o bilhete que lhe foi deixado.

“Meu amor...

Você sabe que eu não sou bom com palavras, mas eu vou tentar.

Estava te vendo dormir e comecei a pensar enquanto te admirava.

Eu passei muito tempo, quase toda a minha vida, na solidão, e nem ao menos procurava alguém para poder entregar a chave para abrir meu coração. Você nem precisou dela.

O que eu quero dizer com isso é que você é única, e que desde o momento em que te vi pela primeira vez, meu coração sabia que era você.

Te amo,

Gil.”

Sara sorriu mais uma vez.

Sua vontade era de pular em seu pescoço e abraçá-lo naquele laboratório quando o viu, mas não pôde. Porém percebeu que Gil soube o porquê do sorriso dela. Não aguentava de tanto amor que havia dentro de seu peito, queria gritar pro mundo inteiro o quanto era apaixonada por ele, e que a cada dia o amava mais. Sabia o quanto ele estava tentando e era lindo.

A morena esperou por mais de uma hora, mas isso não foi problema, pois assistiu TV com Hank até o anfitrião chegar. E quando isso aconteceu, tanto ela quanto o cão ficaram felizes e foram cumprimentá-lo.

Sara deixou que Hank o fizesse primeiro, para depois ser a sua vez. Foi então que se jogou em seus braços lhe dando um abraço bem forte.

Grissom sorriu e apertou mais os braços que envolviam a cintura dela. Deixou o rosto descansar em seu pescoço aspirando seu cheiro maravilhoso.

Ficaram assim por longos segundos e, depois Sara desfez o abraço e tocou o rosto dele, com um sorriso no canto dos lábios.

— Leu o bilhete... não foi?

Sara assentiu ainda sorrindo de lado.

— Eu sei o quanto é difícil pra você, e a gente já falou sobre isso no nosso aniversário, mas... está se saindo muito bem.

— Jura? - ele ficou feliz.

— Juro. - ela deixou que o sorriso se abrisse.

Grissom sentiu seu coração descompassar com aquela visão.

— Eu amo quando sorri.

— Idem. - disse ela num tom divertido. _ Você devia fazer isso mais vezes também, sabia? Meus olhos com certeza brilham quando te vejo sorrir.

Para tirar a prova ele sorriu, do mesmo jeito que ela, e de fato viu aquelas bolinhas castanhas brilharem.

— E não é que brilham mesmo?! - ele riu.

Sara também riu e continuou a olhá-lo com os olhinhos ainda cintilantes. Então ele perguntou:

— Por que eles não param de brilhar?

E ela respondeu:

— Porque eu estou olhando pra você.


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