Presente escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Espatódea


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, essa é uma one em homenagem ao dia dos pais. A história foi inspirada na música Espatódea do Nando Reis, se quiserem escutar enquanto leem, aqui o link https://www.youtube.com/watch?v=wd2LT6RrkgQ

Não terá uma continuação, é apenas uma one especial.

Espero que gostem, boa leitura <2



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Véspera do dia dos Pais

— Eu sinto muito, Edward — Bella disse depois de me dar a notícia, apenas assenti, digerindo aquilo, contendo a vontade de chorar. — Ela ligará para você e, explicará a situação melhor.

— Tudo bem — murmurei para minha esposa, tirando os óculos de grau e apertando os olhos.

Bella depositou um beijo em meu rosto, então deixou o escritório, sabendo que eu precisaria de um minuto em silêncio para absorver a situação em que fui colocado.

Suspirei, recostando-me a cadeira, deixando de lado o trabalho. Passando a encarar a foto de Renesmee sobre minha mesa do escritório, eu não podia acreditar que ela não estaria ali comigo no dia dos pais, nem em meu aniversário no dia seguinte, parecia um pesadelo.

O celular tocou e, era ela. Atendi hesitante, com medo de não conter o choro e parecer um tolo.

— Papai. — A voz doce dela me atingiu, então logo percebi que eu não era o único ali com vontade de chorar. — E-Eu nem sei por onde começar, isso é terrível! — exclamou. — Me desculpe, por favor, isso tudo não está certo, me sinto péssima.

— Ness, não é sua culpa, você não é a pessoa responsável pelo furacão — falei tentando tranquilizá-la, pois aquela era minha missão desde sempre, tentar mantê-la segura e confortável, mesmo que todo o resto estivesse um caos.

— Eu devia ter ido antes, fui tão burra, moro na Flórida, claro que teria uma ameaça de furacão, essa merda sempre está assombrando nossas cabeças — falou irritada, parecendo muito com a mãe enquanto xingava.

Eu ri, era impossível não rir do jeito irritado que Renesmee tinha. Ela parecia tão devastadora quanto um furacão se a tirassem do sério, como naquele dia.

— Renesmee, acalme-se, okay? É apenas um dia dos pais, eu já passei outros vinte e quatro com você, vamos superar isso.

— Não — ela choramingou. — Sou sua única filha, eu deveria estar ai. Papai, me desculpe.

— Renesmee, eu já falei, você não tem culpa se o furacão decidiu se aproximar da costa antes do tempo previsto. Eu irei visitar meu pai, não estarei sozinho. E, eu tenho certeza de que os Volturi vão adorar tê-la como convidada nesse dia.

— Se eles ao menos estivessem em Miami. — Bufou e, ouvi uma porta bater com força. — O bebê de Jane nasceu na semana passada, lembra? Alec viajou com os pais para visitar a irmã no Kansas há três dias, eles não estarão aqui amanhã.

— Kansas? Quem mora no Kansas além da Dorothy?

Renesmee gargalhou, então outra porta bateu. Eu não sabia como o apartamento dela sobrevivia com todo aquele ataque de fúria, a porta do quarto dela em nossa casa teve de ser trocada durante sua época de colegial, não era fácil conter Ness e seu temperamento adolescente, a pobre porta foi resistente até onde possível.

— Foi exatamente o que eu disse quando Jane anunciou que estava se mudando para lá, por Deus, é um país imenso e ela se muda para o lugar mais chato de todos.

— Okay, você não tem os Volturi, mas vai sobreviver.

— Sobreviver eu vou, quem não vai é o pessoal daquele aeroporto. Você não pode entrar em um avião nesse clima, senhorita Cullen, eles disseram. Se eu consegui licença para dirigir, entrar em um avião no meio de um furacão deveria ser permitido também. — Mais uma porta, então algo caiu. — Merda!

— Filha, você precisa relaxar. Coma alguma coisa, limpe a bagunça que seu apartamento deve estar. — Eu podia imaginá-la revirando os olhos para minha ordem. — E, vá dormir, nós nos encontraremos no feriado de quatro de julho quando sua mãe e eu formos visitá-la.

— Com a minha sorte é capaz de acontecer um novo furacão. — Ela suspirou alto. — Tudo bem, papai, eu vou fazer essas coisas. Quebrei o maldito busto do Darth Vader que Alec tanto idolatra, estou mais encrencada ainda. Eu simplesmente preciso deixar de ser tão azarada.

— É coisa de família, você não vai conseguir, está no seu sangue.

— Obrigada, mamãe! — ela debochou e nós rimos. — Amo você, pai. — O tom doce voltou a sua voz.

— Amo você também, garota, se cuide.

Nós desligamos juntos em seguida e, eu voltei a me sentir triste imediatamente. Renesmee estava certa, não era nada certo aquilo estar acontecendo com a gente.

Ainda véspera do dia dos Pais

— Você tem certeza de que não quer que eu fique? — Bella perguntou enquanto enfiava-se em roupas de dormir, uma camisa minha e um short meu, eu adorava ela roubar minhas roupas, menos quando isso me deixava sem nenhuma.

— Não, Bella, você pode ir ficar com seu pai — afirmei, a puxando para a cama comigo. — Acredite, eu saberia exatamente como ele se sentiria se a filha não estivesse lá.

— Odeio o fato dela não estar vindo para casa. — Bella se aconchegou em meus braços. — Isso é injusto, vocês não deveriam estar separados em duas datas tão importantes.

— Eu vou ficar bem — menti, eu não ia, a saudades de Renesmee me torturando ainda mais. Não nos víamos desde o fim de maio, já estávamos quase no fim de junho, tempo demais afastado da minha filha.

Bella e eu conversamos por mais um tempo, então ela logo adormeceu, iria pegar a estrada cedo para passar o dia dos pais com o seu. Charlie morava a três horas de Seattle, em Forks.

Diferente de Bella, eu não consegui dormir. Não com tudo aquilo povoando minha cabeça, então a deixei em nossa cama e sai do quarto. Pensei em ir ao escritório em casa trabalhar, quem sabe adiantar a leitura de alguns processos, mas ignorei aquilo e segui até o quintal de casa.

Sentei-me em um dos bancos acolchoados da varanda traseira, meus olhos se perdendo na única árvore do local. Alta, de flores alaranjadas e, cheia de significado, a Espatódea era minha árvore e de Ness. Algo que nós plantamos juntos e vimos crescer, algo que nós amávamos de uma forma que nenhuma outra pessoa conseguia entender, nem mesmo Bella.

O dia do nascimento da Espatódea

Era dia dos pais, eu fui acordado com café na cama e presentes. Bella tinha feito panquecas e bolo de chocolate e, me dado ingressos para um concerto de música clássica que eu queira muito ir, Renesmee me deu uma caixinha com sementes.

— O que é isso? — perguntei curioso, mantendo a garotinha de cinco anos debaixo de meus braços.

— Sementes, papai — respondeu cheia de sabedoria e, até mesmo com um pouquinho de sarcasmo em voz, Bella e eu já tínhamos nos dado conta que estávamos criando uma pequena monstrinha.

— Ness, explique porque escolheu esse presente para seu papai — Bella sugeriu, afagando os cabelos ruivos cacheados de Renesmee. A tonalidade uma herança minha, os cabelos de fogo que minha família materna possuía.

— Eu queria um presente muuuuito bonito, papai — Renesmee começou a contar, os olhos castanhos, como os da mãe, voltados para mim cheios de empolgação conforme a narração de sua história. — Ai, a mamãe disse que eu não ia conseguir um presente mais bonito do que eu, porque eu já sou o melhor presente da sua vida.

Sorri para ela, então para Bella que piscou para mim. Aquilo era a maior verdade do universo.

— Papai! — Ness exigiu minha atenção e, voltei a olhá-la. — Ai, a gente foi até a froricultura da vovó Esme...

— Floricultura — a corrigi automaticamente, ganhando um revirar de olhos dela. — Continue. — Contive uma risada.

— Ai eu vi uma flor supeeer linda, laranja e meio vermelhinha. Vovó disse o nome dela, epatodia.

— Espatódea, amorzinho — Bella a corrigiu também, suavemente afagando os cabelos de Renesmee.

— Isso ai. — Nessie deu de ombros. — Ai eu disse para a mamãe que queria várias flores de epa...Espatódea no nosso quintal, porque ela parece com os nosso cabelos, papai! — Nessie exclamou, pulando na cama para bagunçar meus cabelos, enquanto soltava uma sonora gargalhada.

Eu aproveitei para fazer cócegas nela, fazendo a garotinha se debater em meus braços, enquanto ria.

— A mamãe, faz cócegas na mamãe! — Ness ordenou, então nós dois partimos para Bella, que era extremamente sensível aquilo, ela tentou sair correndo do quarto, mas a capturamos antes dela chegar perto da porta.

— Esme disse que é uma árvore grande, mas que é capaz de crescer bem em nosso quintal — Bella falou depois da sessão de cócegas, seu cabelo tão descabelado quanto o da filha, que ela tentava colocar no lugar. — Eu vou para Forks com papai antes que fique muito tarde, você e Ness podem plantá-la enquanto isso, todo o material necessário está na garagem.

Renesmee e eu nos despedimos de Bella, deixando-a ir passar o dia com seu pai. Então, nós dois poderíamos ter o dia todo só para a gente.

Mesmo que minha mãe fosse botânica, eu não tinha muita prática em plantar, o que fez Renesmee e eu termos um tremendo trabalho com tudo aquilo. No final estávamos sujos dos pés a cabeça, mas pelo menos a nossa árvore estava plantada.

— Qual vai ser o nome dela, papai? — Renesmee perguntou, dando batidinhas sobre a terra onde tínhamos colocado as sementes.

— Qual nome você quer? — perguntei.

— Árvore do papai e da filhinha! — respondeu animada, pulando em meus braços.

— É o nome mais lindo de todos, será esse, meu amor! — declarei.

— Papai — Ness começou a falar séria, segurando meu rosto entre suas mãos sujas de terra, mas eu não me importava, eu adorei na verdade tudo sobre aquele dia só nosso. — Eu sou mesmo seu melhor presente?

— O melhor deles, querida e, nunca irei ter um melhor do que você. — Ela voltou a sorrir, então beijou minha testa como eu sempre fazia com ela, o que me fez sorrir também.

— Eu te amo muitão, papai, você é o melhor papai de toooodo o mundo inteirinho!

— Também te amo muitão, Epatodia — falei, a abraçando forte.

— É espatódea, papai — corrigiu-me, o queixo apoiado em meu pescoço. — Mas tudo bem, eu não conto pra mamãe que você errou.

Apenas sorri ainda mais, a mantendo em meus braços, querendo que todos os dias dos pais fosse tão perfeito quanto aquele.

Dia dos Pais

Bella saiu cedo para ir buscar sua irmã mais nova e ir com ela encontrar-se com seu pai, então eu logo segui até a casa dos meus pais também. Mamãe abriu a porta para mim usando um avental e, segurando um dos meus sobrinhos em seu colo, minha irmã mais velha e meu cunhado tinham quatro filhos, o mais novo era Enzo com sete anos de idade.

Eu cumprimentei mamãe, então peguei Enzo em meu colo, querendo mimar um pouco ele. Meu pai, minha irmã e Emmett, meu cunhado, estavam na sala, cumprimentei todos ali também.

Era bom estar com eles, com meus sobrinhos, todos meninos entre sete e treze anos, mas, ainda sentia a falta absurda de Renesmee. Aquele era nosso dia, sempre foi, desde o primeiro dia dos pais, nós sempre conseguíamos nem que fosse um par de horas sozinhos para curtir.

Bella e eu não podíamos ter outros filhos, Renesmee então era toda nossa luz e, todo nosso amor. Nós nos dedicamos de corpo e alma a garota de cachos ruivos e olhos chocolates.

— Como Ness está? — mamãe me perguntou enquanto eu a ajudava a arrumar a mesa para o café da manhã.

— Bem, ela apenas me mandou uma mensagem na hora de Miami, deve estar chateada o suficiente para não conseguir ligar. Achei melhor evitar ligações, eu não conseguiria de qualquer forma suportar falar com ela e, não tê-la por perto justamente hoje.

— Isso deve estar sendo tão difícil para vocês dois. — Mamãe afagou meu braço, lançando-me um sorriso gentil. — Mas tranquilize seu coração, meu filho, você e Bella estarão com sua filha no quatro de julho, falta apenas alguns dias.

— É o que está me mantendo de pé. — Sorri para mamãe. — Não me sinto triste assim desde que ela foi para a faculdade — confessei.

Aquele dia que a garota foi para a faculdade

Olhei ao redor, odiando aquele lugar e tudo sobre ele. Eu não conseguia entender porque a universidade em Miami parecia tão mais interessante do que a de Seattle, era uma boa faculdade, eu tinha me formado lá, mas não parecia boa suficiente para minha filha.

— Você trouxe tudo? — Bella perguntou pela milésima vez para Renesmee.

— Sim, mãe, eu não esqueci de nada — Renesmee prometeu, carregando uma caixa de livros até sua escrivaninha. — Papai?

— Sim? — resmunguei.

— Você podia pelo menos fingir estar feliz por mim? — perguntou chateada.

— Não me peça o impossível. — Bufei.

Renesmee respirou fundo, cruzando os braços e me fuzilando com os olhos. Ela parecia tão grande e toda adulta, mesmo que eu me recusasse a aceitar aquilo. Já tinha dezoito anos, ia viver sozinha em um dormitório do outro lado do país, na quente Flórida, enquanto eu seria deixado para trás na chuvosa Seattle. Parecia tão injusto.

— Eu vou esperar você lá embaixo, Bella — falei para minha esposa, saindo do dormitório e parando do lado de fora dele, recostado à parede de tijolos vermelhos, enquanto via toda a movimentação dos alunos chegando para o novo semestre.

— Você é um imbecil, a trate bem, seu idiota! — Bella exclamou a passar por mim, seguindo até o estacionamento, para o carro que tínhamos alugado em Miami.

Olhei para trás, vendo Renesmee atrás de mim, os olhos marejados e o rosto vermelho. Bella tinha razão, eu era um imbecil, na verdade aquele era um xingamento muito leve para o quão babaca eu estava sendo desde que Renesmee recebeu sua carta de aceitação e afirmou que iria para a Flórida.

— Desculpe — sussurrei para a garota.

— Eu queria que estivesse feliz por mim — ela sussurrou de volta. — Mas aparentemente minha felicidade não importa para o senhor, não é, Edward Cullen?

— Ness, não, não é nada disso. — Aproximei-me ainda mais dela, segurando em suas mãos trêmulas. — Não, não diga isso, meu amor, claro que sua felicidade importa para mim. Ver você e sua mãe felizes é tudo que eu preciso para ficar feliz, mas... — Suspirei. — Você não faz ideia de o quão difícil isso está sendo para mim, querida.

— Está sendo difícil para mim também — ela confessou. — Mas, eu quero suportar isso, papai, toda essa dor de deixar você, a mamãe e toda nossa família em Seattle. Eu quero vir para a Flórida desde o primeiro ano do colegial quando a faculdade se tornou algo realmente concreto em minha mente, é um sonho. Sei de tudo que estou abdicando vindo para cá, mesmo assim estou fazendo. Eu estarei sozinha aqui, papai. Você ainda terá mamãe e, toda a família em Seattle. Sabe o quão difícil vai ser ficar aqui sozinha?

— Me desculpe, querida. — Beijei sua testa, então Nessie se agarrou a mim, começando a chorar.

— Eu vou sentir tanto a sua falta, papai!

— Eu também. — Respirei fundo, inspirando o perfume de floral dela, querendo decorar o aroma em cada canto da minha mente para dias futuros que ela não estaria por perto. — Amo você, Renesmee, sempre será meu melhor presente, filha.

Ainda dia dos Pais

Rosalie, minha irmã, seu marido e os filhos foram embora depois do café. Eles sempre dividiam-se entre a casa dos nossos pais e dos de Emmett nos dias de festas, então fiquei apenas com meus pais, mas logo papai tinha de ir para o hospital, mesmo alegando odiar ter que ir trabalhar em pleno dia dos pais.

Eu acabei ficando vendo álbuns de fotos com mamãe, sabendo que voltar para minha casa vazia não ajudaria em nada meu estado de espírito. Estar lá sem Bella e, principalmente sem Renesmee naquela data importante seria torturante.

— Você e Bella estavam incríveis no dia do casamento — mamãe falou vendo uma foto minha e de Bella.

Nós tínhamos nos conhecido no último ano do colegial, quando ela se mudou de Forks para Seattle com a mãe e a irmã caçula, depois do divorcio dos seus pais. Foi uma paixão instantânea, que logo nos levou a namorar. Casamos no segundo semestre da faculdade e, com vinte anos tivemos Renesmee, um presente antecipado em dois dias para Bella que teria seu aniversário no dia treze.

Foi um dia povoado de emoções, algumas dolorosas e outras maravilhosas.

O dia que ele ganhou seu presente

Eu me sentia tão confuso, era a melhor forma de me descrever. De uma hora para a outra tudo tinha mudado, Bella e eu estávamos felizes, em uma reunião com a irmã dela, Alice e, o novo namorado dessa, Jasper, então aconteceu.

Então, o sangramento aconteceu e a dor. Nós corremos até o hospital.

— Deslocamento da placenta — o médico falou e, eu era um advogado, não entendia direito o que aquilo queria dizer, mas sabia que não era algo agradável por sua expressão.

O médico optou por uma cesariana, seria melhor para o bebê e para Bella, ainda que a gestação só estivesse em seu sétimo mês. E, o parto daquela forma me excluiu, Bella e eu estávamos tão animados durante toda a grávidez com a ideia de um parto normal, sem muita interferência de drogas, mas não foi o que aconteceu.

Eu fiquei do lado de fora, junto com o resto da família. Pensando que minha esposa e, minha filha estavam em uma sala fria, precisando de mim e, que eu não tinha absolutamente nada para fazer por elas.

O mundo não parecia um lugar bom naquele momento.

— Senhor Cullen, sua filha nasceu! — uma enfermeira anunciou, fazendo com que meu coração parasse por um instante. Eu era um pai.

— Ela está bem? — perguntei com a voz trêmula, enquanto me colocava de pé com a ajuda da minha irmã.

— Muito bem, ela é uma graça — a enfermeira disse. — E, sua esposa está se recuperando muito bem também, ela está sendo transferida para um quarto agora.

— Eu quero vê-las, eu preciso vê-las.

— Quer ir ver sua esposa ou sua filha primeiro, senhor Cullen? — me perguntou.

— Edward, vá ver sua filha primeiro, eu preciso ver a minha — Renée disse em um tom ansioso, com o rosto cheio de lágrimas.

— Sim, tudo bem — concordei, entendendo o lado dela.

Eu segui com a enfermeira até onde minha filha estava, fui vestido em roupas próprias, então pude entrar na sala.

Então, eu a vi pela primeira vez. Um bebê pequeno, com ralos cabelos ruivos e, que eu deduzi desde o primeiro momento que parecia comigo.

Era minha, minha e de Bella e, eu a amava tanto.

— Oi amor! — falei com a garotinha na incubadora. — Deus, você é tão linda, querida. — Senti as lágrimas em meus olhos. — Eu realmente não esperava um bebê tão lindo assim, obviamente você nos surpreendeu. Falando nisso, você chegou antes da hora, mas saiba que não importa a hora que você chegue, sempre será bem vinda, meu amor.

— Você quer segurá-la, senhor Cullen? — a enfermeira me perguntou.

— Eu posso? — perguntei empolgado, ela concordou e, tirou a bebezinha da incubadora, a colocando com cuidado em meus braços. — Oi Renesmee, é um prazer, conhecê-la — falei diretamente com minha filha, um pacotinho quente em meus braços, eu queria enche-la de beijos. — Sim, eu sou seu papai. — Acariciei seu rostinho, o que a fez abrir os olhos, exatamente como os da mãe.

O mundo pareceu um lugar muito melhor naquele momento, com minha filha em meus braços, olhando para mim. Eu a amei mais ainda e, sabia que ela me amaria de volta.

— Você é meu melhor presente, filha.

Mais tarde no dia dos pais

Eu voltei para casa no meio da tarde, mesmo sobre os protestos de mamãe para que eu ficasse com ela por mais tempo. Mas, estava melancólico, queria um tempo só, o tempo que eu teria usado com Ness se ela estivesse comigo.

Fiquei na sala de casa, lendo um dos tantos livros de Bella, enquanto esperava por ela chegar. Ouvi um carro estacionando na frente de casa, mesmo com a chuva que caia naquele começo de noite, então corri até a porta para recepcioná-la.

— Oi papai! — Eu arregalei os olhos ao ver Renesmee do outro lado da porta, não Bella.

— Ness?

— Sim. — Ela riu, estava molhada dos pés a cabeça, segurando apenas uma bolsa e, parecendo ter tido um dia tão ruim quanto o meu. — Vai me deixar entrar, ou eu não sou mais bem vinda? — brincou.

Suspirei, a envolvendo em meus braços, então a puxei para dentro de casa. Ainda sem acreditar que ela estava ali, com algumas horas faltando para o dia dos pais acabar.

— Como você chegou aqui? — consegui perguntar.

— Eu dirigi até outra cidade, que ainda estava com o aeroporto funcionando, paguei uma pequena fortuna por uma passagem na primeira classe, pois era o único lugar no voo. Sentei do lado de um cara que não parava de me cantar, que era um idiota por não perceber esse maldito anel de noivado que eu carrego no meu dedo desde o último natal. Minha mala foi extraviada, eu não consegui alugar um carro, porque esqueci minha licença no carro na Flórida, então tive de lutar por a droga de um táxi no meio da chuva e, o trânsito está infernal — Renesmee contou, ainda em meus braços, o rosto enterrado em meu peito, enquanto falava e choramingava. — Mas que se dane, foi um dia terrível, mas eu estou finalmente aqui, com o senhor papai.

Ela se afastou de mim, sorrindo.

— Feliz dia dos pais! — exclamou empolgada. — Eu esqueci seu presente também, então me desculpe por isso.

— Você é o único presente que eu queria, filha.


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Notas finais do capítulo

Eu simplesmente adoro escrever sobre a relação pai e filha do Edward com a Renesmee, então espero que tenham gostado da one.

Vejo vocês nos comentários?

Beijos!

Lola Royal.

14.08.16