Memories of a Potter and a Scamander escrita por Cherry Pitch


Capítulo 9
The End


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeee!!
Eu já terminei de escrever a fic! :(((((((((((
Vou sentir saudades, por mais que eu já tenha planejado algumas surpresas pra vocês... Enfim aproveitem o cap! ♥



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Lorcan Scamander

 

Sinceramente, eu achei que Albus iria assumir o nosso namoro depois do acontecimento na enfermaria. Achei que ele provavelmente iria pensar que as pessoas do lado de fora ligariam o tempo que ficamos lá dentro sozinhos ao fato de que estávamos juntos. Mas... Bem, ele não pensou. E as pessoas nem falaram nada, a propósito. 

 

Eu estava começando a ficar irritado. Eu queria que ele assumisse, mas sabia que não seria certo forçar a barra. Cedric McLaggen espalhou para todos que eu era gay. O covarde não disse o ocorrido completo. Não contou que ele me bateu, nem que ele me empurrou. Agora, ele havia descoberto, e eu tinha me jogado no chão, batido no pufe, e me queimado. Que eu tinha me machucado. Eu estava com raiva dele, queria ter exposto Cedric para todos, mas... Eu era um corvino. Eu sabia que não seria inteligente atrair mais atenção, sabia que não seria inteligente colocar mais um holofote em cima de mim. 

 

E eu estava realmente sofrendo. Dizem que os membros da Grifinória eram melhores, e superiores, não? Se não dizem, deixam essa verdade encoberta, mas nas entrelinhas. Todos sabem que as pessoas pensam isso. Mas eles não são nada melhores que os outros. Vários membros tanto da Grifinória quanto da Sonserina me atacaram, pelo fato de eu ser homossexual. Cedric McLaggen e seu grupinho já me bateram. Quer dizer, McLaggen só me bateu no Salão Comunal, provavelmente o covarde não quis mostrar a verdade para os "guarda-costas". Mas eles vieram me atacar. Os "guarda-costas", que seguiam McLaggen como os cachorros seguem seu dono. 

 

Eles me bateram, até eu sangrar. Se não sangrava por fora, sangrava por dentro. 

 

Os membros da Lufa-Lufa e alguns da Corvinal não me atacavam desse modo, violento. Eles me feriam tal como os outros, porém eram sutis. Todos me evitavam nos corredores, e quando tocavam em mim, imediatamente faziam algum feitiço de limpeza no lugar que toquei. Tem um livro trouxa que tem algo parecido, Al me mostrou. O título é As memórias de um banana, ou algo assim. É o Toque do Queijo, no livro. Quem tocasse num queijo estragado grudado no chão de uma parte do colégio era como se tivesse pego um vírus. Ninguém tocava nem falava com aquela pessoa. Era uma maneira rápida e simples de exclusão social de uma pessoa. 

 

Isso tinha acontecido comigo. Não toquei em nada como um queijo estragado, obviamente. Mas... Bem, eu era gay. E as pessoas tratavam a homossexualidade como um vírus a ser transmitido. Se você tocasse num homossexual você automaticamente estaria mais fácil a gostar de garotos. 

 

É tudo merda. 

 

Quantas vezes toquei em heterossexuais? Milhares! E nem por isso sou hétero. Não é algo que você "pega" de alguém. Ser homossexual não é uma doença, nem uma escolha. Você não acorda e pensa: "Hoje eu decidi ser homossexual!". Se fosse assim iria ser fácil. Qualquer um decidiria ser hétero, no mundo em que vivemos. Ninguém acorda um dia querendo sofrer preconceito, e ser excluído da sociedade. Mas não é uma escolha. Ser homossexual não faz com que você não seja um ser humano como todos os outros. Todo mundo é diferente! Por que julgar alguém por isso?

 

Não era justo. 

 

Mas me feria Albus não assumir que era gay e que era meu namorado. Isso pode ser um pouco egoísmo, sim. Ou muito. Não sei, nunca fui bom em julgar as minhas próprias ações, nem as medidas delas. Mas eu não queria sofrer sozinho. Eu estava sozinho ali. Não podia beijar meu namorado na frente de todos, eu não podia andar nos corredores sem que todos ficassem me encarando. Eu ao menos tinha o direito de estar na escola e não ser ferido!

 

Até que um dia falei isso para ele num dos meus dias de fossa. 

 

Mas... Bem, meu dia de fossa era justamente no dia de fossa de Albus. E... Eu fiz a maior merda de todos os tempos. 

 

Eu terminei com Albus Severus Potter. 

 

Albus Potter

 

Lorcan terminou tudo comigo. 

 

Eu não estava conseguindo acreditar. Os argumentos dele tinham fundamento. Sempre tinham, aliás. Lorcan fazia as coisas com motivo. Mas às vezes fazia coisas grandes demais para motivos pequenos demais. O que não era o caso. O grande problema era que Lorcan nunca tinha dito aquilo para mim. Pelo que eu via, ele não se incomodava. Ele fingia ser inatingível. E ele fingia isso até para mim. 

 

Ele terminou comigo na Sala Precisa. Ele já estava lá quando eu cheguei. Quando eu perguntei o que estava acontecendo, para ele estar ali daquele jeito - o que ele sempre fazia quando estava triste -, ele respondeu que ele estava se sentindo péssimo aqueles dias, mas tinha dito aquilo já gritando. Ele disse que as pessoas batiam nele, e o evitavam, mas que eu estava sempre intocado, pois ninguém a não ser ele sabia que eu era homossexual, tal como ele. 

 

Eu estava num dia de fossa, admito. Eu já estava com umas merdas na minha cabeça, de que a relação com Lorcan já não estava tão boa, porque parecia que ele estava escondendo alguma coisa de mim, ou coisas assim, outras que não tinham sentido algum. E eu falei algumas dessas merdas que passaram pela minha cabeça e... Ele terminou comigo. E agora, depois dele ter saído da Sala Precisa, eu estava lá chorando, e jogando coisas na parede. E sabendo que tudo que ele tinha feito... Bem, ele tinha razão. 

 

Eu era um bosta que não conseguia nem enfrentar um bando de babacas que estava incomodando meu namorado, não me assumindo homossexual. Eu era um bosta, porque não conseguia confortar meu namorado, nem fazer com que ele me conte o que o estava incomodando sem que ele termine comigo. Eu era um bosta, porque me preocupava tanto com o que as pessoas iriam pensar de mim. Desde o momento em que quis a Grifinória porque era o que a minha família queria. Se não fosse por Lorcan, eu nem me daria conta de que eu não queria ser da casa da Grifinória. Eu nem teria me dado conta de que eu era inteligente, de que eu gostava de estratégias e de ligar informações, de que eu estava mais ligado a Corvinal, se Lorcan não tivesse aberto meus olhos para isso.

 

Eu teria vivido a minha vida pensando no que eu deveria ser se não fosse por Lorcan. E eu tinha acabado de perdê-lo. 

 

Eu tinha acabado de ser bosta o suficiente para perder Lorcan. 


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Notas finais do capítulo

COMENTEM E ME DIGAM O QUE ACHARAM!!
ESSE CAP DEU TRABALHO, OK?!!!



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