Perdoe-me, por favor escrita por CohenHiraMi


Capítulo 8
Capítulo 8 – Encontro com Papyrus


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, como estão? Bom, aqui está mais um capítulo! Esse saiu maior que os outros! Kkkkkkkkk! Espero que gostem! Divirtam-se! ♥



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Frisk ficou ali, parada no mesmo lugar em que estava. Seu coração batia acelerado ainda. O esqueleto nunca se aproximou tanto dela assim. O que estava acontecendo? Esse sentimento de urgência em provar que mudou, as bochechas esquentando com o toque dele... O que estava acontecendo com ela? A garota sentou-se na cama e ficou ali pensando, até se assustar com o vulto de Chara.

— O que? Vai me dizer que está gostando desse comediante? – Chara questionou incrédula.

— C-claro que não. Só quero ser amiga dele. – Frisk respondeu rapidamente, encarado o chão com as bochechas avermelhadas.

— Frisk, Frisk. Você não me engana. Eu sei o que se passa nessa sua cabeça mole. Não temos tempo pra isso. – Chara falou seriamente, cruzando os braços.

— Não tenho tempo mesmo. Preciso provar a ele que mudei de verdade. Mas você vive me atrapalhando! – A garota falou irritada, com os punhos cerrados.

— Eu não atrapalho. Só estou tentando concluir meu objetivo. – Chara respondeu, dando de ombros.

— Seu objetivo é nojento! O que tem de divertido em matar os outros? – Frisk questionou alterada.

— Isso é diversão para mim. E outra, nesse mundo, é matar ou morrer. O Flowey mesmo disse isso, não se lembra? – Chara falou, com um sorriso distorcido no rosto.

— Não precisa ser assim... Olha, eu vou dormir. Amanhã será um longo dia e eu quero estar descansada para prosseguir com a viagem. – Frisk falou, indo se deitar.

— Ok, ok. Durma enquanto pode, Frisk. – Chara falou em tom distorcido e, logo depois, invadiu o corpo da menina, se hospedando nela novamente.

— Droga. Você podia me deixar em paz... – Frisk comentou mais para si mesma do que para Chara.

— Não quero. Viajar dentro de você é mais divertido! E outra, tenho mais chances de tomar o controle daqui de dentro do que do lado de fora! – Chara respondeu.

— Me deixa em paz agora então... – Frisk falou e se deitou.

Naquela noite, Frisk dormiu profundamente. Não foi atormentada por pesadelos desagradáveis, mas sim por sonhos que queria ter todas as noites. Sonhou que tudo estava bem, que Sans confiava nela, que todos estavam libertos e vivendo felizes na superfície. Teve a leve impressão de ter enxergado Chara nos sonhos, mas não deu muita importância para isso. Estava dormindo feliz com aqueles pensamentos de que um dia, todos estariam livres e felizes de verdade.

A noite passou voando por conta disso. O dia seguinte chegou rapidamente, fazendo a menina ficar triste por ter que acordar e ter que enfrentar todas as lutas diárias novamente. Mas não deixaria isso a abalar. Estava determinada a provar que mudou e libertar os monstros dessa prisão injusta.

Levantou-se vagarosamente da cama, esfregando os olhos para se ajustar a claridade do local. Mesmo estando abaixo, no subsolo, a luz que chegava lá ainda incomodava os olhos. Depois de beber um copo d’água, foi caminhando até a saída do quarto, olhando para trás e sorrindo. Estava lembrando-se do sonho e da noite passada. Será que Sans a observaria a viagem toda mesmo?

— Ainda está pensando no comediante? – Chara se manifestou, assustando a garota.

— Já falei para me deixar em paz... – Frisk respondeu, fechando a porta do quarto.

— Não adianta Frisk. Ele não vai te perdoar. Já falei para me deixar assumir daqui e tudo dará certo. – Chara falou entediada.

— Não irei permitir que você cometa outras mortes. – A garota falou determinada, pisando duro e descendo as escadas.

— Não? Vamos ver se da próxima vez você conseguirá ser tão forte assim. – A psicopata falou, dando uma risada tenebrosa no final, sumindo logo em seguida.

Frisk ficou preocupada com isso. Será que teria determinação o suficiente para conseguir resistir a Chara? No fundo, estava com medo de que algo desse errado. Se Chara tomasse controle de seu corpo, tudo estaria perdido. Sans passaria a odiá-la mais ainda. Não. A garota não iria deixar isso acontecer. Era forte e determinada o suficiente para resistir a qualquer investida de Chara. Ela iria conseguir seu final feliz. Iria conseguir salvar a todos.

Com esse pensamento em mente, pagou a mulher da pousada, entregou-lhe a chave do quarto e seguiu para fora. Quando estava prestes a sair de Snowdin, uma mão ossuda lhe parou. Seu coração na hora acelerou. Era Sans? Mas, quando se virou para ver quem era, teve uma pequena ponta de decepção ao ver Papyrus, sorrindo para ela.

— Vai prosseguir viagem? – Papyrus perguntou, sorrindo fracamente.

— Vou... Preciso arranjar um jeito de tirar todos vocês daqui...! – Frisk respondeu encarando o chão.

— Entendo... Mas você podia se despedir antes, não acha? – O maior questionou meio sem graça.

— Desculpe-me... Estava com a cabeça longe... Estou preocupada com algumas coisas... – A garota respondeu segurando seu braço.

— Hm... Por que a gente não tem aquele encontro agora? Talvez isso te distraia um pouco! – Papyrus exclamou animado.

— Isso parece uma ótima ideia! – Frisk concordou sorrindo.

— Isso parece uma péssima ideia. – Chara retrucou na mente de Frisk.

— Vamos, vou te levar para o lugar onde gosto de passar o meu tempo livre! – O esqueleto disse feliz.

Frisk o seguiu curiosa. Até pensou que seria o Grillby’s, pois eles caminharam até lá. Mas se surpreendeu quando o esqueleto deu meia volta e pararam justamente na casa onde ele e o irmão moravam.

A garota riu internamente para não chatear o maior. Entrou na casa logo em seguida, se deparando com um lugar bem arrumado e organizado, tirando uma meia que estava em um canto da sala e uma pedra cheia de chocolate granulado em cima de uma mesinha.

— Que casa mais bonita e aconchegante Papyrus! – Frisk exclamou sorridente.

— Faço o possível para deixá-la em ordem, mas meu irmão não se esforça nem um pouco! – O maior exclama um pouco chateado.

— Tenho certeza que ele não faz isso por mal. – A garota falou, enquanto admirava o tamanho da pia da cozinha.

— Você viu? Eu aumentei o tamanho da minha pia! Agora, dá para colocar mais ossos dentro dela! Quer ver? – Papyrus questionou, abrindo a porta da pia.

— Ahn... – Frisk falou, olhando para um cachorrinho que havia entrado ali. Ele estava roendo um osso.

— Arght! Seu cachorro intruso! Saia já daí! E devolva meus ossos! – Papyrus exclamou bravo, vendo o cachorro sair correndo levando o osso que estava roendo para longe.

— Ele sempre faz isso? – Frisk questiona, dando uma leve risada da situação.

— Esse cão vive aqui me importunando! Qualquer dia ele vai ver só! – O esqueleto exclamou, batendo seu pé no chão. – E Sans, pare de atormentar minha vida com musica incidental! – Ele falou, enquanto o irmão tocava um trompete somente para atormentá-lo.

— Essa casa parece divertida! – Frisk falou rindo mais ainda da situação.

— Que bando de idiotas... – Chara observava tudo incrédula. Por ela, o esqueleto maior já estaria morto.

— O que tem atrás daquela porta? – Frisk aponta para a porta no fim das escadas.

— É meu quarto! Se já acabou de ver tudo, podemos entrar e... Fazer o que as pessoas fazem em um encontro? – O esqueleto questionou pensativo.

— O quê? Mata ele agora, é sua chance! – Chara falou desesperada.

— O-ok! Podemos entrar... – Frisk respondeu incerta.

Os dois entraram no quarto de Papyrus. Frisk sentiu que estavam sendo observados o tempo todo. Talvez fosse somente Chara, ou só sua imaginação lhe pregando uma peça.

Começou a observar o quarto do maior com toda a atenção do mundo. Como um esqueleto podia ser tão organizado assim? Nem seu quarto no orfanato era tão organizado daquele jeito. Ficou admirada com tamanho esmero que o maior tinha com suas coisas.

A cama, o guarda-roupas, as figuras de ação, até mesmo as pastas no computador eram organizadas impecavelmente. Será que Papyrus tinha TOC? Ou era só mania de organização mesmo? Frisk não sabia o que pensar. Só foi tirada de seus pensamentos quando o esqueleto começou a falar.

— Bom, se já viu tudo, podemos começar com o... Ahn... Encontro! – Papyrus exclamou animado.

— Não! O que ele vai fazer? Estamos sozinhas no quarto com ele! Mate ele logo! – Chara exclamou desesperada, pensando em besteiras.

— P-podemos sim! Claro que sim! – Frisk exclamou igualmente animada.

— Wowie! Então vamos! Bom, essa é a primeira vez que tenho um encontro, então não sei muito bem como agir... Mas, não se preocupe! Eu peguei este manual legítimo para encontros na biblioteca! – O maior falou animado, apontando para o pequeno livro que tirou do bolso.

— Nossa, você está preparado mesmo! – Frisk disse sorrindo.

— O que esse livro fala? Pelo amor! Mata ele logo! Livre-se desse encontro logo! Antes que alguma coisa aconteça! – Chara exclamava desesperada.

— Aqui diz que eu tenho que convidar você para um encontro primeiro... – Papyrus lia em voz alta, concentrado.

— O quê? Mas vocês já não estão em um encontro? – Chara questionou incrédula.

— Cala a boca Chara. – Frisk falou em pensamento.

— Humana, você terá um encontro com o grande Papyrus! – O esqueleto falou animado.

— Ok, eu aceito! – A garota respondeu prontamente.

— Wowie! Sério? Bom, vamos para o segundo passo então! Vista uma roupa para mostrar que se importa... – Papyrus leu em voz alta, igualmente atento.

— Isso vai demorar muito? – Chara perguntou, vendo que não ia acontecer nada demais.

— Só fique quieta Chara. – Frisk falou em pensamento.

— Espera. Ontem enquanto lutávamos você estava usando roupas. – O maior falou desconfiado.

— Ahn... Estava sim...! – A garota respondeu, corando um pouco.

— Essa não. Isso quer dizer que você queria ter um encontro comigo desde sempre? E eu não notei? – Papyrus perguntou assustado.

— Ahn... – Frisk não sabia o que responder. Uma grande gota descia por sua testa.

— Ora essa, vou mostrar a você que posso jogar o mesmo jogo! – O maior falou, se trancando no armário.

— O que ele vai fazer? – Chara questionou preocupada.

— Não sei... – Frisk respondeu. Pela primeira vez, estava preocupada também.

— Viu? Eu uso minhas roupas especiais por baixo da minha roupa de combate! – Papyrus exclamou vitorioso, saindo de dentro do armário.

— Ah, então era isso...? – Chara questionou aliviada.

— O que achou? – O esqueleto perguntou.

— Ficou muito legal! – Frisk elogiou, deixando o esqueleto com mais bom humor ainda.

— Wowie! Um elogio genuíno! O seu poder de encontro é muito maior do que eu esperava! – Papyrus disse, colocando uma das mãos no peito.

— No fundo ele está feliz com isso. – Chara falou, revirando os olhos.

— Mas, isso não significa nada! Duvido você descobrir o segredo desses trajes! – O maior falou convencido.

Frisk ficou um tempo pensando. Olhou para o esqueleto inteiro, procurando um lugar onde poderia ter algo escondido. Porém, seus pensamentos foram parar na porta do quarto. Nada tirava de sua cabeça que tinha alguém observando tudo aquilo. Estava inquieta, desconfortável. Tentou ignorar aquilo tudo e voltar a sua atenção ao encontro que estava tendo.

— Penso que tem algo em baixo do seu boné! – Frisk apontou para o boné que Papyrus usava.

— Oh, será que está aqui? Será? – Papyrus tentou fazer suspense, enquanto tirava o boné lentamente.

— Tira logo essa porcaria! – Chara exclamou impaciente.

— Acertou! É um presente pra você! Espero que goste! – Papyrus exclamou animado, dando o presente para Frisk.

— Oba! Obrigada! – Frisk agradeceu com os olhos brilhando, enquanto abria o embrulho.

— Isso é... – Chara falou, tentando descobrir o que era.

— Espaguete? – A garota questionou, vendo o conteúdo da caixa.

— Sim! Mas não é um espaguete qualquer! Ele foi armazenado em um barril e depois cozido pelo mestre cuca Papyrus! – Papyrus exclamou satisfeito.

— Hm... – Frisk contorceu um pouco o rosto depois de provar uma garfada do espaguete.

— Oh! Quanta paixão! Vejo que realmente gostou do espaguete! E por extensão, euzinho! Ah, seu poder de encontro é muito maior do que eu imaginava! – Papyrus falou dramaticamente.

— Meu, quanto drama! Vamos acabar com isso logo? – Chara questionou entediada.

— Então, chegou a hora de responder seus sentimentos! – Papyrus por fim falou, se recompondo.

— Até que enfim! – Chara falou impaciente.

— Ahn... Como posso dizer... Está quente aqui ou é impressão minha? – Papyrus falou, como se estivesse enrolando.

— Anda logo, temos que seguir viagem! – Chara já estava dando pulos de raiva na mente de Frisk.

— Então... Sinto muito humana, mas não posso corresponder aos seus sentimentos. Eu juro que tentei! Pensei que se tivesse um encontro com você as coisas iriam pra frente, mas eu falhei. Só fiz você ficar mais presa ao seu amor por mim. – Papyrus falou cabisbaixo.

— Ahn... – Frisk não sabia o que falar. Acabou de levar um fora de um esqueleto.

— Fala sério! Tudo isso pra ele dar um fora em você no final? – Chara questionou incrédula.

— Não! O grande Papyrus nunca falha! Eu te ajudarei a sair dessa! E te ajudarei a encontrar alguém melhor que eu! Quero dizer, o segundo melhor! Você vai ser feliz! Podemos fingir que nada disso aconteceu, ok? – Papyrus sugeriu recuperando o humor.

— O-ok...! – A garota respondeu, tentando não parecer chocada.

— Olha, aqui está meu número de celular! Caso queira me ligar, estarei a disposição! Mas ligue platonicamente! – Papyrus falou e, logo depois saiu do quarto.

— Isso foi ridículo! E outra, tinha alguém observando tudo isso! – Chara falou irritada.

— Eu pensei que era você que estava observando tudo... – Frisk falou preocupada.

— Tem alguém espionando por detrás da porta, vamos ver quem é! – Chara exclamou autoritária.

Frisk foi correndo até a porta e a abriu rapidamente. Não viu nada. Só a porta ao lado, que ficava um pouquinho distante, sendo fechada rapidamente. Com receio, foi até lá para tentar abri-la, mas ela parecia estar trancada pelo lado de dentro.

Começou a pensar. Mais cedo, viu Sans tocar um instrumento para atormentar Papyrus. E ele saiu dessa mesma porta. Será que ele estava a espionando esse tempo todo? Um frio correu por sua espinha, suas bochechas esquentaram de tal forma que era impossível suportá-la.

Com esse pensamento em mente, desceu as escadas correndo, tomando cuidado para não cair, foi em direção a porta de saída e saiu. Agora estava pronta para seguir em frente. Sabia que Sans estava em sua cola. Sabia também que poderia ligar para Papyrus a hora que fosse que ele iria atender. Então, sabendo que teria os dois por perto, de certa forma, isso a enchia de determinação para continuar em frente. Então, sem hesitar, foi para a saída de Snowdin.


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Notas finais do capítulo

E então, mereço reviews? Queria dizer uma coisa. Me perdoem por não responder os reviews na hora ou no dia em que vocês mandam. Pode ter certeza que eu leio todos, mas quero tempo para responder a todos como merecem. Talvez nesse sábado eu consiga, não sei, não prometo, mas eu vou responder a todos, ok? Espero que tenham gostado! Até um próximo capítulo! o/



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