Temple escrita por isa


Capítulo 1
I just want to be noticed


Notas iniciais do capítulo

Quinta songfic do desafio e até agora sou campeã invicta :D
(Essa nota é pra você mesmo, Abbie perdedora hahahaha)
Agora sim:
Caras pessoinhas, é com muito prazer que posto algo novo do Al e da Izzie, esse ship que ninguém além dos antigos leitores de The Perks of Being a Al-flower conhece, mas que eu continuo nutrindo porque acho importante que existam OCs na nova geração ♥
A musica é de KOL porque eu acho que condiz com o que eu imagino do personagem: https://www.youtube.com/watch?v=nItYgMJBMA0



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The dancefloor's a temptress

Can't make out what you're saying

But you rub me the right way

With your child-like persuasion

Se Isobel Dawson estivesse em Hogwarts desde o primeiro ano, eu certamente teria me concentrado em seus gigantes olhos castanhos e sotaque engraçado e provavelmente não teria feito metade das merdas que fiz ao longo da minha vida acadêmica. É importante começar assim porque se eu simplesmente disser o meu nome, você automaticamente vai se lembrar de um ou dois dos apelidos que circundam pela escola: Senhor do Tempo. O-cara-que-se-apaixonou-pela-filha-do-Lorde-das-trevas. O filho burro de Harry Potter.

E está tudo bem, porque eu mereço todos eles, é claro, mas ainda mantenho a minha justificativa supracitada.

Especialmente hoje...

Tudo começou de manhã cedo. Primeiro, o comichão no estomago. Depois, as piadinhas de Scorpius que, uma vez bem resolvido com a sua vida amorosa, achou por bem implicar comigo em todos os anos e oportunidades possíveis, retomando o vigor quando eu fixei meu interesse em uma pessoa real, acessível e sem nenhum parentesco com a nêmeses do meu pai e do mundo. Assim, depois de uma manhã e tarde inteirinhas voltadas para a alimentação do meu transtorno de ansiedade, chegou a fatídica hora do baile.

A Izzie – intercambista de Castelo Bruxo – apareceu no meu quarto antes mesmo que eu tivesse terminado de me arrumar e, desde então, eu mal consigo tirar os olhos dela. Nós nos tornamos amigos aleatoriamente no inicio do ano por conta da afinidade em comum em relação à História da Magia. E de algum modo, de Setembro para cá, ela se tornou a pessoa mais bonita do mundo para mim. Daí o paradoxo: é difícil encará-la tanto quanto é difícil fazer outra coisa além disso. Especialmente quando ela dança, o que ela fez desastrosamente durante toda a apresentação da Pukwudgies, uma banda americana em ascensão. Eu ri e acenei solidariamente com a cabeça em todas as ocasiões que ela sorriu para mim. Também fingi entender tudo o que ela gritava no meu ouvido a cada musica nova;  a verdade é que se Isobel Dawson tivesse me dito “eu vou matar e esquartejar você essa noite” eu provavelmente teria concordado e sorrido com a mesma empolgação, conquanto que eu pudesse vê-la fazer a dança da girafa bêbada por mais uns minutinhos.

I've got my hands in my pockets

And I'm crossing my fingers

Shoot fire am I simple

Stonewashed up and so so…

Da minha parte, desde que eu quase fudi com a minha vida e com a das pessoas que eu amo aos quatorze anos, eu não espero quase nada de positivo acontecendo comigo. Por essa razão, o fato de estar apaixonado por Dawson nunca me fez considerar a possibilidade real de ter algum envolvimento amoroso com ela. Aos dezessete, minhas ambições são compatíveis com uma honrável pessoa de cem: continuar vivo já é o suficiente.

Dito isso, não é difícil imaginar a minha surpresa quando ela me puxou pelo braço para o que parecia ser uma elaborada e difícil dança lenta a dois. Até então eu estava com as mãos nos bolsos e os dedos inconscientemente cruzados. Como eu consegui coragem para sair dessa posição e entrar na estou-efetivamente-com-as-mãos-na-cintura-da-garota-que-gosto é um dos muitos mistérios do universo.

— Talvez esse seja um bom momento para você descobrir que tudo o que sabe sobre mim é mentira. – Eu murmurei. – Na verdade, eu sou uma pedra.

Aí Izzie sorriu e me cegou de luz.

I'd take one in the temple

I'd take one for you

I'd take one in the temple (temple)

I'd take one for you

E eu pensei que eu tomaria um tiro por ela.

Eu sei que é um jeito meio melodramático de se descobrir irremediavelmente apaixonado por alguém, mas em nenhum momento eu disse que era um bom protagonista.

I feel all a mess now

I'm tossed in the scatter

And your eyes keep on shifting

To the boys that don't matter

I've got my hands in my pockets

I'm still crossing my fingers

I just want to be noticed

O sentimento também não era de todo inédito: eu já vinha descobrindo ele ao longo dos meses, mas não com o peso daquele momento. Descobrir - enquanto eu dançava com Izzie - que de repente ela era a Coisa Mais Importante do Mundo, me deixou com uma súbita dor de cabeça. Naturalmente os ponches batizados de álcool tinham alguma contribuição nisso, mas para efeito poético vamos considerar só a primeira parte. Eu me senti uma bagunça, o que nunca é um bom sinal. Depois da musica, pedi licença para Izzie e vomitei todo o meu nervosismo no primeiro banheiro que encontrei.

Na volta, eu demorei algum tempo até encontrá-la com Ethan, meu colega de quarto.

Eles eram tão amigos quanto nós éramos e não é com muito orgulho que eu confesso que senti vontade de socá-lo.

I'd take one in the temple

I'd take one for you

I'd take one in the temple (temple)

I'd take one for you

I'd take one in the temple (temple)

I'd take one for you

— Tudo bem se a gente puder conversar lá fora? – Eu perguntei a ela, depois de cumprimentar Ethan com o tom de voz mais gentil que consegui. Izzie não era um objeto pronto a ser pertencido por alguém e eu já havia me recuperado um pouco da minha fase mais idiota, de modo que não importava o quanto eu me sentisse inseguro, eu não faria absolutamente nada para atrapalhar a relação entre eles.

— Claro. – Garantiu, despedindo-se rapidamente de Morrison.

— Eu tomaria um tiro na têmpora por você. – Eu avisei, tão logo nós nos encontramos nos jardins de Hogwarts.

Isobel franziu a sobrancelha e disse a coisa mais sensata que alguém poderia dizer:

— Isso é bastante mórbido.

— Eu sei. – E ri, porque não havia mais nada a fazer.

— Daqui a cinco minutos, quando você for tentar ter essa conversa de novo... Você pode apenas dizer que vai com a minha cara. – Ela me avisou e eu notei que agora era ela quem mantinha as mãos nos bolsos da capa.

— Eu vou tentar ter essa conversa de novo?

Izzie fez que sim em silêncio, antes de rodear o meu pescoço com os braços e me beijar pela primeira vez.

É importante ressaltar que ela é uma protagonista bem melhor que eu.

— Eu definitivamente vou tentar ter essa conversa de novo. – Observei, antes de beijá-la também.

Então é isso. Acho que o que eu quero dizer é que Izzie é minha redenção no fim das contas. Eu posso ter sido estúpido durante boa parte da minha adolescência, mas agora, nesse exato momento, eu estou sorrindo para o teto do meu dormitório, porque eu finalmente descobri que as melhores histórias não precisam de um plot incrível.

As melhores histórias são as mais simples.


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