Marinette subiu as escadas indo até o terraço da escola. Estava sorridente e com um olhar apaixonado. A mestiça havia acordado animada e contente, então chegou mais cedo na escola e colocou até uma roupa diferente - um lindo vestido rosa claro -, deixando os cabelos bem penteados e soltos.

— Bom dia, chaton. - disse ao abrir a enorme porta verde.

— Bom dia, Bugaboo. - sorriu recebendo um beijo. Em seguida Marinette revira os olhos, fazendo ele rir, e coloca sua mochila no chão, ao lado da dele. - Chegou mais cedo hoje. Espero que seja para me ver e tudo mais.

— Você sabe que é. - sorriu para ele.

— E eu devo dizer que você ficou linda nesse vestido, mas não é muito curto, não?

— Ah, por favor Adrien.

— Por favor digo eu, mocinha. Não quero nenhum garoto olhando para você. Até porque você é só minha. - abraçou Marinette e beijou o topo da cabeça dela.

— Você sabe que só tenho olhos para você. E além do mais, eu que fiz esse vestido e vim com ele especialmente para você.

— Sério que foi você quem fez? - o loiro segurou a mão dela e fez dar uma volta - É perfeito, Marinette! Mas mais perfeito ainda é a pessoa que o veste. - a garota corou de leve.

— Seu lado Chat Noir está se manifestando.

— O que posso fazer? É mais forte que eu. - os dois riram e logo ouviram um trovão, seguido por uma fina chuva. - Vamos ali para baixo. - Adrien guiou Marinette até a parte do telhadinho, onde estavam as mochilas deles.

— Eu adoro a chuva. Parece que ela purifica as coisas.

— Assim como você também purifica, Bugaboo. - ele tocou no nariz dela e sorriu. Ficaram em silêncio por alguns minutos, só escutando o som da chuva. Era reconfortante.

— Mas então, alguma novidade?

— Bem, Nathalie desmarcou minha sessão de fotos, portanto poderei ficar a tarde toda com você. E quando cheguei na escola o Kim me pediu desculpas pelo que ele disse ontem.

— Fico feliz por você. - a azulada sorriu e escorou a cabeça no peito dele.

— Nem sei porque fiquei tão chateado com o que ele falou. Quero dizer, não tem nada de mal não ter beijado uma garota antes. - Adrien passou seus braços ao redor de Marinette, a trazendo para si e escorou o queixo na cabeça dela - Se bem que agora tudo mudou, não é mesmo?

— Bom, o Adrien não tinha beijado ninguém antes, já o Chat Noir...

— Como assim? - afastou a azulada e a encarou confuso - Do que você está falando?

— É que... Lembra aquela vez que o Kim virou o Dark Cupid?

— Olha, eu sei que posso ter dito algumas coisas ruins para você, mas não é verdade. Você sabe que...

— Não, não é isso. - ela riu, baixando a cabeça - Você foi atingido com uma flecha no meu lugar e o único jeito de te trazer de volta, era... Bem, era com um beijo. - a mestiça sentiu suas bochechas queimarem.

— Isso quer dizer que você me beijou para reverter o efeito da flecha de ódio do Dark Cupid? - perguntou gesticulando.

— Ér, sim. Na verdade foi a Ladybug que beijou o Chat Noir. - os olhos dele se arregalaram e logo ele abriu um grande sorriso.

— Porque não me contou?

— Eu tentei, mas como você não lembrava, eu preferi não comentar. - colocou uma mecha do cabelo para trás e sorriu de leve.

— Que notícia maravilhosa! Toma essa, Kim! - socou o ar, fazendo Marinette rir. - Estou tão feliz que preciso comemorar. - percorreu os olhos pela extensão do local, como se procurasse por algo.

— Comemorar como?

— Você vai ver. - sorriu travesso e segurou ela no colo.

— Ei! Onde está me levando? - o garoto nada disse, Marinette apenas pode sentir a chuva gelada cair sobre si - O que está fazendo?

— A curiosidade matou o gato, sabia? E não me leve a mal, mas não quero morrer. - ela riu com a piada idiota. Adrien a colocou no chão e estendeu a mão. - Me concede essa dança?

— Na chuva, Adrien? - ele fez cara de cachorrinho abandonado, ou melhor, gatinho abandonado e Marinette acabou cedendo. - E-Eu não sei dançar.

— Nem eu. - riram.

A mão delicada dela parecia encaixar perfeitamente na dele. Adrien a puxou para si e pousou a outra mão na cintura dela, a conduzindo em uma bela dança. Enquanto ela pousava a mão sobre o ombro dele.

— Se você pegar um resfriado, prometo fazer uma boa sopa.

— Por acaso você sabe cozinhar? - arqueou uma sobrancelha.

— Não. Mas eu aprendo, ué. - a girou, em seguida segurando a cintura dela novamente.

— Certo. E se você pegar um resfriado, não vou fazer nada, já que essa ideia maluca de ficar dançando na chuva é sua.

— Que maldade com seu gatinho, princesa. - agarrou a cintura dela com as duas mãos e a ergueu. Marinette riu e segurou nos ombros de Adrien para não cair.

— Estou brincando! Sabe que eu faria sopa para você também, chaton. - sorriu e a colocou no chão, a girou novamente, e seguiu conduzindo a azulada em uma melodia inexistente.

A chuva foi aumentando a sua intensidade, porém isso não impediu o casal de se divertir e sorrir. O loiro segurou a cintura de Marinette com as duas mãos, e ela se atirou para trás com os braços abertos enquanto era girada por Adrien.

Assim que o garoto parou, a azulada passou a mão pelo rosto tirando o excesso de água e em seguida passou a mão no cabelo enquanto Adrien a encarava maravilhado.

— Você está linda! Ou melhor, é linda. - ela baixou a cabeça, sem graça.

— Você também é! - Adrien se aproximou mais e segurou o rosto dela, a beijando em seguida. Marinette levou as mãos até o rosto dele também, sentindo a chuva que caía sobre eles diminuir.

Quando se separaram, os dois permaneceram se encarando, ofegantes.

— Eu amo você!

— Também amo você!

Os melhores momentos de Marinette e Adrien pareciam sempre acontecer na chuva. Afinal, muitos dizem que a chuva é símbolo de força, limpeza e cura por meio de seu poder sagrado e miraculoso.