Tony nunca se imaginou pai, muito menos pai de um filho com Natasha, espera, não fora ela que disse que jamais poderia engravidar? Bom, não era o que o teste de gravidez em suas mãos indicava. 

Tony Stark sendo pai de uma criança, não era por ele que temia, era pela criança.  Seu pai, Howard Stark iria ficar feliz, sua mãe então... nem se fale, ele nunca tinha sido paternal ou alguma coisa parecida, sua mãe quando ainda era viva, pedia sempre que ele ficasse com uma só mulher, cassasse e lhe desse um neto, Tony não acreditava muito nos céus, mas se existisse um, seus pais estariam lá (pelo menos sua mãe) felizes por ele. Já ele, não sabia o que pensar. 

Oficialmente Natasha não tinha lhe dito, ele tinha entrado na suíte deles exatamente para procura-la.  Ela tinha saído há algum tempo, e ele não tinha visto ela o resto do dia, já que estava em seu laboratório como de costume. 

Quando ele procurou ela pelo quarto e não a encontrou ele foi até o banheiro. Em cima da pia o teste de gravidez, Natasha deveria estar mais transtornada do que ele, para deixar o teste lá... ela era uma espiã afinal de contas e ele não pensou que ela gostaria que ele soubesse daquela forma.

Tony estava sentado na poltrona que tinha em seu quarto, em uma mão um copo de Whisky caro, na outra o teste de gravidez que ele não conseguia parar de olhar.  Deus ele realmente iria ser pai, ou será que ele estava bêbado demais e nada daquilo não era real?

Já havia se passado alguns bons minutos que ele estava ali, quando ele ouviu passos com saltos, era Natasha. 

Natasha não queria encontrar com Tony agora, ela não conseguia contar para ele, ela mesma ainda não tinha se recuperado do susto que havia sido descobrir isso.  Jane havia obrigado ela a fazer esse teste, mesmo dizendo que era impossível aquilo acontecer, já que ela tinha certeza dos procedimentos que sala vermelha tinha feito, para que ela não pudesse engravidar.

Natasha abriu a porta de sua suíte com Tony, e droga! Ela o encontrou lá, seus olhos se arregalaram quando viu o teste de gravidez que havia feito em sua mão, ela recuou um pouco, seu coração começou a querer saltar de seu peito. Ela se repreendeu mentalmente por ter esquecido de jogar aquele teste fora antes e pior tê-lo deixado bem a vista.  

Tony olhou para ela, a forma como ela parou ali, sem conseguir se mover.  Já confirmando o óbvio.

—Você está gravida. -Tony disse, não como uma acusação, mas como um fato. 

—Sim. -Foi o que ela conseguiu dizer, o ritmo que seu coração batia chegava a ser doloroso, nunca algo havia a assustado tanto antes. 

—Isso explica por que você se transformou em uma máquina de vomitar nas últimas semanas?  -Tony estava tentando esconder seu medo e nervosismo através de suas piadas ruins, como se fosse possível. 

—Culpada.  -Ela se aproximou um pouco mais dele.

Tony estendeu a mão para que ela viesse para ele, ela foi e se acomodou em seu colo.

—Eu não sei como aconteceu... -Ela sussurrou, olhando para o seu peito, onde estava o reator, sem conseguir olhar em seus olhos.

—A sala vermelha cometeu algum engano, deveríamos pedir reembolso.  -Tony disse erguendo seu queixo para que ela o olhasse.

—Não brinca com isso. -Ela fitou seus olhos.

—Verdade. -Tony sorriu pela primeira vez descontraído, conseguindo relaxar um pouco, agora com ela em seus braços.  -A gente também não facilitou, quando que a gente usou proteção?

—A gente nunca usou Tony...  -Eles sempre souberam que ela não poderia ter filhos, e aquilo realmente não fora um problema, ao contrário, um alivio, Tony nunca quis ser pai, Natasha? Bom, ela tirava vidas, não gerava.  Uma criança não tinha espaço em suas vidas.

Eles ficaram em silencio por alguns minutos.

—Podemos ficar com o bebê? -Tony que disse, mesmo não tendo certeza disso, nenhum instinto paternal tinha surgido nele ainda, não fazia nenhuma hora que descobriu da gravidez dela, mas algo dentro dele se entristecia quando pensava em um possível aborto, ele sabia que a escolha era de Natasha e ninguém poderia tirar isso dela. 

Natasha ficou surpresa, com a pergunta dele, em sua mente, parecia já estar decidido que não iriam levar aquilo em diante.  -É o que você quer? -Ela franziu o cenho, se perguntando se ele não tinha bebido demais. 

Tony colou seu whisky e o teste de lado, e passou os braços ao redor dela, trazendo ela ainda mais para ele. -Acho que posso pagar para o nosso filho bons psicólogos.

Natasha sorriu.  -Ele vai precisar. -Ela passou os braços em volta do pescoço dele.  -Ele não vai ter os melhores pais do mundo. 

—Não mesmo.  -Tony concordou. -Mas terá dois pais vingadores, o que é bem legal.         

Tony fitou os olhos de Natasha por alguns segundos, conseguindo ver todo seu medo e insegurança, ele nunca tinha visto ela daquela forma. -Eu quero esse bebê Nat, quero ele com você...  -Tony colou a mão em seu rosto e trouxe seus lábios para os dele a única coisa que ele poderia fazer agora para conforta-la.

Talvez ter esse bebê fosse a coisa mais correta a se fazer, afinal de contas, parecia ser sua melhor criação. Ele provavelmente passaria amar esse filho, como ele passou a amar Natasha desde quando foram apresentados por Fury. 

Tony colocou a mão na barriga de Natasha e acariciou.  -Vamos fazer isso juntos.

—Vai ser uma missão e tanto.  -Natasha sorriu e colocou sua mão em cima da dele.

—A maior de nossas vidas.

Eles não sabiam por onde começar, a única certeza que tinham era que independente de tudo estavam juntos e fortes, e não importava a vida que levavam, o perigo que enfrentavam todos os dias, eles se amavam e o filho deles estava vindo para fortalecer o que já tinham.  Tudo ficaria bem.

Fim.