Weasleys Shots escrita por Tyke


Capítulo 2
O problema que ninguém vê


Notas iniciais do capítulo

Enxergar "aqueles" problemas, refletir, filosofar é com ele mesmo
Hugo Weasley e um pouco da sua personalidade



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— Eu não quero ir para nenhuma casa de Hogwarts!!!- Declarou aborrecido um jovem Weasley de cabelos ruivos. Esse seria seu primeiro ano na famosa escola de magia junto com outro Weasley e uma Potter. Ron quase caiu para trás com tal declaração do filho, os outros à mesa de jantar apenas pareciam surpresos e as crianças indignadas.

A pequena "apêndice Weasley" formada por Ron e Hermione no momento estavam jantando na casa de Ginny e Harry. No dia seguinte todas as crianças presentes naquele momento tomariam o Expresso de Hogwarts  na plataforma 9 3/4. A animação era tanta que fazia quase uma hora que tudo dito por aquelas pessoas envolviam Hogwarts e a possível casa para onde Hugo, Lily e Louis iriam. Ron afirmava que Hugo iria para Gyiffindor assim como Rose. "Mas se for para outra não tem problema" Hermione tentava contornar a situação para o marido não acabar pressionado o menino, mas Hugo sabia que nos piores pesadelos do pai, daqueles que faz acordar gritando e soando frio no meio da noite, o chapéu seletor estava sobre sua pequena cabeça gritando: "Slytherin!!!" .

Contudo o que realmente fazia os nervos do menino arderem e um calor subir por seu rosto era a sensação de aquilo estava completamente errado! E a cada palavra das pessoas à mesa sobre o assunto ele sentia a temperatura do rosto subir 1°. Em parte o motivo era que Hugo Weasley não achava-se encaixar completamente em nenhuma das casas, para um garoto como ele possuidor da características de cada uma delas era muito difícil decidir em qual gostaria de estar. Mas o principal motivo era; dois anos antes Albus passou pela mesma situação e vendo o quanto seu primo estava aflito antes de entrar no expresso um pequeno broto de ideia nasceu na mente de Hugo e foi irrigado ao longo de um par de anos por toda as rivalidades bobas que evidentemente separavam seus primos em quatro grupos na hora das brincadeiras ou das brigas. Assim o brotinho cresceu transformando-se em um enorme salgueiro lutador que queria estapear todos que achavam aquilo certo.

— Por que, Hugo? - Harry perguntou sendo o primeiro a se pronunciar. Hugo tentou organizar as palavras em sua mente, elas estavam lá, mas as vezes era difícil coloca-las na ordem certa para fazer os adultos entenderem.

— Porque isso dividi a gente. - Ele agitou os braços tentando frisar sua afirmativa, sentindo que aquilo não seria o suficiente ele tentou continuar. - Ninguém é corajoso ou inteligente ou gentil ou boboca ou ambicioso... - Fez uma pausa tentando escolher as palavras pra explicar. - Podemos ser um pouco de cada certo? Então por que temos que ser selecionados por apenas uma delas e mandados pra uma certa casa?... isso não significa nada. - Ron franzia as sobrancelhas tentando com toda sua vontade entender o filho.

— É claro que significa! Significa o quê tem mais em você: corajoso ou inteligente ou gentil ou boboca ou ambicioso. Dãã! - James se pronunciou sentado de frente ao primo e o encarando como se ele tivesse algum problema sério na cabeça.

— Não! Você pode ter de tudo um pouquinho. - Hugo estava começando a sentir um frio na espinha tendo medo de não conseguir expor o que pensava. Quando subitamente um argumento foi lançado por seu enorme salgueiro para a vanguarda de sua mente, conseguindo organiza-lo rapidamente ele prosseguiu jogando tudo para fora de uma vez - Ta vendo? esse é o problema, é isso que está errado, essa coisa de casas faz você pensar que apenas algumas característica específicas destaca na gente, separam a gente como se pudéssemos ser de apenas quatro formas diferentes e faz com que a gente acabe tendo rixas com as outras três casas.

Ele olhou para a mãe em busca de apoio. Hermione nunca sentira tanto orgulho do menino como naquele momento, então sorriu para ele fazendo-o se sentir seguro ele finalizou falando mais devagar diretamente para James. - Faz com que você e seu irmão briguem ainda mais porque existe uma rixa boba entre Slytherin e Gryffindor, mas vocês não tem personalidades tão diferentes.

James não concordou, porém não tinha argumentos contra o primo. Para a idade Hugo era muito bom em ter ideias próprias e convencer a família do que ele pensava ou pelo menos fazê-la entender. Rose não ficava atrás nessa característica, quando os irmãos começavam uma discussão nunca brigavam de gritos, choros ou tapas, porém eram capazes de varar a noite cada um em seu ponto de vista falando e falando sem parar fazendo Ron enlouquecer desejando ter tido filhos que não puxassem tanto a inteligência da mãe. Rose até poderia ter prolongado aquele assunto se não estivesse tão distraída pensando que finalmente reveria um certo garoto no dia seguinte e tivesse prestado atenção no que o irmão havia dito.

— Me convenceu, Hugo. - Harry sorriu para o sobrinho inevitavelmente pensando em uma frase que ouvira em uma lembrança onde Dumbledore havia dito a Snape sobre selecionar as crianças muito novas para suas casas e assim cometer erros.

Albus não disse nada em nenhum momento apenas sorriu vingativo quando Hugo deixou o chato do James sem resposta. Concordava um pouco com o ruivinho, mas não se importava de verdade uma vez que não fazia real diferença em sua vida ficar pensando naquilo, para ele até  era divertido a competição das casas e ela também tinha sua importância; era um bom jeito de fazerem aquele monte de crianças e adolescentes com poderes mágicos seguirem as regras e se esforçarem na escola e ganharem pontos para suas casas. E também havia o quadribol não tinha nada mais emocionante que um jogo Slytherin contra Gryffindor.

Ronald olhou para Hermione e ficou indignado ao perceber pelo olhar dela que apoiava aquela ideia sem pé nem cabeça. Ron era uma pessoa inteligente,  jogava xadrez muito bem sendo derrotado poucas vezes em sua vida, havia se tornado um auror e ele sabia que não foi apenas por ter derrotado Voldemort ao lado de Harry que o fizera conseguir a profissão, os exames finais do treinamento não eram fáceis exigiam notas altas para finalmente poder se intitular um auror e ainda era casado com uma das bruxas mais geniais que conhecera e o casamento com ela não duraria e seria tão firme como é se ele fosse um idiota.  Então no fundo Ron entendeu perfeitamente bem as sentenças do menino. Todavia ele amava Hogwarts e sua antiga casa Gryffindor e admitir que de alguma forma aquilo poderia ser algo errado não lhe agrava nem um pouco.

Lily ouvira tudo que Hugo disse com atenção e ao final de tudo só ficou mais confusa não sabendo como exatamente se sentia com relação aquilo. Os sentimentos de Ginny se assemelhavam com os da filha tirando a parte da confusão, ela só não sabia muito bem o que pensar sobre o assunto, mas ficou realmente admirada com Hugo mesmo que Hermione já tivesse comentado algum dia qualquer sobre essa característica dos dois filhos ela nunca tinha tido a oportunidade de ver acontecer de fato bem diante dos seus olhos. O divertido pensamento que teve sobre roubar um dos dois para ajuda-la com as redações sobre as ultimas polemicas do quadibol no Profeta Diário a fez sorrir para Hugo.

No fim Hugo tomou olhar orgulhoso da mãe, o convencimento declarado do tio Harry, o sorriso da tia Ginny  e silêncio dos primos (deixando de lado a indignação evidente do pai) como um apoio unanime a sua causa.

Quando os Weasleys chegaram em casa Rose correu para o quarto indo certificar pela nona vez se tudo estava em ordem para o dia seguinte Hugo iria fazer o mesmo se sua mãe não houvesse pousado uma mão delicada em seu ombro e pedido para sentar-se no sofá. Sentado ele esperou observando que papai estava em pé ao lado da televisão e mamãe sentara ao seu lado.

— Hugo. - Hermione passou o braço em torno dos pequenos ombros o aproximando dela para um abraço carinhoso - Se você se sente desconfortável de ir para Hogwarts não tem problema, tudo bem? - O queixo dela estava apoiado sobre a cabeça do menino e os olhos estavam colados em Ron esperando a aprovação dele para prosseguir, eles tinham falado rapidamente sobre isso no momento em que as crianças deixaram a mesa para brincar, ele maneou a cabeça e ela se afastou o bastante para olhar o rosto do filho - Você pode ter educação em casa, se nos organizarmos eu posso te ensinar tudo que precisa para os N.O.Ms e N.I.E.Ms.

Ela esperou a resposta de Hugo, ele permaneceu em silencio por um bom tempo demonstrando apenas uma expressão difícil de decifrar até que ele finalmente desviou o olhar para a mesinha de centro.

— Não, mãe. - olhou para ela e depois para o pai - Eu quero ir pra Hogwarts, não quero ficar longe do Louis e dos outros, eu só fiquei irritado com vocês falando das casas como se fosse a melhor coisa que Hogwarts tem a oferecer.

— Tudo bem! Ótimo! - Ron sorriu se aproximando e sentando do outro lado do garoto. - Desculpe, você pode ir para qualquer uma das casas. - Ele beijou o topo da cabeça de Hugo. - Eu entendi. Ok! A casa que você for é o de menos. - E fez cosegas na cintura da criança fazendo ele pular do sofá sorridente tentando livrar-se das mãos do adulto.

— Obrigado! - Hugo olhou feliz para seus pais. Hermione se levantou e bateu o vestido como se houvesse sujeira na parte frontal "Muito bem! Hora de ir para cama, garotos."

É claro que Hugo nunca pensou em realmente mudar o sistema de Hogwarts, mas ele nunca se deixou influenciar por ele. Seus atos de rebeldia foram fazer amizade com pessoas de diferente casas, espalhar à diversas cabeças pensantes sua problematização do sistema e com elas acabar realizando travessuras para concretizar a rebeldia como; Trocarem entre si os uniformes e ousadamente os dormitórios. Em Hogwarts Hugo e Louis foram, tecnicamente, selecionados para Ravenclaw, mas ele varias vezes durantes os 7 anos que esteve na escola usou o cachecol e outros acessórios verdes e pratas, dormiu no dormitório que encontrava-se atrás do quadro da mulher gorda e sentou na mesa de decoração amarela e preta na hora das refeições. Minerva em algum momento simplesmente desistiu de repreende-lo por essas ações. "Não há lugar nenhum dizendo que um aluno não pode amar todas as casas" Hugo argumentava sempre que tentavam insinuar que ele deveria ser totalmente fiel à Ravenclaw.

A piada entre os primos Weasleys e os amigos próximos era que uma nova casa deveria ser fundada em Hogwarts; a Househugo cuja característica de seleção seria a habilidade de achar problemas que a maioria das pessoas não enxergam. "Hugo e seu Problematizadores" caçoavam James e Freddie sobre a casa fictícia. E Louis sempre dizia que ele seria o primeiro a entrar pra essa casa porque era o amante numero um de qualquer tipo de polêmica.

Na realidade Hugo ria da piada e das brincadeiras, mas ele imaginava utopicamente a junção de todas as casas (e não uma nova dividindo ainda mais) transformando Hogwarts em um grupo único e sólido. Sonho. Ele sabia que as casas tanto quanto a própria escola perduraram por mais de mil anos e sem dúvida faziam parte da cultura anglo-bruxa e por tanto jamais iriam mudar.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! :)



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