Ela estava linda. Seus olhos brilhavam de alegria e seu sorriso era o mais lindo de todos. Scorpius mal notava a agitação presente no salão comunal. Sentado na mesa mais distante da garota, entre as quatro presentes no salão, ele a observava. Era incrível como ela ficava linda a cada ano e o deixava cada vez mais bobo e tenso na sua presença. Como na noite do Baile de Halloween daquele ano, ela estava deslumbrante, ele mal conseguiu falar com ela, apenas admirar como o vestido comprido marcava a curva da cintura e sutilmente os contornos dos pequenos seios. Ele se sentiu sujo por olha-la dessa maneira na primeira vez, mas foi se tornando cada vez mais comum que, em algum momento, ele parou de se punir mentalmente por acha-la linda de todas as formas.

— Você deveria falar com ela. - A voz veio baixa e Scorpius olhou para o lado procurando seu dono. O garoto bebia uma xícara de chá com leite e tinha sardas por todo o rosto. A quanto tempo ele estava ao seu lado?

— Quem? - Scorpius perguntou, mesmo suspeitando de quem o menino falava, se fingiu de desentendido. Não havia como ele saber!

— Minha irmã. - Hugo tomou um gole suave no chá. Ou talvez havia.

— Eu falo com ela todos os dias.

— Não se faça de idiota. - O menino olhou Scorpius depositando suavemente a xícara no pires.

— Desculpa, mas eu não sei do que você esta falando. - Scorp continuou tentando desentendimento. Mas aquela altura a espinha já gelava e o rosto começava a queimar.

— Você gosta dela. - Hugo sorriu para ele, um pouco travesso, e não se importou nem um pouco em dizer aquilo em voz baixa. Obviamente todos em volta escutaram, mas não disseram nada e quedaram-se em silêncio disfarçadamente atentos na conversa. Scorp sentiu o rosto esquentar ainda mais.

— Eu não gosto de ninguém. - Ele pegou um bolinho de abobora na travessa e notou que Al encerou a conversa com a garota ao seu lado e estava atento na conversa dos dois.

— Oh, entenda Malfoy, você não é o mestre do disfarces. - Hugo pegou sua xícara novamente e Scorp sentiu vontade de soca-lo. Não era comum tal sentimento. O que o garoto estava fazendo afinal?

— O que você esta fazendo aqui, Hugo? - Al indagou se inclinado sobre a mesa para olhar o primo. Ele percebeu que o amigo precisava de ajuda para se livrar do moleque, antes que ele falasse o que não deveria na frente de vários alunos da Slytherin.

— Tomando café da manhã. - Ele gesticulou para os alimentou sobre a mesa dizendo em um tom de obviedade.

— Pois deveria fazer isso na mesa da Ravenclaw. - Al encarou o primo tentando soar com ameaça. - Se você não sair vamos chamar a McGonagall.- Hugo suspirou, tomou o ultimo gole de seu chá e não demonstrou qualquer intenção de se levantar.

— Sabe, eu só acho que a coisa mais simples é falar com ela. Resolver tudo de uma vez.

— E desde quando você entende disso, garotinho? - Lucy estava sentada um pouco distante dos três garotos, mas estava atenta à conversa assim como muitos.

— Nada. - Ele sorriu. - Mas todo mundo sabe que a solução de qualquer situação é conversar, mas as pessoas são covardes para admitirem e preferem escolher os caminhos mais complicados. - Hugo disse aquilo olhando mais para Scorpius do que para Lucy. Em seguida se levantou da mesa, pegou sua mochila no chão e saiu em direção à grande porta do salão.

Scorpius olhou para o amigo esperando, que por serem parentes, Al lhe explicasse porque Hugo fez aquilo.  Mas o garoto entendia o primo tanto quanto grande partes das pessoas, o menino ruivo vivia fazendo reflexões sobre tudo e poucos pareciam realmente entender aonde ele queria chegar com elas. Albus não estava entre esses poucos e não fazia ideia do porquê, de repente, Hugo decidiu incentivar Scorpius a se declarar para Rose, pelo menos foi isso que o menino parecia estar fazendo.

~~

O sol brilhava atirando sua intensa luz para todas as direção. Naquela tarde ele fazia o lago brilhar e as cores do lado de fora do grande castelo de Hogwarts ficarem mais vivas que o normal. Mas Scorpius não podia apreciar o verde vivo da grama, então apenas estava sentado próximo ao lago observando de longe James e Freddie jogarem pedaços de pães, roubados do café da manhã provavelmente, para a lula gigante.

Os finais de semana eram chatos, convenhamos, não havia quase nada para fazer. Ainda, para ajudar, Albus estava ocupado estudando com uma garota para a prova de poções, não foi necessário palavras para deixar obvio que o amigo queria estudar sozinho com ela. Scorp não tinha visto Rose o dia todo, não que tivesse procurado ela... Era bem provável que a menina não houvesse nem saído do dormitório, ela sempre usava os chatos finais de semana para estudar ou adiantar trabalhos, sozinha. E por isso o garoto estava sentado, encostado em uma árvore, fazendo nada e admirando o nada.

— Oi! - A saudação alegre pegou Scorp de surpresa, mas ele não demonstrou o susto. Hugo sentou-se com um pulo ao seu lado, Louis acompanhava o primo e também se sentou, porém mais suavemente. - Então, falou com ela?

Iria começar novamente! O rosto pálido se fechou para o menino e os olhos âmbar rolaram nas orbitas. Hugo era um garoto legal e simpático, mas Scorp estava descobrindo que ele poderia facilmente ser um grande "pé no saco" inconveniente. Sem medir a agressividade falou:

— Eu não gosto dela dessa forma, você esta confundindo as coisas. - Mentiu, doeu quase tanto quanto uma traição. Traição aos próprios sentimento. Mas era necessário no momento.

— É obvio que gosta e eu acho que ela também gosta de você. - Hugo sorriu expondo propositalmente os dentes dianteiros maiores que os outros. Na mesma hora em que ouviu a frase a mascara de negação do outro garoto caiu, ele olhava Hugo esperançoso.

— Rose gosta... de mim? - Scorp perguntou mal contendo a felicidade. Hugo fechou o sorriso, tinha dito aquilo na tentativa de fazê-lo parar de negar, foi tão fácil arrancar-lhe a confissão, que ao invés de divertimento causou desconforto no menino ruivo

— Bom, na verdade eu não sei. - Instantaneamente os brilhos nos olhos do outro se apagaram e Hugo abaixou os seus para a grama. Desde a primeira vez que viu Scorp na companhia da irmã o garoto notou o sentimento, realmente Scorp não era o mestre dos disfarces. Era surpreendente que a garota não percebesse! Ou talvez percebesse...

— Então por que quer tanto que eu "fale" com ela? - O garoto louro parecia a beira da irritação. Hugo não o culpava, Scorp demonstrou em menos de um minuto que gostava de verdade de Rose, isso fez o garoto se sentir terrível por estar mexendo com os sentimentos de uma pessoa.

— Bem, você gosta dela... - Ele pensava no que dizer agora, algo que não iludisse e nem desiludisse. - Minha irmã não tem muitos amigos, se ela é sua amiga então é sinal que te suporta. Portando é possível que ela acabe gostando de você, caso você tente falar com ela. - Ele passou a mão na nuca desconfortável.

— Tentar? - Um sorriso irônico. - Como você mesmo disse somos amigos, que motivo ela teria para sermos mais que isso? - Já estava tudo entregue mesmo, não tinha porque esconder dos dois meninos. Scorp, verdadeiramente, esperava um conselho deles naquele momento. Conselho de duas crianças de doze anos. Que situação mais ridícula!

— Você é bonito. - Scorp olhou para além de Hugo, quem falava era Louis. Sentiu as bochechas ficarem quentes, nunca tinha escutado algo assim, dito de forma tão natural e verdadeira, de outro garoto. - Não que beleza seja o mais importante, mas ajuda.

— Concordo - Hugo chamou a atenção dos seus olhos novamente. - Você não faz meu tipo, mas eu concordo.

— Faz o meu. - Louis olhou uma ultima vez para o garoto do quarto ano antes de mirar o horizonte com desinteresse. Scorp não sabia como responder aquilo. Então, sem graça, ficou em silêncio por um tempo tentando organizar os pensamentos. Algo não fazia sentido naquela situação. Por que Hugo parecia querer tanto ajudar?

— O que você ganha? - Scorp desencostou-se da árvore, esticou os joelhos e olhava Hugo atentamente observando a expressão no rosto dele.

— Gente! - Louis tentou chama-los mais foi ignorado

— Se tudo der certo, um cunhado rico. - Tentou fazer gracinha, mas seu sorriso amarelou diante o olhar sério que recebia do outro. Hugo já se arrependia pelo que estava fazendo. No inicio ele queria apenas exibir o quanto era "observador" e incomodar Scorp e posteriormente a irmã, mas não imaginava que se sentiria desconcertado com o que estava fazendo. - Nada na verdade.

— Hugo! - Louis chamou com a voz abafada e chacoalhou a perna do primo, mas nem um dos dois lhe deram atenção.

— Então por que esta me enchendo a cabeça?

— Me desculpe. - O garoto suspirou, abaixou a cabeça, observando as formigas caminharem entre as gramas. - Eu não sabia que você gostava de verdade da Rose, eu não quero...

— Rose! - Fred, para o desespero de Scorpius, estava parado bem na frente deles. Aparentemente a lula gigante já estava alimentada. - Você gosta da Rose? - Ele arregalou os olhos castanho para o garoto louro, sem esperar a resposta se virou para trás e gritou. - James! O Malfoy gosta da Rose.

— Eu tentei avisar. - Louis disse para os dois sentados ao lado.

O irmão de Albus já estava aproximando em passos lentos e quando escutou o grito de Fred terminou o caminho correndo. Exibindo um grande sorriso para Scorp e as sobrancelhas erguidas.

— Sério? Rose? Eu sabia!

— Da Rose, cara. - O sorriso deles quase rasgavam-lhe as caras, "Deve ser muito divertido zombar da minha cara" Scorp pensou amargo.

— Você é louco? Meu tio vai te matar. - James estava certo, se o pai de Rose soubesse provavelmente iria mata-lo. Definitivamente aquilo era bem divertido para eles, não paravam de sorrir irritantemente.

— E Rose já sabe? - Fred perguntou. Hugo se ergueu do chão encarando o primo alarmado. Olhando para os três garotos a sua frente e principalmente para cara de desespero de Scorp, Fred concluiu que a resposta era "não". - Ah, ela vai adorar saber.- Ele sorriu travesso antes de sair andando rápido na direção do castelo. Disse a James que iria pedir mais pães velhos na cozinha e aproveitar para dizer um "Oi" a Rose.

— Desculpa. - Hugo olhou para Scorp que ainda estava sentado no chão, o rosto vermelho até mesmo no nariz. Ele respondeu Hugo com um olhar cheio de raiva.

— Hey! É serio mesmo? - James parara de sorrir e apresentava um olhar impressionado para Scorp.

— Sim. - Quem respondeu foi o próprio garoto que começava sentir o rosto esfriar. O estrago já estava feito mesmo. Quando Hugo começou com a inconveniência de insistir para ele "falar" com Rose, Scorp nunca considerou fazer aquilo. Ele pensava na amizade que tinha com a garota, se a resposta dela fosse "não" arruinaria tudo. Todavia, naquele momento, Fred estava preste a fazer o que ele não tinha coragem. Estava tudo perdido!

— Não se preocupe te protegemos do tio Ron, certo? - James indagou para os dois primos, parecia alegre de verdade. - Ele vai ter que aceitar o namoro.

— Não faz diferença, isso não vai acontecer. - Scorp disse desanimado e olhou para além de James. Se pelo menos Albus estivesse ali, muito provavelmente aquilo não estaria acontecendo.  Mas estudar com a garota era mais importante...

— Por que não? - James juntou as sobrancelhas para ele.

— Ela não vai querer nem olhar para minha cara depois que... - Olhou na direção que Fred havia indo e não completou a frase. Voltou o olhar para Hugo, mas dessa vez sem raiva. Ele reconhecia que a culpa não era toda do menino e também ele parecia tão aflito de culpa, que não tinha como sentir mais raiva dele. Scorp ajeitou a blusa e saiu andando em direção ao castelo, determinado em se esconder no dormitório e nunca mais sair de lá. Estava quase perto da grande porta quando sentiu um tapa na parte de traz da cabeça, sentiu alguns fios de cabelo voarem.

— Você é burro, Gasparzinho? - Era assim que James e Fred o chamavam no primeiro ano quando queriam implicar com ele, apenas por ser um Malfoy. Scorp olhou para o Potter enquanto esfregava a mão na parte de traz da cabeça. - Ela nunca vai deixar de olhar para essa sua cara transparente! Eu observei vocês dois nas férias lá em casa... Nunca vi Rose olhar para ninguém como ela olha para você, nem pro otário do Bobbin - Ele sorriu encorajador para Scorp. Bobbin era um garoto do sexto ano, ele e Rose dançaram juntos no Baile de Halloween - E não se preocupe, eu conheço o Freddie, ele não vai falar nada. Só estava sendo chato.

— Esta bem. - Scorp queria acreditar que Fred não contaria. Mesmo em duvida, sobre acreditar em James ou não, ele sentiu seu o coração palpitar e uma leve sensação de alivio. Será que era mesmo verdade? Rose o olhava de uma maneira especial?

— De qualquer forma você deveria falar com ela.

— Como? - Se James dizia a verdade, então talvez ele tinha alguma chance verdadeira.

— Falando! Você não sabe falar? - O James  gentil se foi e o arrogante estava de volta.

Quando Scorp caminhava em direção ao dormitório nas masmorras, pensava se deveria dizer logo a verdade para Rose ou não. " Eu só acho que a coisa mais simples é falar com ela. Resolve tudo de uma vez. " Hugo tinha dito alguns dias atrás. "Nunca vi Rose olhar para ninguém como ela olha para você" James a alguns minutos. Ele não era o mestre do disfarce, certo? Então, assim como Albus percebeu logo no primeiro ano, Rose também já deveria suspeitar. A solução era obvia, falar com ela. E fazer isso antes que todos os primos dela ficassem sabendo e viessem lhe dar conselhos. A situação já estava constrangedora o bastante. Talvez ela não deixaria de ser sua amiga.

Apesar da esperança que nasceu em seu coração e ter se auto convencido que deveria falar com Rose. Scorp não teve coragem. Albus caiu na gargalhada quando o amigo lhe contou o que aconteceu perto do lago. Filho da mãe! Scorp se irritou com ele, o garoto rapidamente pediu desculpas. Al disse que concordava com James, sobre a forma como Rose o tratava e que nunca falou nada porque não tinha certeza se isso significasse algo além de amizade.

Os dias de aulas recomeçaram e nenhum Weasley veio encher a cabeça de Scorp. Nem Albus tocou novamente no assunto, durante três dias apenas seus pensamentos e esperanças insistiam em fazer-lhe lembrar de Rose e acelerar seu coração. James dizia a verdade afinal, Fred não contou, Rose não parecia suspeitar de nada e falavam-se da mesma forma de sempre. Nada mudou! Scorp não sabia se achava aquilo bom ou ruim, se Fred tivesse contato para ela provavelmente estragaria tudo, mas pelo menos não seria ele quem teria que fazê-lo. E as coisas mudariam de alguma forma. Surpreendentemente, as coisas estarem como sempre foram, estavam o deixando irritado.

— Rose! Eu posso falar com você? - Scorp estava na companhia da garota e de Albus. Os três iam em direção ao salão comunal, hora do jantar. Al olhou para o amigo exibindo um esboço de sorriso, não era muito discreto, Scorp o pregrejou em pensamento quando ele saiu deixando-o sozinho com a garota. Rose olhava para ele e esperava pacientemente. Estavam quase sozinhos no corredor poucas pessoas passavam por ali, era a oportunidade perfeita. Mas tudo que ele conseguia fazer era esfregar as mãos suadas ao lado do corpo, não fazia ideia como começar.

— O que? - Ela perguntou diante da demora.

— Eu... - O garoto não conseguia olha-la no rosto. Mantinha o rosto erguido, mas os olhos abaixados, enquanto o nó na garganta bloqueava suas palavras. Ainda poderia desistir, largar tudo, e deixar as coisas como eram. Porém havia chegado até aquele momento e decidiu que teria coragem. - Eu gosto de você. - Sua voz falho um pouco em "você", mas saiu audível o bastante para ela entender. Rose sorriu.

— Eu sei, bobo. - Ela era linda sorrindo. Scorp a admirou um pouco abobalhado até perceber que algo no modo como ela falou parecia estranho.

— Não, espera, não dessa forma. Eu gosto de verdade de você... tipo mais que amigos. - Ele decidiu de vez que não queria mais as coisas como eram antes, mesmo que depois o clima entre eles ficasse tenso.

— Eu sei. - Ela abriu ainda mais o sorriso. Como assim? Rose não estava constrangida. Scorp não sabia o que viria a seguir, não sabia o que aquilo significava. Então esperou que ela falasse, pois ele não seria capaz. - James me contou.

— James?! - "Como ele pode?" Tinha confiado naquele babaca. Mas se Rose sabia e continuou a trata-lo normalmente durante aqueles dias, significava que aparentemente a amizade deles não estava prejudicada apesar de tudo, Scorp sentiu-se mais aliviado. - Bem então... - Ele sorriu e criou coragem de olhar no rosto dela. - Que bom que você já sabia... mas podia ter me poupado esse momento.

— E perder a oportunidade de ver você quase todo vermelho? - Ela riu, ele acreditava nela, com certeza ele estava inteiro vermelho, pois tudo queimava de vergonha. - A gente pode tentar.

— Como assim? - Scorp olhou nos olhos dela, surpreso. Esperava algo mais como; "Legal você gostar de mim, mas prefiro ser apenas sua amiga e continuar investindo no Bobbin.", já estava preparado para isso. Porém não estava nem um pouco para o que ela disse. Não era um "Também gosto de você", passava bem longe disso. Os significados eram amplos e ele ficou confuso. Confusamente feliz.

— Você entendeu. Agora podemos ir para o salão? Estou morrendo de fome. - Ela segurou uma de suas mãos e começou a caminhar. Tudo que ele conseguiu fazer foi acompanha-la. Entraram de mãos dadas no salão e em seguida tiveram que solta-las, cada um direcionou-se para suas respectivas mesas.

— Então? - Albus perguntou baixinho ao amigo assim que ele se sentou. Tinha visto eles entrarem de mãos dadas no salão, como vários outros alunos viram, estava ansioso para saber o que aconteceu.

— Ela disse que podemos tentar. - Scorpius respondeu no mesmo tom baixo.

— Tentar? Como assim?

— Não faço ideia.

Hugo havia dito que conversar era solução de tudo. Ele estava errado. Scorp sabia que as coisas não seriam mais como foram um dia, mas também não tinha certeza se seriam da forma como esperava que fossem. Não tinha certeza de nada. E era incrível! Estava feliz como nunca esteve em sua vida.