Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 6
Com o rei na barriga


Notas iniciais do capítulo

Geeente desculpa a demora!



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— Tudo bem. Então o que eles são exatamente? Dante anda como se tivesse o rei na barriga. Vocês não são traficantes não é? – pergunto tentando fazer piada. Quando na verdade a resposta me assusta.

 – É um assunto delicado, vai por mim Alex, você não vai querer fazer parte dessa merda. Se você entrar não vai sair nunca mais. – Ela diz, ela não nega, no entanto.

— Uh, então a coisa é perigosa.

— Muito. – sem mais detalhes. Estou me coçando para perguntar como assim? Me explica? Quem diabos são vocês! Mas engulo tudo.

— E você como se encaixa nisso tudo? Você não parece perigosa.

— As aparências enganam. – Uh- uh. Isso está cada vez pior. Tenho essa sensação escorregando por baixo da minha pele. Um pequeno formigar que se eu escutasse me diria: “Corra”! Mas eu decido ignorar. Que idiota.

— Certo, sei disso. Mas...

— É complicado te explicar.

— Tudo bem, melhor eu não saber. – digo decididamente. Por que eu mesma sei, que é melhor às vezes ficar no escuro. É melhor não dar chance ao acaso.

— E você? Onde estão os seus pais? – Engoli em seco. Assim como ela disse, esse também era um assunto delicado. Eu não gosto de lembrar que eu na verdade não sou essa aqui.  A pessoa que fez as unhas, e que sorriu e brincou como se não tivesse uma bagagem.  A pergunta dela só traz aquela consciência de volta. Aquele rastejar dos monstros que eu escondi no armário. Eu tenho que parar a torrente de memorias. Empurrar tudo de volta a caixa imaginaria que eu criei na minha cabeça e fechar com o cadeado. É difícil e um nó se forma na minha garganta.

— Minha mãe está morta. – digo secamente. Por que se eu falar mais eu vou chorar como um bebê. Eu nunca tive a oportunidade de chorar pela minha mãe. Pela mãe maravilhosa que ela foi enquanto pode. Eu tive que assistir ela morrer lentamente enquanto ia para escolha e cuidava da casa como uma adulta. Assistir meu pai descer o barranco fundo em que ele se meteu e não podendo fazer nada. Eu nuca tive tempo para chorar.

— Nossa! O que aconteceu?

— Câncer. – digo simplesmente.

— Faz tempo?

— Cinco anos.

— Eu sinto muito.

— Obrigado. – digo. Agora é minha vez de dar o assunto como encerrado.

— Tudo bem, chega de tópicos tristes. – ela disse. Respiro mais aliviada quando ela troca a cara desanimada por seu sorriso habitual, eu sei que é uma fachada, mas eu não ligo, ela está fingindo assim como eu estou. – Esse fim de semana é o meu aniversário e eu vou beber legalmente! Não que eu não fizesse isso antes, mas agora não preciso fazer escondido!

— Você não estava autorizada a beber?

— Não! Meus pais são rígidos nessa parte e eu sou acompanhada por um segurança o tempo todo.

— Não vi ninguém hoje.

— Isso por que eu o mandei ficar longe, mas se você observar o carro preto a distancia, bem ele está na minha cola. Eu nunca perco ele de vista.

— Isso não parece confortável.

— Não é, mas Júlio se esforça para me deixar a vontade. Mas, privacidade mesmo? Eu não tenho. Eu vou morrer virgem! – Ela diz e ri.

Paramos em um restaurante bem iluminado no centro, depois de uma ótima conversa Amélia me deixou em casa.  Não falamos mais sobre a minha família ou a dela. Eu não estava preparada pra falar mais sobre isso e aparentemente ela também não e a conversa girou em torno de futilidades. Amélia estava se tonando uma amiga. O que é literalmente estranho para mim. Mas, é bom.

Tudo que eu fiz foi ligar a tv e cansada demais acabei por cair no sono, no outro dia Amélia me mandou mensagens cedo.

Vou passar ai na hora do almoço! Me prepare algo gostoso pra comer!

Você não deveria perguntar se pode vir e se pode comer? KK

Eu posso?

Bom agora eu não posso recusar...

Por isso eu nunca peço permissão, me espere por volta da uma.

Começar a limpar a casa, não era difícil já que o espaço era limitado e eu não ficava muito aqui. Mas era meu. Eu nunca vou me cansar de pensar isso. Logo comecei a fazer uma torta de frango que a tempos eu estava com vontade de comer e respirei o cheirinho assado um tempo depois, fazia anos, literalmente desde que eu tinha cozinhado para alguém além de mim, eu tinha me acostumado com meu tempero e não podia dizer se era delicioso ou só algo que dá pra comer.

Uma batida leve da porta me fez saltar, outra coisa que eu estava desacostumada, eu era esquisita por esquecer como era receber uma visita? Só que não era só a porra de uma visita, quando abri a porta Amélia estava sustentando várias sacolas e três enormes homens estavam atrás dela. Os motoqueiros. Pelo amor da torta! Graças a Deus eu tinha esse instinto e coloquei mais tortas para assar.

— Ai desculpa, não deu pra avisar eles vieram no ultimo minuto! – ela revirou os olhos. – Eles também não são de pedir permissão.

— Não faz mal, desde que ninguém aponte a arma pra mim novamente. – digo olhando o que pode ser o pecado na terra. Dante. Ele esta simplesmente de tirar o folego. Talvez se eu observar bem eu esteja derretendo. Por que Deus! O homem é quente.

Ele me olha de volta furioso. A temperatura consegue subir um pouco mais. 

— Eu me lembro que você também não é a mais bela das anfitriãs. – ele diz duramente.

— Só tem como ser uma anfitriã quando eu convido alguém para minha casa. - ele me olha duramente outra vez, tenho a sensação de ele faz muito isso. Soltar esses olhares desgostosos e que pedem submissão. Só que apesar de ele achar que eu sou uma súdita que devo obediência eu não sou. 


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