Kisses and Guns escrita por Nina Arik


Capítulo 43
A realidade é o despertador que toca justo quando estamos na melhor parte do sonho. - Eu.


Notas iniciais do capítulo

Boa noite gente! Obrigada pela paciencia comigo e o carinho! Essa autora tá tãooo sensivel essa semana e teve uns comentarios que só me fizeram bem! KKK Obrigada!
Hoje é niver ma minha grandma ! Vim postar rapidinho, mas to indo lá dar um beijo nela!
Beeeeijos!



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— Aqui. – ela diz quando se agacha e pega algo na bolsa. Ela estende meus dois revolveres. E Eu nem posso descrever como me sinto quando as toco.  É quase como ter de volta algo como heroína. Minhas mãos tremem um pouco. Sei que as armas não me protegem de tudo, mas a sensação delas em minhas mãos, mesmo que injetam uma falsa sensação de proteção nas minhas veias que é boa, muito boa. E por enquanto basta. Por enquanto é o impulso que preciso para continuar me movendo. Estamos fora do hotel com a primeira luz do sol. Amélia está de volta ao volante já que eu não tenho forças para dirigir. Meu corpo parece estar funcionando apenas para o essencial e eu nem tenho forças para mais nada.

— Pare em uma loja. Compre bonés. Lentes de contato e perucas. – digo. Ela assente e sai em busca de tudo isso. Quando ela volta eu coloco uma lente castanha que esconde meus olhos azuis e ela coloca uma lente verde para combinar com seu cabelo ruivo. Escorrego um boné em minha cabeça. Amélia começa a dirigir novamente enquanto eu durmo a maior parte do dia. Dormimos em outro hotel e começamos a rotina outra vez. Ninguém nunca diz que fugir é não só cansativo para o corpo como para a mente. Eu penso o tempo todo que estou vendo ele, mas pessoas, nos lugares, nos meus sonhos, que são a pior parte, eu acordo assustada de que ele possa ter me encontrado, mais assustada ainda quando penso que talvez ele não me encontre. Talvez eu não vá ver ele mais.

Mantenho as lentes castanhas e aconselho a Amélia a colocar pretas. Por que olhos verdes são marcantes. Ela coloca uma peruca preta. Trocamos o carro em uma cidade pequena e seguimos viajem.

— Para onde vamos?

— Para o litoral. – Digo sorrindo. Faz uma semana que estamos na estrada e eu me sinto mais forte. Por isso fazemos menos paradas por que eu posso dirigir para ela dormir. E isso é uma coisa muito boa. Por que percorremos mais caminhos. – Eu sempre quis morar perto da praia.

— Isso é a melhor notícia de todos os tempos. – ela diz animadamente. Dá pra perceber que estamos quebradas. Quando ficamos em silencio e colocamos uma música triste no rádio, quando vemos casais por ai. Eu vejo o flash de dor em seus olhos e eu mesma o sinto. Eu sinto a dor, a traição a raiva e o medo. Eu sinto Dante em mim. A cada segundo e cada quilômetro que eu percorro. Deus! Por que diabos tinha que ser ele? Amélia canta animadamente quando enfia a colher em um pote de sorvete. Mais alguns dias na estrada e podemos achar algum lugar tranquilo para viver. Ou passar algum tempo antes de termos que pegar a estrada novamente. Por que a ironia de fugir é que temos que continuar fugindo.

Dois meses depois...

— Amélia? – pergunto. Os sons de vomito me preocupam por que faz mais de duas semanas que Amélia não está bem.

— Deus! Eu não aguento mais isso. – ela diz saindo do banheiro da nossa casa temporária. Tínhamos estado aqui por quinze dias, apenas para fazer uma pausa, estamos viajando pelo litoral já faz um tempo. E a estrada é cada vez menos atrativa enquanto a ideia de se estabelecer em algum lugar pesa cada vez mais. Estamos nos mudando hoje. Vamos dirigir mais alguns dias. Por que eu tenho esse comichão cada vez que a gente para por muito tempo de que ele está perto. Ele está vindo. Amélia está pálida e posso ver que ela perdeu peso. – Eu... – ela hesita antes de olhar para mim. – Acho que vou ter que comprar alguns testes de gravidez. – ela diz com lágrimas nos olhos e foda-se, eu  seguro um palavrão. Oh Deus! Eu não quero ser pessimista, mas Amélia não pode estar grávida! Simplesmente não pode!

— Hum... Vocês não usaram...

— Proteção? Não! Ele estava bêbado! E eu estava muito eufórica por que ele finalmente parou de olhar para mim como se eu fosse criança!   Então não! Oh Deus! Eu fui tão burra!

A cidade que nós escolhemos é pequena. A senhora atrás do balcão deve ter por volta dos cinquenta anos e nos olha com desaprovação quando Amélia joga seis testes de gravidez diferentes no balcão. Eu coro por que essa é uma das situações na vida que corar é a única coisa que podemos fazer. Isso ou sair correndo, mas não deixamos as amigas nos piores momentos. Não, nós ficamos, enfrentamos os olhares o melhor que podemos e sorrimos e prometemos que tudo vai ficar bem mesmo que não tenhamos certeza. Por que isso é o que as amigas fazem. Elas ficam. Quando ninguém mais fica.

Depois de beber três copos de suco nos vamos para casa. Meu estomago pesa por que levei a coisa de dar apoio ao extremo.

— Inferno! Três minutos são longos demais para mim. – Ela anda de um lado para o outro. – Deus! Eu não posso estar... Não posso!  – lágrimas escorrem do seu rosto. – Ele não vai me perdoar! Ele... Deus! Alex! Lorenzo vai me odiar ainda mais!

— Amélia! Se acalme.

— Ele me odeia! Lorenzo me odeia! Oh Deus! O que eu fiz? Eu deveria ter sido mais forte! Eu apenas não pude evitar amar ele! Não pude! Ele não era assim Alex! Acredite em mim!

— Você não fez sozinha!

— Mas, eu me aproveitei dele! Alex! Ele estava bêbado!

— Lorenzo dificilmente é a vitima aqui. - Digo seriamente. - Ele não é nenhum santo! Pelo amor de Deus! Vamos, lá! Três minutos.-  ela relutante olha para os seis palitos em cima do balcão do banheiro. Todos eles estão  “positivo”. Amélia chora copiosamente.

— O que eu vou fazer agora? – ela diz em meio a lágrimas.

— Hey! Eu estou aqui! Nós vamos dar um jeito. Amélia, olhe para mim? – ela olha para mim e seus olhos azuis parecem duas piscinas. – Eu vou ser uma tia. – digo sorrindo. Ela sorri em meio a lágrimas e muito muco.


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