Um café rumo ao coração escrita por NMCMsama


Capítulo 1
Encontro


Notas iniciais do capítulo

Essa história é uma comemoração do dia 1 de agosto, o dia do Yaoi!
Não queria deixar passar o dia em branco, sabe?
Então fiz um pequeno conto fofinho de um de meus shipps preferidos.
Derek e Stiles!
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703976/chapter/1

O ar estava frio, mas a verdade que tudo parecia congelante naquela cidadezinha em meio a montanhas. Ter que se “empacotar” todo quando fosse sair de casa era uma coisa que Stiles teria que começar a se acostumar. Wolf Creek , era esse o nome da isolada e tranquila cidade, com suas população que nem chegava a mil habitantes, suas casas sem muros e imensos quintais, vizinhos fofoqueiros e lógico que tinha que ter um adicional: uma população formada quase que exclusivamente por lobisomens (o Wolf no nome tinha um real significado). Stiles eram bem humano, isso se podia ser comprovado pelo o seu visual magro e meio Bleeeé (isso pode ser também traduzido como sem graça), afinal, pelo visto todos os lobisomens tinham que ter um ar irritante de superiores, beldades e tal... Bem, todos exceto Scott, seu melhor amigo e recém-transformado lobisomem, a causa de Stiles ter se mudado para aquele inferno gelado, Scott continuava o mesmo Scott, com queixo torto e tudo mais. Ou seja, a famosa mordida podia fazer muita coisa, mas não milagres!

Stiles mal conseguia ver que caminho estava seguindo devido a cachecol que envolvia mais da metade do seu rosto, por milagre conseguiu alcançar o que parecia ser uma lanchonete. Ao abrir a porta foi atingindo com o glorioso ar quente de modo que soltou um sonoro gemido de alivio. Ignorando os olhares desconfiados e curiosos lançados pelos poucos clientes, o humano se jogou em um banco e logo se desfez das camadas e mais camadas de casacos que usava. Só de pensar que para sair daquele estabelecimento teria que vestir tudo aquilo de novo... Não, era não melhor não pensar sobre isso agora. Devia desfrutar o calor!

Depois de finalmente está confortável foi que notou um olhar lançado sobre si, era difícil não notar, afinal, a pessoa que o encarava estava a poucos metros de distâncias, atrás do balcão, esfregando com estranho ímpeto algumas xícaras, e não parecia estar preocupado em esconder o fato que sua olhada mortal estava deixando o jovem humano incomodado. Bem, pelo menos o cara era bonitão, musculo de tal modo que a camisa grudava nas formas esculturais de seus braços e peitoral, ainda mais estava de avental... Não que Stiles fosse alguém que tivesse algum tipo de fetiche, mas... Sacudiu a cabeça tentando dissipar os pensamentos para faixa etária acima de 18. Aquele estranho provavelmente o odiava, ou sei lá o que, afinal continuava encarando com aquela cara perfeita. Como alguém podia ser bonito mesmo fazendo uma carraca? Devia ser um tipo de arte!

— Mas eu quero um café... – Murmurou para si mesmo, tomando coragem para enfrentar o balconista sexy-zangado, como sempre, o vício de cafeína vencera fazendo com que Stiles se levantasse e fosse de encontro a fera.

— Oi, e aí? Bom dia... Digo, ainda é dia ne? Com toda essa neve e nuvens no céu nunca sei como é a passagem de horas, sabe? Digo, eu tenho relógio, lógico, mas eu estava me referindo era em presumir as horas pelo ambiente... Você sabe? Ver o sol, o ângulo da sombra... Não que eu seja um tipo de escoteiro nem nada. Odiava acampar com todos aqueles mosquitos e... Então, er... Acho melhor me calar, não? Tipo, fechar a matraca... Tipo...Agora...  – Droga! Estava tagarelando coisas desnecessárias de novo, um dos processos mais complicados é o iniciar uma conversa com um desconhecido, falar sobre o tempo/clima é uma forma desastrosa e mais frequente usada, normalmente o outro, para poupar o embaraço do interlocutor, faz uma resposta amistosa ou mesmo sugere um assunto menos clichê. Mas o senhor balconista nada disse, apenas ficou ali encarando... Com aqueles ameaçadores e ao mesmo tempo atraentes olhos azuis.

Stiles começou a gaguejar, algo que raramente fazia, já que falar tratava-se de sua melhor habilidade.

— O que você quer? – bem direto e sem cordialidade, aquele tipo de atitude não deveria atrair muitos clientes, não é? Todavia, em contrasta, a pequeno estabelecimento comercial estava cheio.

— E o que você tem a oferecer? – não era intensão de Stiles em parecer presunçoso, era meio que uma forma de autodefesa. O balconista sexy franziu o cenho (ou seja, franziu mais ainda), o humano sentiu suas pernas tremerem, mas se manteve firme. Em seguida, o senhor da Mirada Fatal, deixou que seus olhos descessem sobre o tronco do nervoso rapaz e até se manterem cravados em algo em cima do balcão. Demorou para Stiles entender o gesto, pois ainda sentia aquele olhar sobre o seu corpo... Sabia que lobisomens tinham poderes especiais, e já tinha concluído que o Mister simpatia ali devia ser um membro da prodigiosa raça, mas não sabia se visão de raio X estaria entre a lista de habilidades dos lupinos.

— Ah! – depois de embaraçosos cinco minutos Stiles entendeu que o outro havia indicado uma cartilha plastificada a qual continha os café, chocolates quentes e chás oferecidos pela a loja.  Rapidamente, escolheu o seu pedido – Quero um Delícia das montanhas... É como fosse um cappuccino? Será que posso ganhar uma porção extra de chantili?

Talvez estivesse abusando da sorte, afinal, faltava pouco para que o atendente sexy o atacasse, pelo menos era essa impressão que Stiles sentiu desde que adentrara na loja. Ao invés disso, o dito atendente apenas encarou ainda com mais intensidade o já trêmulo humano.

— Seu nome.

Stiles demorou para compreender que invés de uma mordida o lobisomem havia falado.

— Como é?

— O. Seu. Nome. – Frisou ele segurando um copo e uma caneta.

— Ah! Vocês são aquele tipo de cafeteria. Que escreve o nome do cliente e tal?

O outro não respondeu, na verdade rolou os olhos, como se dissesse “Obvio que somos, senão não estaria perguntando o seu nome!”.

— Er... Bem... Sou Stiles, Stiles Stilinski.

Ele havia começando a escrever mas parou ao ouvir o nome por completo.

— Você está brincando comigo? – Stiles teve uma leve impressão de ter ouvido um rosnado.

— O que? Algo contra?

— Stiles Stilinski? Devo acreditar que seus pais te batizaram com esse nome?

— Pois eu acho que é um nome muito estiloso! Tem sonoridade e aposto que depois que você o escuta, dificilmente conseguirá esquecer! – Estufou o peito, orgulhoso. Sim, talvez provocar um lobisomem desconhecido não era uma boa ideia, mas não podia continuar a baixar a cabeça, não é mesmo? Além disso, alguém deveria ensinar aquele totó boas maneiras!

Para a surpresa do humano, o dito lobisomem arqueou as sobrancelhas aliviando as linhas de expressão tensas e ranzinzas de seu rosto bonito.

— Ok! Stiles não é o meu nome verdadeiro! – finalmente seu grande segredo fora revelado (nem tão grande assim, falando a verdade...) – Mas se você conhecesse meu nome de batismo duvido que conseguiria escrever, tem tantas consoantes e poucas vogais que as vezes, eu mesmo, duvido se estou pronunciando direito... Esse foi o legado da minha mãe: escolher um nome polonês... Mas não qualquer um! Tinha que ser o pior! Um verdadeiro trava-línguas! Bem, ela era a minha mãe, muito criativa, tinha um estranho tipo de humor, acredito que puxei a ela, mas nomear seu único filho com algo assim? Nem eu mesmo o faria! Seu eu tiver um filho, iria chama-lo de Dark Vader, ou Frodo, ou quem sabe Ash Ketchum... Enfim, se não acreditas, eu tenho aqui minha carteira de motorista como prova!

Por que se importava tanto com a impressão que aquele cara teria de si? Nunca sentiu necessidades de dar tantas explicações, assim, antes! Mesmo assim, enfiara a mão no bolso da calça para retirar a carteira e praticamente a enfiara no rosto do atendente-lobo-sexy-de-avental.

Stiles podia jurar que viu os olhos do lobisomem faiscarem por alguns instantes para depois retornar o jeito ranzinza de ser (ou natural de ser, quem sabe aquela expressão facial fosse uma constância no rosto daquele lobisomem?).

— Você tem 25 anos? Pensei que tinha 17 ou 18 anos.

Agora era a vez do humano franzir o cenho. Ao invés de analisar o estranho nome de Stiles o outro tinha focando em outra informação irrelevante?

— Posso ter uma carinha fofa de bebé, mas posso assegurar a minha maioridade! Tenho até pelo no peito, prova absoluta de ter passado pela puberdade... Se bem que não é muito pelo, mas eu contei uma frondosa população de 10 a 15 pelos! – Talvez não devesse sentir orgulho dessa fisiologia de seu corpo e muito menos declarar tão alto, podia não ter a super-audição dos lobisomens mas conseguiu escutar muito bem as risadas contidas dos outros fregueses. 

— Não me diga. Pois não creio que pelos no peitoral simbolizam maioridade, pois eu mesmo não tenho pelo nenhum.

Droga!

Agora Stiles se perdeu na imaginação do peitoral nu e lisinho do Senhor lobo-cara-de-limão.  Sua imaginação era, sem dúvida, muito fértil, pois era bastante detalhista nos músculos... Suor... Até quase sentia a textura da pele... Quente e macia.

— Pelo menos, não no meu tronco... – Acrescentou ao fim descendo o seu olhar para uma região sul do abobado humano. Aquilo foi um ataque direto a dois pontos vitais de um jovem adulto virgem e com uma imaginação ativa. Os pontos vitais? Um era o coração, que de imediato começou a bater acelerado. O segundo era em um local mais embaixo, precisamente? Logo abaixo da virilha, entre as pernas... Algo se animava naquela região.

Aquilo era um flerte?

Stiles abriu e fechou a boca sem saber o que responder. Raros momentos em sua vida levaram ao um estado de mudez.

Será que estava enganado? Afinal, minutos atrás o mesmo lobisomem estava rosnando e fazendo um olhar de poucos amigos.  Estava confuso. Não queria sentir esperanças... Ainda, não tinha experiência nessa área! Sim, naqueles 25 anos o máximo que fizera fora beijar, uma vez uma garota, mas fora fruto de uma brincadeira sem graça que fora forçado a participar (alias a garota fez tamanho drama depois do beijo, fingindo ânsia e vontade de vomitar que Stiles não guardou nenhuma recordação boa daquele evento) e o outro beijo foi quando ficou bêbado, devido a uma festa no seu primeiro ano de faculdade, um garoto chamado Danny, fora um tremendo beijo o que fez despertar para o lado “arco-íris” da força. Danny se tornara um dos seus melhores amigos, não conseguiram desenvolver nenhuma relação romântica... Entre eles, só existia o bromance! Enfim, a vida amorosa de Stiles, sem dúvida, era bem curta. Logo, imaginar que um lobisomem que mais parece modelo de revista (para maiores de 18, vale ressaltar) estaria interessado em um humano do bleeé? Não, aquilo era impossível.

— Derek, o que eu disse sobre assustar nossos novos clientes, hein? – Uma mulher surgiu de trás de uma sala, provavelmente deveria ser a gerente, interrompendo o momento...  Bem que Stiles não sabia muito bem se realmente estava ocorrendo algo ali. Podia muito bem ser a sua mente lhe pregando alguma peça.

— Eu não estou tentando assustar ninguém. – resmungou Derek, agora Stiles sabia o seu nome. Devia sentir tão feliz só por aquele simples conhecimento? Realmente era um bobão!

— Sério? Com essa careta de poucos amigos? Daqui a pouco vou colocar uma placa na loja: Cuidado, cão bravo!

— Laura... – um rosnado foi emitido, mas pelo visto a mulher (de nome Laura) pouco se importou com aquela demonstração de poder animal. Talvez ela devesse mesmo comprar a dita placa...

— Xô! Xô! Vai fazer seu trabalho, sim? Acredito que você recebeu um pedido, não é? –  Stiles estava admirado com a ousadia de Laura de enxotar (literalmente) o outro. Ficou ainda mais abismado ao ver que Derek se afastou, ainda que resmungando, para fazer o seu trabalho.

— Então, você é novo aqui, não é? – inqueriu ela lançando um sorriso amigável e receptivo – Espero que meu irmão não tenha causado um efeito negativo e acabe por fazer você não retornar a nossa humilde loja!

Ela fizera questão de falar a última frase em um tom bem alto para que o seu amado irmão ouvisse.

— Isso seria meio difícil, sou meio que viciado em cafeína e... Pelo o que vi, acho que essa é a única cafeteria da cidade.

—  Bem, tecnicamente sim, mas existe uma lanchonete a poucas quadras daqui que tem uma velha máquina de café, ela é meio temperamental, talvez você tenha sorte de pegar o dia que ela produza algo bebível. Há sempre a opção de ir à delegacia, lá tem café, mas terá que lutar contra os oficiais da lei para conseguir pegar um misero copo sequer.

O humano teve que rir daquela explicação, pelo menos Laura não economizava nas palavras, ao contrário do seu irmão que era fã dos longos olhares, poucas palavras e muitos rosnados.

—  Se quiser, posso te mostrar a cidade depois ? – piscou a mulher. Agora Stiles não tinha dúvida, aquilo era sim um flerte! Deveria ter atravessado um portal para um universo paralelo...Só pode!

O barulho de copos caindo ao chão o fez sobressaltar. Atrás de Laura, Derek acabara de soltar um tremendo palavrão, se abaixava para recolher o fruto do seu desastre e... Stiles teve a visão perfeito da bunda do lobisomem. Levou a mão ao coração, temendo ter um ataque cardíaco ali mesmo! O destino não devia fazer aquele tipo de brincadeiras como alguém sensível!

Laura notou a direção do olhar do seu novo cliente, arqueou as sobrancelhas e por fim deixou que um sorriso transparecesse seus lábios.

— Oh! Entendi... – Stiles se desesperou, não queria parecer pervertido por ser flagrado checando o “compartimento traseiro” do irmão da provável gerente da única cafeteria da cidade! Não queria ser expulso! Como iria sobreviver sem café? E como iria arrumar desculpas para se encontrar um certo lobisomem?

— E-espere... E-eu... – já estava pensando em explicação razoável uma rajada de vento frio em suas costas anunciou a chegada de outro freguês.

— Stiles! Finalmente te encontrei! – o humano não precisou nem se virar para reconhecer a voz de Scott.

— Finalmente? Você já devia me conhecer bem o suficiente para saber aonde eu deveria estar! Nem precisava desse seu nariz de cão farejador para me rastrear! – se sentira aliviado, pois agora tinha uma boa desculpa para fugir dos olhares curiosos de Laura e se concentrar no seu melhor amigo e causa da mudança de Stiles para aquela inóspita cidade.

Os dois sentaram na confortável mesa no canto da cafeteria, mas primeiro tiveram que retirar a montanha de casacos deixada por Stiles, não era de surpreender que Scott não usasse uma roupa pesada de frio, pelo visto os lobisomens lidavam mais com essas temperaturas do que os humanos, tinha notado isso também com os frequentadores do local, nenhum deles usava um casaco pesado e nem mesmo um cachecol. Stiles se sentia meio que excluído do clubinho sobrenatural.

 – Sem piadas envolvendo cachorros, ok? – o recém-transformado lobo fez um biquinho, algo que não ficava nada belo no seu rosto meio torto.

— Oh! Desculpe, esqueci do seu orgulho lupino! – provocou com um sorriso.

— Enfim, está gostando de Wolf Creek? Desculpa por não ter aparecido na sua casa, hoje de manhã...

— Scott McCall, eu não preciso de babá, ainda mais sei que você e a Alisson tinham uma consulta, não é?

Scott abriu um sorriso bobo, ocorre sempre quando a esposa de seu amigo era mencionada na conversa, Stiles já tinha se tornando imune as reações apaixonadas de Scott... Bem... Quase.

— Na verdade, foi um ultrassom! Quer ver a foto de sua afilhada!? – o lobisomem nem esperou pela a resposta do outro, já tirou a foto e a exibiu como um trunfo. O humano fora logo contagiado pela a alegria do amigo, mesmo que não visse nada na imagem... Mesmo com as indicações veementes de Scott, indicando a cabeça, pés e outras partes que caracterizavam o bebé. Sim, ir para aquela pacata cidade fora motivada em parte pela transformação repentina de Scott, a mordida feita por um lobisomem ômega (desgarrado de uma alcateia) nas vésperas do casamento de McCall parecia indicar o fim de tudo. O pai de Alisson não iria aceitar que sua filha se casasse com um ser sobrenatural... Stiles, logicamente, apoio o amigo e ajudou a formular uma alternativa. Os dois pombinhos, então, casaram as escondidas e fugiram para Wolf Creek, um verdadeiro refúgio para lobisomens que desejavam viver em paz e no anonimato. Stiles decidiu seguir o amigo, meses depois. Precisava dar uma parada em sua vida agitada que acabara resultado em insônias e gastrite nervosa, uma temporada em meio a natureza (e ao frio!) talvez fossem saudáveis, fora uma recomendação médica e meio que um ultimato do seu pai, e a verdade era que sempre se sentira atraído pelo sobrenatural, estava curioso como seria viver uma cidade cuja grande parte da população fosse composta por lobisomens! E quem estava enganando? Sentia saudades de Scott... Eram mais que amigos, eram irmãos, eram uma família. Podia sentir que tal sentimento era compartilhado por seu amigo lupino, afinal, desde que chegara McCall ansiava por integrar Stiles em sua vida familiar ainda mais agora que Alisson estava grávida.

Seus devaneios em relação ao passado e ao futuro foram interrompidos quando um copo de café com uma verdadeira montanha de chantili foi posto, de forma rude, a sua frente na mesa.

— Seu pedido. – disse Derek entre os dentes.

— Agindo dessa maneira dificilmente irá ganhar uma gorjeta, sabe?

Stiles pode ouvir um gritinho rouco e baixo emitido por seu amigo, Scott. O mesmo parecia ter mudado de alegria extrema para desespero em questão de segundos.

— Quer reclamar de algo? – pode-se ouvir um pequeno rosnado naquela pergunta.

O humano já começara a bebê o seu amado café (ignorando toda a situação), reabasteceu o seu tanque interno de cafeína. Com uma tremenda barba de chantili encarou o lobisomem-atendente e disse:

— Você devia sorrir mais, sour-wolf.

Derek levou a mão a boca, pelo visto, a visão boba de Stiles (e bastante proposital) provocara um efeito direto no lobisomem rabugento: Derek estava contendo um sorriso.

Stiles estava satisfeito consigo mesmo. Contudo, logo notou que toda a cafeteria estava mortalmente silenciosa. A atenção de todos estava voltada para eles. Isso deixou o humano confuso e temendo ter feito alguma besteira (algo que lhe era bastante habitual).

— Derek Hale, se você não o quiser, pode ter certeza que vou captura-lo para mim! – gritou Laura do balcão lançando uma piscadela para o agora corado humano.

— M-me capturar? E-eu não sou um pokemon! – gaguejou tentando entender o que estava acontecendo.

Derek, desta vez não ocultou o sorriso que se fez em seus lábios. Aquela visão fez o corpo de Stiles aquecer... Sem dúvida aquele lobisomem era bonito, com cara de limão azedo e ainda era mais belo quando parecia feliz.

Mas feliz? Com o que?

— Laura, respeite o que é meu. – falou e seus olhos, mais precisamente a sua íris, assumiu uma coloração avermelhada – Ou o que será meu.

Falando isso, ele saiu deixando um boquiaberto humano para trás.

— Meu deus. Meu deus. Meu deus. – Scott fazia um estranho mantra – Desde quando você é amigo dos alfas da cidade?!

— A-alfas? Como é? – e a confusão que se instalara na cabeça do humano só aumentava.

— Os alfas. – indicou com a cabeça Derek e Laura que conversavam no balcão – Eles são, tipo, os chefes dos lobisomens de Wolf Creek!

— Ai meu santo Batman e Robin! – balbuciou surpreso – Eu os conheci agora...

— O alfa Derek, ele sorriu.

— É eu vi.

— Ele nunca sorri. Tipo... Nunca!

Stiles lançou um olhar de relance para o dito alfa, esse o estava fitando o que fez o menor soltar um gritinho de surpresa e se voltar para o amigo. Segurou o seu copo de café com firmeza, para ter certeza que aquilo era realidade e não um sonho.

— Ele deve estar curioso por eu ser novo aqui e tal... Não deve ser nada. – sussurrou mais para si mesmo do que para Scott.

— Stiles, o que está escrito no seu copo?

— Ah? – Virou o copo para ler, havia o seu nome, escrito incrivelmente certo e... Um telefone?

— Meu deus. Meu deus. Meu deus.

—Scott! Cala a boca!

— Ele te deu o telefone dele? Ele está te paquerando, é isso?

—Scott! Fale baixo! Você parece uma fan-girl surtando! – ralhou já totalmente vermelho, afinal, não se deve esquecer dos lobisomens e sua audição que não conhecia limites para o conceito de “conversas privadas”.

— Eu te disse! Eu te disse que se você viesse para cá, sua vida mudaria para melhor, não é? – Scott parecia um cachorrinho animado, Stiles quase podia ver o rabinho da versão canina do amigo balançando para os lados.

O humano não respondeu de imediato, resolveu se deliciar com o seu café e ocultar o próprio sorriso.

Talvez o seu amigo estivesse certo... Ao final de contas.

~~**~~**~~

No dia seguinte...

— O que é isso? – inqueriu Derek ao ver um papel amassado sendo colocando sobre o balcão.

— Sua gorjeta, esqueci de dar ontem. E olha que estou sendo generoso, levando em conta sua atitude... Temo que nunca será o funcionário do mês.

— Só temos dois funcionários na loja! Eu e Laura!

— Pois é, parece que Laura sempre vai ganhar o título, não é? – sorriu Stiles alheio a cara fechada do Derek, na verdade já estava acostumando. Tinha acordado cedo só para fazer aquilo

O lobisomem franziu o cenho pegando o papel e o abrindo.

— O que é isso? – encarou o texto ali escrito.

— Uma lista de séries... Que gosto. Tipo, eu normalmente faço uma maratona no fim de semana e... – A confiança de Stiles estava se desvanecendo, olhou para trás e logo encontrou Scott (que o acompanhou para dar suporte moral) que parecia estar torcendo junto com os outros lobisomens da cafeteria.

“Vamos lá! Você consegue!”.

Inspirou fundo e tomou coragem.

— Eu imaginei se você gostaria de vir, tipo... Vou entender se não quiser... Sei que você é tipo o alfa. Deve estar ocupado... Fazendo coisas de alfa. Sei lá... Uivando para a lua. Fazendo buracos no jardim. Xixi nas árvores... Er...

— Eu vou. – cortou Derek, antes que Stiles tagarelasse mais coisas sem noção e botasse tudo a perder.

— Sério?

— Você por acaso é surdo? – Derek deu um meio sorriso, não era o mesmo fabuloso sorriso de ontem, mas estava muito próximo e tinha quase o mesmo efeito. O coração de Stiles acelerou de imediato.

— Viu? Por essa atitude que não ganha tanta gorjeta.

— A sua gorjeta já valeu por todas que não ganhei até agora.

Stiles se derreteu todo com aquela frase e para completar Derek ainda lhe entregou um copo repleto de café e chantili.

— Por conta da casa. – disse o lobisomem.

Aquele era o fim...

Stiles podia não ser um pokemon...

Mas tinha certeza que fora capturado por aquele estranho e misterioso lobisomem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram?
Espero que sim.
Eu acho que ainda vou colocar um lemon nessa história, para fechar com chave de ouro!
Por isso não vou fechar a fic como terminada, ok?