Death Tricks escrita por Midnight


Capítulo 5
Not a Complete Lie


Notas iniciais do capítulo

Oi, oi! Sim, eu estou mais animada hoje, com uma leitora nova cujos comentários me deixaram imensamente feliz :3

Enfim, no intervalo de tempo entre a postagem do último capítulo e este, eu fiz um trailer da história e ainda meti o dreamcast nos avisos da história para quem quiser ir lá dar uma olhada <.<
trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7TWuYtX4d4Y

Boa leitura! ^-^



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Comatose - Skillet

Capítulo 4:

Lyra ainda dormia quando a manhã ia a meio, porém logo acordaria ao som da voz curiosa de Juliet: 

— Como correu? 

A sua garganta estava extremamente seca e ainda ardia da noite anterior, portanto assim que falou, apenas surgiu uma voz rouca e quase impercetível. 

— Eu diria bem... Tive azar e sorte ao mesmo tempo. 

— Como assim? — Juliet perguntou, ainda receosa. 

Lyra sorriu cinicamente, pois nos próximos segundos avaliaria Juliet em relação ao que aconteceu enquanto esteve infiltrada no palácio. Planeava lentamente descobrir tudo o que ela não queria dizer... 

— Jayden também estava lá... 

Juliet pareceu levar uns bons segundos a assimilar a informação, além de ter demorado ainda a dar uma resposta. 

— Falaste com ele? 

— Não... — Lyra sussurrou, enquanto observava atentamente as feições de Juliet, que estavam surpreendentemente contraídas. — Mas ele falou de ti... 

Juliet agora tentava disfarçar uma neutralidade perante aquelas afirmações, porém Lyra conseguia ainda ver a culpa nos olhos dela. 

— Ele estava tão triste... tão... afetado pela morte de Anne... — A voz de Lyra agora adquirira um tom cínico e de troça, até que passou para o sarcástico — O que eu estranhei, sabes... Porque Anne não era ninguém importante para ele ou para ninguém... Ela era apenas uma camponesa insignificante... 

Juliet tentava manter a imparcialidade, porém ela estava chocada, não só pelas palavras frias da amiga como pelas conclusões rápidas que ela já havia tirado sobre o que vira. Sabendo que não seguraria aquela postura por muito tempo, levantou-se e saiu de perto de Lyra, para poder respirar e pensar em como contornaria aquilo... Lyra já a estava a julgá-la e ainda mal sabia o que havia acontecido. 

Dirigiu-se para a segunda entrada da gruta, sentando-se à beira daquele precipício que lhe permitiu ver a encantadora imagem da cascata que ficava em frente ao abismo. 

As águas cristalinas lembraram-lhe das palavras de Jayden antes de ela saltar: “Tu só encontrarás o caminho certo se continuares a andar”. Lembrou-se então dos seus erros cometidos durante a missão... Erros deliciosos, dos quais ela não se arrepende, no entanto que seriam imensamente julgados por Lyra e Angie se elas descobrissem. Mostrou fraqueza em frente a Jayden, porém foi a única coisa real nela que ele pôde alguma vez ver... Como quando ele a viu chorar pela primeira vez: 

Ela, melancólica e questionando-se o porquê de continuar ali a fazer aquilo, sentindo-se sem chão e ele a olhá-la, mostrando ser um desastre com palavras de consolo. Porém ele ficou ali, ouvindo-a soluçar, fungar e derramar mil lágrimas, com uma mão nas suas costas e em perfeito silêncio. 

Ele não a conhecia. Para ele, ela era o que os rumores diziam: uma prostituta interesseira. Mas algo o obrigou a ficar ali, algo não o permitiu sair, algo nele queria descobrir o mistério que cingia aquela mulher... aquela menina tão frágil e indefesa. 

Quando as lágrimas cessaram, ele perguntou o porquê de elas escorrerem e a resposta que obteve foi a primeira em que ela pensara: uma mentira, como é óbvio: “Achas que tudo o que o Rei quer de mim é satisfação sexual?”. A resposta era bem evidente na opinião de Jayden, porém mesmo sendo ele o ser desastroso e insensível com mulheres, ele sabia que não deveria responder àquela questão. Limitou-se a abraçá-la, o que surpreendeu não apenas Juliet como Jayden. Ficaram próximos durante longos minutos, enquanto lentamente as lágrimas secavam e a dor desvanecia... 

Aquele abraço foi apenas desmanchado quando ela o olhou. Ele sorriu levemente porque os cabelos dela estavam ensopados nas lágrimas e presos à sua bochecha. Então num movimento lento, ele tirou-os do se rosto, enquanto simultaneamente acariciava a bochecha dela... 

Ela estava agora nervosa, sem saber o que fazer, o que dizer ou como agir, no entanto ela sabia que desejava mais do que nunca, beijá-lo naquele momento. Ele ainda a olhava, sem qualquer luxúria ou maliciosidade no olhar, apenas doçura e carinho... Cansou-se de esperar e aproximou-se dele, até que os lábios de ambos se tocassem levemente. 

O que começou com um simples tocar de lábios evoluiu para um beijo repleto de desejo e ternura, que ia ficando cada vez mais intenso à medida que cada um timidamente levavam as mãos ao corpo um do outro. As mãos dele passeavam pela cintura de Juliet enquanto que as dela deslizavam pelo seu peito, até tocar nos botões da camisa e os abrir. Com os olhos fechados ela permitiu-se sentir os seus dedos deslizarem pelo peito dele, a sua língua interlaçar-se com a dele e o toque da pele dele na sua, enquanto o toque sedoso e húmido dos lábios dele era gozado ora no seu pescoço, ora no queixo, ora na orelha, ora no peito... descendo até que o som do vestido dela a cair no chão ecoou pelo quarto... 

Jayden não teve tempo para pensar se aquilo era certo ou errado, na verdade ele nem queria pensar nisso, ele não queria que aquilo parasse, ele queria mais e ela também queria, e olhando-a nua, sem questionar ou sequer notar as cicatrizes no corpo dela, ele continuou, até ambos estarem completamente entregues um ao outro... 

Tudo na sua vida era uma mentira, tudo foi um teatro, medido e realizado com o maior rigor possível, sem espaço algum para erros, contudo aquele erro foi a única vivência dela real e verdadeira e ela nunca se arrependeria do que fez, mesmo que no dia seguinte tenha lhe dito que nada havia acontecido, mesmo que nem ele, nem ela tenham alguma vez voltado a falar naquilo, mesmo que fosse completamente proibido aquilo que haviam feito, ela nunca esqueceu e todas as noites ela se lembrava, arrepiando-se, sentindo calafrios e sensações quentes. E todas as noites ela sentia a falta dele e do quão verdadeiros eram os momentos que eles tinham... 

Ali olhando o lugar onde Anne se matou, ela sentia-o perfeitamente, assim como sentia a necessidade de mais uma vez lhe pertencer... 

 

*~*~*~*~*~*~*~*~* 

 

Ace já esperava na pousada pela misteriosa mulher que havia conhecido na semana anterior. Ele não sabia por que raio a estava a ajudar, quando ele naturalmente não se importa com pessoas no geral, especialmente camponesas humildes como aquela. Talvez a história dela lhe trouxesse alguma curiosidade ou talvez ele estivesse apenas hipnotizado pela beleza rara da mulher. De qualquer das formas, ele desejava-a e ele a teria da forma que teve todas as mulheres que quis, ela não seria diferente... Além disso, ela sairia da cidade assim que conseguisse a autorização dele, portanto por que não aproveitar uma última oportunidade para admirar a formusura mística da moça que lhe havia dado o nome de Rachel? 

Já num dos quartos da estalagem, Lyra olhava Ace com um simulado olhar de esperança. Ele não se importava em verificar se aquela postura de menina inocente era verdadeira ou não. Havia confirmado a identidade dela e a veracidade da sua história e isso era mais que suficiente. Claro que Ace era esperto, se ele tentasse, ele decifraria Lyra e a maliciosidade por detrás dos seus olhos muito facilmente, todavia esse não era o seu interesse. O seu interesse era bem óbvio, pelo que ele nem se preocupava em disfarçar. Assim que afirmou que ela poderia sair da cidade, ele obteve um sorriso aliviado dela. 

— Obviamente que eu quero algo em troca por todo o trabalho que tive até agora.. — ele sorriu maliciosamente. 

Lyra já esperava por aquilo. Não importa onde se vá, há corrupção e ninguém ajudará a não ser que a própria pessoa se beneficie da ajuda que ela oferece. 

Esforçou-se para não revirar os olhos, mantendo o olhar fixo e um tanto desapontado sobre o guerreiro. 

— Não tenho dinheiro para vos dar... — respondeu com o máximo de respeito e formalidade que pôde. 

— Ninguém falou em dinheiro... — ele sussurrou, enquanto se aproximava dela lentamente, um passo de cada vez, enquanto ela também recuava, vagarosamente e receosa. 

Se ele era sedutor e atraente? Era. Se ela sentia algum tipo de atração por ele? Talvez. Mas ela queria evitar aquilo, e embora lhe parecesse o único caminho a seguir, ela ainda recuava até as suas costas baterem na parede. Fechou os olhos, tentando se lembrar do porquê de estar tão disposta a fazer aquilo. Lembrou-se da carta que recebera na semana anterior, estando ainda imensamente preocupada com o conteúdo dela e lembrou-se de Juliet que corria riscos demasiado grandes ao permanecer na capital por muito mais tempo. Talvez, apenas talvez, a sua dignidade não valesse tanto como as vidas que pretendia proteger ao sair da capital. E talvez aquilo não fosse nada comparado ao que Juliet sofrera nos últimos meses que passou com o rei... 

Abriu os olhos determinada, pensando apenas em Juliet e em como depois daquilo ela estaria finalmente salva e livre do sofrimento que a acompanhou naquela maldita cidade. Sentiu o corpo dele no seu e sentiu-o tocar-lhe, beijá-la, tirar-lhe as roupas e explorar toda a superfície da sua pele minuciosamente. 

Obrigou-se a corresponder, obrigou-se a continuar o teatro, de forma a que nem mesmo alguém tão inteligente como Ace percebesse o quanto ela queria sair dali. Obrigou-se a fingir gostar, a fingir querer mais, até que ele se cansasse de a usar. Ele estava perdido em luxúria... Ele não reparou numa solitária lágrima que escapou pelo olho direito de Lyra. E mesmo tendo toda a sua pele em contacto com a dela, ele não reparou nas profundas cicatrizes espalhadas pelo corpo dela: queimaduras tão intensas que mesmo anos depois se notam e cortes profundos que marcam todas as suas batalhas perdidas... 


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Notas finais do capítulo

Além deste capítulo, eu tenho ainda mais 2 completos e o seguinte está quase terminado, e como eu estou num processo MUITO lento de escrita dos capítulos, eu vou passar a demorar um pouco mais a atualizar (tipo duas semanas). Estou a tentar aproveitar enquanto não estou em época de testes :D
Enfim que acharam deste capítulo? A Lyra às vezes consegue ser insensível, eu sei, mas eu gosto dela assim mesmo haha >.<'
Até ao próximo e obrigada por lerem, fofuras *o*



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