E naquele instante, eu levantava, levando os braços para os ombros do mesmo, sentindo as mãos fortes de Ian me puxando, nossas testas coladas e respirações entrecortadas, os olhares se fechando. Os narizes roçaram uma última vez, antes de o beijo ter início, numa explosão de cores. 

Ao nosso redor houve uma grande comemoração com muitas palmas e gritos, o padre da família de Ian batia palmas enquanto uma música tocava e eu ria - quebrando o beijo, vendo o outro rir também -, ao constatar que era KPop e justo a música que tocara quando eu e Ian ficamos noivos, Boombayah da BLACKPINK. 

—Sério?! -Perguntei, vendo-o sorrir e levantar as mãos para o ar. 

—Claro, dois americanos doidos por KPop dançando como se fossem profissionais, quem não gosta? - Ian brincou e assenti, enquanto o padre pegou o microfone e berrou. 

—EU OS DECLARO, MARIDO E MARIDO! QUE COMECE A FESTA! - O padre falou para Ian que poderia me beijar, assim o mesmo o fez, enquanto todos e o padre correram para a pista de dança. 

(...) 

Puxei meu marido para dentro do apartamento, levando-o para o meu quarto, agora nosso, e o fizesse ler o que eu estava colocando ali na internet – no caso, minha declaração no site. 

—Não acredito, você perguntou como se assumir? E o que mais me choca, não me mostrou isso antes? Gente, que gay. - Ian brincou, vendo eu ficar corado, enquanto me dava um beijo na bochecha. 

—Pode parar de brincar? - Perguntei, vendo-o negar com a cabeça, me fazendo revirar os olhos. - Isso eu fiz antes de começarmos a namorar e tudo, sem saber como chegar e dizer tudo. 

—Que lindo, Cory. - Ian disse, me abraçando, enquanto me pegava no colo e jogava na cama, subindo em cima de mim, enquanto beijava todo meu rosto, tirando meu colete, e em seguida a camisa social, revelando meu torso. - Está preparado?  

—Acredite, Ian, mais que isso. - Terminei a frase, tendo o outro me calando com um beijo, quase que erótico. 

(...) 

—Sempre esqueço que tem medo de avião. - Falei, vendo o outro arquear a sobrancelha para mim, enquanto eu ria, entregando para a mulher no balcão os nossos passaportes. - Não precisa ficar, nós só vamos para a Grécia, ter nossa lua de mel, que claro, nós vamos passar mais da metade em templos. O avião é só algo temporário, que não vamos ficar dentro nem doze horas direito. 

—Cory, é muito fofo sua tentativa falha de me acalmar, mas a única coisa que consigo imaginar é a morte que eu sei que não vai rolar. - Ele falou e eu ri. 

—Ao menos assumiu. Mas relaxa, eu trouxe o sonífero. - Falei, vendo ele me agradecer inúmeras vezes. 

Uma voz feminina correu por todo o extenso salão, chamando minha atenção e de Ian, que  nos chamava para nosso voo. 

—Vamos, marido? - Ian perguntou, me fazendo corar. 

—Está preparado? - Perguntei e ele negou com a cabeça, me fazendo rir. 

—Só vamos. - Ian falou, me pegando pela mão esquerda.