Única escrita por Temperana


Capítulo 1
Capítulo Único: They find us


Notas iniciais do capítulo

Olá meus Docinhos Azuis, tudo bem com vocês? Percebi que essa one é tão "One" do Ed.. Que coloquei ela como tema da fanfic! Espero que vocês gostem dela também.
Até as notas finais...



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Meu nome é Soluço Spansitocus Strondus III e acho que muitos podem conhecê-lo por, já que treinei o único Fúria da Noite da história. Mas não é sobre isso que quero falar hoje. Vim falar sobre amor.

Meu pai dizia que um viking sozinho e sem amor não é um viking. Sim, ele era um homem sábio. E eu concordo com ele, porque cada dia mais percebia que Astrid Hofferson era o motivo do meu sorriso, do meu brilho no olhar. Ela é a viking que conseguiu me conquistar com sua força e o seu sorriso. Por quem eu sou apaixonado até hoje e serei apaixonado até depois da morte.

Astrid é o meu mundo. É o meu motivo de viver. E quando a vejo caminhando em minha direção, com o único vestido que ela colocou em sua vida, eu sei que foi ela quem fez a verdadeira mudança na minha vida.

Ela roubou meus pensamentos e meus sentimentos.

Ela roubou o meu sobrenome.

E eu lhe dei de bom grado.

***

O Domínio do Dragão já havia presenciado muitas explosões dos gêmeos, muitas queimaduras do Melequento feitas por Dente de Anzol, muitos socos da Astrid e muitos ataques nerds do Perna de Peixe — e meus também, é claro. Mas nunca havia presenciado essa situação, a descoberta de um casal. Foi no mínimo engraçado.

Mas antes disso, você deve saber como tudo começou, quando eu pedi Astrid em namoro. Não fazia muito tempo que namorávamos quando todos descobriram, mais ou menos um mês.

Depois da doença que Astrid enfrentou e a nossa experiência de quase morte com Mala — isso fica pra outra hora — eu resolvi que precisava assumir os meus sentimentos. Precisava saber que não era apaixonado sozinho. Precisava tê-la comigo mais do que como amiga. E, pelos deuses, eu precisava beijá-la. Só eles sabem o quanto eu amava aquela menina e como nunca deixei de amá-la

A ida para Berk veio a calhar. Meu pai estava tendo alguns problemas com dragões selvagens. Como não podíamos viajar sozinhos longas distâncias por causa dos caçadores de dragões, eu teria que arranjar uma companhia. Berk tinha vários treinadores por lá, mas por algum motivo precisavam de ajuda.

Quando o Terror Terrível chegou com a mensagem eu estava perto de Astrid, e ela prontamente se ofereceu para ir comigo na mesma hora. De uma forma ou de outra, gostava de saber que ela se preocupava comigo da mesma maneira que eu me preocupava com ela.

Iríamos passar dois dias fazendo patrulhas na Ilha. Eu tinha que ir porque se precisasse treinar algum dragão eu poderia resolver mais rápido — na maioria das vezes, não vamos nos lembrar dos Ferrões Velozes, por favor.

Tínhamos combinado que eu faria o primeiro dia de patrulha sozinho e que Astrid me acompanharia no dia seguinte. Mas estamos falando de Astrid Hofferson, você também deve saber o quanto ela tem de teimosia, por isso não seria novidade o fato de que ela me acompanhou nos dois dias.

A sorte era que precisamos treinar alguns Naders também e como estava com ela tudo ficou mais fácil. No segundo dia de patrulha estávamos perto de onde derrotamos o Pesadelo certa vez, sentados próximos ao precipício em que desviamos o curso do rio.

Estávamos observando o sol nascer.  Se você nunca assistiu a esse espetáculo, não tem ideia do quanto é um momento mágico. Puro. Único.

— Com tudo isso acontecendo faz muito tempo que não assisto o sol nascer — eu disse, ainda atento ao show natural de luzes em minha frente.

— Verdade. Faz tempo — Astrid sorriu, apoiando sua cabeça em meu ombro. — Continua lindo, como sempre foi.

— Está com sono? — eu perguntei.

— Não, estou bem. Depois de tantas patrulhas já estou acostumada a passar a noite em claro.

Apoiei minha cabeça sobre a sua. Banguela estava atrás de nós provavelmente dormindo, assim como Tempestade.

— Como você acha que está o Domínio? — eu perguntei, fazendo com que ela encarasse meus olhos.

— Um pequeno caos — eu ri de sua constatação. — Mas vamos pôr tudo em ordem quando retornarmos. Eles fingem que não, mas eles respeitam muito você — eu assenti com a cabeça levemente.

— E tenho certeza que respeitam você também.

— Eu tenho um machado.

— Não haveria melhor argumento — nós rimos.

Voltamos a encarar o céu.

— Ele está aí fora — eu disse. — Está tentando de tudo para acabar conosco. E sinceramente, tenho medo de não conseguirmos pôr um fim nessa guerra que se instalou.

— Soluço, não é errado ter medo — ela entrelaçou minha mão na sua. — Nós vamos vencer por uma razão bem simples. O bem sempre vence o mal.

— É uma boa filosofia de vida.

— Nunca falhou — eu sorri. — E se quiser, pode falar comigo, desabafar. Acima de tudo, eu sou sua amiga. Na verdade, melhor amiga — nós rimos.

— Não deixa o Banguela te escutar — ela sorriu. — Ele é um dragão ciumento.

— É um segredo nosso — ela sussurrou, encarando meus olhos.

— É mais complicado do que parece, sabe — eu brinquei com os seus dedos. — Falar de algumas coisas não é tão simples.

— Não tem que ser complicado porque você pode confiar em mim para contar o que sente.

— Não é fácil para mim falar coisas do coração — eu encarei o céu avermelhado. — Muito menos com você.

— Não me diga que está apaixonado pela Cabeça Quente — ela exclamou, fazendo com que soltasse uma gargalhada junto com ela. — Isso seria realmente difícil de digerir.

— Não, nada com a Cabeça Quente — ela levantou sua cabeça do meu ombro e se virou de frente para mim. — Embora elas tenham uma cor de cabelo parecida — eu ri.

Astrid colocou sua mão sobre a minha e sorriu, me encorajando.

— Quando eu tinha 15 anos — ela riu com o meu tom de voz de que iria contar uma história de ninar —  e eu ficava encarando as pessoas matando dragões e essas coisas todas, eu pensava que se eu pudesse matar um, descolaria uma namorada.

— Boa forma de pensar — eu ri do seu comentário sarcástico.

— Pelo visto era uma forma errada de pensar e eu era um idiota, convenhamos — Astrid negou com a cabeça e eu dei de ombros. — Quando nos tornamos amigos, eu cheguei a pensar que iria viver sozinho pela vida inteira. Sim, eu sou um pouquinho pessimista. Mas o tempo foi passando e eu pensei que a paixonite que eu tinha por você tinha acabado, só que eu descobri que ela ficou ainda mais forte — eu ri meio desanimado. — Eu desenvolvi um sentimento de proteção em relação a você e pensei que estivesse relacionado à nossa amizade. Mas eu vi que o amor que eu sentia por você era muito maior do que isso e que nunca passou.

Eu encarei seus olhos que brilhavam e se tornavam ainda mais bonitos.

— Falar isso com você é difícil, porque estou falando sobre o que eu sinto por você, Astrid. Eu disse que é complicado.

— Não deveria ser — ela disse, acariciando o meu rosto. — E não precisa ser, porque toda vez que eu penso em você, eu tento descobrir quando foi que eu me apaixonei tão perdidamente. Eu não escolhi me apaixonar por você, meu coração escolheu e eu o agradeço profundamente por isso.

Eu sorri, levantando-me e a puxando comigo. Ela me abraçou, olhando para o céu colorido em nossa frente. Puxei seu rosto delicadamente e encarei seus olhos. Ela colocou as mãos em meu pescoço e eu em sua cintura. Quando eu a beijei, senti o meu mundo inteiro se endireitar. Eu senti que apenas eu e Astrid formávamos o mundo inteiro. E quer saber, era o que importava para mim.

Encarei seus olhos e ela sorriu.

— Eu adoraria falar que sou sua namorada para todo mundo — ela disse rindo. — Assim ninguém vai poder te tirar de mim.

— Como você é possessiva — eu revirei os olhos e ela me deu um soco de leve. — Mas continua linda — ela sorriu levemente.  — Na verdade, você é mais linda com ciúmes.

— Não é um bom momento, com tudo que está acontecendo — ela pontuou.

— Só vamos ter um pouco de paz quando tudo isso acabar. Mas podemos contar para o meu pai e para os seus pais —eu disse.

— Ótimo, então vamos lá — ela me puxou e eu ri.

Sobre o meu pai? Ele ficou tão animado com a notícia que me deu um daqueles abraços dele, bem fortes e carinhosos, dos quais sinto saudade até hoje. Ele quase anunciou para Berk inteira, mas eu disse que precisava falar com os pais de Astrid antes.

Os pais de Astrid também reagiram animados — não tanto quanto o meu pai, acho que ele pensava que eu não iria desencalhar tão cedo, o que era bem capaz. Eles me pediram para cuidar bem de Astrid e, bom, eles não precisavam pedir.

Os outros não ficaram sabendo do nosso namoro por falta de oportunidade para contar também, pois chegamos ao Domínio no meio de um caos. Havíamos sido atacados por alguns caçadores e estava tudo uma bagunça.

Precisamos focar em outras coisas, mas sempre demos um jeito de nos encontrar e apenas olhar nos olhos um do outro. Era a coisa mais relaxante que podíamos fazer, o que eu mais gostava de fazer.

***

— Onde nós estamos? — Astrid me perguntou pela milésima vez.

— Seja paciente, milady — eu vendava seus olhos com as minhas mãos e impedia que ela os destampasse. — Vai estragar toda a surpresa com sua curiosidade.

— Sabia que eu não confio em você? — eu ri.

— Aham, sei. Mas sabe de uma coisa? Vai passar a confiar agora.

Eu tirei as mãos de seus olhos e deixei que ela visse o jardim em frente à única cachoeira do Domínio. Em nossas patrulhas nunca reparávamos muito nela, estávamos procurando invasores, não admirando a paisagem — infelizmente, eu diria.

— Meus deuses — ela suspirou ao meu lado e eu ri.

— Essa foi a minha reação quando a vi pela primeira vez. Eu considero adequada.

Astrid riu e seus olhos azuis brilharam ainda mais ao olhar para a água. Foi por causa daquele par de olhos que eu me apaixonei.

— Vem — eu a puxei e a levei para uma região em que podíamos ver com clareza o pôr do sol. — Vimos o nascer dele, agora estamos vendo o pôr do sol. Temos que fechar o ciclo.

Ela sorriu, e eu abracei sua cintura, atrás dela, apoiando minha cabeça em seu ombro, também sorrindo.

— É lindo.

— Sim. Mas eu conheço outras coisas lindas nesse mundo e o seu sorriso é uma delas.

— Isso é para me fazer sorrir? — ela sorriu e eu beijei a sua bochecha. — Eu te amo — ela disse em um sussurro.

— Eu também te amo, milady.

Sorri e coloquei uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha. Ela me beijou e eu sorri. Gostava de quando ela me roubava os beijos, com todo o seu carinho.

— Eu sabia que vocês estavam juntos! — nós escutamos um grito e nos separamos rapidamente.

Vimos que todos os cavaleiros estavam nos observando. Era Perna de Peixe quem havia gritado. Astrid e eu nos encaramos e demos de ombros. Não era a melhor maneira de eles ficarem sabendo, mas o que nós podíamos fazer?

— Eu me sinto enganado — Cabeça Dura disse.

— Iludida — Cabeça Quente completou.

—Ludibriado — Cabeça Dura continuou.

— Tapeada — Cabeça Quente disse.

Astrid e eu cruzamos os braços e reviramos os olhos.

— Como vocês puderam esconder isso da gente? — Cabeça Dura completou, com a mão no coração.

— Por favor, fiquem quietos — Heather interrompeu com um sorriso. — Eu sempre soube que vocês iriam ficar juntos.

— Isso aí — Perna de Peixe disse, trocando um “soquinho” com a Heather.

— O que me lembra — Cabeça Dura disse, caminhando até Melequento — que você pode me pagar agora.

Melequento entregou um saco para Cabeça Dura com moedas e os gêmeos comemoraram.

— Espera! — eu exclamei. — Vocês estavam apostando sobre a gente? — arqueei uma sobrancelha.

— Eu por pouco não entrei na aposta — Perna de Peixe disse, fazendo Heather revirar os olhos.

— Eu mereço — Astrid pôs a mão na testa.

— Espera aí” — Melequento gritou. — Astrid — ele pôs a mão no coração e sorriu. — Tudo bem, eu já tinha superado você.

— Melequento, por favor, cale a boca — Astrid disse.

— Mas falando sério, vocês estão ou não estão namorando? — Perna de Peixe perguntou.

— Bem, nós estamos — eu respondi, encarando Astrid, que deu um sorriso. — Preferimos não contar por causa dessa confusão toda.

— Eu me sinto iludido — Melequento começou.

— Cala a boca, Melequento — gritamos ao mesmo tempo.

— Apesar de toda essa bagunça, a gente está muito feliz por vocês — Heather disse e encarou a todos, esperando que ninguém a contrariasse. — Vocês realmente merecem ficar juntos.

— Obrigada, Heather — Astrid respondeu.

— Agora, circulando, todo mundo — Heather gritou e todos começaram a ir embora.

Eu e Astrid nos encaramos e rimos. Há ocasiões que merecem serem lembradas.

***

Astrid Hofferson aceitou se casar comigo dois anos depois e eu me lembro de cada detalhe daquele dia. Ficará por anos guardado em meu coração. À luz das estrelas, com o perfume das flores, Astrid aceitou ser minha para sempre, assim como eu seria dela.

Quando vi que ela já estava em minha frente, trajando branco e o seu sorriso que ainda continuava o mais lindo de todo mundo, eu só pude sorrir também. Ela seria a mulher que nunca iria me abandonar e quem eu amaria para sempre. Só restava aceitar.

E foi isso que eu fiz.

 

And all my friends have come to find

Another place to let their hearts collide

Just promise me you'll always be a friend

'Cause you are the only one

 

Take my hand and my heart and soul

I will only have these eyes for you

 

*

 

E todos os meus amigos conseguiram achar

Outro lugar para deixar seus corações colidirem

Só me prometa que sempre será uma amiga

Pois você é a única

Pegue a minha mão, meu coração e minha alma

Eu só deixarei que esses olhos vejam você


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Notas finais do capítulo

E aí Docinhos Azuis, vocês gostaram?? Comentem o que acharam...
Estou desanimada, porque segunda voltam as minhas aulas... Mas, eu escrevi bastante nessas férias e espero que também tenham curtido tanto quanto eu ler essas fanfics!
Agradeço a todos que comentarem, favoritarem ou recomendarem essa one.
Ela é em homenagem a April! Sim! É aniversário dela hoje e eu terminei essa one por ela! Feliz Aniversário meu anjo, você merece tudo de bom. Inclusive a one!!
É isso Docinhos! Quem ainda não curtiu minha página no face, eu peço que curta! O link é esse aqui: https://www.facebook.com/TemperanaNyah/
E é isso! Mil beijos, Temp!