Viagem de férias escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 18
Rebekah 2.0




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P.O.V. Renesmee.

Sempre tenha um plano reserva. E acho que tá mais do que na hora de colher o que eu semeei.

Tirei ela do tanque e a coloquei na maca, coloquei o colar no pescoço dela e a vesti. De repente, ela respira.

—Oi. Tudo bem, você está segura comigo. Seu nome é Nanda.

Eu não sabia se ela entendia, então resolvi tentar uma coisa. Apontei pra mim mesma e disse:

—Renesmee.

Daí eu apontei pra ela e disse:

—Nanda.

Estendi a mão pra ela e ela parecia não entender o significado do gesto. Então, peguei na mão dela.

—Vem.

P.O.V. Nanda.

Nanda sou eu. Ela é Renesmee, mas onde eu estou? Porque estou aqui?

—Você está no meu laboratório, você nasceu aqui, hoje. Agora. Vem, precisa de um banho e roupas melhores.

Ela me ensinou a tomar banho, a arrumar o cabelo e me levou á um lugar chamado shopping.

Eu peguei roupas bonitas, vi coisas bonitas, pessoas e outras coisas que eu não sabia o que eram.

—Cachorro. É um cachorrinho Nanda.

Cachorrinho.

Minha barriga fez um barulho estranho.

—É o jeito do seu corpo avisar que está com fome. Vem.

A coisa ela me deu tinha um gosto maravilhoso, uma delícia.

Ela riu.

—Ta com a boca suja. Guardanapo, passa na boca pra limpar assim.

Eu fiz igual e logo a minha boca estava limpa. Voltamos para o lugar de antes e ela disse:

—Casa. Estamos em casa.

Casa.

—E aqui é o seu quarto. 

Quarto. 

—Sua cama, sua capsula que é utilizada pra calibrar e equilibrar a sua biônica. Você tem que passar uma hora por dia dentro da capsula. Bom, eu tenho que ir ao mercado. Fique a vontade e tenha cuidado.

Decidi sair e explorar o novo ambiente que me cercava.

—Rebekah, o que você tanto olha?

Eu olhei para aquele ser. Ele se parecia comigo, mas haviam diferenças.

—Rebekah?

Eu toquei as coisas que ficavam no meu peito e depois toquei o dele, ele era reto. Seus ombros eram mais largos, suas roupas eram diferentes.

—O que há com você hoje Rebekah?

Aquela palavra se repetia sempre. Rebekah.

—O que é Rebekah? E você é o que?

—Como assim o que é Rebekah, Rebekah?

—Não. Nanda.

—O que?

Apontei pra mim e disse:

—Nanda. Sou a Nanda.

—Nanda? Olha Rebekah, você deve ter bebido sangue contaminado ou coisa parecida.

—Porque você é reto?

—O que?

—Porque você é reto?

A resposta veio de outra pessoa.

—Vejo que já aprendeu a falar. Ele é reto porque ele é um homem.

—Homem?

—Homem. Mulher. Macho e fêmea sexos diferentes.

—O que é sexo?

—Nesse sentido, gênero. Você é mulher por isso tem seios.

—Seios?

Ela tocou as coisas que ela também tinha e disse:

—Seios.

—Porque a Rebekah está....

—Porque eu estou o que? Caramba!

—Porque eu sou igual a ela?

—Uma duplicata?

—Não. Um clone. Nanda e Rebekah são geneticamente idênticas, cada mísera célula é exatamente igual, só que eu fiz alguns ajustes.

—Eu tenho um clone?

—Que tipo de ajustes?

—A Nanda é capaz de acessar cem por cento de sua capacidade cerebral e além disso tudo eu implantei um microchip no córtex cerebral dela que lhe confere habilidades extras.

—O que é um microchip?

—Você precisa ler garotinha. Vem, vou te mostrar o fascinante mundo dos livros e ativar a sua biônica.

—Tá. Tchau.

Eu acenei.

P.O.V. Rebekah.

Eu não acredito que ela me clonou!?

—A vadia me clonou!

—Ela clonou todos nós. Disse que era para um caso de emergência.

—Caso de emergência? Eu tenho uma cópia!

—E ela tem quatro. Grande coisa.

—Ela disse que ia ativar alguma coisa dentro da cópia.

—Ela é cientista Rebekah.

—Ela é a versão moderna e feminina de Frankenstein!

—Ela descobriu a fórmula da clonagem humana!

—Eu lá sou humana?!

—Acha que ela criou outra original?

—Espero que não.

—Claro que não. Eu sou um gênio, não sou retardada.

—O que isso quer dizer?

—Eu não sou idiota de liberar mais uma Rebekah original no mundo. Se uma já é ruim, imagine duas. Nanda é humana, claro que ela tem habilidades de vampiro, mas ela não tem sede de sangue.

—O que está dizendo?

—Que a nova geração da raça humana está morando na nossa casa.

A minha cópia retardada sentou encima do controle remoto da televisão e ficou surpresa ao vê-la ligar.

—Uau!

—Tem mais de quatrocentos canais.

—Você fez uma versão mais jovem de mim?

—E mais forte e mais inteligente. Dei a ela sua força física, sua capacidade de regeneração e fiz a pele dela ser como a minha, eu alterei as propriedades genéticas dela.

—Ela é retardada.

—O que é retardada?

—Nada que você seja. O seu cérebro funciona igual ao meu.

—Eu ouço as vozes nas cabeças deles.

—Eu também. É um porre, mas você tem um botão de liga e desliga como eu.

—Como assim?

—Se você quiser parar de ouvir as vozes nas cabeças das pessoas também conhecidas como pensamentos, só precisa desejar. Pedir pra você mesma mentalmente.

—Onde arrumou esse colar?

—A criadora fez pra mim.

—A criadora?

—Renesmee. A criadora da vida.

—Agora ela virou Deus. Ótimo.

—Eu criei a Nanda. Mas, eu não sou Deus.

—Quem é Deus?

—Deus é força maior que rege tudo e todos. Embora, algumas coisas que dizem na igreja você não deve acreditar, algumas pessoas usam Deus para fazer o mal e isso não é certo. Nada de ruim ou mal pode vir de Deus, Deus é amor, é luz mais brilhante do mundo, Deus criou o mundo.

—Mas, Deus não me criou. Foi você.

—Sem dúvida. Entretanto, você é o primeiro nascimento não natural que já foi registrado e isso deve ser mantido em segredo porque as pessoas vão querer usar os seus dons para fazer o mal, para machucar os outros e isso não é certo. Os dons que eu lhe conferi devem servir para ajudar e não para machucar.

—Machucar, ajudar. É tão parecido.

—A sonoridade sim, entretanto são opostos. Vou te trazer o meu dicionário.

P.O.V. Nanda.

Dicionário era um compendio de todas as palavras já inventadas duma língua.

Devo ter lido uma dezena deles. E em todos haviam formas de se dizer as mesmas coisas.

Então, eu vi o livro que estava numa posição de destaque na enorme biblioteca.

—O que é isso?

—Isso não é pra você. Esse é só pra mim e pra pessoas que fazem o que eu faço, você não tem magia, tem?

—Magia: Arte, ciência ou prática baseada na crença de ser possível influenciar o curso dos acontecimentos e produzir efeitos não naturais, valendo-se da intervenção de seres fantásticos e da manipulação de princípios ocultos supostamente presentes na natureza, seja por forma de rituais ou de ações simbólicas.

—É a definição do dicionário. E ele está certo, só que o que vai dar nó na sua cabeça é o fato concreto de que a magia não se utiliza de fatos concretos. É baseada na fé e no poder concedido á poucos.

—Eu tenho esse poder?

—Não sei, mas vamos descobrir. Vamos começar com um feitiço simples, a geração de fogo. 

Ela pegou uma vela e disse:

—Phasmathos Incendea.

O pavio acendeu sozinho.

—Uau!

—Feitiço de reversão da geração de fogo. Shuta Incendea!

O pavio apagou.

—Tente você. Concentração.

—Phasmatos Incendea.

O pavio acendeu.

—Bom, boa notícia você possui magia. Pode ler o livro, mas não tente fazer nenhum feitiço sem supervisão ou as coisas podem dar muito errado.

O livro de magia da criadora estava em línguas que eu desconhecia.

—Eu não sei ler isso.

—Exato. Mas, eu vou te ensinar. 

Aramaico, Persa, grego antigo, gaélico, rúnico, galês e um monte de outras línguas desconhecidas.

—Onde está o dicionário delas?

—Ah, jovem e inocente garotinha essas são línguas mortas. Não são mais faladas pelas pessoas.

—Mas, nós falamos.

—Sim, mas elas não são mais utilizadas no cotidiano, no dia á dia por isso são chamadas de línguas mortas.

—E porque todos os feitiços estão escritos em línguas mortas?

—Porque precisamos mantê-los em segredo e em segurança. Conhecimento é poder garotinha e esse conhecimento e poder nas mãos erradas poderia destruir o mundo. O mal existe garotinha e as pessoas são gananciosas, sempre querendo mais e mais e mais e se sem a magia eles conseguem destruir o mundo, com ela seria o apocalipse. 

—Então magia é ruim?

—Não. A magia vem da terra, da natureza e ela é boa, mas a natureza exige um equilíbrio portanto, existem linhagens de bruxos das trevas. A luz não pode existir sem a escuridão e a escuridão não pode existir sem a luz. O mal não existe sem o bem e assim por diante. O universo é dual, tudo em dois. Noite e dia, sol e lua, luz e trevas. Você entende o que eu digo? Isso faz algum sentido pra você?

—Faz.

—Mais uma coisa. A lei do três vezes três vale para todos.

—Lei do três vezes três?

—Tudo o que você der ou fizer vai voltar pra você multiplicado por três. Lance o bem e receberá o triplo de bem, lance o mal e receberá o triplo de mal. Nossas escolhas nos definem. Fazem de nós quem somos e constroem nossa história.

—Uau!

—Amanhã, você vai a escola e vai aprender coisas novas. Não se deve usar a magia para ferir, mas pode usar pra se defender se te atacarem. Hora de dormir.


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