Stefan acordou do que sabia ser um pesadelo e foi então que a viu deitada ao seu lado. Katherine. Ele saiu rapidamente da cama afastando-se dela.

— Foi tão fácil entrar nos teus sonhos Stefan. - Katherine olhou para o antigo amor com pesar. - Abandonaste a tua natureza por completo?

— O que queres, Katherine?

— Queria ver-te. Senti a tua falta.

— Porque regressaste a Mystic Falls? - Stefan achou melhor agir como se não soubesse, quem sabe ela não lhe dissesse algo que ele ainda não sabia.

— Três razões. Tu, tu, e tu.

— Não sei porque mas duvido disso. A verdade, Katherine ou isso é impossível para ti?

— Sabes que é verdade. Dentro do teu corpo maravilhoso está o Stefan que também se apaixonou por mim.

— É melhor irmos para a sala, vou buscar algum sangue para ti. - Stefan foi pegar um copo e mexer quando voltou ela estava sentada lendo o seu diário mas não se alarmou, no dia em que conheceu Bella tinha começado a escrever um diário novo com tudo o que Bella lhe tinha contado sobre Katherine, a maldição do sol e da lua e o papel de Bella em tudo isso. Esse diário estava muito bem guardado e isso podia dar-lhe alguma vantagem em relação a Katherine. - Não devias ler o diário dos outros.

— Eu sei, desculpa. É demasiado tentador saber os teus sentimentos e pensamentos mais profundos.

— É da reserva privada do Damon. - Stefan disse entregando o copo a Katherine.

— É verdade, tu não bebias sangue humano. Eu li sobre isso. Acho que tenho de agradecer a Bella por agora poderes beber sem seres um estripador. Também li sobre o aparecimento dos lobisomens. Isso deve ter sido uma surpresa para vocês.

— O que sabes sobre lobisomens?

— A mordida deles mata, Stefan. É melhor ficar longe deles na lua cheia.

— E como sabes isso?

— Quem achas que foi responsável pela caçada aos vampiros em 1864?

— As famílias fundadoras.

— Lideradas por…

— Os Lockwood. - Stefan disse sem perceber como não fizera a conexão até agora.

— Lembras-te do baile dos fundadores? Aquele com que estavas a sonhar?

— Eu era o teu acompanhante. - Stefan ainda estava confuso onde ela queria chegar.

— Foi antes de tu e o Damon saberem o meu segredo. O Henry interrompeu a nossa conversa e disse que precisava de falar comigo.

— O que isso tem haver com os lobisomens?

— Tinha havido ataques na noite anterior. Pessoas tinham sido mortas. Henry garantiu que não tinha sido os vampiros mas as pessoas tinham sido despedaçadas de uma forma desumana. Sabia que ia chamar a atenção das famílias fundadoras e podia trazer problemas para nós. Henry queria deixar a cidade com os outros mas eu não podia deixar que isso acontecesse ia estragar os meus planos. No momento em que conheci o George Lockwood soube que ele ia ser um problema.

— Então estás a dizer que todos os Lockwood são lobisomens?

— O gene dos lobisomens corre na família Lockwood, isso não significa que todos são lobisomens.

— Quantos lobisomens existem? Não pode ser só a família Lockwood.

— Existem outros, não muitos. Estão praticamente extintos. É a minha vez de fazer perguntas - Katherine tirou o diário das mãos de Stefan e retirou a sua fotografia do meio das páginas. - Porque guardas esta fotografia? Porque não rasgá-la ou queimar? Queres saber porque voltei? Tenho uma pergunta melhor, porque tu voltaste? Pelo Damon? Apesar de saber o quanto vocês eram próximos não acredito nisso.

— Queria conhecer Elena. - Stefan disse a verdade - Queria saber se seria possível me apaixonar por ela, já que vocês são muito parecidas fisicamente.

— Querias te apaixonar por mim novamente?

— O que existe em ti que faz com que ainda me importe? - Stefan odiou-se por chegar perto dela mas era a única maneira, por isso acariciou a face dela e quando ela ia beijá-lo espetou uma das seringas com verbena, que Alaric lhe tinha dado, nas costas dela.

Ele levou-a para as masmorras prendendo-a numa cadeira enquanto avisava Bella do que tinha acontecido. Bella respondeu dizendo que ia manter os outros ocupados no churrasco de Jenna enquanto ele tentava descobrir mais alguma coisa.

— Onde estávamos? - Stefan perguntou quando Katherine abriu os olhos. Ias dizer porque voltaste a Mystic Falls.

— Não precisas fazer isto. - Katherine não estava a gostar do rumo que as coisas estavam a tomar, o efeito da verbena não ia durar muito porque bebia verbena todos os dias desde que o pai de Stefan tinha usado isso contra ela. Mas o plano era passar algum tempo com Stefan e descobrir o quão sérias eram as coisas entre ele e Bella e pelo que tinha lido no diário começava a achar que não ia gostar da resposta.

— Responde à pergunta.

— Voltei por ti. - Isso não era uma mentira completa.

— Vamos jogar pelas minhas regras agora. - Stefan pegou umas luvas de jardinagem que o iam proteger da verbena e pegou uma das flores que tinham sido plantadas naquela sala indo na direção da Katherine.

— O que estás a fazer? - Ela perguntou antes deles encostar a flor à pele do seu rosto e gritou, apesar da verbena ingerida não a enfraquecer da mesma forma que enfraquecia os outros vampiros, quando tocava a sua pele reagia igual aos outros vampiros.

— Responde à pergunta.

— Vais me torturar agora? - Era difícil para ela acreditar que aquele era o mesmo Stefan que tinha amado.

— Vou fazer o que for preciso para saber a verdade.

— Mais tarde na noite do baile...

— Não quero saber mais histórias sobre o passado.

— Acredita em mim. Isso é o que queres saber. O George veio falar comigo quando estava sozinha. Eu disse-lhe que admirava a coragem dele vir falar comigo até porque ele sabia que eu era uma vampira. Antes que ele pudesse fugir disse que sabia que ele era forte mas não tão forte. Ele perguntou como eu sabia o que ele era. Eu disse-lhe que nunca ia me acomodar numa cidade sem conhecer os meus inimigos.

— O que ele queria?

— Já falei bastante. Agora é a minha vez. Fazes de conta que és humano quando estás com a Bella? É isso que te puxa para ela?

— Na verdade, eu não preciso de fingir nada quando estou com ela. Posso ser eu mesmo.

— Ela sabe que me amas? - Katherine perguntou querendo ver a reação dele às suas palavras.

— Eu não te amo.

— Tu estás a enganar-te, Stefan. Não te lembras de me levares a casa naquela noite? A tua família tinha me acolhido e quando me acompanhaste ao quarto disseste que nunca tinhas conhecido uma mulher como eu. Que quando olhavas para mim e vias um anjo. Depois de me beijares disseste que me amavas. Eu disse-te que havia muita coisa que não sabias sobre mim e tu disseste que isso não importava. Quando eu entrei no meu quarto o Damon estava à minha espera, essa foi a única vez que o obriguei. Eu queria que ele saísse depois que me tentou beijar. Vai em frente Stefan, tortura-me o quanto quiseres, podes drenar todo o meu sangue até o meu corpo virar pó. Isso não vai mudar a mudar a verdade. Eu nunca te obriguei a me amares. Era real. E o meu também. Ouvir a verdade após um século e meio de negação deve ser devastador.

— Não era real, lembro-me que me hipnotizaste. - Stefan disse apesar DD saber qur mentia.

— Só depois que soubeste o que eu era. Tu ficaste assustado quando soubeste e eu tive de tirar o teu medo. Não te queria perder.

— Os sentimentos que eu tinha na época mudaram, primeiro para ódio e depois para indiferença. Já não importa que me amaste ou que eu te amei.

— A linha entre o amor e o ódio é muito fina. Eu posso esperar. De qualquer forma, George Lockwood causou muitos problemas. Ele usou os vampiros para esconder os próprios rastos. Contou às famílias fundadoras sobre nós. Mas ele estava disposto a chegar a um acordo.

— Que tipo de acordo?

— Um que iria livrar a cidade dos vampiros e em que todos pensariam que eu estaria morta.

— Sabias que iam queimar os vampiros na igreja?

— Praticamente acendi o fósforo.

— Eram teus amigos e a tua família. E simplesmente vendeste-os.

— Sem hesitar.

— O que o George ganhou em troca da tua liberdade?

— Uma coisa que estava em minha posse e que ele queria desesperadamente.

— Então tu entregaste 26 dos teus amigos para a morte, só para forjares a tua? - Stefan perguntou a si mesmo de quem ela precisava fugir e então lembrou-se de Bella ter mencionado Klaus. - Estavas a fugir de alguma coisa. O que era?

— Todos temos um passado Stefan. E pensei que Bella te tivesse informado melhor das coisas.

— Ela disse que à coisas que ainda não preciso saber.

— Tudo quase falhou antes de começar. Quando o George disse que o perigo era iminente, eu garanti que podia ver-te uma última vez mas o teu pai usou o teu amor por mim contra nós. Ele envenenou o teu sangue. E o Damon, sendo o Damon quase estragou tudo novamente.

— Nós fomos até ti. Tentamos salvar-te.

— Eu não precisava ser salva.

— Então Damon e eu morremos por nada.

— Não foi por nada, Stefan. Tu morreste por amor!

— Vais contar porque voltaste ou não?

— Não ouviste o que eu disse, Stefan? Já respondi a essa pergunta umas cinco vezes.

— Então diz mais uma vez para veres se eu acredito.

— Eu quero o quero. E não vou parar até o ter. E se para isso tiver de
acrescentar mais um nome à minha lista de vítimas não me importo nem um pouco.

— Se quisesses matar a Bella ou a Elena já o tinhas feito. Além disso tu
precisas de Bella viva afinal fizeste muita coisa para garantir que a linhagem dos Swan sobrevivesse.

— Nisso podes ter razão mas posso muito bem matar as pessoas que ela mais ama enquanto ela assiste. Também posso fazer o mesmo em relação a Elena. Vocês não vão conseguir protegê-las para sempre. Contudo também sei o meu lugar por isso não vou exigir que pares de ver Bella, além disso sei melhor do que ficar no caminho de uma bruxa Swan, pelo menos enquanto precisar dela. A linhagem dela é especial por uma razão.

Stefan observou surpreso como ela se libertava das correntes que a prendiam à cadeira e caminhava na direção dele.

— O quê? Como?

— Estive a tomar verbena todos os dias nos últimos 145 anos, Stefan.
Apanhaste-me de surpresa uma vez. Não vai acontecer novamente. A verbena já não me magoa.

— Então porquê?

— Eu já te disse. Queria passar algum tempo contigo. Mas agora tenho de ir. Sei que nos vamos ver novamente.

Enquanto isso no churasco de Jenna tudo estava a correr na normalidade.

— Como estás Caroline? - Bella perguntou quando estavam sozinhas.

— A comida ajuda a controlar os anseios. Katherine entrou na minha casa ontem à noite. Queria que te mantivesse ocupada para poder estar a sós com o Stefan. Eu não ia conseguir enganar-te.

— O Stefan já me avisou que ela está lá mas é melhor que os outros não saibam pelo menos até o churrasco acabar e o Mason ir embora. Sabes como é o Damon.

— Tens razão. Mas agora é melhor ires ter com a Elena e o Damon ver se ele não faz nada que irrite o Mason.

Bella foi ter com o Damon e Elena à cozinha e sorriu ao ver Damon aproximar-se dos talheres de prata.

— Isso não vai funcionar, foi algo que os lobisomens inventaram para se protegerem. Só vais irritá-lo e não queremos irritar um lobisomem nesta altura do mês.

— Então o que sugeres? - Damon perguntou irritado fazendo-a sorrir.

— Continua a dar essas piadas indiretas, ele percebeu que sabes o que ele é. Ele irá falar contigo ainda hoje, podes aproveitar essa altura para tentar saber mais informações sobre o que ele veio aqui fazer.

— Não é uma má ideia - Elena disse sorrindo para o namorado. - Mas agora é melhor irmos para a sala para eles não desconfiarem.

Bella achou melhor que eles não soubessem que Stefan estava ocupado com Katherine e deu uma desculpa para ele ainda não ter aparecido. O jantar estava a acabar quando o Mason foi falar com o Damon, Bella usou o seu dom da mente para falar com o Damon e saber o que Mason lhe dizia, graças a isso conseguiu controlar os impulsos do Damon e ele não fez nada que os pudesse prejudicar. Bella não acreditou por um segundo que Mason só tinha voltado porque o irmão tinha morrido. Ela não pôde evitar um suspiro de alívio quando Mason foi embora.

— Agora podes dizer o que aconteceu com Stefan? Eu conheço o meu irmão ele nunca ia deixar que estivesses perto de um lobisomem a menos que não fosse possível ele estar aqui.

— Stefan foi retido pela Katherine na vossa casa. Caroline disse que ela queria estar sozinha com ele. Ele mandou-me uma mensagem a dizer que a tinha prendido na vossa cave, a que tem verbena e ia tentar descobrir mais sobre a volta dela.

— E não disseste nada até agora porquê?

— A Katherine é perigosa, Caroline tinha que me manter aqui o máximo de tempo possível e eu não podia arriscar que o Mason percebesse que sabíamos que ela estava lá. Vocês sabem como ela é vingativa.

— E não tens medo que ela tente alguma coisa com o Stefan? - Damon tentou enfiar a faca na ferida.

— Eu confio no teu irmão, ele nunca faria nada que traísse a minha confiança e ela sabe melhor do que tentar me afastar dele. Ela nunca ia conseguir lidar com as consequências.

Pouco depois de Katherine desaparecer, Bella entrou na casa dos Salvatore e encontrou Stefan sentado no sofá com um copo de sangue na mão.

— Como correu? - Bella perguntou depois de lhe dar um beijo no rosto e se sentar ao lado dele.

— Não consegui descobrir muita coisa. Mas ainda bem que o meu diário está contigo. Ela só leu o outro que não tinha nada que nos prejudicasse. E o churrasco na casa de Jenna?

— Consegui impedir que o Damon estragasse tudo quando lhe garanti que a prata não afeta os lobisomens. Ele deu as piadas habituais para provocar o Mason sobre ser um lobo. Quando o Mason falou com ele na cozinha, o Damon fingiu acreditar nas razões da sua volta a Mystic Falls e o Tyler vai entregar a pedra da lua ao tio hoje à noite.

— Acho que foi a Katherine que deu a pedra da lua aos Lockwood em 1864, George Lockwood tinha uma boa razão para a querer se achava que ia salvá-los de se transformarem em lobos e também porque ela está a usar o Mason para a recuperar.

— É uma boa teoria. Ela não queria mais nada?

— Garantiu que só queria passar algum tempo comigo mas acho que queria estar a par do que já tínhamos descoberto.

— Eu sempre acreditei que ela ia querer que voltasses para ela. - Bella não conseguiu evitar ficar um pouco insegura. - Ela sempre acaba por encontrar o caminho para ti.

— Não tens razões para te preocupar. Eu conheço Katherine muito bem, ela nunca gostou de alguém além de si mesma. - Stefan puxou-a para ele e abraçou Bella. - O que sinto por ti é muito maior do que eu senti por ela.

Bella sorriu pelas palavras dele e deixou-se estar nos braços dele onde se sentia segura. Foi assim que o Damon os encontrou. Bella tinha adormecido e Stefan tinha o braço em redor dela.

— O que fazes aqui? - Stefan perguntou ao irmão tendo cuidado para não acordar Bella. - Não ias ficar com Elena?

— Ela está bem. Conseguiste tirar alguma coisa da Katherine?

— Foi ela que armou a captura dos outros vampiros com a ajuda do George Lockwood. Ele ajudou-a a fingir que estava morta em troca da pedra da lua. É a única coisa que faz sentido, ele devia querer quebrar a maldição e precisava da pedra. Se o Mason está a trabalhar com ela explica porque ele quer a pedra e o Tyler vai entregá-la está noite.

— Porquê? Não fazia sentido impedir que ele tenha a pedra?

— Assim não vamos saber o que Katherine quer com a pedra. Bella acha que é a melhor forma de descobrir porque ela está a usar o Mason para ter a pedra de volta.

— Tens razão. É um bom plano. Mas cada vez mais tenho a sensação que tu é Bella sabem mais disto do que estão a contar.

— Tudo o que te posso dizer é que Bella só quer garantir a segurança de Elena. Se soubesses a verdade agora não ias confiar nela como o fazes agora e isso podia estragar o plano é dar a Katherine o que ela quer.

— O que vai acontecer caso Katherine consiga o que quer?

— Elena, Bonnie e Caroline vão morrer.

— E se Bella conseguir que o plano dela resulte?

— Katherine morre mas os outros conseguem sobreviver.

— Muito bem, vou confiar em ti Stefan não faças com que me arrependa. Espero que o vosso plano resulte porque estou a pôr a vida de Elena nas vossas mãos.

— Com o tempo vocês vão descobrir o plano só não queremos que Katherine saiba que estamos a par de tudo, isso podia fazê-la fugir.

— Para ela ter de fingir a sua morte em 1864 é porque estava com muito medo. Mas do quê? O que a iria assustar tanto?

— Ela disse que todos têm um passado do qual querem fugir. - Stefan sabia que ela devia temer Klaus mais que tudo mas não conseguia acreditar quando ela tinha dito que o amava. Katherine nunca soubera o que era o amor apenas o que tinha por ela mesma.

Debaixo do céu estrelado, Katherine olhava o sítio onde tinha deixado Stefan quando fora obrigada a fugir. Muitas vezes se tinha perguntado o que teria acontecido se o tivesse levado com ela mas agora era tarde demais. A raiva por ter sido enganada pelo pai dele tinha feito com que usasse uma bruxa para fazer o controle cada vez que se alimentava de sangue humano. Não tinha levado em conta o que aquilo podia fazer com ele até que o vira em Chicago, o Stefan pelo qual tinha se apaixonado tinha desaparecido e dado lugar a um estripador sem sentimentos. Naquela altura tinha sido tarde demais para desfazer a magia mas estava contente por Bella ter conseguido. Sabia que não podia deixá-la viver depois que ela quebrasse a maldição de Klaus, só então ela poderia tentar recuperar Stefan e não ia conseguir se Bella continuasse viva. Não ia deixar que outra mulher tivesse Stefan, ele era só seu.