Minha amada stalker escrita por Rainha dos Fantasmas


Capítulo 61
Usamos nossa arma secreta: um grupo de WhatsApp


Notas iniciais do capítulo

E aí meus súditos? Tudo bom?
Como é bom postar capítulos sem demorar um mês pra fazer isso!
Quero agradecer a todo mundo que comentou no ultimo capitulo! Eu não esperava que iria receber comentários tão rápido assim! Obrigada de coração por não desistirem da fanfic!
Sem mais enrolação, vamos para a história! Nós nos vemos lá embaixo!



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Devo admitir que eu estava um pouco nervosa.

 Depois de conversar com a Bridgette e ela dizer que nós precisaríamos de ajuda para a nossa “missão”, ou seja lá como for que devêssemos chamar aquilo, eu fiz o que era mais sensato em tal situação: criei um grupo no WhatsApp.

O nome? “Resgate do Gato”. Era um nome estúpido, então achei que o Adrien gostaria dele se estivesse aqui, e, além disso, o pessoal não entenderia o significado até eu explicar tudo. Eu preferia que isso tudo fosse algo mais discreto, então os membros eram apenas eu, minha irmã, Félix, Alya, Nino e Chloé. Se as coisas dessem certo talvez eu chamasse alguns outros amigos para nos ajudar, mas no momento eu preferia não envolver tanta gente. 

Meus amigos, que não desgrudavam do celular por nenhum segundo, como todo bom adolescente, logo começaram a mandar mensagens perguntando do que se tratava aquele grupo, e eu disse que só poderia explicar pessoalmente. Eles ficaram curiosos, insistiram um pouco pra ver se eu não soltaria nenhuma informação, mas quando viram que eu não ia contar eles aceitaram e eu resolvi marcar um horário para nos reunirmos hoje mesmo. Nós nos veríamos mais tarde, as 18;00. Todos concordaram, exceto Félix, que sequer tinha mandado alguma mensagem lá.

Eu contei isso pra Bridgette e ela me disse que ele provavelmente havia silenciado o grupo ou algo assim.  Pedi que ela ligasse pra ele avisando da nossa reunião, mas pedi que ela não falasse nada sobre a missão ainda. Seria melhor que ele pensasse que ela simplesmente queria ver ele, assim teria mais chance dele realmente vir para nossa casa, afinal, estamos falando do Félix aqui, né?

Eu respirei fundo.

Como eu iria explicar essas coisas para todo mundo? Já foi difícil pra eu conseguir convencer a minha irmã sobre o meu ponto de vista, imagina convencer quatro outras pessoas? Eu ia ter que me virar do avesso pra fazer eles escutarem o que eu tinha a dizer, já sabia que quando o nome “Adrien” saísse da minha boca todo mundo ia começar a me interromper, a me chamar de louca, a me mandar parar de me envolver com ele.

Acho que até Félix, mesmo sendo o irmão mais velho dele, não queria me ver naquele relacionamento mais, Bridgitte e ele estavam sendo extremamente superprotetores comigo.

— Alya e Nino chegaram. – Minha irmã anunciou, subindo as escadas correndo na frente deles. – Você vai contar pra eles ou prefere esperar todo mundo estar aqui?

— Eu vou esperar, vai ser mais fácil falar pra todo mundo de uma vez só. – Eu a expliquei rapidamente.

— Entendi. Vou distrair eles mostrando as fotos do bebê então! – Ela disse, toda saltitante e alegre.

— Você sabe que essas fotos do feto são irreconhecíveis né? Nem parece que tem um bebê ali. – Eu ri dela, que sempre soltava fogos de artifício pelos olhos toda vez que olhava aquelas “fotos”.    

— Mari meu anjo, cala essa sua boca e só abre quando a gravida for você, tá bom? – Ela falou, já dando pulinhos até o quarto dela pra ir buscar as fotos. Nino e Alya iam ter que aturar ela por um longo tempo se os outros não aparecessem, pois eu me recusava a ver pela milésima vez aqueles borrões em preto e branco e escutar ela falando sobre como o nariz do bebê parecia o dela, ou como o formato da cabeça parecia com a do Félix e essas coisas sem sentido. Não dava pra ver nada ali, não sei onde ela enxergava isso tudo!

Eu preferia ficar no meu quarto, tentando ensaiar algum bom discurso convincente que faria com que todos entendessem como a situação de Adrien não era o que parecia, por mais que eu não chegasse a lugar algum com isso ainda era melhor que ouvir Bridgette tagarelando.

Eu desperdicei um bom tempo com aquilo, cheguei a anotar umas ideias em papeis, mas eles sempre acabavam se tornando mais bolinhas de papel em uma pilha no canto da mesinha do meu computador porque nunca pareciam bons o bastante, na verdade não pareciam nem razoáveis o bastante para convencer essas pessoas de que o garoto que quebrou meu coração, me humilhou, me traiu e também traiu e abandonou a todos eles do nada e por nenhum motivo em particular, na verdade é inocente e também é uma vitima.

Essa dificuldade vinha principalmente do fato de que nem eu mesma tinha como saber se isso era verdade. Sei que insisti pra caramba com minha irmã dizendo que era real, mas e se não fosse? E se fosse paranoia? Afinal eu não tinha provas, eu não tinha uma história, eu não tinha fatos, eu só tinha um beijo e uma intuição insistente na minha cabeça e no meu coração me dizendo que aquela história não tinha acabado e que eu deveria correr atrás enquanto ainda tinha chance de recuperar tudo que já tive e de recuperar a felicidade do próprio Adrien.

Era horrível pensar que Lila estava manipulando ele de algum jeito, que ela estava o forçando a se afastar de mim, de seus amigos, de sua família e de todos que ele gostava para ficar com ele, desconsiderando os sentimentos de todos os envolvidos nisso... Mas devo admitir que, para o meu eu egoísta, era pior ainda imaginar que ele tinha feito isso tudo por vontade própria. Que ele tinha se afastado de todas as pessoas preciosas para ele por minha causa, por achar que eu não passava de uma interesseira, e isso ter infectado a mente dele de um jeito que ele parecia achar isso de todos ao seu redor também, sendo sua única escapatória ficar com Lila, alguém que supostamente se importava com ele sem ligar para quem ele era, o que tinha, qual era o emprego de seus pais.

Não.

Isso era impossível. Isso não fazia sentido. Tudo bem, pode ser que ele me considerasse uma interesseira maluca por fama ou sei lá o que, mas o resto do mundo todo também era? Mas que porra era essa? Porque se afastar de Nino, que ele conhecia bem antes de me conhecer, ou mesmo de Chloé, que não precisava do dinheiro ou da fama dele porque já tinha mais que o suficiente disso aí? E pior, porque motivo ele se afastaria do irmão, e até mesmo dos pais? Afinal, pelo que eu sabia, que não era muita coisa, já que todos ainda insistiam em filtrar muita informação sobre ele até que chegasse em mim, ele andava bem distante da família, mal ficava em casa, estava o tempo todo saindo com a namorada, e quando chegava se trancava no quarto e dizia não estar disposto pra conversas. Pra que isso? Vai me dizer que a família rica dele também tem interesses em sua fama? Ou seria porque eles não aprovam a nova garota e ainda preferem a mim? Ah, quem sabe não era porque minha irmã também era parte da família dele agora? A faça-me um favor! Isso é tão ridículo que eu não sei se fico com vontade de rir ou com raiva dessa idiotice toda!

E tendo isso em vista, com o peito queimando com uma determinação estranha, eu encarei meus aliados que já estavam todos reunidos na minha sala de estar de pé ao redor de uma revista de nomes para bebês e seus respectivos significados. Minha irmã e meu cunhado pareciam se divertir ao ver meus amigos tentando escolher um primeiro nome para o futuro “Dupain-Cheng Agreste” da família.  

Quando todos eles notaram minha presença na sala o ar ficou pesado e sério, e foi bizarro perceber que o motivo disso era eu. Todos me encaravam com atenção, era a hora de abrir o jogo com todo mundo. Eu não sabia se eles iriam me apoiar ou se iriam achar que meu cérebro tinha pifado de vez, mas eu não tinha tempo para divagar sobre isso, tinha que falar logo antes que eu perdesse a coragem.

— Eu preciso falar uma coisa com vocês, é algo sério e que envolve todo mundo que está aqui, e, por favor, não me interrompam até que eu termine de falar o que eu estou tentando explicar aqui. Eu sei que pode parecer maluquice, mas vocês tem que me ouvir até o final. Vou deixar vocês perguntarem o que quiserem depois, mas não me interrompam, okay? – Eu falei rapidamente, juntando minhas mãos atrás das costas e apertando elas para tentar cessar o nervosismo. – Podem se sentar, acho que isso aqui vai demorar um pouquinho.

E quando todos já estavam assentados e me escutando eu comecei a falar, e quando abri minha boca eu não a fechei até ter soltado tudo que precisava explicar pra eles e, acho que pelo meu olhar sério e implacável, eles não ousaram interromper. Eu disse tudo mesmo, falei sobre como aquele comportamento do Adrien era absurdo e sem sentido, sobre como ele estivera estranho durante o nosso trabalho, principalmente depois de termos nos beijado e eu ter insinuado que Lila poderia descobrir sobre isso. Eu disse que Lila estava o chantageando de algum jeito, que eu não tinha como provar, mas que eu tinha certeza que isso estava acontecendo e que nós não poderíamos deixar ninguém controlar a vida do Adrien assim, como se ele fosse um bonequinho sem sentimentos de quem os outros poderiam se aproveitar para seja lá qual fosse o motivo doentio disso tudo.

E como eu já esperava ninguém me deu razão, a começar por Chloé que se levantou do seu lugar no sofá assim que viu que eu tinha acabado.

— Eu não acredito que desmarquei meu horário na manicure pra isso Marinette! – Ela me encarou com um “olhar julgante”, cruzando seus braços. – Pensei que já tivesse ficado claro que a única vitima dessa merda toda fomos nós, que Adrien se tornou um cretino e que ninguém aqui é maluco de te deixar se envolver com ele de novo! – Era tenso a ver falando disso, afinal Adrien foi seu único amigo por muito tempo, certamente doeu muito pra ela aceitar que ele tinha se tornado alguém ruim, e agora que ela enxergava isso não queria voltar a se “iludir” e quebrar o coração dela de novo, afinal amigos também podem quebrar seu coração.

— Mari, a gente sabe que é difícil superar o que vocês dois tiveram, mas não é bom pra sua saúde mental insistir nesse assunto assim. Tenho que concordar com a Chloé, Adrien se tornou um cretino e não vou deixar você ficar correndo atrás dele o resto da sua vida pra no final perceber que desperdiçou toda a sua juventude com alguém que só era perfeito na sua cabeça por causa de uma teoria da conspiração maluca! – Alya concordou com a loira, ela colocou a mão no meu ombro e me olhou como se estivesse explicando pra uma criança de oito anos que não existia Papai Noel, Fada dos Dentes, Coelho da Páscoa, Bicho Papão e etc.            

Nino e Félix permaneceram sentados em seus lugares, olhando para o chão e sofrendo em silencio pela pessoa que Adrien havia se tornado, sem sequer serem capazes de levantarem e expressarem o que estavam pensando sobre o que eu disse, mas pelas suas expressões eles pareciam ser opositores ao meu discurso assim como as meninas.

Eu sabia que Adrien era importante pra todo mundo que estava ali, sabia que todo mundo gostava muito dele e que, enquanto eu ainda estava em coma, eles tiveram que processar e aceitar o choque de mudança repentina de personalidade de Adrien. Eles provavelmente negaram muito no começo, pensaram de todas as formas que aquilo não podia estar acontecendo assim como eu estava fazendo agora, mas nenhum deles pareia estar disposto a voltar a ter aquela pequena esperança, pareciam ter perdido isso. Eu abaixei a cabeça, sem saber mais o que dizer.

— É isso? – De repente eu escutei a voz da minha irmã intervindo no meio daquilo. – Vocês estão todos loucos?

Todos nós nos viramos pra ela surpresos com aquilo.

— Cês estão agindo como se não tivessem acabado de escutar tudo que a Mari falou! Vem cá, ficou todo mundo com problema de audição aqui de repente, é? – Ela resmungou, se levantando também e vindo ficar ao meu lado, me puxou e passou seu braço sobre os meus ombros. – A Marinette vem com toda a coragem do mundo contar isso pra vocês e é isso que vocês têm a dizer?

Meus amigos começaram a intervir, tentando a explicar as mesmas coisas que haviam acabado de explicar pra mim, mas ela rapidamente cortou suas falas e voltou a dizer em voz alta:

— Eu acredito em tudo que ela acabou de dizer! Pode parecer maluquice ou bobagem de filme adolescente clichê, mas eu ainda assim acredito na minha irmã. – Ela soltou um suspiro. – Olha, eu sei que é difícil pra todos nós acreditarmos nisso depois de ficar todo esse tempo convivendo com essa versão maligna e escrota do Adrien, mas nós o conhecemos melhor do que isso! Eu também estou magoada, e sinceramente, se ele estivesse aqui agora eu estaria dando um belo soco na cara dele por ter feito o que fez com a minha irmã, mas eu sei que um dia ele não foi assim. Como ele era quando vocês o conheceram? Pois quando eu o conheci, no dia que eu cheguei na casa dos Agreste ao aceitar o emprego de babá do meu noivo, Adrien era um menino doce, que era gentil com você independentemente da sua classe social e do seu emprego, que sempre que me via dava um sorriso e fazia questão de me dar bom dia, que era um amor com a família dele, e que nunca magoaria as pessoas de quem ele gosta. Eu tinha um cunhado maravilhoso, e sei que ele ainda é assim. Adrien é um bom garoto, um bom garoto que eu vou socar quando isso tudo tiver terminado, mas ainda assim ele é bom. Vocês também sabem que ele é mais que essa máscara de maldade que ele está mostrando por aí, e é isso que a Marinette está tentando te mostrar. Aconteceu alguma coisa séria pra ele estar assim, e, mesmo que a contragosto, eu vou ajudar ela a desvendar isso, queriam vocês ou não. Não estamos pedindo autorização, estamos avisando! Agora só resta a vocês dizerem se querem ou não salvar o Adrien! Quem é que está com a gente?

Eu estava emocionada. Eu abraçaria a minha irmã muito forte se não estivesse paralisada por estar tão impressionada com tudo que ela disse, era tão inspirador, tão incrível, eu queria poder agradecer por tudo que ela disse ali por mim. Sua fala tinha me deixado tão confiante, meu peito queimava ainda mais com determinação e eu estava disposta a lutar em uma guerra pra salvar o Adrien! Eu estava prestes a agradecer mil vezes a minha irmã por todo o apoio que ela estava me dando ali quando Félix veio caminhando e parou bem na nossa frente.

— Eu quero ajudar vocês. – Ele falou, fazendo com que a minha irmã também o puxasse pelos braços e o juntasse em nosso abraço estranho.

— Tudo bem, estou nessa também, mas devo avisar que você não é a única que quer socar a cara dele Bridgette. – Chloé resmungou.

— Com certeza, devemos organizar uma fila pra bater nele quando resolvermos essa bagunça! A gente pode distribuir bilhetes pra todo mundo que quiser entrar nela, que tal?- Minha irmã sugeriu, dando um sorriso maldoso.

— Perfeito. – Chloé retribuiu o sorriso.

— A gente também vai ajudar. – Nino falou, vindo de mãos dadas com Alya para a nossa direção.

 – Ajudar a resolver o problema e a bater naquele loiro aguado também, certo? – Ela disse.

— Certíssimo meu anjo. – Nino a respondeu.

E com isso a minha irmã conseguiu juntar aquele estranho grupo de pessoas em um abraço de grupo mais estranho ainda. Chloé e Félix não pareciam estar felizes com isso, mas ninguém reclamou.

— Isso é muito maravilhoso mesmo gente! Muito obrigada mesmo! – Eu falei, ou melhor, tentei falar no meio daquele aperto todo. – Mas, e aí, alguém tem algum plano?  

— Vocês duas idiotas nos chamam aqui, fazem esse alvoroço todo, e nem mesmo tem um plano? – Félix imediatamente saiu do abraço de grupo e nos encarou com seriedade.

— Bem, pra que vocês acham que a gente precisava de vocês? – Bridg disse com um sorrisinho amarelo.

— Deus, nós temos muito que fazer... – Félix resmungou.

— Certo, vamos começar a planejar o “Resgate do Gato”! – Eu exclamei, sentindo que as coisas finalmente estavam caminhando para algum lugar.


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Notas finais do capítulo

E aí gente? O que estão achando? Eu sei que pode ser um tanto quanto entediante pra vocês lerem esses capítulos que ainda não envolvem ação de verdade na trama, mas nós temos que desenvolver a história, não adianta apressar as coisas....
Enfim, de qualquer jeito, me contem o que vocês estão achando!
Obrigada por lerem até aqui, beijinhos e ~fui~♥♥♥



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