Minha amada stalker escrita por Rainha dos Fantasmas


Capítulo 56
Ouço um conto de fadas sem final feliz


Notas iniciais do capítulo

E aí meus súditos? Tudo bom? A Rainha está muito feliz, estou percebendo que estou reconquistando todos aos poucos, de pouco em pouco a galerinha do barulho vai voltando a comentar! Tô tão feliz ;u;
Agora, antes de mais nada, quero agradecer todo mundo que está me dando apoio nessa minha volta! Ah, quero também dizer pra minha amiga que ela é uma idiota maravilhosa que fica me mandando mensagem toda hora perguntando se eu já postei capitulo (Ela sabe quem é então não preciso citar nomes aqui! Te amo bb)
Boa leitura para todo mundo, amo vocês, nós nos vemos lá embaixo!



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Alya me acompanhou até a minha casa quando o céu começou a escurecer. Nós nos despedimos e eu entrei me perguntando como iria explicar para a minha família que Adrien iria vir para a minha casa. Meus pais me perguntaram sobre o meu dia, mas apenas respondi de forma vaga, com coisas como “Foi legal” ou “Estava com saudades do pessoal e da escola” e parei por aí, sem conseguir me prolongar no assunto imaginado que amanhã mais ou menos naquele horário talvez Adrien estivesse na minha casa.

 Estava sentada na mesa com meus pais, Bridgette havia saído com Félix para jantar fora, e eu encarava em silêncio o meu prato quando finalmente tomei coragem e chamei a atenção dos meus pais com um pigarreio.

— T-tem algum problema se alguns colegas meus vierem fazer um trabalho aqui amanhã depois da escola? – Perguntei, sem saber como falar daquilo.

— Claro que não querida, é trabalho de quê? – Minha mãe perguntou.

— É de Química.                           

— Que pena, nunca fui muito boa, senão ajudaria vocês... – Ela comentou.

— E quem vai vir? Alya? Nino? – Meu pai perguntou. Meus pais pareciam felizes ao me ver falando, pois eu estive muito calada desde que cheguei.

— Então, sobre isso... Vejam bem, a professora fez um sorteio. – E comecei a explicar, mas parei.

— E o que foi? Não gostou do seu grupo meu bem? – Meu pai perguntou.

— Não, quer dizer sim, ah! É complicado! No começo estava tudo bem, Max e Nathanael, dois bons amigos meus estão no grupo, mas depois... Adrien foi sorteado. – Eu abaixei a cabeça.

— Ah... – Os dois falaram ao mesmo tempo, de olhos arregalados sem saber como reagir.

 Ficamos alguns minutos em silêncio.

— Filha acho que se você conversar com a professora ela pode te mudar de grupo, você não acha melhor? – Minha mãe sugeriu.

— Até que isso seria bom, mãe, mas talvez isso atrapalhe os outros já que marcamos o trabalho para ser na minha casa e não dava para ser na casa de mais ninguém e eu não quero atrapalhar eles. – Eu falei, pousando a colher no prato. Não estava com a menor vontade de comer.

— Então imagino que não vai ter jeito... – Ela falou. Meus pais pareciam pensativos.

— Bem, talvez não seja o fim do mundo, eu ia ter que falar com ele uma hora ou outra, não dá simplesmente para evitar isso para sempre. – Eu falei, apensas para acalmar eles.

— Tudo bem, mas lembre-se que se precisar da gente amanhã estaremos lá embaixo na padaria, ok? – Meu pai falou.

— Ok.

E nós continuamos jantando sem falar mais nada. Eu dei duas colheradas forçadas na comida e acabei, saindo para tomar um banho.

*

Fiquei remoendo o meu dia na minha cabeça. Todos as pessoas que ficavam me olhando, falando mal de mim, meus amigos tendo que me defender mesmo que pra isso tivessem que brigar com desconhecidos, Adrien e Lila como um casal e principalmente o jeito frio com o qual ele tratava todo mundo. Claro, eu entendo que ele não queira falar comigo se nós “terminamos”, mas precisava mesmo tratar o resto do mundo como se fosse lixo? Adrien era todo sorriso para todo mundo, mas agora só porque não está mais comigo ele começou a desprezar o mundo inteiro exceto pela Lila? Isso é muito estranho, quer dizer, se você termina com uma garota não quer dizer que precisa terminar com todo o seu circulo de amizade também! Isso não faz sentido... Mas não! Eu não vou pensar nisso, porque se eu continuar nessa linha de raciocínio eu vou começar a achar que existe esperança, que tem algo maior no meio disso tudo, e eu não posso me manter a base de ilusões. Como Alya disse, eu devo simplesmente aceitar.

Minha irmã bateu na porta e entrou no meu quarto.

— Ei. – Ela cumprimentou.

— Ei. –Falei me sentando na cama, ela se sentou ao meu lado.

— Então... Mamãe e papai me disseram. Tudo bem mesmo pra você se ele vir para cá amanhã? – Ela perguntou.

— É claro que não, mas o que eu posso fazer? Não é como se eu pudesse evitar ele pra sempre, devo simplesmente encarar e aceitar. – Voltei a me jogar na cama, me deitando de barriga para cima.

— Então, vocês vão conversar normalmente e fingir que nada nunca aconteceu? 

— Eu espero não precisar disso, acho que só vamos falar do necessário. – Eu me revirei de um jeito que pudesse deitar a cabeça no colo dela.

— Entendi. – Ela disse passando a mão no meu cabelo.

— Bridg, pode me esclarecer uma coisa? – Eu pedi depois de um tempo de silencio.

— Claro, manda.

— Como foi quando vocês descobriram sobre Adrien? Ninguém nunca me disse como foi. – Eu falei pensando pela primeira vez no assunto.

— Ah, você quer mesmo falar disso Mari? – Ela resmungou bagunçando os meus cabelos.

— Quero sim e para com isso. – Eu ri quando ela começou a fazer cócegas em mim.

— Não quer não. – Ela falou.

— Para! E-eu já falei! – Consegui me soltar dela. – Que merda, eu não posso nem descontar em você sua gravida maldita!

— Claro que não, eu tenho preferência. – Ela riu.

— Ridícula. – Resmunguei. – Agora pode me contar?

— Eu estava tentando te enrolar para não falar mais disso, quer fazer o favor de entender as coisas menina! – Ela resmungou.

— É, eu percebi, mas quer fazer o favor de parar de fazer essas coisas para tentar me proteger do pior e não sei mais o que? Eu já estou vivendo o pior! Quero saber de tudo de uma vez! – Pedi.

Ficamos nos encarando fixamente por um tempo, até que ela finalmente cedeu.

 - Tá bom! – Ela disse por fim. – Deite-se, vou te contar a história da sua vida quando você estava dormindo, por Bridgette Dupain-Cheng...

*                                                                                                                                                        

Então, imagino que você se lembre de que isso tudo começou quando eu estava naquele restaurante, indo me encontrar com Félix para entender o sumiço dos irmãos Agreste... Depois disso aconteceu tanta coisa que eu nem estava mais me lembrando de falar disso com ele, mas na sala de espera do Hospital, quando estávamos sem fazer nada esperando por noticias concretas sobre você naquele mesmo dia eu toquei no assunto.

— Eu acho melhor nós não falarmos disso agora. – Ele olhou para mim, suspirou e logo em seguida abaixou a cabeça. – Não é um bom momento...

— Por quê? Oh meu Deus, não me diga que Adrien também sofreu um acidente! – Eu falei tampando a boca com as mãos. Seria uma coincidência terrível.

— O que? Não! Antes fosse! – Ele disse balançando a cabeça em negação.

— Uau, que bom irmão você é. – Eu revirei os olhos deixando as minhas mãos pousarem sobre o meu colo. – Vamos lá, me fale logo! O que pode ser pior que isso?

— Muita coisa pode ser pior que isso. – Ele resmungou.

— Como pôr exemplo? – Eu o olhei de uma forma que queria dizer “Eu não vou desistir nunca, então quanto antes você me disser melhor vai ser”!

— Eu não sei, ele estar ficando com aquela antiga amiga dele, Lila Rossi, por exemplo.  – Ele resmungou sarcasticamente.

— Ah... – Eu fiquei um tempo calada. – Certo... esse é um exemplo bem ruim, realmente, antes ele tivesse sofrido um acidente, mas o que está mesmo acontecendo?

— Isso não foi só um exemplo. – Ele me olhou com seriedade.

— Oh meu Deus! Você quer dizer que... – Eu respirei fundo. – O FODIDO DO SEU IRMÃO ESTÁ TRAINDO A MINHA IRMÃ MORTA?

E com essa linda frase as outras pessoas que estavam na recepção nos encararam como se fôssemos loucos. Em qualquer outro momento Félix teria me repreendido e ficado morrendo de vergonha, mas até ele sabe distinguir quando se deve ou não deixar uma mulher xingar a sua família.

— Aquele... Aquele... Não! Isso é impossível! Marinette é simplesmente a coisa mais fofa desse mundo! Como ele pôde! Isso é brincadeira não é? Me diga que é uma maldita brincadeira!

Eu disse enquanto segurava ele pela gola da camiseta e o encarava muito, muito louca.

— Não é brincadeira. – Ele falou, vi uma gota de suor cair pelo seu rosto.

Soltei ele e dei um suspiro.

— Meu Deus do céu, eu queria tanto ir na sua casa agora e espancar aquele desgraçado do seu irmão. – Eu parei por um segundo. – Espero que não se importe de eu xingar o seu irmão.

— Se eu disser que me importo você vai descontar o seu ódio em mim não vai?

— Com certeza.

— Então pode xingar ele a vontade.                                   

Então fiquei uns trinta minutos xingando ele até que meu cérebro pareceu esfriar um pouco e eu comecei a pensar e quis ouvir uma explicação para aquilo sem irromper em gritos cortando cada frase de Félix.

— Você não vai acreditar. Foi simplesmente absurdo! Em um momento eu e meus pais estávamos sentados na sala, eles estavam absurdados pelo mau comportamento de Adrien na parte da manhã, quando ele começou a gritar com a nossa prima sobre ela ter trancado sua irmã em um armário, eu fiquei calado, sem poder defender ele que estava certo em gritar com ela, mas convenhamos que eu não queria ter que ficar trancado no quarto que nem Adrien.

— Certo, prossiga.

— Bom, minha mãe, sempre muito sentimental, não aguentou e mandou Natalie chamar Adrien para poderem conversar com ele.

— Certo, continue.

— Se parar de me interromper eu vou continuar! – Ele reclamou e eu me silenciei. – Certo, melhorou. Bom, quando Adrien desceu ele disse que estava extremamente arrependido e que aquilo nunca mais ia acontecer... Porque ele ia tirar Marinette da vida dele para sempre.

— O QUE? – Eu gritei de novo, uma enfermeira que estava passando nos olhou de cara fechada e apontou para uma placa que pedia silêncio. Abaixei meu tom de voz. – Não dá pra acreditar! O mimadinho fica de castigo por algumas horas e acha que a culpa é da minha irmã?

— Não foi bem isso que ele disse. Minha mãe, claro, questionou essa atitude repentina e sem motivo.

— Sim, Dona Emilie* é sempre muito sensata.

— Claro. Mas pelo que parece Adrien não é. Ele disse que entendeu que estar com alguém como Marinette não é apropriado para gente como ele, que esse relacionamento separou parte da família dele por causa daquela briga, que não valia a pena estar com uma menina que ia prejudicar a família dele. Então ele começou a dizer outras asneiras sobre como relacionamentos entre pessoas de classes sociais diferentes nunca darem certo por conta de interesse e etc. Um monte de lixo que eu nunca esperei ter que ouvir da boca dele. Adrien chegou a sugerir que eu acabasse com o nosso relacionamento enquanto ainda tinha tempo, para você ter noção.

— Isso é tão irreal... Adrien nunca foi assim. Alguém tem que ter trocado ele com um robô, só pode ser isso. – Eu disse pensando um pouco antes de voltar a xingar ele. – Adrien conhece a minha irmã, era totalmente apaixonado por ela e um relacionamento com alguém de classe social mais baixa nunca pareceu incomodar ele. Nem o nosso relacionamento!

— Eu sei, eu sei! Ninguém acreditou de primeira, achamos que ele estivesse contando uma piada que ninguém conseguia entender, mas ele disse que era muito sério, que finalmente tinha colocado a cabeça no lugar e que quem o ajudou a fazer isso foi Lila Rossi, que finalmente conseguiu explicar para ele como o relacionamento dele com Marinette poderia ser tóxico se ele deixasse que aquilo se prolongasse por mais tempo.       

Fiquei calada por um momento refletindo.

— Seu irmão foi drogado.

— Hein? – Félix me encarou como se eu fosse louca.

— Ou sofreu tratamento de choque. Isso não é algo que sairia da boca dele, é sério!

— Novamente: antes fosse. Eu sei que é absurdo, mas é verdade. Eu passei muito tempo tentando entender e conversar com ele, mas Adrien sempre repetia isso, até que chegou um momento que ele disse que não queria mais conversar comigo, que a minha mente já tinha sido totalmente corrompida por você e que eu nunca mais conseguiria perceber o quanto um relacionamento desse é corrosivo. “Você dá todo o seu amor, se ilude e então percebe que ela só está com você por causa da sua conta bancaria! Fala sério uma aspirante a design de moda com um modelo filho de um estilista famoso? Isso chega a ser ridículo de tão claro! Eu tenho que sair dessa antes que seja tarde demais!” foi o que ele me disse.  

— Isso é absurdo! Nenhuma de nós nunca faria isso! – Eu comecei.

— Eu sei Bidgette, céus, existe gente rica pra caralho em paris, porque é que você ficaria meses atrás de mim se poderia tentar ficar com outra pessoa se não por amor?

— Pois é, é obvio!

— Mas ele não quer escutar isso! Me mandou embora e ficou um tempão trancado no quarto. Não quer falar com minha mãe nem com o meu pai, só saí pra ver Lila Rossi e nós temos que deixar por que não aguentamos ver ele trancado o dia todo. Inclusive ele chegou do nada, disse que está namorando com Lia agora e saiu sem esperar ninguém falar mais nada,

E depois disso eu fiquei tão nervosa que desmaie e acordei em uma cama do hospital, mas fiquei bem algumas horas depois.

*

— Bom... – eu comecei a falar depois que minha irmã terminou de contar. – Admito que não é nenhum conto de fadas.

— Eu sabia que você não ia gostar de ouvir. – Ela deu de ombros. – Eu avisei.

— E como Adrien reagiu ao meu acidente? – Perguntei.

— E como é que eu vou saber? De acordo com Félix ele finge que você nem existe.

— Obrigada por me contar. Eu preciso dormir agora.

— É sério que você vai conseguir dormir depois disso? -  Ela me perguntou me cobrindo.

— O que eu posso fazer? Tenho aula amanhã cedo. – Falei.

— Tudo bem então.- Ela ficou me olhando sem saber o que falar.               

— Boa noite. – Eu lhe disse.

— Certo, boa noite, então. -  Ela respondeu me deixando sozinha no quarto e fechando a porta.

Eu esperei alguns minutos. Tudo estava em silêncio. Saí da cama jogando os cobertores para longe. Fui até  a mesa do computador e abri a gaveta encontrando as fotos de Adrien. Peguei uma e fechei a gaveta. Me sentei na minha cama e fiquei encarando aquela imagem.

— Você nunca falaria coisas daquele tipo sobre o nosso relacionamento. – Eu afirmei olhando para ele. Não tinha como negar, eu simplesmente não nasci ontem. Não sou estúpida o suficiente para crer que Adrien disse aquele tipo de coisa por vontade própria! No mínimo, como a minha irmã disse, ele tinha sido drogado ou sofrido um tratamento de choque! – O que está realmente acontecendo com você Adrien?  - Perguntei para a fotografia. – Você quer saber de uma coisa? Eu não vou deixar isso desse jeito! Eu vou descobrir a verdade.

Dito isso peguei meu celular e mandei uma mensagem avisando Nath que o trabalho seria feito amanhã uma hora depois da escola e pede que ele avisasse aos outros Não estava com cabeça para ouvir a voz de Adrien no momento, mas eu garanti a mim mesma que falaria com ele amanhã e iria esclarecer algumas coisas..


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Notas finais do capítulo

E aí galerinha! Tenso demais hein u.u Acho que não preciso nem dizer que como sempre eu não revisei o capitulo então se acharem algum erro devem me avisar, muito obrigada muito de nada! Ei, eu não atrasei o capitulo de hoje! Legal!
Enfim, novamente agradeço a quem leu até aqui! Só quero lembrar também que acho que essa semana sai episódio novo de Miraculous (geral no Instagram tá falando de um tal de Marc que vai ser o novo akumatizado e tals) ♥♥♥
Beijinhos e ~fui~♥♥♥♥♥♥
PS: *Sobre eu ter colocado aquela frase avulsa ali, foi só para poder falar o nome "Emilie" mesmo porque nós finalmente descobrimos o nome da mãe do Adrien então não podemos desperdiçar as chances de falar ele! Emilie, Emilie,Emilie! Quero ver todo mundo comentando "Emilie"!



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