Minha amada stalker escrita por Rainha dos Fantasmas


Capítulo 55
Recebo uma ligação inapropriada


Notas iniciais do capítulo

E aí meus súditos? Tudo bom? Rainha dos fantasmas aqui, e olha, quero pedir infinitas desculpas por ter atrasado o capitulo! Eu acabei de terminar de escrever ele! Enfim, aqui está a sua merecida leitura, nós nos vemos lá embaixo!



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— Alya eu quero morreeeeeeeer! – Gritei com a minha voz sendo abafada por um travesseiro.

— Mari é a terceira vez que você diz isso nos últimos cinco minutos! – Alya puxou o travesseiro das minhas mãos expondo o meu rosto vermelho e molhado de tanto chorar.

Depois daquele sorteio desastroso Max e Nathanael se juntaram ao redor da minha carteira para conversarmos sobre como íamos realizar o trabalho, mas sinceramente eu não prestei atenção em nada que eles estavam dizendo, enquanto estavam falando eu balançava a cabeça levemente como se estivesse concordando com tudo e se viravam para me perguntar alguma coisa eu dizia “Uhum” e esperava que isso bastasse como resposta. Aparentemente bastava porque eles sempre viravam um para o outro para voltar a discutir os importantes pontos do nosso trabalho e eu resmungava “Uhum” sempre que necessário. Enquanto isso a minha mente lenta e estúpida só conseguia pensar: “Adrien, Adrien, Adrien” o tempo todo. Adrien está no meu grupo! Vou ter que falar com ele! Vou ter que interagir com ele! Eu esperava não ter que falar com ele nunca mais, evitar ele até me formar e quando virasse uma linda mulher adulta e superasse essa fase eu poderia fingir que isso tudo nunca existiu e viver feliz para sempre! Tudo está arruinado! Vou ter que falar com ele, ver ele, em algum momento nós vamos tocar nesse maldito ocorrido e eu não vou aguentar! Não sei como isso vai terminar, mas só vejo dois cenários realistas para o desfecho dessa trama possíveis: número 1: Eu começo a chorar desesperadamente na frente de todo mundo de um jeito patético e depois disso fico com tanta vergonha de voltar a olhar eles cara a cara que me mudo de país e vou viver com meu tio na China onde aprendo a antiga arte da culinária chinesa e viro uma famosa chef de cozinha por lá ou número 2: Eu pulo no pescoço de Adrien, extremamente furiosa e o estrangulo até ele sufocar enquanto grito com ele e por fim vou pra cadeia por matar o desgraçado.

Não sei lhe dizer qual dos dois era o mais provável de acontecer.

Esses cenários assustadores do futuro só saíram da minha mente perturbada quando ouvi Max se dirigir a alguém atrás de mim muito friamente.

— Você vai ir? – Foi o que Max falou para a pessoa.

E então a inabalável voz de Adrien, que parecia não se importar de ser tratado assim, disse:

— Não. – Ele disse olhando para uma agenda de capa brochura preta. – Vou estar em sessão de fotos no dia.

— Bom, depois disso minha casa vai estar ocupada por visitas então o trabalho não vai poder ser lá. – Max falou ajeitando os óculos que já estavam perfeitamente colocados, mas acho que ele fazia isso por habito mesmo. – E na sua casa Nathanael? Podemos fazer o trabalho lá?

— Ah, n-não dá na minha também... Estamos fazendo uma reforma. – Ele respondeu sem conseguir olhar para cima. Parecia querer a todo custo evitar o olhar de Adrien, que era tão indiferente e gélido que por um segundo percebi o quanto ele podia ser parecido com o irmão quando queria e isso era assustador. Nunca consegui imaginar Adrien olhando para os próprios amigos desse jeito.

Max já não parecia estar nada abalado com o comportamento de Adrien, imagino que tenha sido assim durante o mês inteiro e todos, menos eu, já estivesse acostumados com o novo Adrien.

— Pois bem, o que me diz você então?- Max perguntou para Adrien.  

— Não vai dar. – O loiro disse simplesmente, sem buscar nenhuma desculpa ou coisa assim, ele parecia distraído demais espiando Lila do outro lado da sala que estava discutindo alguma coisa com Nino e Juleka, que eram do seu grupo, que gesticulava e balançavam a cabeça como se não conseguissem concordar em nada.

Eu ainda não entendo muito bem o que estava acontecendo com os meus sentimentos naquela época , só sei que eles mudavam tão rápido quanto quando eu estava na TPM. O que aconteceu foi o seguinte, eu passei de figura calada que só observava a conversa para alguém de rosto vermelho, nervosa e que se levantou batendo as mãos na mesa.

— Pode ser na minha casa! – Exclamei de repente, assustando o grupo que se virou para mim de olhos arregalados, imagino que nem lembrassem mais que eu estava ali.

Agora, por favor, não me pergunte o porquê de eu ter feito aquilo. Uma opção era que eu estava tão furiosa por Adrien ficar encarando Lila ao invés de prestar atenção no maldito trabalho que eu quis chamar a atenção dele  com o primeiro gesto idiota que passou na minha cabeça. Outra é que minha cabeça já estava doendo e eu perdi a paciência com eles por não se decidirem logo. Uma terceira opção é que eu simplesmente gosto muito de sofrer e na minha mente masoquista trazer o meu ex-namorado insensível para a minha casa e passar algumas horas jogando conversa fora com ele fosse algo muito maravilhoso e de que eu necessitava!

Enfim, antes de gritar como imbecil que o trabalho seria na minha casa chegou a passar na minha cabeça que eu poderia inventar uma doença no dia e não ir, fazer a minha parte separadamente e juntar com os outros na escola: mas nãaaao! “Pode ser na minha casa!”.

Eu sou muito estúpida! Pela segunda vez um surto de nervosismo tinha me feito agir de forma impulsiva e agora eu estava em um terreno perigoso e imprevisível. Eu até tive a opção de voltar atrás, Nath e Max ficaram me perguntando se eu tinha certeza de que queria fazer aquilo como se eles simplesmente entendessem que aquilo ia dar merda e quisessem me livrar de uma situação embaraçosa. Mas o que eu fiz? Neguei! Disse que ia ser na minha casa e ponto final! “Vou ver um horário bom e depois aviso vocês!” eu disse por fim e o sinal tocou nos permitindo sair finalmente daquela bolha de tensão.                                   

Então ao invés de ir para a minha casa eu liguei e avisei meus pais que ficaria um tempinho na casa da Alya, onde eu estou nesse momento, chorando as pitangas e incomodando Alya com o meu papo furado sentimental.

Basicamente fazendo tudo que jurei para mim mesma que não ia fazer.

— Amiga não dica assim, vem aqui. – Alya abriu os braços e me aconchegou em um abraço.

— Eu sou tão idiota Alya! – Resmunguei.

— Não é não, para com isso.

— Sou sim! Sabe por quê? – Eu me soltei do abraço e sequei parte do rosto com as costas das mãos. – Porque parte de mim ainda tem esperança! Parte de mim quer ver o Adrien e conversar com ele, tentar entender essa decisão dele e convencer ele de que está errado, de que o lugar dele é comigo! E o pior é que de algum modo essa minha parte ainda consegue acreditar que isso vai dar certo e que ele vai voltar num piscar de olhos, que as coisas vão voltar a ser como antes simples assim!

— Marinette, eu não vou mentir amiga. – Alya cruzou os braços e se sentou na beirada da cama. – Isso é meio idiota sim, mas é porque você ainda acha que as coisas vão voltar a ser como antes. Temos que acordar aqui, aquela fase doce já passou, nada vai ser daquele jeito mais e você tem que entender isso para poder seguir em frente! Eu sei que é difícil acreditar! Foi difícil para todos nós acreditarmos nisso, imagina pra você que foi traída desse jeito! Mas essa é a verdade: Adrien Agreste simplesmente não presta e isso não começou no acidente! Isso vem de antes!

Ela respirou fundo.

— Amiga, antes de qualquer coisa eu quero pedir desculpas por não ter te falado isso antes, mas é que eu simplesmente não tive coragem! A verdade é que esse cretino está com a Lila desde antes do acidente.

— O... Quê? – Meu cérebro parou de pensar em qualquer outra coisa e focou naquela frase. – A... Quanto tempo?

— Eu não tenho certeza. – Ela balançou a cabeça. – Bem, você provavelmente se lembra daquela festa, quando a prima do Adrien te trancou em um armário não é?

Aquela memória desagradável me atingiu e um calafrio correu pela minha espinha. É claro que eu lembrava! Foi tão terrível que se eu parasse para pensar conseguia reviver a cena na minha memória, só preferia deixar ela bem guardadinha e escondida.

   - Lembro. – Foi tudo que eu comentei sobre o assunto.

— Pois bem, Adrien dormiu na sua casa naquela noite, e de manhã cedo já não estava mais lá. Você tentou ligar para ele, mas não foi atendida, lembra? Você e sua irmã ficaram desesperadas e tal- Alya disse, e eu fui lembrando daquilo. Foi horrível.

— Certo Alya, eu me lembro dessa merda toda, por favor, só me diga onde você quer chegar com isso! – Eu pedi.

— O que nós fizemos quando já estávamos loucas para achar Adrien? – Ela perguntou e eu pensei por um momento.

— Nós espiamos a janela do quarto dele. – Eu disse. – Mas eu caí e-

— Me pediu para olhar no seu lugar. – Alya completou. – Eu sei que eu disse que não tinha visto nada naquele dia Mari, mas era mentira. Eu não te disse por que sabia que aquilo foi muito de repente e a verdade ia te machucar muito, mas a verdade é que eu vi Lila e Adrien se beijando.

— O QUE?

— Me desculpa amiga, me desculpa mesmo! Eu só não queria te ver sofrendo!

— Não, não é você Alya, eu entendo você! Você só queria me proteger, mas eu simplesmente não consigo acreditar que logo depois daquele dia aquele desgraçado já estava pegando outra! Eu não acredito! Aquilo foi simplesmente tão especial para mim! Não significou nada para ele? E outra como é que isso veio a acontecer assim do nada? Sem motivo algum! Numa hora ele estava comigo, me defendendo, me salvando, e na outra já não queria mais nem saber de mim, bola pra frente, adeus Marinette? Isso não faz nem sentido! Que merda é essa? Quer saber eu acho que isso deve estar se passando a muito mais tempo que imaginamos! Não faz sentido uma coisa dessas começar da noite para o dia, sem ter nem motivo! Ah, isso é outra coisa que eu queria entender! O motivo! Porque ele faria-

— Mari, eu não te falei disso para te deixar mais nervosa ainda! – Alya me interrompeu.

— Mas como é que você quer que eu fique Alya? Saber disso assim do nada não é fácil! – Eu disse contendo as lágrimas que insistiam em querer voltar.

— Eu sei que não é simples, você acha que eu quis acreditar quando vi? Você acha que Nino quis acreditar quando contei pra ele? Nós todos fomos amigos do Adrien, e não é fácil acreditar que aquele cara bacana é na verdade um monstro sem coração que não liga para os sentimentos dos outros, mas criar teorias da conspiração e estender esse assunto não vai ajudar em nada! Acredite todo mundo fez isso, todo mundo quis entender o porquê, mas não adiantou!

— Então talvez eu deva fazer diferente, não vou mais tentar entender isso por mim mesma, vou superar o meu medo e confrontar o monstro! Eu vou questionar Adrien, eu vou chegar nele e perguntar-

— Mas você acha mesmo que ninguém tentou fazer isso nesse tempo todo em que você ficou desacordada? Todo mundo tentou chegar em Adrien e questionar essa atitude, eu, Nino, Chloé, todo mundo! Você acha que ele respondeu alguém? Ninguém entende o que se passa na cabeça dele Marinette! Acorda! Adrien não quer ser compreendido e nós devíamos simplesmente aceitar isso! Aceitar que não tem o que se entender! É só assim que ele é e pronto!

— Eu não quero acreditar... – Falei, eu quando disse em voz alta foi quando eu realmente percebi porque sofria tanto quando pensava nisso. – Eu não quero acreditar que eu amei um monstro, que eu nunca percebi quem ele era de verdade! Adrien é bom! – Eu gritei.

— Todo mundo pensa assim, mas a verdade é que não é, e você não estava lá para entender isso...         

— Mas do que é que você está falan- Minh fala foi interrompida pelo toque do meu celular. – Quem- ADRIEN!

Eu gritei ao ler o nome na tela e joguei o celular para longe- que no caso é um travesseiro aleatório jogado em um canto do quarto da Alya. O celular continuou tocando.

— Adrien? – Alya resmungou. – Ah! Perfeito! Atenda o seu príncipe encantado e me prove o quanto ele é bom!

 - Isso não é divertido Alya! O que eu faço?

— Ah, agora você quer escutar os meus conselhos?

— Alya! – Eu implorei. – Meu Deus, o que será que ele quer comigo?

— Eu sei lá, só sei que se você não atender ele logo eu mesma vou e vou mandar ele se ir foder!

Me vendo sem escolhas eu peguei o celular e atendi.

— Alô? – Ouvi a voz dele do outro lado da linha, foi estranho porque ela não expressava nada em particular, nenhum desprezo, nenhuma tristeza, nada.

— O-oi! Aqui é a Marinette! – Eu lembrei que tinha voz e essa foi a primeira coisa que saiu da minha boca. Algo bem bobo de se dizer quando alguém liga para o SEU número.

— Eu sei. – Foi a resposta dele. Minhas bochechas se avermelharam quando notei o quanto aquilo foi idiota de se falar. Eu esperei ele continuar, curiosa para saber do que se tratava, mas ele ficou calado. Eu respirei fundo, sabia que se continuasse com ele na linha ia acabar falando mais asneira então resolvi terminar aquilo logo.

— O que você quer? – Perguntei curta e grossa e me senti bem estranha de falar assim com ele.

— Você disse que iria informar o horário em que poderíamos fazer o trabalho, mas ainda não falou nada.

Me senti bem estúpida por ter imaginado que ele iria querer falar de alguma outra coisa comigo. É claro que era sobre o maldito trabalho!

— Eu ainda não pensei sobre isso. Eu tenho que ver com os meus pais e-

— Pois veja logo! Se decidir me ligue. – E simples assim a ligação foi encerrada.

Eu abaixei o celular e fiquei olhando para o ar.

— Marinette? O que foi que ele falou?

— Ele... Estava esquisito. No começo da ligação era como se estivesse calmo e com todo o tempo do mundo para falar, mas do nada pareceu apressado, foi super grosso e desligou!  

Alya respirou fundo, balançando a cabeça como se tivesse se arrependido rapidamente de ter brigado comigo. Ela olhou para mim com um pouco de pena.

— Amiga você não está tentando inventar coisas na sua cabeça para ter esperança de que esse canalha presta não né?

— Ah meu Deus Alya, claro que não, eu só estranhei! Só isso! – Falei, encarando a tela do celular. – É mesmo muito estranho...

— Quer saber, vamos parar de pensar nele! – Ela falou. – Você não vai acreditar no que a maldita d Lila está fazendo com o grupo do Nino! A desgraçada se acha a rainha do mundo, acha que tudo tem que girar em torno dela!

— Desgraçada, já tem o Adrien, o que mais ela quer? – Eu resmunguei.

—Mari, eu estou tentando te distrair falando mal dos outros, pare de pensar no Adrien, por favor!

— Não vai dar certo se falar da atual do meu ex!

— Certo, vamos falar mal de quem então? Chloé agora presta!

— Presta tanto que bateu em umas meninas ontem pra me defender! Você bateu em alguém para me defender dona Alya?

— Já, muitas vezes!

— Então parabéns, você é uma boa amiga!

— Obrigada!

Então nós seguimos nossa conversa e eu fingi que não estava pensando na ligação esquisita do Adrien. Não queria parecer uma louca, mas tinha algo realmente muito estranho naquele esquema todo...     


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Notas finais do capítulo

Algum erro no capitulo? Postei correndo, nem tive tempo de revisar! Se acharem alguma coisa me avisem! Amo muito vocês ♥Beijinhos da sua rainha e ~fui~ ♥



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