Sabine era a pessoa mais animada com aquele trabalho.

Ela adorou todas as fotos que eu tirei. Todos exceto as três fotos de Adrien Agreste. Por quê? Por que eu não mostrei.

Eu sabia que se mostrasse aquelas fotos que estavam focadas exatamente naquele belo loiro ela iria começar a fazer perguntas constrangedoras sobre namoradinhos e blá,blá, blá... Sinceramente eu não estava nem um pouco a fim de ouvir minha mãe me mandando ir atrás dele, falar com ele, casar com ele...

Eu mostrei as fotos para o meu pai que gostou, não tanto quanto a minha mãe, mas gostou.

Depois de conversar um pouco com os meus pais eu subi as escadas e fui direto pro quarto da Bridgitte. Eu realmente quero esclarecer aquela historia dela com o Felix Agreste.

Entrei lá e ela estava procurando alguma coisa naquele buraco negro que ela chama de guarda roupas

—Bridg- Falei pra chamar a atenção dela que olhou pra mim com um sorrisinho.

—Hey Mari! Você viu a chave da moto?- Ela perguntou

Eu apontei pra cabeça dela e ela pegou a chave que de algum modo tinha ido parar lá.

—Ah, valeu!- ela sorriu de novo- Acho que vou mais cedo pro trabalho hoje...

—Ver o Felix mais cedo?- perguntei com um sorrisinho de canto.

Bridgitte engasgou com o ar e depois ficou tossindo durante dez minutos.

—Masoque... - ela falou depois da crise de tosse- como você sabe do Felix?

Eu contei como o conheci hoje e depois entreguei a bolsa pra ela que me olhou meio decepcionada.

—Ah, você trouxe... - ela disse olhando pra bolsa.

—Por quê? Não era pra trazer?- perguntei confusa.

—Não, é que... Eu não esqueço as coisas... O Felix acha que eu esqueço, mas na verdade eu deixo lá de proposito pra ele ter que vir me trazer. Com isso por um momento, por um pequeno momento ele me dá atenção- ela explicou- mesmo que essa atenção seja em forma de "pare de esquecer essas coisas na minha casa”.

—Ah, Bridg... Que fofo, claro você tá fazendo um belo papel de trouxa, mas mesmo assim é fofo...- Eu falei com os olhos brilhando.

— Seria fofo se aquele estupido do Felix gostasse de mim!- ela falou brava.

—Mas me explica uma coisa- eu falei e ela me encarou- e esse negocio aí de você ser babá do Felix?

—É uma história tão grande... - ela disse com o olhar meio perdido- bom, pra encurtar o Felix fez uma merda muito grande e foi tão tenso que os pais dele não queriam mais deixar ele sozinho... Eles não sabiam o que fazer então se lembraram de uma mulher que foi babá dele quando ele era criança. Essa mulher era uma das poucas pessoas que conseguiam botar o Felix nos eixos...

—E o que aconteceu com ela?- perguntei receosa.

—Morreu- Bridgitte falou e automaticamente minhas mãos cobriram minha boca- Hey calma, foi morte natural. Por causa da idade avançada e tals, não tem nada a ver com o trabalho de babá eu não vou morrer!

Eu soltei o ar que nem sabia que estava prendendo. Ué nunca se sabe se ser babá vai matar sua irmã ne?

—Bem, continuando... O senhor e a senhora Agreste descobriram que essa mulher morreu. Mas você se lembra da minha professora do sexto ano?- ela perguntou ainda com o olhar perdido

—Nop.- eu falei.

—Essa babá foi também a minha professora e ela me ensinou umas coisinhas sobre educação... - ela deu um leve sorriso. Então quando eles leram uma carta que ela deixou para o pequeno Felix, de quem a babá gostava de cuidar, eles acabaram pegando sem querer também a da pequena Bridgitte, que a mulher amava ensinar... Bom as cartas eram um pouco antigas por isso quando recebemos já tínhamos dezoito anos. Os pais do Felix me chamaram pra ser meio que uma babá dele por que eu tinha aprendido com aquela senhora e como na época eu precisava do dinheiro pra comprar a moto eu aceitei... Quem diria que com o tempo meu motivo pra cuidar do Felix ia mudar...

Eu nunca te contei por que sei que você ia reclamar, dizer que podia deixar os nossos pais pagarem e que eu tinha era que ir fazer faculdade ao invés de ir cuidar do marmanjo por quem eu sou apaixonada afinal você sempre foi mais responsa que eu ne?- Ela falou envergonhada.

—Hey, não se preocupe com isso tá?- Eu falei pra animar ela que me deu um sorriso pequeno- Hum, eu... Queria te fazer uma perguntinha...

—Ah, pode falar! Pelo menos agora eu vou exercer minha habilidades de irmã mais velha! Fale pequena Marinette, o que está afligindo esse seu coraçãozinho?- Bridgitte perguntou já totalmente animada.

—Bem... Se você já trabalha a tanto tempo com os Agreste, então eu suponho que você, sei lá, saiba um pouco sobre o Adrien...- Eu sussurrei bem corada. É bem vergonhoso falar de garotos com a Bridgitte por que ela sempre tenta te empurrar para um cara depois de você dizer simplesmente um “Oi” pra ele... É tão contrangedor quanto falar de garotos com a minha mãe...

—AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH! Não creio! A minha irmãzinha tá a fim do Adrienzinho?- Ela falou pulando animadamente e soltando gritinhos histéricos.

—Fala baixo mulher!- Eu repreendi ela que se aquietou um pouco- Eu não tô afim dele! Eu só queria saber um pouco dele sei lá...

—Ah, claro, quer saber coisas normais do tipo “Ele tem namorada? Qual é o tipo de garota dele? Ele gosta de garotas né? Ai, por favor, que ele goste de garotas!”- Ela disse com uma vozinha fininha que supostamente era a minha, eu revirei os olhos.- Ok, ok... Eu vou falar. Bem, pra começo de conversa ele é hetero, tá? Não faço ideia de que garota faça o tipo dele, ele nunca namorou, mas lá na casa dele ele recebe muitas visitas de uma menina chamada Chloe Bourgeois e agora eu também vi uma tal de Lila Rossi conversando com ele na entrada da mansão outro dia...- Minha irmã explicou.

—CHLOE BOURGEOIS E LILA ROSSI?- Eu berrei com as mãos na cabeça completamente desesperada.

—E depois sou eu que tenho que falar baixo né?- Ela deu uma risadinha- É são essas sim.

—Então acho que já encontrei o tipo dele: ricas... - Falei meio cabisbaixa. Eu sei eu acabei de conhecer esse garoto, mas eu senti uma coisa que não consigo explicar ao ver ele sorrindo... Ate por isso eu acabei tirando aquelas fotos.

—Hey isso não tem nada a ver com o Adrienzinho! Ele é tipo tão humilde quanto a mãe dele! Totalmente ao contraio do irmão. - Ela falou a ultima parte revirando os olhos.- Vai por mim, ele não liga pra quanta grana uma pessoa tem. Ele sabe que dinheiro não é igual a caráter. – Ela falou com um sorriso confiante. – Olha se quiser eu posso te apresentar pra ele direito. É só você vir comigo hoje.

—Não!- Eu falei um pouco mais alto do que deveria e ela arqueou uma sobrancelha. Eu dei um suspiro. – Olha maninha, não que eu esteja desvalorizando a sua ajuda, longe disso eu até agradeço! Mas é... Sei lá você não acha que se eu aparecer na casa dele assim do nada eu não vou parecer um tanto quanto... Desesperada?

—E você não está?- Perguntou sarcasticamente.

— Cla-claro que não! Olha eu nem conheço o garoto direito! Só falei com ele uma vez e já vou ficar me atirando pra cima dele? Você sabe que eu nunca faria uma coisa dessas!- Eu falei brava. Mais que tipo de garota a Bridg pensa que eu sou?

—Se o problema é não conhecer ele...- Ela falou remexendo na bolsa dela e logo tirou um folheto de lá e me entregou- Vai aí nesse lugar. Adrien sempre vai aí com o melhor amigo dele. Provavelmente vai estar lá hoje também. Ele ate me entregou esse folheto e me chamou pra ir qualquer dia desses, mas você sabe que eu tô ocupada demais vigiando o Felix né?

Eu olhei para o folheto. Parecia um anuncio de uma lanchonete normal. Nada demais. Eu poderia dizer que estava passeando por lá e por uma mera coincidência encontrei ele e resolvi dar um “Oi”. Sim, essa era uma boa oportunidade para ter uma conversa mais casual com ele.

—Eu vou ir agora. Pensa nisso.-Bridgitte apontou para o folheto e deu uma piscadinha. Ela saiu do quarto e desceu as escadas. Eu dei outro suspiro. Certo. Eu farei isso.

Fui para o banheiro. Eu precisava de um longo banho. A agua quente caia sobre o meu corpo e preenchia minha cabeça de pensamentos. Eu pensava em Adrien e na possibilidade de se apaixonar por alguém que você nem conhece. Eu realmente não sou uma pessoa normal... O modo descontraído como ele falava com o irmão, o sorriso sarcástico, a risada contagiante, a capacidade de se concentrar quando era necessário... Céus, eu acabei de conhecer ele e Adrien já estava me deixando louca! Louca pra ver ele de novo... Eu voltei meus pensamentos para o tal “encontro por coincidência”. Como eu faria para conseguir ter uma conversa casual com ele? O que deveria dizer? O que vestir? Como agir? Muitas perguntas para nenhuma resposta.  Sai do banho enrolada em uma toalha e em um mar de dúvidas. Fui para o meu quarto e tranquei a porta. Certo... Se eu me arrumasse demais ele iria no mínimo estranhar, mas eu também não queria deixar de me vestir com algo bonito... Peguei um vestido branco de alcinhas finas com flores rosa claro que eu mesma fiz. Era bonito e nem um pouco exagerado. Peguei uma sapatilha cor de rosa e arrumei meu cabelo como sempre: duas marias-chiquinhas. Respirei fundo e depois soltei o ar. Repeti isso varias vezes ate que tomei coragem. Peguei minha bolsinha e coloquei algumas coisas necessárias lá dentro, como dinheiro, meu celular e tal. Conferi as horas no relógio que fica no meu quarto. 19: 23. Certo, meus pais não iriam reclamar se eu saísse a essa hora.

Depois de dizer para meu pai e minha mãe que ia para uma lanchonete e deles concordarem eu sai em busca do lugar. Ficava perto do bairro chique em que a Bridg trabalhava mas por fora não parecia nada muito luxuoso. Era um lugar grande mas a fachada era normal. Entrei no lugar e logo o vi. Toda a minha coragem foi para o ralo. Ele estava perto de uma mesa de DJ onde estava... Nino Lahiffe? Ele era o tal amigo do Adrien? Nino é um cara que estuda na mesma sala que eu. Ele é namorado da minha melhora amiga, Alya Césaire, e é super gente boa. Eu me lembro da Alya ter comentado que ele trabalhava como DJ, mas não fazia ideia de onde era o lugar onde ele trabalhava. O cara tem talento por que a set list estava incrível. Eu percebi que estava todo mundo curtindo o som e algumas pessoas estavam de pé dançando. Mas o que me incomodava era ter que falar com o Adrien por que só de entrar vi que ele estava muito, muito, muito, muito, muuuuito lindo! Eu com certeza ia ficar encarando ele e ficar com a maior cara de idiota, por que não dava pra tirar os olhos do rosto dele! Mas eu não tinha ido até aquele lugar pra nada! An-an! Negativo! Eu estava al pra falar com ele e eu ia falar com ele! Fui andando meio desconfortável até a direção dele que não me viu pois estava totalmente concentrado na conversa com Nino. De repente eu consegui pegar uma parte do que eles falavam apesar da musica alta.

— O que? Sem chances! Eu não tenho nada a ver com ela.- Adrien falou dando uma risadinha.

Ok, ele estava falando sobre uma garota, o que tenho que admitir que me interessava muito e eu sei muito bem que se eu aparecesse ele iria se calar na hora por que ninguém fala de coisas tão pessoais na frente de estranhos. Mas acho que vocês não entenderam. Eu queria MUITO saber de quem eles estavam falando! Então eu meio que me sentei de costas pra eles em uma mesa bem próxima da mesa de DJ do Nino e fingi estar lendo um cardápio. Eu sei. Nada criativo, mas era só o que dava pra improvisar no momento!

— Sério? Uma gata daquelas está dando em cima de você e você acha que eu vou acreditar nisso?- Nino perguntou sarcasticamente.

—Cara, eu só vejo ela como amiga. A Lila é linda e tals, mas ela meio... É um pouco mentirosa... E eu não quero começar um relacionamento com alguém em que não sei se posso confiar. Nunca sei se o que ela diz é verdade ou não!- Explicou Adrien.

—Sei não em cara. Quase tosos os caras da minha escola dariam tudo pra ficar com ela e você desperdiça uma oportunidade dessas?- Nino falou mexendo em alguma coisa na mesa de som.

— Ah, imagina só se aquela sua namorada escuta você falando uma coisa dessas! Do jeito que você diz que ela é ciumenta e braba se ela ouvisse ira quebrar essa mesa de som aí na tua cabeça!- Adrien se desviou do assunto.

— Tu sabe que eu não trocaria a minha Alya nem por mil Lilas...- Nino falou com aquela cara de bobo apaixonado.

Naquele momento eu tirei um peso das costas. Eu estudo com Lila e sei que apesar de ser uma garota linda e ate mesmo legal ás vezes ela é meio mentirosa... E é maravilhoso saber que Adrien pensa isso também, por que agora eu tenho plena certeza de que ele não tem nada com ela! Claro que eu tinha que voltar a ficar preocupada simplesmente lembrando de um nome: Chloe Bourgeois. A menina é simplesmente linda, fashion e é a filha do prefeito! Isso basta pra impressionar qualquer um! Muita gente ignora a personalidade quase sempre repulsiva dela só de saber que ela é uma ricaça.

—Mas cara você não pensa em arranjar uma namorada não?- Nino perguntou em quanto futicava nos botões trocando as músicas- Quer dizer, você praticamente pode escolhe qualquer garota da cidade e ela vai dizer “sim” ate antes de você perguntar se ela quer ser sua namorada.

—É.- Adrien deu um sorriso convencido – Eu poderia. Mas-

—Tem sempre um mas!- Nino resmungou.

—Mas eu nunca achei nenhuma que me interessasse de verdade. Quer dizer, já conheci meninas lindas, ricas, famosas, divertidas, alegres, espontâneas e algumas praticamente perfeitas... Só que nenhuma nunca é o que eu quero. Eu nunca sinto aquelas coisas idiotas que as pessoas falam que sentem nas novelas e nunca fiquei com cara de bobo como você faz só de pensar em alguma delas... – Adrien falou com o olhar meio perdido.

—Opa, opa! Pode parar aí! Eu não fico com cara de bobo!- Nino interrompeu o amigo.-  E mudando de assunto bateu uma sede braba aqui. Cê pode ficar no meu lugar rapidão?

— Tá bom, mas vai rápido mesmo por que é bem capas de eu conseguir quebrar esse troço se você não aparecer depressa!- Adrien avisou com um sorriso brincalhão.

Quando Nino passou por mim eu comecei a rezar pra tudo enquanto é santo que eu lembrava o nome para que ele não notasse que era eu. Não me leve a mal, Nino era um amigo realmente incrível, mas ele era meio... Língua solta. Se ele me vesse ali ele iria desconfiar de alguma coisa, até por que eu estava extremamente perto do lugar onde ele estava e nem fui cumprimentar ele. Se ele desconfiasse de alguma coisa ia contar pra Alya, que por sua vez se soubesse ia me pressionar ate eu dizer o que estava acontecendo e se ela soubesse ia conseguir colocar eu e o Adrien no altar e ela mesma iria casar a gente! Por sorte, por muita sorte, ele passou direto. Eu soltei o ar que estava prendendo depois que vi que ele já estava longe... “Graças a Deus...” foi a única coisa que eu consegui pensar. Eu já estava quase indo embora, mas fiquei parada no mesmo lugar quando escutei uma música...

Sinto falta do sabor de uma vida doce
Sinto falta das conversas
Estou procurando uma canção esta noite
Estou mudando todas as estações

Gosto de pensar que tínhamos tudo
Desenhamos um mapa para um lugar melhor
Mas na estrada sofri uma queda
Então, querida, por que você fugiu?

Ai meu Deus... Eu amo essa música! A letra, o toque, a banda... Tu-do! Tudo era incrível nessa música. Eu não resisti... Comecei a murmurar a letra.

Eu estava lá por você
Nas suas horas mais difíceis
Eu estava lá por você
Nas suas noites mais escuras

Mas me pergunto onde você estava
Quando estava no meu pior momento
De joelhos
E você disse que me protegeria
Então eu me pergunto onde você estava
Todos os caminhos que pegou te trouxeram de volta pra mim
Então estou seguindo o mapa que me guia até você

Eu comecei a batucar os dedos na mesa e a cantar um pouquinho mais alto.

O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você
Seguindo, seguindo, seguindo você
O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você
Seguindo, seguindo, seguindo

Ouço sua voz enquanto durmo
É difícil resistir a tentação
Pois todos esses estranhos vêm até mim
Agora não consigo te esquecer
Não, simplesmente não consigo te esquecer

Eu estava lá por você
Nas suas horas mais difíceis
Eu estava lá por você
Nas suas noites mais escuras

Não consegui me conter... Levantei e comecei a dançar junto com o que era praticamente toda a clientela da lanchonete.

Mas me pergunto onde você estava
Quando estava no meu pior momento
De joelhos
E você disse que me protegeria
Então eu me pergunto onde você estava
Todos os caminhos que pegou te trouxeram de volta pra mim
Então estou seguindo o mapa que me guia até você

O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você
Seguindo, seguindo, seguindo você
O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você

Oh, eu estava lá por você
Oh, nas suas horas mais difíceis
Oh, eu estava lá por você
Oh, nas suas noites mais escuras

Oh, eu estava lá por você
Oh, nas suas horas mais difíceis
Oh, eu estava lá por você
Oh, nas suas noites mais escuras

Mas me pergunto onde você estava
Quando estava no meu pior momento
De joelhos
E você disse que me protegeria
Então eu me pergunto onde você estava
Todos os caminhos que pegou te trouxeram de volta pra mim
Então estou seguindo o mapa que me guia até você

O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você
Seguindo, seguindo, seguindo você
O mapa que me guia até você
Não há nada que eu possa fazer
O mapa que me guia até você
Seguindo, seguindo, seguindo

Quando notei todo mundo na lanchonete estava me encarando. A ficha caiu: eu tinha começado a cantar e a dançar ali no meio de toda aquela gente desconhecida e provavelmente todos estavam contendo o riso. Mas o que aconteceu não foi o que eu pensei. Muito pelo contrario. A galera toda começou a bater palmas. Eu fiquei mais vermelha que o cabelo da Alya. Era muito vergonhoso ser o centro das atenções. Por sorte, ou talvez não, alguém me chamou.

—Marinette!- Nino estava acenando para mim com um enorme sorriso. - Venha aqui!- Ele chamou.

“Ai merda...” pensei. Eu dei um sorriso para a multidão e saí em disparada em direção ao Nino.

—Que show hein Mari?- Ele disse assim que eu cheguei.

—Ah, obrigada...- Eu disse meio envergonhada.

— Chegou há muito tempo?- Ele perguntou ajeitando o boné.

—Não muito. - Eu sorri. Ele não tinha desconfiado que eu estava ouvindo a conversa dele com o Adrien.

—E por acaso você... An... Veio acompanhada?- Ele perguntou meio envergonhado.

—Sinto muito. Alya não veio, eu vim sozinha.- Eu falei, pois era bem fácil saber do que ele estava falando só de ver a cara dele.

—Que pena... N-não o fato de você ter vindo, eu quero dizer... Ah, você entendeu!- Nino falou meio desajeitado e eu não pude conter a risada- Mas e aí, cê já foi atendida?

—Ainda não pedi nada.- Falei.

—Vem! Vou fazer o pedido pra você! O pessoal me atende mais rápido, por que a lanchonete é do meu tio.- Ele falou me puxando para um balcão.

Nino pediu um hambúrguer gigante, fritas, e um copão de refrigerante. Ele pagou pra mim, disse que fazia questão já que era minha primeira vez ali. Ficamos conversando por um tempo. Acabei não conseguindo comer tudo então Nino atacou o resto do meu lanche.

— A música aqui é muito boa...- Nós conversávamos sobre música.

— Claro que é! Eu sou o DJ desse lugar afinal- Nino ia começar a se gabar mas ele pareceu se lembrar de algo e fez cara de desespero- Ah merda!- Ele saiu correndo e eu fui atrás para saber o que estava acontecendo.

Infelizmente nós paramos na mesa do DJ onde Adrien resmungava palavrões por que o amigo o deixou sozinho.

—Quando eu ver aquele filho da- Adrien parou e olhou para a frente- Ah, agora você aparece né! Demorou por quê? Tava descobrindo a formula da Coca-Cola pra fazer você mesmo e depois beber?- Perguntou ironicamente.

—Foi mal cara. Eu acabei encontrando uma amiga.-Nino apontou pra mim enquanto assumia de novo o seu papel de Dj- Adrien essa é a Marinette. A melhor amiga da Alya.

— Ah, eu já conheço ela!- Ele veio ate mim com um sorriso- Então seu nome é Marinette?

—É.- Eu disse meio corada.

— Era você que tava dançando ali agora? Não deu pra ver muito bem, mas as roupas são as mesmas então...- Ele começou a puxar assunto.

—E-era sim...- Gaguejei.

—Cê dança muito! Fez aula?- Ele perguntou.

—Nah, e-u só g-gosto mui-to daquela música...- Droga Marinette, pare de gaguejar como uma idiota!

—Deu pra perceber- Ele disse e depois riu. Aquela risada maravilhosa que se eu continuasse escutando ia desmaiar.

De repente meu celular tocou.

—Pode esperar um minuto?- Eu perguntei para o Adrien que assentiu e eu saí par uma parte mais quieta da lanchonete. - Alô?

—Oi Mari!— Falou Bridg.

—Oi! Aconteceu alguma coisa?- perguntei. Era raro Bridgitte me ligar nesse horário, já que ela estava ocupada demais com o Felix.

—Nop. Você tá na lanchonete?— Ela perguntou e eu respondi um “ahan”- Garota esperta. Os pais do Felix chegaram mais cedo. Vou passar aí perto, quer que eu te dê uma carona ou a noite tá muito boa pra querer voltar pra casa?- perguntou entre risadinhas.

Eu pensei. Se eu ficasse mais um segundo ali com o Adrien era bem provável que eu no mínimo dissesse alguma besteira e ele passasse a me achar uma idiota... Era mesmo melhor a Bridgitte me buscar antes que eu perdesse todas as chances que tenho com o Adrien...

—Pode passar aqui sim. Vou te esperar na porta da lanchonete.- Eu falei.

—Ok, já tô indo. Beijinhos.- Ela falou e depois desligou.

Eu suspirei. Graças a Deus ela ia vir aqui. Senti uma mão no meu ombro e dei um pulinho de susto.

—Opa, desculpa. Tô atrapalhando?- Adrien perguntou.

—Ah, er, hum, n-n-não! N-não mesmo! Você nun-ca me atrapalharia! Ima-gina! Você me atrapalhando? Não! Eu... -Eu me atrapalhei completamente com as palavras...Ótimo. Perfeito. – Você não me atrapalhou...-Eu finalmente disse e ele deu uma risada. Ok eu sou muito idiota.

— Você é muito engraçada sabia?- Ele disse depois de rir de mim. Eu não sabia se isso era uma coisa boa ou não. –Então... Você estava falando com quem? Quer dizer, não precisa dizer se não quiser, eu só sou um pouco curioso.- Ele sorriu de canto.

—Eu est-tava falando com a Bridgitte. Ela vai me buscar daqui a pouco.- Eu falei um pouco corada. Aquele maldito sorriso estava me desconcentrando...

— Ah, fica mais um pouco. Ainda são 20:02... As melhores músicas tocam ás 21:30...  E do jeito que você gosta de dançar não pode sair tão cedo!- Ele sorri de um jeito tão magnifico que eu não sabia se olhava para os olhos dele ou para a boca... Acabei me concentrando na boca.

—E-eu não po-posso... - Eu tentei inventar uma desculpa mais não consegui pensar em nada...

—Claro que pode!- Ele sorriu mais ainda e me puxou para o meio das pessoas que estavam dançando.

Eu não conhecia a música, mas Adrien estava dançando comigo então quem sou eu para negar uma dança para ele?

Você se lembra, não muito tempo atrás
Nós caminhávamos pela calçada
Inocentemente, se lembra?
Tudo o que fazíamos era cuidar um do outro

Mas a noite era aconchegante
Nós éramos ousados e jovens
Ao redor o vento soprava
Nós só nos seguraríamos para nos libertar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

O que vamos fazer quando envelhecermos?
Nós vamos descer a mesma rua?
Você vai estar lá ao meu lado?
Permanecendo firme enquanto as ondas passam

Quando as noites são longas
Desejando que você volte pra casa
Ao redor o vento sopra
Nós só nos seguraríamos para nos libertar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar
Confiar, confiar, confiar, confiar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

Mande um beijo, dispare uma arma
Nós precisamos de alguém pra confiar
Mande um beijo, dispare uma arma
Tudo o que precisamos é de alguém pra confiar

Nós dançámos e sorrimos um para o outro... Isso está tão mágico... Eu posso morrer agora, mas morrerei feliz... Mas é claro que a Cinderela não poderia ficar feliz por muito tempo. O momento de voltar á vida real  veio bem antes da meia noite. Bridgitte estava lá na lanchonete. Me encarando com o maior sorrisão a  minha irresponsável irmã mais velha acenou para mim. Eu me virei de volta para Adrien que percebeu que a minha irmã tinha chegado.

—Então...- Ele começou se afastando das pessoas que estavam dançando junto comigo.- Acho que você vai mesmo ter que ir agora né?

—P-pois é...- Eu falei. – Ent-então até outro dia...

—Até- Ele sorriu de novo e se afastou.

Eu fui ate Bridgitte que ainda tinha o enorme sorriso. Ela e eu saímos da lanchonete em silencio e quando chegamos até o lado de fora ela começou a falar.

— Olha só mocinha, eu acho melhor você me convidar para o seu casamento!- Ela riu.

— Bridg! Nós só estávamos dançando! Não é como se ele tivesse me pedido em casamento!- Eu falei corada.

—Claro... Ate por que provavelmente seria você a pedir ele em casamento- Ela riu mais ainda.

—Sem piadinhas Senhora Felix Agreste! Vamos pra casa!- Eu olhava toda hora pra dentro da lanchonete pra ver se Adrien estava longe. Nem em sonho ele pode ouvir essas coisas que a Bridg fala. Felizmente ele não estava por perto.

—Quem me dera ser a Senhora Felix Agreste... –Minha irmã suspirou e me entregou um dos capacetes da moto.- Mas e aí você vai voltar amnhã? –Perguntou com um sorriso malicioso.

—Não mesmo! Eu gaguejava toda hora e falava coisas sem sentido! Eu não quero pagar esse mico de novo. – Eu balançava a cabeça negativamente tentando afastar a memoria da mente. -Por que tenho que ser tão idiota?

—Mas você gostou de dançar com ele não gostou? Se vier amanhã podem dançar de novo. –Ela falou subindo na moto.

—Eu gostei só que... Eu não sei... Me sinto...- Eu procurei a palavra certa e a sussurrei- Insegura.

Suspirei profundamente e coloquei o capacete. Subi na moto e Bridgitte me encarou por um tempo. Depois ela colocou seu capacete e finalmente fomos para a casa.