Teoria do caos escrita por Angelina Dourado


Capítulo 19
Antes da Queda - Capítulo Dezesseis


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Um capítulo maior dessa vez, espero que gostem! ^-^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703077/chapter/19

— Achei seu trombone Sans!

Nunca imaginaria que aquela simples frase faria do seu dia ainda melhor.

Era difícil viver com Gaster, sempre fora, Sans provavelmente poderia escrever vários volumes apenas descrevendo os motivos da tão terrível convivência. E mesmo com a convivência entre eles não estando tão ruim atualmente, Sans sentia que precisava se afastar do doutor por um tempo, ao menos conseguir manter ele e o irmão um pouco longe de toda a aura de caos que o laboratório emanava em seus frios corredores. E finalmente Sans sentia que era capaz de viver sem Gaster, com apenas Papyrus da maneira que queriam.

A velha casa de Semi Serif há muito tempo já estava abandonada e os irmãos imaginaram que não seria problema dar uma reformada e passar a viver por ali. Gaster quase não ligava mais para nada, junto com o fim de sua razão para ser um cientista uma grande parte de si pareceu se dissolver da mesma forma, assim quase não dera atenção para a mudança dos irmãos. Papyrus relutara no começo devido o estado do doutor, mas Sans conseguira o convencer de que era o melhor para os dois. O mais velho dos irmãos sabia muito bem que Gaster não acabara totalmente com seus antigos planos, e antes que o doutor os reavivasse ele e Papyrus deveriam estar o mais longe o possível.

— Será que ainda está afinado?! – Perguntou eufórico assim que pegou o empoleirado instrumento, fazendo com que Papyrus limpasse as mãos sujas na calça.

— E trombones devem ser afinados? Aliás, por que está tão obcecado por ele? – Questionou o mais novo enquanto continuava a retirar diversas bagunças das caixas, sendo elas velhas como a casa ou novas e recém saídas do laboratório.

— Sei lá, mas espero que essa coisinha torne meus trocadilhos ainda mais hiláriossos. – Disse tocando uma nota desafinada do instrumento que soltou nuvens de poeiras ao ser usado depois de tantos anos. A poeira pairou por Papyrus cobrindo todo o seu corpo e sujando sua roupa, mas tudo o que fez foi por uma mão na cabeça e respirar fundo, buscando uma paciência que custava a ter.

— Eu vou te expulsar dessa casa.

— Não, você não vai. – Sans retrucou deixando o trombone descansando em cima de uma mesa de jantar velha e limpando com dois tapinhas um pouco da sujeira da camisa do irmão. – Bem, o dever me chama! Quer que eu trague alguma coisa antes de voltar? Tem certeza que vai ficar bem sozinho em casa?

— Comida, massa para espaguete de preferência, vou preparar um jantar especial de primeira noite na casa nova! E você sabe que vou ficar ótimo em casa, pois eu já sou ótimo, na verdade sou espetacular já que sou O Grande Papyrus! Ficarei melhor do que se você estivesse no meu lugar, aposto que ia ficar sendo o preguiçoso que é, ás vezes acho que o adulto nessa casa sou eu! – Papyrus praticamente discursou enquanto procurava por alguma coisa no meio das caixas. – Onde está o presente do Papai Noel...?

— Espaguete, entendi. Cuide-se Paps! – Despediu-se rumando para a porta.

— O jaleco Sans, não se esqueça do jaleco.

— Claro, claro! Não esqueci, foi só uma nova rota de percurso. – Defendeu-se pegando o uniforme jogado no chão, como sempre.

O ar de Hotland era pesado, a fuligem soltada pelo Core dançava junto ao vento e preenchia o espaço com o seu calor. Os lazers ativados davam uma impressão de poluição no ambiente, pois já havia tanta coisa no Core, tantos caminhos, tantas máquinas, tantas luzes, chegava a enjoar a visão. Não era um lugar bonito, mas o objetivo nunca fora ser um ponto turístico, era trazer um pouco de esperança para todos os presos do subsolo. Um pouco de luz era tudo o que tinham.

Sans andava pelas passarelas cumprimentando vagamente os funcionários que apareciam, quase todos com feições de estresse. Desde a instalação das armadilhas, dar dois passos no Core era sinal de algum enigma. Era sempre necessário nesses casos contatar alguma central para desativar algum puzzle, para assim poder passar para algum outro lado. A sorte de Sans é que já sabia dominar muito bem a arte dos atalhos, assim passar por uma armadilha era muito mais fácil e menos estressante do que para a maioria dos trabalhadores.

E foi isso o que fez quando se deparou com um corredor inteiro de lazers azuis, todos muito perto um do outro, um lugar impossível de se atravessar sem ajuda externa. Mas Sans diante daquilo apenas sorriu e estalou os dedos – apenas para dar um efeito mais legal á cena – e quando abriu os olhos estava em um lugar diferente.

Com Gaster.

Não era nenhuma novidade que ás vezes o doutor aparecia no Core, seja para ver com seus próprios olhos como andava o funcionamento do mesmo, ou apenas para admirar a sua maior criação. Sans já havia se deparado com ele diversas vezes e em todas elas o mesmo dilema aparecia:

Dizer algo ou dar meia volta e fingir que não viu.

Uma parte sua queria apenas cumprimentá-lo e começar a falar bobagens como velhos amigos, enquanto seu outro lado apenas queria voltar e ir para o mais longe o possível até se ver completamente sem a presença do doutor. Sem contar também aquele lado bem escondido no meio do seu subconsciente, onde queria empurrar o doutor em direção aquela passarela e ver os seus ossos sendo consumidos pela lava.

Isso fazia Sans se lembrar o porquê de decidir viver sozinho com Papyrus, havia muita coisa relacionada à Gaster que nem sempre eram compatíveis. Principalmente as piores partes.

— Apreciando a vista? – Acabou pronunciando, afinal precisava passar por aquele caminho e ver a esteira com defeito que haviam lhe relatado. Também não podia simplesmente passar sem dizer nada, Papyrus não havia lhe educado para isso.

Gaster lhe olhou com o seu único olho bom - Se fosse pensar bem, naquele momento havia apenas um par de olhos funcionais entre os dois. -, logo voltando seu olhar para a imensidão do Core, com suas fiações e tubulações que pareciam não ter fim. Por um momento Sans pensou que o doutor não iria dizer nada, agradecendo por um segundo estar sendo ignorado.

— [Ás vezes me esqueço de sua imensidão.] – Comentou mais melancólico do que de costume. Sans estranhou, pois de todas as coisas que Gaster já se arrependera o Core jamais fora uma delas.

— É bem barulhento também. – Sans comentou pondo as mãos nos bolsos do jaleco, tentando parecer tranquilo como de costume. Só queria sair rápido dali e checar a maldita esteira.

— [Há muita energia contida aqui, poderia destruir a todos nós apenas por uma simples troca de fiação, um erro de cálculo. Quase colapsou tantas vezes...]

— O que quer dizer com isso? – Perguntou com desconfiança, pois quando o doutor estava muito pensativo nunca era bom sinal.

— [Você não gostaria de saber.] – Murmurou desviando o olhar, Sans cruzou os braços insatisfeito com a resposta.

— Que pena, atiçou mais ainda minha curiosidade. Desembucha. – Falou um tanto rude, mas seu tom cômico conseguiu mascarar um pouco o gesto. Gaster apenas lhe olhou com o canto do olho, refletindo se deveria ou não continuar os seus pensamentos em voz alta. Entretanto apesar de todos os traumas e desavenças, havia alguma conexão entre ele e Sans onde era difícil de manter segredos um do outro.

Talvez por serem parecidos em diversos aspectos, mesmo que ambos negassem isso. A curiosidade, astúcia e atitudes enigmáticas eram características marcantes nos dois.

— [A força do Core é tamanha que é capaz de criar danos muito maiores do que o imaginável. Muito mais do que pura física, há mágica.] – Começou depois de um longo suspiro, olhando com um olhar vazio a lava se movendo lentamente. – [Com o elemento certo, o Core poderia fazer um pequeno rasgo no espaço e no tempo, liberando qualquer entrada.]

Sans ouvira tudo atentamente, se dando conta que isso era o que Gaster buscara por tanto tempo! O que havia tentado fazer com si mesmo, com ele e o irmão, uma forma de manipular o tempo da maneira que quisessem. O jovem esqueleto por um momento sentiu uma ponta de cólera ao perceber isso, pois se o Core era a chave para tudo isso, por que Gaster criara todo aquele caos entre eles?

Mas suas lembranças o levaram para quando o doutor pôs fim ao projeto, não vendo mais solução para o problema. Queria encontrar outro meio de manipular o tempo, algo que não envolvesse o Core. Lentamente as coisas começaram a fazer sentido para Sans.

— E qual é o problema com isso? – Questionou, sua expressão tornando-se séria e a esteira quebrada se tornando um problema de segundo plano naquele momento. Gaster pareceu hesitar por um tempo antes de responder, o que por si só já era alarmante.

— [Não sou capaz de calcular suas consequências.] – Admitiu, virando-se de frente para Sans como se fosse um professor a explicar algo ao aluno. – [Poderia colapsar toda a realidade, destruir matérias, criar anomalias, sem mencionar as consequências no próprio viajante. Ou quem sabe nada acontecer. Não há nenhum tipo de certeza neste caso.]

E isso te deixa apavorado. Sans pensou algo que nunca imaginara antes, um doutor WD Gaster receoso de seu próprio experimento.

— Isso parece bem ruim. – Comentou, sem saber muito que dizer. Já compreendera a situação, Gaster estava pensando em realizar este feito, porém estava ainda refletindo sobre suas possíveis consequências. Sans sabia de cara que não podia deixar isso acontecer, não importava o quão boa era a intenção, ele não podia suportar mais uma grande falha, nem ele e nem o doutor.

— [Chega de devaneios, está na hora de voltar ao trabalho.] – Gaster por fim disse ignorando o que Sans dissera, dando um leve tapinha no ombro do pupilo antes de começar a rumar para o laboratório.

— Gaster. – Chamou, antes que o cientista virasse o corredor. Ambos se encararam por um momento, Gaster com uma expressão curiosa enquanto Sans pensava no que dizer. – Não faça o que está planejando fazer.

— [Não pretendo.] – O doutor respondera sem muita emoção, como se dissesse aquilo apenas para ser deixado em paz. Sans não deixara de notar aquilo, sentindo a oportunidade de parar Gaster se esvair de suas mãos lentamente.

Prometa. – Não havia um pingo de comédia vindo da voz do mais jovem, desta vez aquilo realmente soara como uma ordem. Gaster ficara quieto por longos segundos, hesitante e parecendo sem resposta, até mesmo um tanto surpreso com a palavra.

— [Não sou bom com promessas.] – Gaster dissera antes de virar as costas. Sans pensara em correr atrás dele, tentar conversar, alertar, por algum tipo de noção naquela cabeça estranha e genial. Mas permaneceu parado, pois Sans sabia que de nada adiantaria as suas palavras, nada adiantaria os seus protestos e sabia muito bem que jamais conseguiria lutar contra o doutor.

Pois Gaster podia consertar tudo, menos a si mesmo.

O resto do dia se passou arrastando, sendo que a esteira dita como quebrada estava apenas com as rodeias entupidas com pelo de cachorro – ninguém se deu o trabalho de tentar compreender o que se passou -. O momento que tivera com Gaster não lhe saía da mente, e o temor de que algo viesse acontecer após disso o atormentara até a volta para casa.

— Trouxe a massa de espaguete que eu pedi?

Aquela já não era a melhor recepção para um dia tão complicado como o que passou, explicar para Papyrus que esquecera aquele detalhe não era tão fácil assim. O mais novo sempre fazia tempestade em copo d’água.

— Então... – Sans começou olhando para qualquer direção que não fosse a de Papyrus, que já estava vestido com um avental de cozinha. – Ás vezes coisas são esquecidas, não é mesmo?

— Sans! – Papyrus disse num muxoxo, com uma cara tão decepcionada que era de cortar o coração de quem visse. Principalmente o do irmão mais velho.  – Este era para ser nosso primeiro jantar na casa nova que na verdade não é tão nova!

— E também o seu primeiro espaguete. – Sans complementou.

— Você não está melhorando a situação!

— Está bem, está bem! – Disse Sans fazendo um gesto de redenção, tentando pensar em uma solução para aquela ‘’catástrofe’’ o mais rápido o possível.  – Que tal comermos algo fora de casa? Fazer alguma coisa diferente pra hoje?

Papyrus ponderou por alguns segundos, de braços cruzados, analisando a proposta cautelosamente, aquela era uma situação muito séria.

— Pode ser, mas você que paga.

— O dinheiro é meu, ué.

— Mas sou eu que gerencio. – Papyrus retrucou, tirando o avental de maneira épica. – Bote uma roupa decente Sans, essa noite deverá ser tão grandiosa quanto eu!

O restaurante que acabaram indo não era tão grandioso quanto o Grande Papyrus, entretanto foi a primeira coisa que Sans vira e não estava no clima de ficar cansando seus ossos  atoa. Ambos escolheram o lanche com brinde – apesar da durabilidade do mesmo ser um tanto suspeita.

Mas não importava o local, ou a qualidade de seus produtos. O que realmente valia era a companhia, e os irmãos aproveitavam da melhor forma a companhia um do outro: sendo eles mesmos.

— Ei Paps, sabe o que combina com ketchup?

— Sinto que algo estúpido está por vir, não quero saber.

— Ei, eu só ia sugerir uma porção de fritas!

— Eu acho que já consumi fritura o suficiente para um mês inteiro. – Papyrus disse empurrando seu lanche não terminado para direção de Sans, que aceitou a oferta com prazer. - Continuando a minha ideia de eu ficar com o maior quarto...

— Mano, eu durmo mais no sofá e no trabalho do que na minha própria cama. Pode ficar com os dois quartos se precisar.

E realmente Sans não ligava para aquilo, deixaria Papyrus ficar com a casa inteira se quisesse. Não só pelo fato de não ligar para o lugar onde dormiria, mas por querer valorizar o irmão da melhor forma que podia. Papyrus era a única pessoa capaz de tirá-lo dos momentos de angústia e do estresse do trabalho, principalmente quando se tratava de dias como aquele.

Sem um ao outro, talvez tivesse sido impossível suportar a vida com Gaster.

— Wowie! Assim posso reservar um deles só para meu arsenal de armadilhas! Quando eu tiver um é claro. – O mais novo disse animado e Sans largou o hambúrguer, interessado no que o irmão acabara de dizer.

— Por que você iria precisar de um arsenal de armadilhas?

Papyrus titubeou por uns instantes, parecendo um pouco acanhado com o que dizer.

— Promete que não vai rir de mim.

Por um segundo Sans apenas achou graça do modo como Papyrus dissera aquilo e o que de tão embaraçoso poderia ser. É claro que se esforçaria para não rir caso fosse algo engraçado, não era nenhum tipo de destruidor de sonhos ou algo assim. Entretanto o pedido de promessa de Papyrus lhe mandara para a memória de Gaster e o Core, onde praticamente implorara para que o doutor não cometesse um grande erro, falhando e pondo em risco tudo o que havia tentado construir até o momento.

— Sans...? – Papyrus indagou estranhando o longo silêncio do irmão. Sans despertou de seus próprios devaneios, se dando conta que não era hora para pensar sobre aquilo, não com Papyrus logo a sua frente e atento a todos os seus movimentos. Era o momento deles, e nem Gaster tinha o direito de tirar isso de Sans.

— Desculpe, me distraí. Pode confiar em mim, não vou rir de você. – Tranquilizou o outro que relaxou um pouco os ombros ao ouvir aquilo, novamente sorrindo como de costume.

— Eu estou pensando em me tornar parte da Guarda Real! É tão incrível! E nada tão incrível quanto isso pode chegar aos pés de minha grandeza! Por isso acho que é o lugar perfeito para mim. – Disse tão empolgado que foi impossível para Sans não sorrir com aquilo. Gostava da forma como Papyrus sonhava alto, Sans queria poder saber seguir em frente tão bem quanto ele.

— Isso é bem legal Paps, estou torcendo por ti. – Disse levantando o copo de refrigerante como um pequeno brinde. Os olhos de Papyrus pareciam ter se tornado estrelas de tão brilhantes que ficaram ao ouvir aquilo, a aprovação do irmão havia sido algo que almejara desde que havia posto aquela ideia na cabeça.

Na verdade Sans não aprovava aquela ideia, ser um membro da Guarda Real era muito perigoso e duvidava que o coração mole do irmão fosse suportar tudo aquilo. Mas acreditava que aquilo não se passava de um sonho passageiro de adolescência, e que provavelmente na próxima semana Papyrus já estaria com outra coisa na cabeça. Por isso entrara na onda dele, pois imaginava que não iria durar muito.

A volta para casa fora repleta de conversas jogadas fora, piadas ruins ditas e desprezadas, idealizações para a nova casa e diversos outros planos futuros. Ali não havia a vida no laboratório, ou Gaster e os experimentos, apenas eles dois aproveitando a companhia um do outro, com a expectativa de uma longa vida pela frente. Os irmãos sabiam que se estivessem juntos tudo correria bem.

A fechadura da porta de entrada ainda não estava arrumada, só eram precisos alguns empurrões até a mesma se abrir com um estalo. Apesar do trabalho duro de Papyrus durante o dia, havia ainda algumas coisas para serem organizadas.

— Ah! Antes que eu esqueça! – Papyrus disse começando a procurar por algo nas caixas que ainda não haviam sido abertas, até encontrar um pequeno objeto retangular e correr para entrega-lo a Sans. – Coloquei em um porta-retratos para não amassar, já que você gostou tanto dessa foto. Na verdade não tem como não gostar, foi tirada pelo melhor fotógrafo: eu mesmo!

Sans segurou com cuidado, observando imagem calmamente. Era do dia em que as novas armadilhas do Core foram inauguradas, os trabalhadores que participaram da obra se reuniram para a fotografia e convidaram Sans a se juntar a eles, já que fora quem acompanhara todo o projeto de perto. Apesar do grande grupo, não era difícil encontrar Sans no canto da foto devido ao seu destoante jaleco, sorrindo para a câmera de um jeito que fazia pouquíssimas vezes.

— Valeu Paps! Você realmente soube como enquadrar a imagem perfeita.

— Pegue o martelo você mesmo antes que eu o faça para bater em você. – Papyrus avisou com um semblante sério enquanto o mais velho apenas rira. Sans então deixou o quadro para o irmão decidir onde colocar enquanto ele fora em busca de pregos e um martelo pela casa.

Achara as ferramentas no fundo de uma dispensa velha, que quando puxara trouxera junto diversas outras velharias que se espatifaram no chão. Entre elas estava coincidentemente uma fotografia antiga, do qual Sans a pegou por curiosidade para ver.

Tratava-se de um Gaster bem jovem. O doutor segurava um diploma em suas mãos e o exibindo para a câmera, sua falta de cicatrizes dera um sentimento de estranheza para Sans em um primeiro momento. Mas o que era mais surpreendente era o largo sorriso de Gaster, uma felicidade tão grande que era quase palpável naquela simples imagem, era possível ver o quão empolgado ele estava com aquilo, o tanto de planos que tinha em mente, a expectativa de um futuro grandioso. Ali Wingdings não fazia ideia do que estaria por vir e por isso tinha a chance de ser otimista frente tudo aquilo, provavelmente ainda sonhando com o dia em que o projeto do Core fosse aprovado.

Aquele não se parecia nem um pouco com o desacreditado doutor WD Gaster.

No canto inferior da foto havia algo escrito a caneta, com uma caligrafia fina e elegante que Sans não conhecia, mas deduzia ser a de Semi Serif onde estava escrito apenas isso:

Sorria para a câmera filho! :)

— Quer ajuda para encontrar as coisas Sans? – Papyrus gritara do outro cômodo por conta da demora, fazendo com que Sans se sobressaltasse ao ouvir aquilo.

— Não precisa, já estou indo! – Avisou, pondo as bagunças de volta para a dispensa, dando uma última olhada para a velha fotografia.

O que aconteceu com você? Pensara sem tirar os olhos da imagem otimista do doutor que achava conhecer.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem vindos!
Até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Teoria do caos" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.