Le Sobriété de Pouvoir escrita por Megara


Capítulo 9
S01C09 - Abra seus olhos...


Notas iniciais do capítulo

OLÁ, AMORESSS! COMO CÊS TÃO?
É realmente uma surpresa um capítulo novo surgir tão rápido, certo? Como eu tinha dito antes, ele já estava pré-pronto, só fiz algumas modificações (que geraram mais de 1000 palavras de diferença).
Vocês sabem que eu amo vocês de paixão, não demoro a postar de propósito. Por isso, fiz esse mega capítulo cheio das intrigas que vocês amammmm. Aproveitem! Tem cada coisa que Deus do céu... Espero que fiquem tão surpresas quanto eu...
Ah! E esse é o "fim" ;)



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No dia seguinte, Ginny fora intimada por Percy a tomar a poção reanimadora de Pomfrey, a fumaça saindo por baixo dos seus cabelos muito vivos dava a impressão de que a cabeça inteira estava em chamas. As garotas tiraram sarro da amiga até o horário do almoço naquele dia; deixando-a extremamente irritada.

Gotas de chuva do tamanho de balas de revólver fustigaram as janelas do castelo durante dias seguidos; as águas do lago subiram, os canteiros de flores viraram um rio lamacento, e as abóboras de Hagrid ficaram do tamanho de um barraco.

— Não acredito! – Exclamou Dahlia. – Eu nunca tinha ouvido falar disso!

— Nem eu. – Respondeu Harry, dando de ombros. – Um aniversário de morte é uma das coisas que eu nunca teria imaginado que existisse. A pessoa parece feliz por ter morrido.

As três garotas estavam sentadas com Ginny na mesa da Grifinória, e o trio de ouro havia se sentado com elas. Harry acabava de contar sobre a confusão com Filch e o FeiticeExpresso, e convidado as garotas para irem no Aniversário de Morte de Nick.

— Deixar de ir no jantar de Dia das Bruxas para ir a uma festa cheia de gente morta? – Perguntou Gwen, levantando uma sobrancelha. – Obrigada, mas tenho que declinar.

— Mas seria tão interessante... – disse Luna, pensativa. – Veja só, conhecer o outro lado da morte que nunca pensamos.

— O lado dos que têm tanto medo de morrer que preferem vagar em um tipo de semivida para a eternidade? Pessoas assim são um tanto perigosas... – Refletiu Ginny.

— Concordo com as garotas, Harry. – Disse Ron, irritado. – Vamos perder o Dia das Bruxas. Todas as coisas gostosas que poderíamos desfrutar...

— Mas é por uma boa causa, Ron! – Disse Hermione.

— Eu sei... mas não sou obrigado a gostar disso.

— De qualquer forma... – Começou Ginny... – Dahlia contou a vocês sobre a pequena surpresinha que todos terão na próxima aula de Snape?

— Não! – Respondeu Harry, curioso. – O que vai acontecer?

— Vou auxiliar o Professor Snape na próxima aula do segundo ano. – Respondeu Dahlia, sorridente.

— Não acredito! – Exclamou Hermione, indignada. – Mas estamos mais avançados que você!

— Snape me classificou como uma boa aluna do terceiro ano. – Disse Dahlia, orgulhosa. – O que significa que sou uma boa aluna do quinto ano, no mínimo. A escala dele é alusiva à perfeição.

— Estou orgulhoso, irmãzinha. – Disse Harry, bagunçando os cabelos loiros da prima. – Você vai ser uma ótima mestra de poções.

— Obrigada, Harry.

— Você pode me ajudar em poções? – Perguntou Gwen. – Não tenho absolutamente a mínima ideia do que estou fazendo naquela aula.

— Bem... Neville me pediu a mesma coisa dois dias atrás, Gwen. – Desculpou-se Dahlia. – Você pode estudar ao lado dele?

— Claro! – Respondeu Gwen. – Se eu tirar mais um Trasgo em alguma poção, Snape vai usar um dos meus órgãos para me sufocar.

— Não seja exagerada.

— Acredite, ela não está sendo. – Era uma voz bem atrás da garota, que fê-la sobressaltar. Era Fred, ao lado de George. Ambos sorrindo, sentaram-se dos dois lados da garota.

 - Ano passado, Snape ameaçou um garoto da nossa turma... – Começou George.

— Herman Trainor, garoto desastrado...

— Ele não disse nada mais nada menos que...

— Iria arrancar fora as tripas do garoto...

— E enforcá-lo com elas. – Terminou Fred.

— Ele estava sendo exagerado. Não foi nada demais, garotos!

— Quanta fé, querida. – Disse Fred, colocando os braços lentamente ao redor de Dahlia. – Você tem toda essa fé por todos?

— Só por aqueles os quais vale a pena ter dúvidas. – Disse Dahlia, saindo do raio de alcance dos gêmeos e se levantando. – O que não é sensato com nenhum dos dois!

— Calúnia! – Exclamou George, sorrindo. – O que fizemos?

— Sinto o cheiro das suas artimanhas tanto quanto do seu suor. – Disse Dahlia, risonha. – Vão procurar um chuveiro!

— Hey, Dursley! – Chamou alguém, um tanto longe da mesa da Grifinória.

— Temos toque de recolher hoje. – Era Foxes, uma das sonserinas nas quais Dahlia dividia o dormitório. – Ordens do Diretor.

Não era uma novidade para Dahlia que quase todos da sonserina se referiam à Snape como “diretor”, mas a ideia ainda soava muito estranha aos seus ouvidos, bem como a realidade de que ele podia, sim, ordenar um horário quando bem entendesse para seus estudantes se recolherem.

— Obrigada pelo aviso, Fox. – Respondeu, calmamente. – Vou descer até as masmorras junto a vocês...

— Snape é tão medonho... – disse Ron, torcendo o nariz. – Ele é o primeiro diretor de casas que eu vejo fazendo esse tipo de coisa.

— Lave a boca para falar de algum sonserino, Weasley. – Disse Tuppence, ao lado de Foxes, que sorria jocosamente. – Nunca se pode saber se vai acordar ao lado de uma cobra na cama...

— Venha, Dahlia. Vamos embora. – Chamou Marjorie, irritada, já dando as costas a mesa da Grifinória e rumando às portas do Grande Salão.

— Grifinórios idiotas... – resmungou Elise, seguindo a loira.

Dahlia sempre considerara inutilidade iniciar uma briga sem motivo tangente, por isso, apenas acenou desanimada para os amigos, beijou a testa de Harry e saiu do Salão, seguindo suas colegas de casa.

.

Os dias que se seguiram acabaram com Dahlia. Devido às atividades extras de Transfigurações, Feitiços e História da Magia ela estava se aprofundando em todas aquelas áreas que passara a adorar, mas as aulas tarde da noite de Poções tornavam seu descanso nulo e suas interações com os amigos próximas a zero. Ela não tinha conseguido fechar os olhos e ter um sono tranquilo por mais de duas horas nos últimos dois dias e ainda sim tinha um enorme trabalho de Transfigurações para entregar dali a pouco tempo.

Gina também estava estranha. De garota alegre, saltitante e tagarela tinha passado para frágil, assustada e literalmente transparente. Andava abatida e quase não conversava com nenhuma das três amigas ou com os irmãos. A noção supérflua da mudança que antes tingia os pensamentos da sonserina se transformara em preocupação latente rapidamente.

Mas, das coisas que mais incomodavam Dahlia, aquela que a loira via era, de longe, a mais alarmante. Ginny tinha se livrado de seu diário cor-de-rosa que tanto gostava e agora escrevia todos os dias em um caderninho de capa esganiçada e páginas amareladas que a seguia para onde quer que fosse.

Aquele caderno fazia arrepios gélidos subirem pelo corpo da sonserina e a fazia lembrar tanto de artes das trevas que ela havia começado a se alimentar menos apenas para conseguir revirar a biblioteca o máximo possível procurando sobre aquele tipo de magia. Não havia encontrado nada e aquilo estava frustrando-a profundamente.

Naquele dia, como qualquer outro, haviam se encontrado logo antes do Salão Principal, e, durante a pequena caminhada, a loira suspirou exageradamente, atraindo a atenção da grifinória por um milésimo de segundo antes que ela a voltasse novamente para o chão. Antes que pudessem virar o corredor que as levaria quase diretamente para o Salão Principal, Dahlia parou de andar, segurando o ombro da ruiva no processo, obrigando-a a parar também.

— Ginny, Ginny – Ela parecia não ouvir a amiga. Mas Dahlia sempre fora persistente. Andou para a frente da ruiva e agarrou seu queixo, obrigando a outra a encará-la nos olhos. – O que diabos está acontecendo com você?

Por um segundo, a surpresa invadiu seu rosto e logo depois foi substituída pela raiva. Ela arrancou a mão de seu queixo com um tapa e encarou a sonserina ferozmente.

— Nada do que acontece comigo é da sua conta. – Disse ela raivosamente, empurrando a sonserina de sua frente. – Você entendeu?

Ambas se encararam por alguns segundos, até que Ginny se afastou com passos pequenos que se tornaram espaçados após alguns segundos. Dahlia só conseguia se lembrar de se sentir irritada daquela forma com Petúnia.

— Não vai ser da minha conta mesmo se eu botar fogo no seu precioso novo diário? – Gritou a sonserina. Os passos de Ginny cessaram e ela olhou novamente para trás. – Ou se eu simplesmente contar tudo para Dumbledore? Isso é magia negra, eu posso sentir...

— Você é inteligente demais, sabia disso? – Disse Ginny, sorrindo de um jeito estranho. Aquela expressão tinha alguma coisa errada que Dahlia não conseguia decifrar. – Devia se afastar enquanto ainda pode.

— Não conte com isso.

.

Poucos dias se passaram até que a aula de Snape com o segundo ano chegasse. No início da manhã daquele dia, o professor, ao chamar Dahlia, a deu estritas instruções para o transcorrer da aula, sendo a primeira delas a prioridade estrita para estudantes sonserinos; o principal objetivo da Dursley naquela aula era auxiliar os alunos.

No início da aula, vinte caldeirões fumegavam entre as carteiras de madeira, sobre as quais havia balanças e frascos de ingredientes. Snape estava parado em frente à turma, com os olhos mordazes encarando cada aluno que ali estava.

— Não quero confusões na aula de hoje. Esta aula será como qualquer outra, exceto pelo fato que hoje, como regalia do meu bom espírito, a senhorita Dursley estará conosco. Aproveitem essa aula, não se repetirá com facilidade. – Cada palavra que saia da boca do professor era cuidadosamente dita com deboche, o que acabava por irritar Dahlia, mesmo que um pouco.

— Vocês, alunos do segundo ano, tiveram muita sorte esse ano. Como a Srta. Dursley, que acaba de entrar em Hogwarts e já é uma exímia iniciante em poções, tem aulas extras de poções comigo na maioria dos dias, ela estará auxiliando poucos alunos com dificuldade em poções na aula de hoje. Sintam-se gratos por esse pequeno favor que vocês estão recebendo esse ano e NÃO me envergonhem.

— Mas ela é do primeiro ano! - Reclamou Pansy Parkinson, uma garota que andava com Malfoy.

— A Srta. Dursley tem mais competência para realizar uma simples poção como essa do que muitos de vocês, imbecis, que conseguiram passar para o segundo ano. – Disse Snape, azedo, não sendo discreto ao olhar descaradamente para Harry, Rony e Neville, arrancando algumas risadas dos sonserinos. - Tratem de começar!

Os alunos da Sonserina pareciam que tinham combinado entre si a disposição de perguntas, a fim de impossibilitar a ajuda aos grifinórios. Logo que a garota saía de perto de um sonserino, outro levantava a mão tão rápido que ela mal podia dar um passo em direção a Neville, que a chamava desesperado desde o início das aulas.

— Pare de mexer o caldeirão em sentido anti-horário, Srta. Parkinson! Já lhe disse cinco vezes que o sentido certo é o horário! Sr. Goyle, suas vestes serão queimadas se chegar mais um centímetro perto do caldeirão!

Quando a garota pode finalmente ir até Longbotton e sua dupla, Neville conseguiu surpreendê-la; seu caldeirão estava verde-vômito, e deveria estar da cor de madeira escura. Aquela era a cor que um caldeirão atingia logo antes de uma explosão. Ao notar sua dupla, ela ao menos já imaginava quem era.

— Sr. Finnigan! Pare de adicionar tantos olhos de baiacu na poção! Um único a mais e ela explodirá! Ponha uma guelra para diminuir os efeitos e refaça direito após a adição das lesmas! – Falou ela, entredentes, para ambos.

Severus andava por entre os vapores, fazendo comentários mordazes sobre o trabalho dos alunos da Grifinória, enquanto os da Sonserina davam risadinhas de aprovação. Draco Malfoy, que era o aluno favorito de Snape daquela classe, não parava de mostrar olhos de peixe para Rony e Harry, que sabiam que se revidassem receberiam uma detenção mais rápido do que conseguiriam dizer "injustiça".

— Sr. Malfoy! Coloque esses olhos de baiacu no caldeirão de uma vez ou os enfie garganta abaixo! Se eu vir você mais uma vez levantando-os sem motivo a Sonserina vai perder dez pontos! – Falou Dahlia, irritadíssima. - Vá fazer sua poção!

Mesmo com a cara mais azeda do mundo, Pansy, sentada ao lado de Draco, levantou seus ombros em superioridade e disse:

— Você sabia que olhos de baiacu em demasia podem criar o veneno mais poderoso do mundo mágico? Acho que Longbotton pode ser um perigo para nós.

— Srta. Parkinson – Suspirou Dahlia, não resistindo em apertar os dedos na ponte do nariz. – Olhos de baiacu são parte da receita de um veneno da Ásia Ocidental, usado para pragas domésticas como ratos e baratas; sem efeitos irreversíveis em humanos. O veneno mais letal do mundo para qualquer espécie é veneno de basilisco; muito difícil de encontrar e não se pode produzir, a não ser coletar...

— Mas...

— Isso não é relevante para a aula, Srta. Parkinson! Volte para sua poção!

A garota parecia menos determinada em afundar com a Grifinória quando a Dursley deixou sua mesa, voltando-se para Malfoy com os olhos irritados. Ao virar-se novamente para os grifinórios, encontrou Snape olhando-a enfezado pela retirada dos pontos sonserinos. Ela não lhe dispensou muita atenção.

— Harry, sua poção está muito rala. Desse jeito, ela vai duplicar alguns membros invés de fazer inchar. Preste atenção no que está fazendo! Adicione uma raiz de asfódelo e mexa em sentido horário durante alguns minutos e ela melhorará um pouco...

— É incrível como você não puxou nem um pouco sua prima, Potter. – Disse Snape, debochado, ao passar ao lado da mesa de Harry e Ron. - E ela nem ao menos nasceu bruxa como você. Devia se envergonhar.

Dahlia viu o primo segurando a língua para não retrucar o professor. Logo, se viu desviando um pouco de sua atenção de Lavender para prestar atenção na dupla que não se dava; Severus e Harry. A garota não conseguia entender a animosidade entre os dois. Ela suspirou pela segunda vez naquele dia, dizendo com a voz calma:

— Preste atenção em sua poção, Sr. Potter. Está quase aceitável.

.

Quando os dias passaram, Ginny se afastou por definitivo das amigas, se tornando cada vez mais reclusa e distante. Gwendolyn e Luna estavam tão preocupadas quanto Dahlia, e a sonserina havia partilhado suas suspeitas com ambas desde a discussão que tivera com a ruiva.

Mas mesmo com o clima pesado entre o quarteto, o Dia das Bruxas não tardou a chegar, trazendo consigo um clima festivo que não combinava com o humor das quatro garotas. E, ao invés de estar com os amigos, Dahlia vagava pensativa pelos corredores naquele dia.

Durante toda a semana ela seguira Ginny sorrateiramente pelo castelo, embora tivesse certeza que a ruiva sabia que era seguida. Apesar disso, ao se juntar todos os corredores pelos quais a ruiva caminhava, o único destino que loira podia ver era o inócuo banheiro do segundo andar.

Ainda vagando, Dahlia rumou calmamente até o banheiro onde Myrtle vivia, mesmo que considerasse a fantasma muito exagerada. O chão perto da porta com os dizeres “Banheiro Interditado” estava ensopado, obviamente Myrtle saíra para o aniversário do Sr. Nicholas e tivera a grande proeza de deixar todas as torneiras ligadas.

— Argh! Acabei de tomar banho. - E tinha mesmo, agora, as vestes verdes que antes estavam secas e limpas agora estavam molhadas e encardidas. Com todo aquele aguaceiro, Dahlia teria sorte se pudesse olhar o banheiro sem escorregar.

Quando a garota entrou no banheiro, as torneiras ainda se encontravam abertas. Com os lábios cerrados severamente e com um suspiro resignado, foi até as torneiras e fechou cada uma delas. Ela tinha decidido esperar o fantasma chegar para fazer algumas perguntas, por isso, sentou-se em um dos vasos de tampa fechada e esperou.

Apesar de não ter esperado muito tempo, Dahlia mergulhara em um grande estupor, do qual somente acordou quando ouviu um choro estridente e berros que diziam incansavelmente “Espinhenta! Espinhenta!”.

Como a garota imaginara, segundos depois Myrtle atravessou a porta do banheiro como um foguete e logo depois a porta foi escancarada por um Pirraça com uma cara felissíssima. Ele adorava zombar do outro fantasma e incomodá-la.

— Pirraça! Deixe a pobre garota em paz! – Disse Dahlia, quando ele entrou no box onde Myrtle tinha se enfiado dentro do vaso sanitário. - Ou eu vou atrás de Helena!

— Que vá! - Gritou ele rindo e chutando água para todos os lados. – De que me importa?

— A Grey Lady não assusta você, é claro. – Disse Dahlia, dando de ombros. - Mas eu sei que Bloody Baron a adora, dentre outras coisas. E, esse sim, você temeria até a sombra (se ele tivesse uma).

— Puff! - Ele chutou mais água aborrecido e saiu voando para a porta rapidamente, dizendo: – Isso vai ter volta, loirinha.

— Humph! Que idiota. – Ela andou até o box que Myrtle havia se enfiado e, se sentindo uma idiota, chamou. - Hum... Myrtle? Você já pode sair. Ele já foi embora.

A fantasma emergiu do vaso em que estava e, como a sonserina estava na frente do mesmo, levou um nojento banho.

— Eca! Que nojo, Myrtle. – Exclamou ela, balançando os braços para extrair o excesso de água. Seria inútil fazer um feitiço para secar-se, já que a água no chão do banheiro estava quase atingindo-lhe os joelhos.

— O que você estava fazendo aqui? - Perguntou Myrtle virando a cabeça um pouco na horizontal. – Ambas sabemos que você não gosta de mim.

— Não desgosto de você. Te acho irritante, é diferente. – Disse Dahlia, dando de ombros.

— Pelo menos pode dizer que sinceridade não lhe falta... – Disse Myrtle, dando de ombros. – Pode me chamar de Elizabeth.

— Foi seu nome em vida?

— Meu segundo nome, sim – Disse Elizabeth, se rodando acima dos boxes. – É melhor agora que “Myrtle”.

— Preciso lhe fazer algumas perguntas.

— Eu imaginei que sim. – Disse ela, rodando envolta da sonserina. – Vamos sair daqui, não é um bom lugar para se ficar essa hora da noite.

— Essa é uma das minhas perguntas. – Disse Dahlia, seguindo Elizabeth para fora do banheiro. – O que há com esse banheiro? Além das inundações.

— Você está perdendo o jantar de Dia das Bruxas...

— Sim, sim.

— É um dos melhores dias aqui do castelo, não devia fazer isso.

— Felizmente terei outros anos para compensar.

— Eu vi sua gata púrpura perambulando por aqui outra noite...

— Nahla aproveita suas noites para fazer o que gosta! – Disse Dahlia, perdendo a paciência com a enrolação. – Responda-me.

— Coisas ruins acontecem no banheiro do segundo andar. – Elizabeth parecia melancólica quando falou aquilo, mais que o normal. – Eu morri lá. As pessoas pensam que o único motivo de ter tornado aquele banheiro minha morada foi este: minha morte.

— E não foi?

— Não... – Ela suspirava enquanto falava. – Comecei a pensar que se afastasse as pessoas daquele lugar poderia evitar mais coisas ruins. As inundações, os gritos, as lamentações... tudo funcionou por muito tempo.

— Mas... o que tem de tão ruim lá?

Antes que Elizabeth pudesse responder, Dahlia ouviu um rastejar pesado atrás de si, e a fantasma ficou tão lívida que podia parecer mais morta que jamais estivera desde seu nascimento. Ela olhava para seus sapatos, os olhos jamais deixando o chão.

— Feche os olhos. – Sussurrou ela, tão baixo que parecia um suspiro.

Passos ecoaram, tensos no corredor. Com os olhos fechados, Dahlia parecia ouvir mais do que nunca, e mesmo o cheiro ameno do corredor parecia ocre com a tensão que emanava no ar.

—Olhe só quem está aqui... – Dahlia quase abriu os olhos. Aquela voz... parecia Ginny, mas ao mesmo tempo não era. Ela conhecia a altura da amiga, mas ao mesmo tempo parecia que não, por que a voz saía de uma boca mais alta do que estava acostumada.

— Você não é a garotinha mais linda e inconveniente? – Disse a voz, calmamente. Uma mão pegando o cabelo de Dahlia a deixou em alerta máximo.

— Quem é você? – Perguntou a sonserina, pausadamente. O ar saindo de seus lábios em uma respiração entrecortada rompia com o silencia sepulcral do corredor.

— Ora... não me conhece? – Disse a voz. – Sinto-me humilhado por esse desconhecimento. Aqui eu não deveria já ser o maior vilão de todos? O que todos temem sussurrar o nome entre lábios trêmulos? Aquele que quase matou Harry Potter?

— Voldemort? – Sussurrou Dahlia, seus pulmões pareciam não sugar todo o ar que precisava, mas também parecia que sugavam tão exageradamente que não havia mais lugar em si para tanto.

— Se lembrou agora, querida? – A voz era, ao mesmo tempo, masculina e feminina. A altura maior e, um segundo depois, tão baixa quanto ela própria.

— Disse que você quem quase matou Harry... – Disse Dahlia, trêmula. – Ele, um bebê de colo... não seria o contrário? Harry Potter, aquele que quase matou Voldemort?

O golpe em seu rosto foi desferido com tanta força que Dahlia podia sentir o sangue se acumulando em sua boca e escorrendo pelo queixo. Seu lábio ardia e seus olhos lacrimejavam, mas o aviso de Elizabeth a prevenia de não abrir os olhos.

— Quem seria você? – Disse ele, sem tensão na voz, apesar do ato de violência. – Que é tão corajosa a ponto de ser uma grifinória. Tão leal a ponto de ser uma lufana. Tão inteligente a ponto de ser uma corvina. Mas, mesmo com tantas qualidades de outras casas, tão sonserina quanto eu mesmo. Quem é você?

— Sou ninguém.

— Ninguém? – Gargalhou ele, limpando com rudeza o sangue nos lábios da garota. Dahlia podia sentir que a mão era pequena; a mão de Ginny. Mas seus sentidos ainda lhe diziam que haviam duas pessoas ali.

— Ninguém. – Confirmou ela.

— Ninguém já enganou Polifemo e escapou, mas não antes de injuriá-lo com um ferimento que o deixou próximo à cegueira. – Disse Voldemort, rondando a garota. – Você pretende fazer o mesmo?

Não houve resposta, e não devia. O tempo de conversa acabara, e Voldemort sabia, sim, tudo sobre Dahlia Dursley, mas também não sabia nada sobre a garota que estava parada a sua frente.

— Abra seus olhos. – Disse ele, posicionando Dahlia estrategicamente, contra sua vontade.

— Não.

— Não é um pedido.

— Eu não sigo suas ordens.

— Não? – Disse ele, atrás da sonserina. Sua fala não era nada mais que um sussurro em sua orelha. – Sabe o que eu vou fazer com a Weasley se me desobedecer?

— Nada. – Disse Dahlia, debochada. – Ela é seu casulo, sua fonte de vida, sua oportunidade.

— O quão fácil você acha que é para conseguir outra tão tola quanto ela? – Respondeu ele. – Talvez não tão tola como ela, mas... curiosa como você. Digamos... Hermione Granger.

— Ela nunca usaria seu diário. Nunca.

— Meu diário? – Perguntou ele, risonho. – Presume que é meu?

— Não é?

— Sim, é claro...

Ambos ficaram em silêncio, por alguns instantes. Dahlia não conseguia achar uma saída, seu raciocínio estava embotado pelo medo, suas mãos tremiam, debochando de suas palavras corajosas.

— Ambos sabemos que garotas como você, como Granger, não param até conseguir suas respostas. – Sussurrou ele, novamente. – Ela não vai parar até estar na mesma posição que você está agora. E então passarei para a próxima. E depois a próxima. E a próxima. E, enfim, Harry Potter.

Dahlia não conseguia encontrar uma saída. Sabia que a Morte espreitava aquele corredor naquele momento. Aquela noção arrepiava seus cabelos e fazia seus dentes rangerem. Não havia opção. Ela tinha de deixar pistas para descobrirem o que estava acontecendo, mas ao mesmo tempo não tinha como fazê-lo. Não podia escapar, mas ao mesmo tempo era sua única opção.

Dahlia Dursley nunca ficava perdida, mas estava.

— Tudo o que eu tenho que fazer é abrir os olhos?

— Sim. Ambos sabemos que não há nada para você a partir de agora.

As mãos da Dursley estavam tão flexionadas que sangue escorria do ponto onde as unhas encontravam a carne, dando-lhe uma última ideia desesperada. Lembrou-se da única vez que ela e Harry foram juntos à praia; do jogo de adivinhação na areia que jogaram e como ele conseguia ganhar da garota, às vezes... e começou a arrastar uma das unhas sob a carne, lentamente...

— Abra seus olhos. – Ordenou ele.

E ela abriu, encarando os olhos grandes e amarelos que a esperavam.


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Notas finais do capítulo

TÃ TA NA NÃ...
Eai? Surpresas? Eu estou kkkk
De qualquer forma, esse não é o fim de Le Sobriété de Pouvoir, fiquem tranquilas. Mas o destino da nossa amada Dahlia Florence Dursley... Hmmmm... Vai ficar para a próxima parte...
Como a fanfic "segue" os livros de HP, vamos ter por volta de 6 partes, nas quais eu não posso afirmar a quantidade de capítulos certa. Mas tem TANTA, mas TANTA coisa diferente dos livros que nem sei... Vai ser todo capítulo um tiro diferenciado kkkkk
ENFIM:
Vamos ter um pequeno hiatus na fanfic, sinto dizer, meus amorecos! Não sei dizer se vai ser uma semana, um mês, três meses... Não sei, só Deus sabe... Tô no terceiro ano do EM, cheia de coisas pra fazer, 16 anos e com o futuro nas mãos... Tô mais perdida que tudo e nem sei lidar com isso. ENEM (que inicia as inscrições amanhã) tá me deixando louca.
Mas me digam REALMENTE se gostaram ou não; não tem como não falar que a quantidade de reviews não influencia na postagem dos capítulos pq isso acontece SIM. As vezes temos um desânimo tão grande de postar por causa disso, vocês nem tem ideia... A noção que a fanfic está sendo realmente apreciada vai diretamente proporcional com a animação de escrever e as ideias. PENSEM NISSO! LEMBREM DA METALINGUAGEM MANEIRA!!! Perguntem, elogiem, critiquem, qualquer coisa! Mas me deixem saber como vocês acham que a fanfic está indo!
Agora... Umas menções honrosas às maravilhosas(os) que me mimam comentando com regularidade ou recomendando (own):
Rey Whitlock Kenobi (/u/76095/) - até tenho no facebook ;)
shindou0 (/u/15390/) - fofaaaaa :3
Dani Soengas (/u/78798/) - recomendou e acompanha desde Flying Into The Depths ♥
Ruby Raiff (/u/96689/) - muito espontânea kkk
Alyssa Rosier Black (/u/580330/) - sério, cê é muito engraçada kkkkk
Valarie Lockwood (/u/401372/) - apoiadora :)
Todas essas LINDAS comentaram em quase todos ou todos os capítulos! SÉRIO MESMO, VOCÊS SÃO MARAVILHOSAS! Mal tenho palavras pra agradecer a todas vocês e não só vocês TODAS(OS) QUE ESCREVERAM COMENTANDO E APOIANDO.
Espero ver vocês no próximo capítulo, seríssimo.
Quem ainda não se manifestou sobre a competição, diga algo! Pra quem não lembra: quem tiver mais participação na fanfic (comentários, recomendações e etc) vai poder decidir o FUTURO DE UM PERSONAGEM!!! Vai ser o de escolha do vencedor em um leque de três opções. Digam se vai rolar ou não, depende de vocês!
Não me abandonem, amores. E fiquem beeeeem preparadas! Vou tratar de tanta questão social aqui que vocês vão até chocar...
BEIJOS DE LUZZZZZZ,
Meg.



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