Le Sobriété de Pouvoir escrita por Megara


Capítulo 7
S01C07 - Poções


Notas iniciais do capítulo

Olá, serumaninhos lindosss!
Posso dizer que estava ansiosíssima para escrever esse capítulo, mas todos os comentários animados ajudaram bastante na rapidez do processo kkkkjjj
Hoje vocês vão ter um pouco [MUITO] do nosso amado professor Snape... Mas já vou avisando, não fiquem TÃAAAO animadas assim pq posso dizer que ele vai aparecer muito ainda. O que não vai faltar nessa fanfic é Snape pra todo mundo, migas...
— ESCUTEM ANAVITÓRIA - MERCHANDISING! - parei, parei...
Sem mais delongas...



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Dahlia estava sentada ereta na cadeira ao lado de Ginny em uma das masmorras, onde aconteciam sempre as aulas de Poções. Era mais frio ali do que na parte social do castelo e os animais embalsamados flutuando em frascos de vidro nas paredes à volta de todos traziam curiosidade.

Snape começou a aula fazendo a chamada e, quando chegou no nome Dursley, franziu um pouco as sobrancelhas e continuou a chamar o resto dos nomes normalmente. Snape terminou a chamada e encarou a classe. Seus olhos eram negros, frios e vazios e lembravam túneis escuros.

— Vocês estão aqui para aprender a ciência sutil e a arte exata do preparo de poções – começou. Falava pouco acima de um sussurro, mas eles não perderam nenhuma palavra. Como a Profa. Minerva, Snape tinha o dom de manter uma classe silenciosa sem esforço. – Como aqui não fazemos gestos tolos, muitos de vocês podem pensar que isto não é mágica. Não espero que vocês realmente entendam a beleza de um caldeirão cozinhando em fogo lento, com a fumaça a tremeluzir, o delicado poder dos líquidos que fluem pelas veias humanas e enfeitiçam a mente, confundem os sentidos... Posso ensinar-lhes a engarrafar fama, a cozinhar glória, até a zumbificar, se não forem o bando de cabeças-ocas que geralmente me mandam ensinar.

Parecia mais que um discurso de início de ano como o resto dos professores; era mais como uma ameaça, e Dahlia apenas levantava uma das sobrancelhas para o professor.

— Creevey! – disse Snape de repente, olhando para Colin, que copiava algo na carteira. – O que eu obteria se embebesse tentáculos de murtisco em salmoura?

Dahlia havia lido aquilo em seu estudo sobre Poções, mas o olhar aterrorizado de Colin Creevey indicava que ele não tinha ideia alguma sobre o que diabos era murtisco ou salmoura.

— Não sei, senhor – disse o grifinório.

A boca de Snape se contorceu num riso de desdém.

— Tsc, tsc... Pelo visto não se dignou de abrir nenhum livro antes de vir para a aula, não é mesmo, Creevey?

Colin não sabia se balançava a cabeça ou ficava quieto, mas escolheu fazer a opção mais estúpida; confirmou. Snape estreitou os olhos para ele como uma cobra.

— Tenho certeza que alguém nessa sala foi mais esperto que o Sr. Creevey aqui. – Os olhos de Snape esquadrinharam a sala e pousaram em Dahlia, e ela sentiu uma incômoda dor de cabeça. Desviou o olhar do professor.

— Srt. Dursley – Todos da sala se viraram ao mesmo tempo para a loira. – Uma sonserina... certamente é mais dedicada que seu colega aqui, certo? Ou foi uma má escolha do nosso antigo Chapéu Seletor?

Dahlia virou-se novamente para Snape e pelo canto dos olhos conseguiu ver os olhos risonhos de alguns colegas de classe. Seu rosto pegou fogo de raiva no mesmo instante.

— Os tentáculos de murtisco embebidos em salmoura sendo posteriormente peneirados produzem uma substância amarelada, que contribui no tratamento de cortes ou feridas.

Dahlia tinha um olhar ferino para o professor, que continuava a encará-la debochado.

— Se sabe sobre algo tão básico como esse, com certeza sabe a propriedade especial do ditamno.

— Cura, senhor. – Disse Dahlia, ácida. – Mas o ditamno em si cura apenas feridas não muito graves, enquanto sua essência, quando usada na quantidade correta, pode sarar até mesmo de uma picada de cobra ou uma hemorragia grave.

— Por que vocês não estão copiando o que ela falou? – Disse Snape, dando-lhe as costas sem lhe dirigir um segundo olhar.

Ouviu-se um ruído repentino de gente apanhando penas e pergaminhos. Depois que todos assentaram as penas, Snape separou-os aos pares e mandou-os misturar uma poção simples para curar furúnculos.

Caminhava imponente com sua longa capa negra, observando-os pesar urtigas secas e pilar presas de cobras, criticando quase todos. Dahlia podia sentir a presença de Snape atrás de si, a procura de algum defeito; sempre que não encontrava nenhum, o professor bufava e saia a procura de alguma outra vítima.

— Sabe, garota... – suspirou Foxes, atrás de si. – Você deve ser a primeira sonserina que irrita Snape a ponto de fazê-lo desperdiçar oportunidades de dar pontos para a casa.

Dahlia concordava ardentemente com a colega de quarto, observando o tal na mesa de Marjorie, elogiando-a. Sentiu uma inexplicável irritação e decidiu-se sobre algo que vinha cozinhando em sua mente desde o início do ano letivo.

Ao final da aula, quando Grifinória já havia perdido quinze pontos e Ginny amaldiçoava até a quinta geração dos Snape, os alunos foram dispensados. Dahlia despediu-se de Ginny e esperou até que todos os alunos saíssem porta afora e foi em direção à mesa do professor.

— Professor Snape? – Chamou ela, sendo prontamente ignorada. – Snape?

— Não deveria estar em alguma outra aula, Srt. Dursley? – Respondeu Snape, pousando um frasco de poção que analisava na mesa e olhando inquisidor para ela.

— Como diretor da Sonserina devia saber que tenho horário vago agora. – Respondeu ríspida, chutando-se mentalmente logo depois. Como pediria algo para o homem se já começava sendo indelicada?

— Como disse?

— Perdão. – Pediu a garota, abaixando levemente a cabeça em respeito. – Queria fazer um pequeno pedido, professor.

— Que seria...?

— Queria algumas aulas e atividades extras de Poções. – Disse a garota, rapidamente.

— Acerta algumas simples questões na aula e já acha vai ser uma grande mestra de poções, Srt. Dursley? – Snape sorria zombeteiro. – Creio que não tenha tempo o suficiente para ensinar algo a mais para uma pequena cabeça-de-vento egocêntrica.

“Egocêntrica? Ele me chamou de egocêntrica”, Dahlia cerrava os dentes em desgosto.

— Certamente não espera que eu seja uma... como disse? – Perguntou ela, irônica. – Ah, sim... grande mestra de poções com onze anos de idade, senhor. Mas tenho um interesse incomum em poções, e desejo mais conhecimento do que simples aulas-padrão.

— Minha resposta continua negativa, Dursley. – Respondeu Snape, pegando a varinha e abrindo a porta com um estopim. – Saia.

— Ora, seu... – Dahlia respirou fundo três vezes. Sentia as bochechas vermelhas e as mãos tremendo.

A loira deu-lhe as costas com violência, ajeitando a mochila nos ombros e os livros nos braços com ferocidade. Não se lembrava de jamais ter se sentido tão irritada e injuriada antes. Entendia completamente a revolta de todos com o professor de poções.

Um grande imbecil, isso sim...”

 

Alguns dias depois, Dahlia havia feito o mesmo pedido para McGonagall e Flitwick, e havia recebido tapinhas entusiastas nas costas e olhares aprovadores, nada como a recusa seca de Snape. A garota estava conseguindo conciliar todos os deveres e aulas de forma organizada, o que era incrível para alguém como ela.

A recusa de Snape e seus insultos continuavam frescos na mente da garota, que bufava de raiva cada vez que entrava na masmorra de poções e era obrigada a encarar o rosto macilento do professor. Ela andava com um plano mirabolante na cabeça, mas precisava da ajuda das amigas para que desse certo.

 - Ginny? – Chamou ela, depois de ter copiado um quadro inteiro de anotações na aula de poções.

— Sim? – Ela respondeu.

— Estou dentro de uma missão aparentemente suicida e bem perigosa que exige a ajuda das minhas amigas mais íntimas... – brincou a loira. – Está dentro?

Os olhos da ruiva se desviaram o quadro negro e entraram em foco com os de Dahlia, e ela sorriu arteira, jogando uma mecha longa de cabelo para as costas e soltando a pena de escrever.

— Essa é minha garota. O que pretende?

 

Colin Creevey podia ser o garoto menos habilidoso daquela turma de poções, mas não era o mais idiota. Quando abordaram o outro primeiranista nos corredores, depois que o susto de ter quatro garotas mais altas que ele o cercando no corredor passou, ele riu da cara das mesmas.

— Querem que eu exploda um caldeirão de poção? – Sorriu zombeteiro. – Na aula de Snape? Estão insanas.

— Por favor, Colin. – Implorou Dahlia. – Faço qualquer coisa.

— Não acho que tenha nada que eu queira, Dursley. – Respondeu ele, já virando as costas para as garotas.

— Ela poderia conseguir uma foto autografada de Harry. – Exclamou Luna.

— Isso mesmo! – Confirmou Gwen, deixando Dahlia e Ginny mais confusas ainda. – Você sabe... eles são primos. Ele faria qualquer coisa que ela pedisse.

Ele havia parado de andar assim que o nome de Harry fora mencionado, por isso, uma florzinha de esperança brotou no coração da loira.

— Bom... quem sabe eu possa reconsiderar minha posição.

A sonserina sorriu para o garoto e bateu com entusiasmo na mão das amigas. Quando o outro foi-se embora, dizendo estar atrasado para algum compromisso, Dahlia virou-se para Ginny e trocou alguns olhares com a amiga.

— Por que colocar Harry na equação mudou a opinião dele? – Perguntou a ruiva, curiosa, virando-se para as outras duas.

— Ah! – Exclamou Gwen, risonha. – Ele tem uma queda pelo Potter. Ou um precipício...

— Todo mundo sabe disso! – Gargalhou Luna. – Ele costuma perseguir o garoto pelos corredores, espera-lo na porta das salas e coisa do tipo.

— Tenho que ter uma conversinha séria com Colin depois que essa confusão passar...

 

O dia seguinte amanheceu lentamente, deixando as garotas inquietas com a ansiedade. Gwen e Luna não poderiam participar, obviamente, mas Colin quase arredara o pé duas vezes antes que Ginny o ameaçasse.

— Lembrem-se – começou Dahlia – Não olhem para Snape. Ginny, finja que está com sono e Colin finja que está com dor de barriga.

— Por que isso tudo, garota? – Colin batia o pé, impaciente.

— Deixa de ser imbecil. Não quero terminar meus dias em Hogwarts tão cedo. – Exclamou a sonserina. – Não tive tempo de pesquisar, mas tenho certeza que ele tem algum jeito de ler os nossos pensamentos.

— Ler os pensamentos? – Zombou Colin. – O que mais Snape pode fazer? Voar? Ele parece e se veste como um morcego, mas não acho que ele seja um de verdade.

— Só obedeça, leão inconsequente. – Reclamou a loira. – Não vou começar alguma coisa para ser pega no fim.

— Vamos logo! – Reclamou Ginny. – Colin, chegue um pouco atrasado. Nunca chega no horário, Snape iria desconfiar se hoje alguma coisa fosse diferente.

Elas podiam ser atrizes. Definitivamente.

Ginny entrou na masmorra arrastando os pés com lentidão, os olhos entreabertos e sonolentos. Dahlia entrou com seus livros na mão, olhando preocupada para a ruiva.

— Ginny, você está bem?

— Fui dormir muito tarde ontem fazendo aquela redação de História da Magia. – Não era uma mentira, felizmente. – Se tivesse me emprestado não estaria assim agora.

— Mas como vai aprender se copiar meus deveres e não fazer nada? – Era uma conversa corriqueira que sempre acontecia no dia a dia das garotas normalmente. Dahlia e Luna eram pontuais nos estudos, enquanto Ginny era tão preguiçosa quanto os irmãos mais velhos e Gwen era mediana.

— Silêncio!

Colin havia entrado na sala naquele mesmo momento, e ninguém se atreveu a trocar um único relance de olhares. Snape começou sua aula normalmente e os alunos deviam fazer uma simples poção revigorante, ilustrada no livro.

Dahlia havia estudado bastante em seu tempo de preparo, e sabia que se a substância mediadora fosse acrescentada ao fogo alto, fervia-se o caldeirão a ponto de fazê-lo derreter e espirrar poção para todos os lados. Colin agora também sabia disso.

Quando Snape estava abaixado na carteira de Jonathon Keign, Colin fingiu espirrar e atirou caldeirão adentro algumas aranhas mortas. Dando um grito, o garoto pulou para trás fugindo de uma onda de poção fedorenta que fizera um garoto da sonserina escorregar e lambuzar-se com o líquido. O caos estava instalado.

Algumas cadeiras foram derrubadas, e os alunos fugiam aos montes da massa que havia se tornado a poção de Colin. Os que foram atingidos riam sem parar e corriam pela sala, derrubando potes de vidro e caldeirões de poção alheios.

— Quietos! QUIETOS! – Nem mesmo Snape conseguia manter os alunos fora da euforia que se instalara. Parecia que o efeito da poção transformava pessoas comuns em pequenos diabretes.

Quando o professor estava ocupado com uma aluna em particular de cabelos de fogo que havia se enrolado em suas vestes negras, Dahlia saiu furtiva em direção à sala do professor.

A sala de Snape era tão meticulosa e arrumada quanto a sala de aula anteriormente era. Tudo organizado e etiquetado nos mínimos detalhes. Dahlia não demorou a encontrar onde o professor mantinha seu estoque pessoal de poções. Procurou desesperadamente por losna e asfódelo e saiu do lugar tão rápido quanto entrara.

Snape estava de costas para onde ela estava, por isso foi fácil encolher-se em uma parede tal como se estivesse fugindo do rastro de poção que alastrava o chão. Quando o homem se virou para ela, ele crispou os lábios em desgosto de voltou a paralisar um aluno elétrico que havia sido atingido por Colin.

— Você me deve mais que uma foto autografada. – Sussurrou Colin, irritado. – Ele tirou vinte e cinco pontos de Grifinória e ameaçou me tirar de Hogwarts!

— Um leão medroso, isso que você é! – Irritou-se a loira, saindo de perto do garoto e indo atrás de Ginny, que estava paralisada perto da mesa do professor.

— Consegui! – Sussurrou a loira, depois de dizer o contrafeitiço. Ambas se sentaram novamente nas cadeiras arrumadas e Ginny fingiu espirrar, como todos os outros atingidos faziam.

 

 

Colin havia conseguido retirar uma foto autografada em conjunto com Harry, com a promessa de alguns minutos de conversa com o garoto às custas de Dahlia, e ela ficara devendo dois favores ao primo depois daquela. Mas tudo tinha valido a pena quando conseguiu reunir todos os ingredientes que precisava no banheiro interditado.

— O que vai fazer com isso tudo? – Perguntou Gwen, observando todos os frascos enfileirados ao lado de um vaso sanitário.

— Quero mandar uma poção do morto-vivo para um mestre de poções chamado Keith Ambrose. – Sorriu Dahlia, preparando o caldeirão. – Não precisei de muito para descobrir a rixa com o homem tinha com Snape no passado...

— E como uma boa cobra, sabe que Snape não é do tipo que perdoa fácil. – Sorriu Luna.

— Que garotinha traiçoeira... adorei! – Disse Gwen. – Onde está Ginny?

— Eu não sei. – Respondeu Dahlia, confusa. – Ela disse que estaria ocupada com alguns deveres hoje. Não entendi muito bem, por que...

— ... ela nunca faz os deveres. – Continuou Luna.

— Ela anda meio distante, ultimamente. – Disse Gwen.

— Ela vai nos dizer o que está acontecendo em algum momento. – Sorriu Dahlia, embora estivesse preocupada. Ela pegou o livro que continha a poção e se virou para analisar as páginas.

            - Onde conseguiu isso? – Perguntou Luna, incrédula, deixando Gwen perdida.

            - O que tem o livro? – perguntou a negra.

— É do sexto ano!

— Peguei emprestado em troca de um trabalho. – Falou Dahlia, dando de ombros. – É uma poção mais complicada do que imaginei. Vai dar trabalho.

— O que quer dizer?

— Os ingredientes precisam ser todos preparados separadamente para depois serem usados. Preciso de paciência e concentração.

— Em resumo; ela está nos chutando. – Riu Gwen. – Ela é delicada para algumas coisas, não, Luna?

— Eu não disse isso! – Reclamou Dahlia, embora sorrisse para as amigas.

— Nós temos alguns deveres de Feitiços agora, de qualquer forma. – Respondeu Luna, abraçando a amiga de lado. – Cuidado com essa poção!

— Não morra, cobrinha. – Disse Gwen, já da porta do banheiro.

O livro de Adam Thorne estava tão limpo quanto no dia que o garoto o comprara, e parecia nunca ter sido usado antes; Dahlia imaginava que ele passava toda a vida acadêmica de poções a base de trabalhos comprados em troca de favores, como estava fazendo com ela.

Ela não podia enrolar mais tempo, o jantar seria em hora e meia dali a frente, e ela precisava passar na sala de Dumbledore antes. Em cerca de dez minutos, o banheiro encheu-se de fumaça azul-perolada. Sua poção apresentava-se lisa e cor de groselha como o livro dizia ser o ideal ao chegar à metade do processo.

Quando terminou de picar as raízes, Dahlia franziu os lábios para a ordem estúpida do livro. “Cortar a vagem para fazer escorrer a seiva?”, como cozinheira, sabia muito bem que a opção mais sensata para aquela finalidade seria amassar o ingrediente com a adaga de prata; fazia escorrer mais seiva do que o corte. Dahlia jogou a seiva no caldeirão, que tomou a cor no tom lilás descrito no livro.

As próximas anotações do autor do livro continuavam sem sentido para a sonserina, que passou a ignorar algumas das instruções e seguir a própria intuição. A poção ia adquirindo lentamente o tom de rosa claro a medida que ia mexendo o caldeirão.

— Segundo o livro a poção deve ficar em uma cor rosa bem clara, mas não acho que continuar a mexer vá clareá-la mais. – Disse Dahlia, sozinha, depois de ter mexido a poção por mais dois minutos.

A garota franziu a sobrancelha para a própria poção, que assumiu um tom de rosa intermediário. O livro dizia claramente que seu melhor ponto era ao rosa-claríssimo, mas não conseguiria fazer uma nova poção no tempo que dispunha. Pegou um pergaminho e pena e começou a escrever uma carta extensa ao Sr. Ambrose.

A Dursley não era estúpida, por isso havia se comunicado previamente com o mestre de poções e pedido algumas instruções na matéria. Ele havia lhe dito, com ar de incredulidade, que se conseguisse lhe entregar alguns frascos de poção do morto-vivo bem-feitos, ele lhe ajudaria.

Depois de lacrar a carta, depositou toda a poção que havia feito em frascos com um feitiço simples anti-quebra e as colocou na mochila que levava, voltando-se para a saída do banheiro.

— Merda! - Havia um fantasma parado a menos de trinta centímetros de seu rosto. Era uma garota de rosto ossudo e óculos grossos apoiados no nariz arrebitado ladeado por algumas espinhas. Estava vestida com o uniforme da Corvinal e permanecia flutuando de braços cruzados.

— Uma garota não devia xingar!

— Qual o seu problema, garota? – Perguntou Dahlia, irritada.

— Humpf! – Pigarreou a fantasma, irritada. – Devia ser mais educada, sonserina.

— Estava me espiando e eu que devo ser mais educada? – Retrucou a loira.

— Você é igualzinha à outra! Irritadinha como ela... – Disse a fantasma. – “Pare com tanto drama, Murta!”, ou “Qual o seu nome, chorona?”...

— Que outra? – Perguntou Dahlia, confusa. – Seu nome é Murta? Que nome ridículo!

— Ridículo? – Os lábios da fantasma tremeram, como se ela fosse chorar, fato que não tardou a acontecer; a garota-fantasma debulhou-se em lágrimas grossas que escorreram por seu rosto sardento. Ela voou rapidamente até um dos boxes que explodiu em um gêiser de água.

— Por isso que esse banheiro vive interditado... Tem um fantasma insano vivendo aqui... – Reclamou Dahlia, saindo do banheiro.

Por mais que Edwiges fosse uma ótima coruja, Dahlia não achava que ela poderia carregar uma caixa de poções até o outro lado do mundo sem se exaurir, por isso queria pedir autorização de Dumbledore para pegar uma coruja de Hogwarts emprestada até que a entrega fosse realizada.

A sonserina não fazia ideia de onde ficava a sala do diretor. Andou durante minutos e não achou nenhum outro aluno, todos pareciam ter desaparecido. Ela olhou em volta e reparou em alguns quadros que a observavam.

— Senhor, poderia me indicar onde fica a sala do diretor? – Ela havia parado em um dos extensos corredores e se virado para um quadro de um senhor já de idade, com uma taça de vinho na mão direita e um cacho de uvas na outra.

— Siga-me.

Dahlia não esperava essa ordem, por isso surpreendeu-se quando o homem se levantou e andou, atravessando as molduras dos quadros e indo em direção a uma das torres do castelo. A loira deve ter seguido o homem por minutos antes de parar em frente a algumas gárgulas de pedra, assustadoras na opinião da garota.

— Precisa da senha agora, senhorita. – Afirmou o retrato do homem. – A propósito, sou Sir. Wyllis, a seu dispor.

— Muito obrigada por sua ajuda, Sir. Wyllis. – Agradeceu Dahlia. – Sou Dahlia Dursley. Sabe como posso conseguir a senha necessária para entrar?

— Pode tentar pedir à gárgula. – Disse o homem, risonho, dando a volta no quadro em que estava e saindo, provavelmente de volta para o próprio quadro.

Dahlia não tinha pretensão nenhuma de pedir algo àquela gárgula sinistra, mas suas possíveis aulas de poções avançadas estavam em jogo, por isso a garota deu um passo à frente, pigarreando para começar a falar; não foi preciso, a gárgula saltou para o lado esquerdo, dando passagem para uma escada em espiral que levava para cima. A sonserina começou a subir.

A escada dava direto para uma porta aberta que era a entrada para um escritório enorme, em um formato arredondado com diversas janelas, estantes e quadros de alguns homens e mulheres de expressão fechada. Nenhum lugar do escritório parecia estar desocupado. Dahlia teria continuado sua inspeção ao lugar, mas um leve pigarrear lhe chamou a atenção. Ela gelou no mesmo instante que bateu os olhos na escrivaninha ocupada.

O excêntrico professor Dumbledore repousava em sua cadeira altiva atrás da escrivaninha, e em sua frente estava Severus Snape; ambos a encarando curiosos, Snape com uma expressão de enfado no rosto.

— Uma aluna sua, Severus. – Disse Dumbledore, alegremente.

— Conheço meus alunos, diretor. Obrigada pela nota, mesmo assim. – Disse Snape, secamente. – A questão é o que ela faz aqui...

— Creio que o assunto que me trouxe aqui cabe somente ao diretor – disse Dahlia, empinando o nariz arrebitado para o diretor de sua casa. – Afinal, esse é o escritório dele.

— Está certa, criança. – Disse Dumbledore, docemente. – O que precisa?

Sob o olhar atento e afiado de Snape, Dahlia começou:

— Preciso enviar alguns frascos para um remetente na Austrália, mas não creio que a coruja de Harry possa fazer uma viajem tão longa sem uma exaustão preocupante. Queria sua autorização para pegar emprestado uma das corujas do castelo por alguns dias até que a entrega seja feita.

— Posso somente saber quem é seu remetente, senhorita? – Perguntou Dumbledore.

— Um homem chamado Keith Ambrose. – Respondeu Dahlia.

— Ah! O Sr. Ambrose é um antigo amigo. – Disse Dumbledore, consertando os óculos sobre o nariz torto. – Posso ser um pouco mais ousado e perguntar qual o assunto no qual ambos estão interessados? Pelo que me lembro, Keith tem uma pequena tendência de isolamento.

— Ele está me avaliando como pupila, professor. – Sorriu Dahlia, observando o olhar azedo do diretor de sua casa. – Me considera ousada, pelo menos.

— Os frascos contém alguma poção especial, estou certo? – Disse Dumbledore, docemente. – Por que escolheu alguém tão distante quando pode usufruir de um mestre tão bom quanto o Sr. Ambrose bem aqui no castelo.

Snape parecia insultado depois da fala de Dumbledore, por isso tomou a fala e disse:

— Creio que somente um homem como Keith Ambrose se rebaixaria a ensinar alguém... assim. Certamente pretende passar seus conhecimentos ordinários adiante.

— Desculpe, professor Snape? – Perguntou Dahlia, crispando os lábios.

— Por que não avalia o trabalho que sua estudante fez antes de criticá-la, meu caro?

Dahlia estava resoluta, mas tirou um de seus frascos da bolsa com violência e o colocou na mão estendida de Snape, encarando seu olhar de deboche mal-disfarçado. Ele destampou o frasco, cheirando levemente e soltando um esgar de surpresa.

— Uma poção do morto-vivo?

— Ah! Conseguiu identificar uma poção feita por alguém tão... escasso de conhecimentos, professor? – Perguntou a loira, ácida. – Não deve estar péssima, pelo menos.

— Onde conseguiu os ingredientes? – Perguntou o homem, franzindo as sobrancelhas.

— O Sr. Ambrose enviou-me por correio. – Mentiu ela. – É um homem bastante prestativo. Não é à toa que é conhecido como o melhor mestre de poções da atualidade.

Foi um golpe forte demais para o orgulho de Snape, aparentemente. Ele rosnou em cólera e Dumbledore interferiu na conversa novamente, dizendo:

— Como está a poção da Sr. Dursley, Severus?

— Boa.

— Uma poção dificílima do sexto ano preparada por uma aluna do primeiro ano considerada “boa” por alguém como Severus é um grande feito, senhorita.

— Não quero ser boa, professor Dumbledore. Quero ser ótima. A melhor.

— Ainda quer a ajuda de Severus para isso, minha cara?

— Não creio que ambos estaríamos felizes com isso, diretor. – Disse ela, crispando os lábios. – E com alguém tão especializado como Ambrose, por que recusaria sua ajuda pelo Sr. Snape?

— Perdão? – Rosnou Snape, levantando-se da cadeira e indo em direção à garota. – Keith Ambrose nunca chegou meramente aos meus pés, Dursley.

— Não é o que parece, Sr. Snape. – Disse ela, ácida. – Em questões de polidez posso dizer que ele é um rei enquanto o senhor permanece como um trasgo.

— Suas aulas extra-classe começam na próxima semana, depois do jantar. – Dahlia abriria a boca para contestar, mas foi interrompida. – Não quero saber de reclamações ou qualquer outra coisa. E me dê esses frascos de poção. Francamente... que garota inconsequente.

Ele praticamente lhe obrigara a entregar todos os frascos de poção do morto-vivo, saindo tempestuosamente pela porta logo depois. Ela se virou novamente para o diretor da escola, incrédula.

— Não creio que vá precisar da coruja emprestada agora, certo?

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— Camila aqui! - disse a garota baixinha de óculos tortos. - Passando pra avisar vocês que sempre coloco umas coisinhas importantes/interessantes nas notas iniciais E finais. Hoje mesmo tem informaçõezinhas relevantes. Leiam as notas e comentem, pessoinhas. Beijinhos ♥

E ela saiu saltitando, dando o braço para uma sonserina com cara de sono e irritadiça.


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Notas finais do capítulo

Gentchi, podem ficar MUITO felizinhas pq o próximo capítulo tem uma bomba muitcho grande MEEEEESSSMO. Podem esperar tragédia pq já disse que sou cruel mesmo.
Com relação as leitoras maravilhosas que postaram comentários maravilhosos: BICHAS, AS SENHORAS SÃO DESTRUIDORAS MEEEESSSMO, HEIN?
Relembrando pra quem não lembra [avá]: SEMPRE QUE EU RESPONDO OS COMENTÁRIOS É PQ O CAPÍTULO NÃO VAI DEMORAR A SAIR. Por isso; quem comenta tem quase um prelúdio de quando o capítulo vai sair. Comentem, meus amorecos.
To pensando em fazer umas coisinhas legaisss. O que vocês acham de uma competiçãozinha? Quem ganhar pode escolher o futuro de um personagem [COM OPÇÕES, GALERINHA]! ~as regras, como vai funcionar, quando vai ser e eteceteras vão ser divulgados pelos próximos capítulos! Bem... isso se muita gente aprovar, né? kkkk comentem com suas opiniões.



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