Le Sobriété de Pouvoir escrita por Megara


Capítulo 6
S01C06 - Verde


Notas iniciais do capítulo

Olá, serumaninhos lindosss!
Como cês tão?
Capítulo curtinho para anteceder um capítulo grandão cheio de surpresinhas maravilhousers. Aguardem-me ♥



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Talvez se o chapéu seletor lhe disse que ela não tinha nenhuma casa, ela teria ficado menos surpresa. Olhou, incrédula, os rostos pasmos de todos os Weasley, perto de onde finalmente havia achado Harry; e ele não parecia menos surpreso.

Espere um momento... O que quer dizer com “sonserina”? – Ela parecia se negar a sair do banquinho de três pernas enquanto não obtivesse uma resposta.

— Não deveria estar tão surpresa, garota... – Reclamou o chapéu – Sangue clama pelo sangue no mundo da magia. Assim como seus antepassados foram, assim você será.

Mesmo sabendo que ninguém havia ouvido sua conversa com o Chapéu Seletor, ainda sentia como se todos cravassem lâminas nela com os olhos. Era uma sensação horrível, aquela.

— Tyler Erwin! – Chamou Profa. McGonagall. Olhando para a garota como se a encorajasse a seguir para a mesa verde e prata.

Florence parecia estar no modo automático. Levantou-se do banco, trêmula, notando que suas vestes haviam mudado de cor e ostentavam o emblema de Sonserina. Olhou para a mesa da casa na qual pertencia agora e encontrou os olhos cinzentos gélidos de Malfoy, fixos nela. Ele sorria zombeteiro e apontava para o fim da mesa, onde não havia ninguém.

Ela não iria abaixar a cabeça e se esconder. Empinou o nariz para Malfoy e seguiu altiva para uma cadeira vazia ao lado de Edward Becker, um novato como ela. A seleção prosseguia, e Florence encarava as costas das amigas com certo receio.

—             Luna Lovegood! – Luna subiu altiva até o banco, e Florence invejou um pouco a postura da amiga. Ela tinha estado aterrorizada, mas sabia que Luna estava mais curiosa do que com medo. A outra loira sorria enquanto ouvia o que o chapéu seletor dizia, e logo o mesmo anunciou:

— Corvinal! – Luna seguiu saltitante até a mesa azul que gritava.

— Então... Srt. Dursley... – Chamou Edward, ao seu lado, olhando-a de esguelha – Você provém de que família bruxa?

— O quer dizer? – perguntou Florence, com um vinco na testa.

— Ora! O sobrenome Dursley obviamente não parece bruxo. Então você é mestiça, certo?

— Gwendolyn Pardeux! –Chamou Minerva.

Gwen saiu altiva do meio dos outros primeiranistas e sentou-se no banquinho de três pernas. Seus olhos encontraram brevemente os de Florence e as duas se pegaram sorrindo uma para a outra. O sorriso de Gwen esmoreceu e um vinco se formou em sua testa, então o chapéu anunciou:

— Lufa-lufa!

Gwen pareceu incrédula por alguns segundos, assim como Florence havia ficado, mas se mexeu rapidamente do banco e foi para a mesa que gritava de aceitação. Ela sentou-se perto de uma garota alta de franjas, que lhe sorriu. Florence sentiu Becker lhe tocando o ombro e virou-se novamente para o garoto.

— Sou nascida-trouxa, Sr. Becker. – Respondeu Florence, encarando o garoto que lhe devolvia o olhar, surpreso.

— Trouxa? Completamente? – Muitas cabeças de sonserinos se viraram para a dupla que conversava, escutando a exclamação do garoto. Ele parecia incrédulo e, quando abria a boca para falar novamente, Florence ouviu:

— Ginevra Weasley!

A seleção estava no fim, e Ginny foi a última a ser chamada pela professora. A ruiva seguiu de cabeça erguida até o Chapéu e colocou-o, franzindo um pouco a sobrancelha e depois sorrindo sarcástica. O chapéu não tardou a enviá-la até a mesa vermelha e dourada, que a ovacionou com gritos e palmas.

A Profa. Minerva enrolou o pergaminho dos nomes e recolheu o Chapéu Seletor. O garoto Becker ainda lhe segurava o ombro, e ela estava ficando farta da situação.

— Tem mais alguma pergunta, Sr. Becker?

— Como você está na Sonserina?

— Estando – Respondeu ríspida – Agora tire as mãos de cima de mim ou irá perdê-las.

Antes que o sonserino pudesse continuar com seu questionário irritante, Albus Dumbledore se levantou. Sorria radiante para os estudantes, os braços bem abertos, como se nada no mundo pudesse ter-lhe agradado mais do que vê-los todos reunidos ali.

— Sejam bem-vindos! - disse. - Sejam bem-vindos para um novo ano em Hogwarts! Antes de começarmos nosso banquete, eu gostaria de dizer umas palavrinhas: Casulão! Comichão! Sabichão! Obrigado.

E sentou-se. Todos bateram palmas e deram vivas.

Florence lançou um olhar de advertência a Becker e se virou para frente. Seu queixo caiu. Os pratos diante de si agora estavam cheios de comida. Ela nunca vira tantas coisas que gostava de comer em uma mesa só: coxinhas de galinha, porco assado, salsichas e, por mais surpreendente que parecesse, docinhos de chocolate com recheio de morango e sorvete dos mais variados sabores.

Não que os Dursley houvessem a deixado com fome, mas nunca lhe fizeram as comidas que gostava ou deixavam-na comer o quanto quisesse. Embora, por outro lado, Duda sempre comia de tudo o que quisesse quando quisesse e na quantidade que quisesse, mesmo que acabasse doente. Florence começou a comer e era tudo delicioso.

— Curioso...

Florence ainda estava concentrada em comer o máximo de sorvete que conseguisse, por isso, demorou a voltar-se para a voz que aparentemente falava com ela. Era um fantasma, ela não tinha dúvidas. O corpo translúcido coberto de sangue prateado e um olhar aterrorizado fixo no rosto.

— O que é curioso? – perguntou a garota.

— Você, tolinha. – Respondeu o fantasma, abrindo um sorriso sinistro, ainda acompanhado do olhar ferido. – Sou o fantasma da Sonserina. Bloody Baron, ao seu dispor...

Não sem um preço, imagino”, pensou a Dursley.

— Florence Dursley, Sr. Baron.

— Ora, ora... Eu sei bem disso, não tenho disfunções auditivas, senhorita. Mesmo estando morto. – Florence deu de ombros, ignorando-o. Se o fantasma iria tratá-la com tal falta de decoro, ela ia se portar à altura.

— Ora, ora – Começou Baron – Você parece menos cabeça-oca que seus colegas desmiolados, Srt. Dursley. Diga-me... Você leu algum dos livros propostos?

— Sim, senhor. – Baron franziu as sobrancelhas para ela e voltou a sorrir do jeito estranho. – Li História da Magia e Mil Ervas e Fungos Mágicos.

— História da Magia? Interessante. – Baron virou-se um pouco e olhou diretamente para a mesa da Corvinal. – Sonserinos são orgulhosos e a maioria têm notas excelentes, Snape não permitiria menos. Embora o chapéu nunca erre, tenho uma leve impressão que estaria melhor em Corvinal.

— Não duvido. – Florence deu de ombros. – Mas as histórias do livro que li são realmente fantásticas, em sua maioria. Outras tristes.

— Mas as melhores histórias fogem dos livros tradicionais.

Florence tinha a língua coçando para perguntar-lhe sobre a história dele, mas decidiu que seria indelicado em excesso, por isso limitou a acenar com a cabeça e sorrir para Edward, que parecia querer sair de perto do fantasma o mais rápido possível.

Garoto medroso...” – pensou a Dursley.

— Qual seu incrível posicionamento em relação às Revoltas dos Gigantes?

— Não posso dizer que estou do lado dos bruxos – afirmou Florence, torcendo o nariz. – Bruxos em geral parecem bastante preconceituosos com outras raças. Gigantes ainda são caçados na Romênia, mas matam muitas pessoas na Áustria. Não posso dizer que estou do lado deles, também.

— Fica no meio da balança, então?

— Não existe uma balança que possa mesurar o peso de mortes. Não tenho lado algum.

— Você parece que se interessou em demasia por História da Magia. Incomum, na verdade. – Falou Bloody Baron, suspirando. – Disse que havia lido Poções, também. Entre as duas, qual mais lhe interessou?

— Poções, sem dúvida. Embora eu precise analisar como é o preparo de uma poção.

— Snape é o diretor da casa, como bem sabe. Felizmente, você é sonserina. Senão não iria apreciar nem um pouco as aulas.

— Ora... – Sussurrou Florence, passando os olhos curiosos na mesa dos professores. – Então nosso diretor é um carrasco? Provavelmente ranzinha. Que estúpido.

— Deveria lavar a boca para falar sobre o diretor, pequena Dursley. – Falou Malfoy, a poucas cadeiras de distância.

— E você deveria ir tentar secar gelo antes de conversar comigo, Malfoy – Respondeu Florence, ríspida. – De preferência uma pedra do tamanho do seu ego.

— A gatinha tem garras. – Sorriu um garoto negro ao lado de Malfoy.

— A “gatinha” vai arrancar seus olhos durante o sono se você se referir a ela de novo assim. – Retrucou ela.

Finalmente, todas as comidas desapareceram da mesa, e o Professor Dumbledore ficou de pé mais uma vez. O salão silenciou.

— Hum... Algumas palavrinhas agora que já comemos e bebemos. Tenho alguns avisos de início de ano letivo para vocês. Os alunos do primeiro ano devem observar que é proibido andar na floresta da propriedade. E alguns dos nossos estudantes mais antigos fariam bem em se lembrar dessa proibição. O Sr. Filch o zelador, me pediu para lembrar a todos que não devem fazer magia no corredor durante os intervalos das aulas. Os testes de Quadribol serão realizados na segunda semana de aulas. Quem estiver interessado em entrar para o time de sua casa deverá procurar Madame Hooch. Infelizmente, creio que hoje não cantaremos nosso belo hino, mas não deixaremos adiar mais que amanhã!

— E agora, todos para a cama! Adem, andem! Alunos novos, sigam seus monitores.

Os novatos sonserinos se levantaram quase ao mesmo momento, e logo todos seguiam um garoto alto de cabelos loiros e cacheados que se apresentara como Adam Thorne. Florence não sentia nem um pouco de sono, a curiosidade e ainda aquela pontada de medo a seguia. Os corredores logo se tornaram mais frios, escuros e iluminados por archotes fracos.

— Chegamos. – Anunciou Thorne, parando a frente de uma parede de pedra lisa. – Sangue-Puro.

Todos, inclusive Florence, ofegaram surpresos quando a parede pareceu se dissolver e abriu-se uma passagem em seu lugar, mas logo todos adentravam no lugar. O salão comunal possui um teto baixo e a luz das tochas era esverdeada, a sala toda transparecia riqueza, mas com um toque de masmorra, com lâmpadas e cadeiras esverdeadas e candelabros de prata. Florence reparou em vários peixes se movendo atrás das janelas, e se surpreendeu ao perceber que estavam abaixo do lago de Hogwarts.

— O caminho para dormitório feminino é abaixo do lustre de cobras, o do dormitório masculino é ao oposto. Estejam atentos, em algum momento nos próximos dias o diretor virá dar seu recado de início de ano.

Florence notou que a maioria dos sonserinos se referia ao diretor da casa como simplesmente “diretor” e achou o fato engraçado. Olhou com curiosidade a sala ao redor de si, mas decidiu ser melhor organizar todas suas coisas primeiro. Seguiu até o local indicado pelo monitor e logo se viu em direção a uma escada de pedra branca que se estendia em espiral para cima, perto de sua base havia um lustre luxuoso de cristal que representava diversas cobras entrelaçadas. Por um vislumbre, a garota viu o lustre se mover, e perguntou-se se aquilo seria possível.

Ao lado das outras sonserinas, a Dursley entrou em seu dormitório. As camas de madeira escura tinham fronhas verde-escuras e ao lado de cada cama havia uma mala encostada. Florence encontrou a sua na cama que repousava abaixo de uma grande janela que mostrava o fundo do lago.

Nenhuma das garotas pareceu muito interessada em fazer amizade com uma nascida-trouxa, mas todas se apresentaram. Florence se viu dividindo o dormitório com quatro garotas de mal humor; uma loira, duas morenas e uma negra. Todas se sentaram em suas camas, e com uma aquiescência, se viraram para Florence.

— Oi – resmungou uma das morenas. – Sou Annelise Keaton. Essas são Tuppence d’Mira, Foxes Gail e Marjory O’Hare.

— Olá! – Respondeu Florence, incerta. – Sou Florence Dursley. Espero que possamos viver sem problemas...

— Ora... Ninguém está mais surpreso que os sonserinos por ter uma nascida-trouxa na casa, mas... o que podemos fazer? – Comentou Annelise – Sou mestiça, de qualquer forma. Me chame de Elise, se quiser.

— Ela está certa. Você é um sonserina agora. – Completou a loira chamada Tuppence. – Quer queira ou não.

— Vai acabar aprendendo que os sonserinos cuidam dos seus, de uma forma estranha. – Continuou Foxes, uma negra de cabelos volumosos e de cachos definidos. – A maioria de nós vem para Sonserina como legado, e sabe disso ao entrar em Hogwarts.

— Mas não ache que vai se tornar amiguinha de todos, por que não vai acontecer – Disse Marjory, a loira, ácida – Mas ainda é uma de nós, como Tuppence disse.

— Como sabem tanto? – perguntou Florence – Quero dizer... São tão primeiranistas quanto eu.

— Somos legado, Dursley – reafirmou Foxes. – Nossos pais foram de Sonserina em seu tempo, a maioria dos alunos têm gerações que seguem a tradição.

— E o seu primeiro passo como sonserina de verdade é deixar de ser estúpida, é claro. – Disse Marjory.

— Marjory é franca até demais, mas está certa. – Suspirou Annelise.

— Ninguém irá te chamar de “Florence”, garota estúpida. – Garantiu Marjorie. – É um nome trouxa, e todos que não quiserem te chamar pelo sobrenome irão se referir a você como “Dahlia”. Aceite isso.

— Não entendo a negação. – Disse Foxes – Incrivelmente, Dahlia é um nome bem-usado no mundo da magia, existe certa crença no nome. Estúpida, é claro, mas torna você mais sortuda que imagina.

— É um nome de entonação estranha. – Florence torcia o nariz. – Uma crença, você disse?

— É um nome de entonação forte. – Corrigiu Tuppence, ignorando a pergunta de propósito. – Não vai progredir aqui parecendo uma leoa estúpida. Cresça sem uma fonte de apoio ou irá curvar até quebrar.

As outras garotas não disseram nada mais, e todas se viraram para suas malas e começaram a organizar suas próprias coisas, caladas. Florence, que aceitava gradualmente o conselho das outras, começava a pensar em si como “Dahlia” como nunca havia feito antes na vida.

Se Florence precisa deixar de existir para Dahlia nascer, que seja”.

Era um pensamento bobo, é claro. Por que Florence Dursley não havia morrido, ou sido soterrada em sentimentos desconhecidos. Continuava a mesma garota loira, mas um dos primeiros passos de seu amadurecimento havia sido concretizado.

 

Na manhã seguinte, o dia amanhecera nublado, e nuvens carregadas pareciam querer destruir o castelo. Quando chegou ao salão principal naquele dia, Dahlia imediatamente procurou por Ginny, mas, quando já havia dado um passo na direção da ruiva, se lembrou que não podia se sentar com a mesma. Moveu-se, desanimada, para a mesa da Sonserina.

As quatro mesas compridas, cada uma de uma casa, estavam cobertas de terrinas de mingau de aveia, travessas de peixe defumado, montanhas de torradas e pratos com ovos e bacon, sob o céu encantado. Dahlia sentou-se ao lado de uma garota de cabelos cor de mel arrumados em tranças e cheia de sardinhas. A loira comeu em silêncio.

— Não cumprimenta mais os amigos, loira? – Perguntou uma voz conhecida atrás dela.

Era Ginny, é claro. Ladeada por Gwen e Luna, a primeira parecia desconfortável e a segunda continuava alheia. A três amigas lhe sorriram antes de sentarem perto de si; Ginny ao seu lado e as outras duas a sua frente. Quando Dahlia abria a boca para falar, alguém a interrompeu.

— Vocês não podem sentar-se aqui. – Resmungou Marjorie, encarando as três garotas, ferina. – Vão embora!

— Ora! Eu me sento onde eu bem entender, O’Hare. – Respondeu Ginny, irritada. – Fique calada, você.

— Ela está certa. Vocês têm suas próprias casas, assim como Dahlia tem a dela. Respeitem isso nos momentos apropriados. – Disse Tuppence, fungando.

— Não vejo como desrespeito – começou Luna – nunca entendi muito bem por que as quatro mesas eram divididas entre as quatro casas, de qualquer forma.

— O correio está prestes a chegar. – Interrompeu Annelise, de propósito, mesmo estando com uma cara de descontentamento, também.

A confirmar o comentário, ouviu-se um rumorejo de asas, no alto, e uma centena de corujas entrou, descrevendo círculos pelo salão e deixando cair cartas e pacotes entre os alunos que tagarelavam. Uma grande coruja marrom altiva parou a frente de Foxes e lhe deixou cair um embrulho de jornal ao lado do prato.

— Obrigada, Hunter. – Agradeceu a garota.

Dahlia viu um reflexo branco passando ao seu lado, e quando se virou viu Errow entregando uma carta comum a Ron, que estava ao lado de Harry. Olhou os cabelos revoltosos de Harry e percebeu, de súbito, que estava com mais saudade do primo que se atrevia pensar. Ele também não lhe dissera nada desde a seleção.

— Hey, Ginny – Chamou Gwendolyn – Por que estava fazendo careta durante a seleção?

— Ah! – Exclamou a ruiva, risonha – O chapéu disse algo como “Outra Weasley! Como o mundo reagiria se não fosse para a Grifinória?”, ele estava brincando, é claro, mas mesmo assim eu ameacei afoga-lo em uma privada do banheiro masculino. Ele disse que aquilo já era prova o suficiente e me mandou para Grifinória.

— Não acredito que ameaçou o Chapéu Seletor... – riu Dahlia, seguida pelas outras.

— Hey, você! – Disse uma voz conhecida por perto. – Você mesma, Dursley.

Era Adam Thorne, entregando os horários de todos os alunos. Dahlia recebeu o próprio que lhe era estendido e viu que sua primeira aula do ano não era Poções, como ela desejava, e sim História da Magia.

Isso é bom” – pensou ela – “Podia ser Herbologia...

Dahlia agradecia aos céus secretamente por cada uma das amigas terem caído em uma casa diferente, assim nenhuma das quatro nunca ficaria sozinha. Mas perceberam que a vida no castelo era mais complicada que imaginavam.

Elas descobriram facilmente que haviam MUITAS escadas em Hogwarts: largas e imponentes; estreitas e precárias; umas com um degrau no meio que desaparecia e a pessoa tinha que se lembrar de saltar por cima e outras mais estranhas ainda. Além disso, havia portas que não abriam a não ser que a pessoa pedisse por favor, ou fizesse cócegas nelas no lugar certo, e portas que não eram bem portas, mas paredes sólidas que fingiam ser portas. Era também muito difícil lembrar onde ficavam as coisas, porque tudo parecia mudar frequentemente de lugar.

Nas aulas de História da Magia, Gwendolyn sempre caía no sono durante as explicações de Binns enquanto Dahlia era a única da sala que não achava as aulas do fantasma entediantes. Em Herbologia, Profa. Sprout tremia e lamentava todas as vezes que via a garota Dursley; não haviam tido uma única aula sem que ela não matasse uma planta.

Os fantasmas eram os menos inconvenientes, na opinião da loira. Sempre lhe respondiam quando perguntava alguma coisa e mesmo Peeves não lhe atirava coisas quando passava. Bloody Baron parecia evitar seu caminho, mas em todas as vezes que se encontravam ele lhe destinava o mesmo sorriso macabro acompanhado dos olhos arregalados.

Uma das matérias que Dahlia atestara gostar em demasiado era Feitiços, e também Transfiguração. Logo, em poucas aulas, se tornara a melhor aluna de seu ano nessas matérias, e os professores a adoravam. Embora não conseguisse manter uma planta viva mais que quinze míseros minutos, tinha a incrível habilidade de curvar sua própria varinha ao seu bem querer, o que tornava os feitiços incrivelmente fáceis. Sabia também transformar copos de plástico em castiçais de cristal reluzente e chaves em pomos de ouro, ainda que não soubesse muito bem sua função.

No quarto dia de aula, quando saía de uma aula de História da Magia, ela trombou com força em alguém. Ao lado de Gwen, Dahlia virou-se para desculpar-se e deu de cara com olhos idênticos aos seus próprios. Era Harry.

— Oi... – disse ele, envergonhado. – Eu estava te esperando, mas acabei vindo em sua direção rápido demais. Desculpe.

— Dahlia, – As garotas tinham acostumado a chama-la pelo primeiro nome, como todos faziam. – Tenho Feitiços com Corvinal agora. Nos vemos depois.

Elas se despediram brevemente e a loira voltou-se novamente para Harry. Ele continuava o mesmo garoto que comia seus biscoitos com ganas e lhe abraçava sujo de terra, e Dahlia não aceitava que as coisas fossem mudar apenas por cores de uniformes diferentes.

— Eu queria vê-la antes – Começou Harry – Mas parece que todas as nossas aulas foram feitas para serem distantes umas das outras.

— Sério?

— Não exatamente... – Suspirou ele – Eu estava com medo da mudança. Eu já tinha uma certa certeza que iria para Grifinória, e quando foi para outra casa fiquei surpreso. Os horários diferentes foram apenas um subterfúgio.

— Subterfúgio, hein? – Riu a garota – Finalmente aprendendo palavras difíceis, Arry.

— Quando tenho uma Hermione e uma Florence em minha vida, não há escapatórias. – Dahlia se sentiu estranha sendo chamada novamente de Florence, mas não corrigiu o primo. Por um momento até surpreendeu-se com a facilidade com que havia feito a transição entre os nomes.

— Você não tem aula agora, Sr. Potter. – Perguntou Dahlia, divertida.

— Tenho dois horários de soneca com Binns agora. – Disse ele, bagunçando propositalmente seus cabelos loiros.

— Vá bagunçar seus próprios cabelos, besta. – Disse Dahlia, irritada. – Diferente de você, eu sigo meus estudos compenetrada. Tenho minha primeira aula de Poções agora.

— Ouch! – Exclamou Harry, colocando a mão dramaticamente no peito. – Boa sorte com Snape. Vai precisar.

Harry puxou-a para um abraço apertado, e sussurrou algo como “Não desaparece nesse castelo enorme, garota” em seu ouvido. Ela simplesmente sorriu e lhe deu um soco amigável no ombro, seguindo para a aula que mais esperava.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Não deixem de comentar!
Próximo capítulo Dahlia finalmente vai conhecer o Severus...
Tanãnanã...