Será que somos mesmo tão diferentes assim? escrita por Anaju


Capítulo 44
Amor à primeira vista


Notas iniciais do capítulo

Um novo professor pode mexer com o coração de alguém, quem será essa pessoa?



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No outro dia de manhã:

Laura:

Estava prestes a bater na sala da diretora Helena quando ouvi ela dizer:

— Está tudo certo então professor Augusto, desejo sorte no seu novo emprego e sinto por perdemos um ótimo professor como o senhor.

— Obrigada, desejo sorte com os alunos também e desculpe por ter me demitido por telefone, mas eu estava ansioso para que soubesse que teria que sair, pois passei em um concurso público para outra cidade, aí terei que me mudar rapidamente.

— Tudo bem, professor.

Bati na porta e a diretora falou para eu entrar.

— Com licença, diretora Helena e bom dia. Vim deixar minhas sacolas de roupas para doar aqui, como a professora Fernanda disse ontem para fazermos.

— Sim, Laura. Bom dia. Deixe ali no canto com as outras, está com a etiqueta com o nome da sua equipe?

— Está.

— Perfeito, então.

— Ah, bom dia, professor Augusto. – Eu dei bom dia para o nosso ex professor, que pena que ele vai nos deixar, afinal ele é o professor mais bonito do nosso ano, mais bonito até que o professor René. Preciso contar para as meninas que ele pediu demissão.

— Bom dia. Laura. – Ele me deu bom dia de volta.

O professor Augusto parece uma versão mais velha do Jorge.

Me despedi da diretora e do ex professor e fui para o grupo das meninas.

— Vocês não sabem.

— O que que a gente não sabe, Laura? – Maria Joaquina me perguntou.

— Que o professor Augusto pediu as contas, ou seja, se demitiu.

— O que? Porque? – Margarida perguntou.

— É, como assim? – Valéria perguntou também.

De repente todas as meninas começaram a perguntar juntas.

— Me deixem falar que eu respondo. – Eu, falei.

Elas pararam de perguntar juntas ao mesmo tempo.

— O professor Augusto vai sair da escola, porque passou em um concurso público e vai ter que se mudar de cidade.

— Eu acho que não é por isso não. – Alícia, discordou.

— Então você acha que é por que? – Eu perguntei.

— Dizem as más línguas que o professor Augusto é apaixonado por uma das meninas da nossa turma e então deve ter sido por isso que ele pediu demissão. – Alícia me respondeu.

— E essa menina deve ser a Luiza, afinal todo mundo é apaixonado pela Luiza. – Maria Joaquina, disse o que todo mundo estava pensando.

Luiza e Maria Joaquina se olharam com ódio até que eu mudei de assunto e o clima ficou normal novamente.

Laura off

Helena:

Quando terminei minha conversa com o professor Augusto já tinham três candidatos à vaga de professor de história na escola.

Entrevistei o primeiro: Luís, que foi meu colega na pós-graduação, na época que eu fazia pós em história, ele foi bem na entrevista, mas falta alguma coisa nele.

Entrevistei o segundo: Gustavo, que é amigo do René, também falta alguma coisa.

Quando entrevistei o terceiro o contratei na hora, ele também é amigo do René, o nome dele é: Lucas. Ele já vai começar amanhã mesmo, afinal quinta-feira é dia de aula de história.

Espero que o novo professor de história se dê bem com a turma.

Helena off

Suzana:

Estava a caminho da sala dos professores cheia de livros nas mãos quando esbarrei em cheio em alguém, caí com tudo no chão.

Levantei os olhos e vi um par de belos olhos me olhando e uma mão pronta para me ajudar a levantar.

— Desculpe, estava meio distraído. – A pessoa me ajudou a levantar e falou.

— Eu que preciso pedir desculpas, estava com muitos livros e não te vi.

— Eu nunca te vi por aqui, você é pai de algum aluno? – Eu perguntei.

— Não, sou o novo professor de história.

— Ah, sim. A Helena comentou comigo que o Augusto se demitiu.

— Meu nome é Lucas. Prazer. – Ele se apresentou.

— O prazer é todo meu, meu nome é Suzana.

— Hun... podemos sair qualquer dia para nos conhecermos melhor, afinal seremos colegas de trabalho.

— Sim, sou professora de educação física.

— Interessante.

Lucas abriu um sorriso que me deixou sem ar, daqueles iguais os do René, na época em que ele era meu namorado. Só eu mesmo estando na frente de um cara lindo como o Lucas para pensar no René.

O Lucas deve estar bem interessando em mim mesmo, pois trocamos números de celular e já marcamos de sair juntos amanhã à noite.

Suzana off

Abelardo:

Ainda não consigo me conformar que a Marcelina está namorando com o Mário, ele sempre a desprezou, enquanto eu sempre a tratei muito bem. Eu sempre gostei dela, eu que tinha que ser o namorado dela, um de meus melhores amigos me traiu, mas a culpa não é do Mário, a culpa é minha por não ter me declarado logo para a Marcelina, poderia ter feito ela se apaixonar por mim.

O pior é que o Mário não gosta dela, gosta da mesma menina que o Paulo, a Luiza, que agora namora com o Daniel. Será que o Mário só gosta ou namora com as meninas que os melhores amigos gostam? Infelizmente não dá para mandar no coração, se eu pudesse mandar no meu esqueceria a Marcelina.

O sinal do início das aulas soou e eu fui para a sala e chegando lá vi Marcelina e Mário entrando na sala de mãos dadas o que não me deixou nem um pouco tranquilo.

Horas depois:

Saímos para o recreio, lanchamos rapidinho e fomos para a quadra para saber o resultado da prova de hoje, que é a terceira. Meu grupo até agora não tem sequer um pontinho para contar história. Será que conseguimos o ponto de hoje?

— Contabilizamos as peças de roupa e a equipe vencedora é: Stars of Gymkhana [Estrelas da Gincana]. – A diretora Helena nos informou assim que chegamos à quadra.

Finalmente minha equipe ganhou um ponto.

— Agora cada equipe está com um ponto. Parabéns equipes. – A professora Fernanda, disse.

— A quarta prova será um revezamento de estilos de nado em equipe. Como uma das equipes tem seis pessoas, as equipes de sete terão que decidir qual participante da equipe não vai participar da prova. A prova acontecerá amanhã durante a nossa aula de educação física, ou seja, nos últimos tempos. – A professora Suzana, disse.

O sinal do retorno ás aulas soou e voltamos para a sala de aula.

O tempo passou e o sinal de final das aulas soou.

Abelardo off

No outro dia:

De manhã:

Margarida:

Acordei com o despertador e assim que levantei fui logo tomar banho e me arrumar para ir para a escola. Quando terminei de me arrumar fui tomar café da manhã, chegando na cozinha meus pais estavam no meio de um beijo apaixonado. Fico tão feliz que eles não brigam mais, era horrível acordar com gritos e dormir com mais e mais gritos.

— Bom dia, pais. – Eu falei e os assustei, pois saíram do beijo correndo.

— Bom dia, filha. – Os dois disseram juntos, se olharam e riram.

— Estou adorando que vocês estão bem. – Eu comentei.

— Sim, filha. Muito bem. – Minha mãe, disse.

— Muitíssimo bem, sem mais brigas. – Meu pai, falou.

— Isso mesmo. – Minha mãe, concordou.

Ver meus pais juntos e felizes é a melhor coisa do mundo.

— Filha.

— Fala, pai.

— Mudando totalmente de assunto fico muito feliz por você ter esquecido o seu ex namorado Daniel e parado de andar com aquele tal de Paulo e agora namorar com o Davi que é um bom menino.

— Eu estou muito feliz com o Davi.

— Que bom, filha.

O Davi é o amor da minha vida, tenho certeza.

Margarida off

Alícia:

— Filha... – Minha mãe me chamou, enquanto eu terminava de colocar os tênis da escola.

— Já vou. – Eu gritei para ela.

Quando terminei de colocar os sapatos fui até a sala encontrá-la.

— Fala, mãe.

— Eu comprei uma coisa para você ontem.

— É, e porque não me entregou ontem.

— Alícia...

— Foi mal. O que você comprou para mim?

— Um look.

— Um look?

— Um vestido, alguns acessórios e um sapato.

— Claro tudo rosa, tipo Maria Joaquina, um scarpin de salto altíssimo, ou seja, tudo que eu vou usar com certeza, só que não, né.

— Por que você acha isso?

— Por que todos os acessórios, os sapatos e as peças de roupa que você me dá são assim.

— Pega o embrulho logo e abre.

— Acho que pela primeira vez na vida o embrulho do presente é verde, que é a minha cor preferida, em vez de rosa, que é a cor que eu mais odeio.

Abri o embrulho e dentro dele havia um vestido verde escuro, alguns acessórios também na cor verde escuro e por incrível que pareça um tênis all star branco.

Deixei as coisas em cima do sofá e falei:

— Eu já te disse que você é a melhor mãe do mundo.

— Já, acho que a última vez foi quando você tinha uns dez anos de idade.

— Não exagera. – Eu falei e a abracei muito forte.

Parece que a minha mãe finalmente entendeu que eu não posso ser aquilo que eu não sou.

Um pouco antes da primeira aula do dia se iniciar:

Sentei na minha carteira e peguei meu livro e meu caderno, totalmente conformada de que não seria o professor Augusto que daria aula para nós hoje e nem nunca mais, conformada em não ver mais seus olhos azuis e seu lindo e brilhoso cabelo loiro, sua altura perfeita e sorriso encantador. Tenho certeza de que todas as meninas sentem o mesmo, até as que tem namorado, afinal um professor assim é totalmente inesquecível.

Abri meu caderno e quando voltei meus olhos para a frente novamente vi que o novo professor: eu sei lá o nome, estava entrando na sala.

Olhei bem e vi o novo professor digamos que com mais interesse, percebi que ele é tão bonito, quanto o professor Augusto, então fiquei satisfeita, uma perfeição vai, outra vem.

Observação: Eu amo o Paulo, mas não sou cega.

Alícia off

Margarida:

No recreio:

Saí para o recreio junto com o Davi e assim que pegamos nossos lanches, ele me perguntou:

— Animada para a prova da gincana de hoje?

— Claro e tenho certeza que vamos vencer.

— É, porque?

— Porque eu sou a melhor no revezamento de estilos de nado daqui.

— Ah, e também não é nem um pouco humilde, né.

 - Não sou mesmo.

— E eu gosto de você assim mesmo.

— Gosta, é?

— Gosto. – Ele respondeu e me beijou.

Mordi meu sanduíche, olhei para o lado e vi uma menina olhando o Davi.

— Perdeu alguma coisa por aqui? – Eu perguntei para a menina que com certeza é do terceiro ano do ensino médio.

— Perdi não, só acho seu namorado bonito e olhar não tira pedaço, não. – A garota de cabelos pretos me respondeu.

— Não tira, mas se você não parar de olhar para ele, eu posso tirar um pedaço de você, que tal?

— Calma aí, garota. Já fui. – A garota saiu de perto de mim e de Davi e eu respirei aliviada.

Sentei do lado do Davi novamente, ele me olhou meio tenso e perguntou:

— O que foi isso?

— Nada.

— Você nunca foi ciumenta, o que está acontecendo?

— Com você não, mas com o Daniel sim e muito.

— Eu sei, porém pensei que você tinha mudado.

— Mudei, sei lá o que aconteceu. Prometo que não acontecerá de novo.

— Tudo bem.

Algum tempo depois:

O sinal do fim do recreio soou e fomos todos para o local onde se encontra a piscina.

— Vão se trocar alunos, começaremos daqui a pouco a quarta prova da gincana. – A professora Suzana disse com uma empolgação no mínimo estranha, já que ela é muito amargurada, seca e fria. Esse ânimo todo só pode significar uma coisa, ela está apaixonada novamente, o que não acontece desde que ela era apaixonada pelo professor René.

Fui me trocar e no caminho vi a professora Julieta e a professora Fernanda vindo para junto da professora Suzana e não muito atrás delas estavam a diretora Helena e o professor René de mãos dadas também vindo encontrar a professora Suzana.

Depois de colocar meu maiô e minha touca saí do vestiário e vi Davi de conversinha com a.... Laura. Da Laura eu não tenho ciúme não e não é porque ela é gorda, porque ela está até mais magra, é somente porque tenho certeza que ela não faz o tipo do Davi.

Vi que o professor novo, Lucas? Se aproximava da professora Suzana e dos outros. Tipo todo mundo quer ver a prova da gincana.

Voltei meus olhos para Davi e Laura e vi eles se abraçando? Ah, não. Na frente de todo mundo, Davi. Não, não, não.

A passos largos me aproximei dos dois com sangue nos olhos, eles não se abraçavam mais, porém ainda conversavam.

Quando fiquei frente a frente com eles, falei:

— Davi….

Continua...


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Notas finais do capítulo

Será que o ciúme tomará conta de Margarida novamente?



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