Será que somos mesmo tão diferentes assim? escrita por Anaju


Capítulo 38
Eu minto e você finge que acredita, combinado?


Notas iniciais do capítulo

Será que Marcelina perdoará Luiza?



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Continuação:

Olhei para o lado e percebi que quem me puxa é o …. Paulo.

— Por isso que você não quis ficar comigo, né? Porque gosta do meu melhor amigo, o Mário. – Paulo gritou e eu me assustei.

— Nãoooo, a Marcelina que gosta dele, me deixa ir falar com ela, por favor, eu preciso muito fazer isso. – Eu implorei para que ele me deixasse livre.

— Pode ir. – Ele me soltou.

Entrei no banheiro correndo para tentar confortar a Marce. Eu não quero que fique magoada comigo pelo que aconteceu, o Mário é muito importante para mim, mas ela chegou primeiro na vida dele, certo? Eu não posso e nem vou atrapalhar ela. Não seria justo, ainda mais com ela que me apresentou a turma toda e me fez sentir em casa em um país que era quase estranho para mim, apesar de ter nascido aqui. Ela sempre me apoiou, agora é a minha vez de apoiá-la. 

Respirei e olhei para ela debruçada sobre a pia do banheiro chorando muitíssimo.

Eu não sei direito o que dizer, respirei de novo e disse:

— Me desculpa, por favor.

— Agora não dá. – Ela me falou entre muitos soluços.

— Eu não fiz nada, foi o Mário que... – Eu ia falando e a Marce me interrompeu.

— Por favor, me dá um tempo. – Ela me pediu.

— Tudo bem.

Saí do banheiro e cruzei com Laura que foi correndo lá para dentro.

Luiza off

Paulo:

Alguns minutos antes:

— Nãoooo, a Marcelina que gosta dele, me deixa ir falar com ela, por favor, eu preciso muito fazer isso. – Luiza me respondeu.

— Pode ir. – Eu a soltei quando o que eu mais queria era que ela chorasse nos meus braços.

Luiza entrou no banheiro e eu fui me sentar em um dos bancos da escola para esperar que esse recreio interminável acabe.

— Tudo bem? – Alícia se aproximou de mim e me perguntou parecendo bem preocupada.

Eu estou triste por saber que a Luiza gosta do Mário, mas é óbvio que eu não vou falar isso para a Alícia, afinal ela gosta de mim e não quero magoar mais ninguém hoje. Eu não devia ter falado daquele jeito com a Luiza.

— Eu estou bem. – Eu disse e Alícia se sentou ao meu lado.

— Tem certeza? – Ela me perguntou.

— Tenho.

— Eu te conheço, é por causa da Luiza e do Mário que você está triste, certo?

— Eu já te disse que eu não estou triste.

— Está sim, porém eu já sei bem como te animar.

— Sério? Como?

— Assim...

A Alícia foi se aproximando de mim e eu me afastei rapidamente.

— Você está maluca, eh...?

— Porque?

— Você tentou me beijar.

— Tentei, porque pensei que isso fosse te animar, afinal você nunca recusa um beijo, por que recusou o meu? É por que eu gosto mais de você do que as outras?

— Recusei o seu beijo, porque eu estou apaixonado por outra menina e não acho certo brincar com os seus sentimentos.

— Essa menina seria a Luiza?

— Não te interessa. – Eu falei e saí deixando Alícia sozinha.

Eu me surpreendo comigo mesmo, pois como a Alícia disse nunca recusei um beijo antes e nem sei direito, porque eu disse que amo a Luiza, quer dizer não disse para Alícia de qual menina eu gosto, entretanto é óbvio que é a Luiza, né?

Paulo off

Um tempinho depois:

Luiza:

Eu estava procurando o Daniel, quando o sinal do fim do recreio soou, ou seja, só na saída das aulas vou poder falar com ele e com a Maria Joaquina ou talvez amanhã, mas vou tentar que seja hoje, pois eu não gosto de fazer amanhã o que eu posso fazer hoje.

Entrei na sala quase que junto com a Maria Joaquina e como de costume ultimamente ela me fuzilou com os olhos e o pior é que talvez seja só por um menino.

O professor de química entrou na sala e a aula foi relativamente rápida, pois logo o sinal da saída soou, deve ser porque a aula foi super interessante, já te falei que química é uma das minhas matérias preferidas? Não? Então estou falando agora, não esquece, está bem? Voltando, saí da sala e fui correndo atrás de Daniel que tentou, só tentou fugir de mim.

— O que você quer, Luiza? – Daniel, falou para mim, com um jeito bem diferente do jeito que ele fala comigo.

— Eu queria te pedir desculpas.

— Pelo que? Por beijar o Mário, por gostar dele ou por não gostar de mim?

Senti uma pontada de tristeza.

— Eu não gosto do Mário, eu gosto....

Eu senti algo muito mágico e especial com o beijo do Mário, porém eu não posso nem sonhar em magoar o Daniel, muito menos a Marce.

— De você.

— De mim? – Ele me perguntou surpreso.

— Sim.

— Então, por que que você beijou o Mário?

— Eu não beijei o Mário, ele que me beijou.

— Verdade?

— Sim, é verdade. – Eu menti.

— Nesse caso, namora comigo?

— Namoro.

Daniel se aproximou de mim e me beijou. Você sentiu alguma coisa durante o beijo? Você me pergunta e eu respondo: nadinha. E com o Mário? Eu respondo: tudinho.

Será que um dia eu vou gostar do Daniel?

 Me despedi de Daniel e fui atrás de Maria Joaquina que por sorte ainda estava esperando o motorista dela, então me aproximei e falei:

— Oi, Maria Joaquina.

— Você está falando comigo?

— Que eu saiba só tem você aqui.

— Hun... pensei que você nunca mais iria falar comigo depois do que eu te fiz.

— Eu vim falar com você exatamente por isso....

— Por isso o que?

— Pelo que você fez comigo.

— Ah.

— Eu quero saber, porque que você fez isso?

— Por que você ficou dando em cima do Daniel e ele é meu.

Então é por causa do Daniel mesmo. Quer saber não vou ter pena dela, afinal ela não teve a mínima pena de mim, não é?

— Primeiro eu não fico dando em cima do Daniel não, ele gosta de mim e segundo ele não é seu, é meu.

— Seu? Como assim?

— Ele me pediu em namoro e eu aceitei.

— Você aceitou por vingança?

— Essa palavra iniciada com v pode existir no seu vocabulário, mas no meu não. Aceitei por que o Daniel merece uma chance.

— Quer saber, os dias desse namorinho aí estão contados, fui... – Maria Joaquina me deixou sozinha.

O que será que a Maria Joaquina está tramando dessa vez? Será que ela não cansa de fazer maldades, não?

Luiza off

Kokimoto:

Eu estava saindo da escola e acabei trombando com a Bibi e como sempre acontece quando a vejo meu coração disparou, será que eu devo fazer o que o Adriano vive me dizendo e investir na Bibi? Devo sim, vou pensar em algo para fazer com que ela me perceba.

Kokimoto off

Um pouco mais tarde:

Luiza:

Dei uma passada rápida no Roller para pensar um pouco no que tem acontecido comigo ultimamente e felizmente eu não encontrei ninguém da turma por lá.

Luiza off

De noite:

Maria Joaquina:

Eu preciso de um plano para estragar o namoro da Luiza e do Daniel, mas fazer o que? Já sei vou usar o amor que ela sente pelo Mário contra ela, afinal ninguém muito menos eu, é idiota de achar que ela gosta do Daniel, certo? Vou pedir para a Margarida me ajudar no meu plano, sei que ela está com o Davi, porém ela com certeza odeia a Luiza tanto quanto eu. Amanhã antes das aulas falo com ela.

Minha mãe me pediu para ir jantar e eu fui.

Maria Joaquina off

De manhã:

Luiza:

Cheguei na escola e Marcelina veio falar comigo.

— Oi, Luiza.

— Olá, Marce, tudo bem?

— Sim, eu só vim te pedir desculpas.

— Pelo que?

— Por não conseguir te ouvir ontem.

— Relaxa, eu entendi que você estava se sentindo traída.

— Estava mesmo, mas eu não tenho esse direito, afinal se você e o Mário se gostam eu... – Cortei ela e falei:

— Eu estou namorando com o Daniel.

— Sério? Que demais! Que fantástico! Que incrível! Quer dizer se te deixa feliz, me deixa feliz também! – Marcelina, disse e me abraçou.

Apesar de eu saber que a Marce está feliz por estar com o caminho livre para o Mário, sei que ela também está feliz por achar que eu estou.

— Obrigada.

Será que o Mário e a Marce vão começar a namorar e será que se isto acontecer eu vou aguentar?

Luiza off

Maria Joaquina:

— Oi, Marg! – Eu cumprimentei Margarida assim que a vi chegando na escola.

— O que que você quer?

— Nada.

— Sei... fala logo, para você ser tão gentil comigo, você com certeza quer um favor, né?

— Está bem, você ganhou, quero um favor sim.

— Qual?

— Me ajuda a separar a Luiza e o Daniel?

— Eles estão namorando?

— Sim.

— Hun... Dessa eu não sabia.

— É notícia nova, mas responde logo você vai me ajudar ou não?

— Olha.... Ajudar infelizmente não vai dar, pois eu namoro o melhor amigo do Daniel e se ele descobrir que eu estou te ajudando pode ficar triste comigo e até terminar e eu gosto muito do Davi, porém atrapalhar eu não vou. Boa sorte!

É parece que a Margarida está apaixonada mesmo.

— Obrigada mesmo assim. Conto com a sua descrição.

— Sim, não vou contar nada, não. Tchau.

— Tchau. – Eu falei e Marg se afastou de mim.

Só tem uma outra pessoa que pode me ajudar, pois essa pessoa também odeia o Daniel pelo simples motivo que essa pessoa gosta da Luiza e essa pessoa é o.... Paulo, é óbvio, se você pensou que era o Mário se enganou, o bonzinho do Mário nunca faria isso, pelo menos hoje em dia, pois antigamente ele era bem pior que o Paulo, as pessoas mudam infelizmente.

Fui procurar o Paulo e logo o achei.

— Oi, Paulinho. – Eu o cumprimentei.

— O que você quer? Se for um beijo pode esquecer.

— Por que todo mundo acha que eu quero alguma coisa.

— Deve ser porque você quase nunca é gentil.

— Estou morrendo de rir, Paulo, e nunca que eu ia pedir um beijo seu, só para você saber.

— O que você quer? – Ele me perguntou novamente.

— Eu quero sua ajuda em uma coisa.

— Que coisa?

— Quero sua ajuda para separar o Daniel e a Luiza.

— Eles estão namorando? – Ele me perguntou vermelho de raiva.

— Estão.

Parece que ninguém da turma sabe ainda que o Daniel e a Luiza estão namorando, quer dizer ninguém sabia, porque depois de eu contar para a Margarida já deve estar todo mundo sabendo.

— Eu vou te ajudar a separá-los. – Paulo me afirmou.

— Valeu, Paulo, a gente vai formar uma ótima dupla.

— Vai sim, a melhor dupla de todas. Você já tem alguma ideia?

— Tenho, pensei em fazer o Daniel achar que a santinha do pau oco, a minha querida Luiza, está traindo ele com o Mário.

— Primeiro se quer trabalhar comigo não fala mal da Luiza e segundo não seria melhor o Daniel achar que a Luiza está traindo ele comigo?

— Não, porque como a Luiza gosta do Mário vai passar mais verdade.

— Infelizmente você tem toda razão.

— Eu sei que tenho.

— Do jeito que o Daniel é burro vai cair no nosso plano rapidinho. Quando vamos começar?

— Não ofenda o Daniel, pensei em começarmos hoje mesmo no recreio, vou dar o primeiro passo e nos encontramos.

— Perfeito! E combinado. – O Paulo falou e nossa conversa terminou.

O plano pode até ser meio infantil, mas vai ser bem eficaz, tenho certeza.

Maria Joaquina off

Bibi:

Cheguei na escola muito happy [feliz] e fui procurar a Majo.

— Oi, friend. [Amiga]. – Eu a encontrei e a cumprimentei.

— Olá, Bibi. Por que que você está tão feliz assim?

— Por causa das flowers [flores] que eu recebi ontem há tarde.

— Hun... quem mandou?

— No [não] sei.

 - Como assim não sabe?

— É que o card [cartão] não estava assinado.

— Então você tem um admirador secreto?

— É basically [basicamente] isso.

— Que romântico! Quem será?

— Não tenho a menor idea [ideia].

— Acho que com o tempo você vai descobrir.

— Sim, é o que hope [espero].

Bibi off

No recreio:

Maria Joaquina:

As primeiras aulas terminaram e saímos para o recreio, quando estava saindo da sala cruzei com Paulo que piscou para mim e eu pisquei de volta. Tenho certeza que ele está tão ansioso quanto eu para iniciar nosso plano.

Eu já sei bem como dar o primeiro passo. Peguei um lanche na cantina e fui atrás de Luiza. Que pena que para o meu plano começar vou ter que pedir desculpas para Luiza, mas se no fim der certo tudo que eu fizer vai valer a pena, porque se tudo acontecer como eu imagino no fim o Daniel vai cair no meu colo.

— Olá, Luiza. – Eu me aproximei dela que estava com a Marcelina e a Laura.

Cadê o Daniel? Eu pensei.

— Oi, Maria Joaquina. – Ela me cumprimentou meio receosa.

— Será que dá para a gente conversar? – Eu perguntei.

— Pode falar.

— A sós.

— O que você está tramando dessa vez? – Marcelina me perguntou.

— É, o que você quer com a Luiza? – Laura me perguntou.

Até tu, Laura. – Eu pensei.

— Eu juro que só quero conversar. – Eu respondi.

— Podem nos deixar a sós meninas?

— Tem certeza? – Laura e Marcelina perguntaram juntas.

— Tenho obrigada pela preocupação. – Luiza, falou.

— De nada. – As duas falaram juntas novamente.

Laura e Marcelina se retiraram e eu me sentei perto de Luiza.

— Eu vim te pedir desculpas. – Eu falei.

— Está desculpada, se é só isso. – Luiza já ia se levantar.

— Ei, espera, eu acho que você devia ir falar com o Mário.

— O que?

— Vocês estão meio brigados, né? E tudo por minha causa, vai conversar com ele e façam as pazes, senão nunca vou me perdoar.

— Acho que você tem razão, é melhor conversarmos mesmo, com licença. – Luiza se levantou.

Agora é só seguir a Luiza e quando ela estiver conversando com o Mário, vou correndo atrás do Daniel e dou um jeito de levar ele no mesmo lugar onde a Luiza e o Mário estarão.

Maria Joaquina off


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!



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