Será que somos mesmo tão diferentes assim? escrita por Anaju


Capítulo 21
Você quer ser, meu príncipe?


Notas iniciais do capítulo

Quem será o príncipe de Alícia? Na festa de quinze anos que é sua e de Carmen.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/703057/chapter/21

Um mês antes da festa de Alícia e Carmen:

18:00

Alícia:

— Filha, a sua amiga Carmen já tem príncipe que vai ser o amigo de vocês Cirilo, você tem que arrumar um também.

— Já aceitei a festa, tem que ter príncipe também? Eu não quero.

— Mas é claro que tem que ter, afinal a festa de vocês tem que ter tudo, vai ficar feio sua amiga ter um príncipe e você não.

— Então está bem eu vou ter um príncipe.

Se é para ter um príncipe tem que ser o Paulo.

— Tudo bem eu resolvo isso amanhã na escola.

— Ok, resolva mesmo.

No outro dia:

6:45

Fui procurar o Paulo e assim que eu achei eu perguntei:

— Você quer ser, meu príncipe?

— Acho que eu não entendi direito, repete a pergunta.

— Você quer ser, meu príncipe?

— Como assim?

— Na festa.

— Ah... que susto.

— O que você pensou que eu estivesse te perguntado?

— Sei lá, me pedindo em namoro.

Eu ri.

— Não, é só para dançar na festa comigo e então o que me responde?

— Quanto eu vou receber por isso?

— Você quer dizer dinheiro?

— Tem outra coisa muito melhor que dinheiro que você pode me dar. – Paulo me agarrou e me beijou.

— Por que você me beijou se você nunca me convida para sair?

— Eu sempre faço o que eu tenho vontade e eu nunca convido por que você está apaixonada por mim.

— Estou nada. – Eu menti, pois eu estou apaixonada por ele sim.

— Desculpa, mas esse negócio de ser príncipe é muito ridículo.

— Mas você...

— Eu estava só brincando com você, nunca que eu ia ser príncipe numa festa dessas, convida o Daniel ele vai aceitar com certeza.

— Mais eu queria que você fosse, meu príncipe.

— Vai ficar querendo. – Paulo me falou e se afastou de mim.

Eu fui procurar o Abelardo para ver se ele topa ser meu príncipe, pois se eu chamar o Daniel a Margarida me mata.

— Oi! Abelardo.

— Olá! Precisa de alguma coisa? Posso te ajudar em algo?

Por que que eu tenho que gostar do traste do Paulo e não de um menino bacana que nem o Abelardo?

— Sim preciso de um príncipe para minha festa.

— Você quer que eu seja seu príncipe?

— Sim, você aceita?

— Que honra, Alícia, mas é claro que sim, essa é uma proposta irrecusável não tem como dizer não, é óbvio que eu aceito.

Eu quase chorei com as palavras de Abelardo.

— Obrigado por ter aceitado.

— Não precisa agradecer, eu que tenho que te agradecer por ter pensado em mim.

— Para ser sincera você foi a minha segunda opção.

— Eu sei, a sua primeira foi o Paulo, né?

— Como você descobriu?

— Por que você gosta dele.

— Isso é tão nítido assim?

— Mais ou menos, mas acho que a galera toda sabe.

— Você gosta de umas das meninas da nossa turma, não é?

— Sim.

— É da Marce, né?

— Vou fazer a mesma pergunta que você, isso é tão nítido assim? Por que ela ainda não percebeu. 

— Não é não, mas como eu tenho um amor não correspondido que o mesmo caso que o seu eu percebi e eu acho que ela não percebe porque ela gosta muito do Mário.

— Eu não tenho chance contra o Mário, não é mesmo?

— Como assim? Claro que tem.

— Não conta para a Marce e nem para ninguém que eu gosto dela, está bem?

— Pode deixar, fica só entre a gente.

O sinal da entrada tocou e eu e Abelardo fomos para a sala de aula.

Alícia off

Dois dias antes da festa da Alícia e da Carmen:

22:00

Luiza:

Eu estava conversando com a Marce ao telefone.

No meio da ligação:

— Eu nem acredito que a festa da Alícia e da Carms já é depois de amanhã. – Marce me falou.

— É mesmo o tempo voou.

— O que você vai vestir para a festa? Eu vou de vestido vermelho e scarpins na cor bege.

— Você vai usar o vestido da sua cor preferida, é muito coincidência...

— Por que?

— Porque eu vou usar um vestido na cor lavanda que é minha cor preferida com sapatos da mesma cor.

— Que legal a coincidência, Lu! Por que você não vem aqui para casa amanhã para nos arrumarmos juntas? Você poderia vir aqui para casa à tarde, lá pelas quatro, dormiria aqui, no outro dia iriamos juntas para a festa e você iria para casa no outro dia de manhã que é domingo, não atrapalha as aulas.

— Ótima ideia, pede para seus pais e me envia uma mensagem falando se eles deixaram, aí se eles deixarem eu vou pedir para a minha mãe.

— Ok, vou pedir já, beijo.

— Beijos, tchau. – Eu disse e desliguei.

Ligação off

Espero que os pais da Marce deixem.

Luiza off

Marcelina:

Saí apressada de meu quarto para ir pedir para meus pais que deixassem a Lu dormir aqui.

Eu os encontrei na sala vendo um filme romântico, pedi para eles e eles responderam:

— Se a mãe dessa menina deixar ela pode vir. – Meu pai respondeu primeiro.

— Claro que pode, suas amigas sempre são bem-vindas aqui em casa. – Minha mãe respondeu depois.

— Obrigado, pais, se a mãe da Lu deixar ela vir eu, os aviso.

— Está bem. – Eles falaram juntos.

Voltei para meu quarto e enviei uma mensagem para a Luiza.

Marcelina off

Luiza:

Mensagem da Marce on:

==================================================================

Oi! Lu, pelos meus pais tudo bem você dormir aqui, pode pedir para a sua mãe.

==================================================================

Mensagem da Marce off

Minha mensagem de resposta on:

=====================

Vou falar com ela agora.

=====================

Minha mensagem de resposta off

Fui falar com a minha mãe e ela concordou com eu dormir na casa da Marce.

Enviei uma mensagem para a Marce falando que a minha mãe concordou e ela enviou uma mensagem para mim assim:

Mensagem on:

==========================================================================

Perfeito! Não vamos contar para nenhuma das meninas que você vem dormir na minha casa para não dar inveja, até amanhã na escola.

=============================================================================

Mensagem off

Mensagem minha de resposta on:

======

Ok. Até.

======

Mensagem minha de resposta off

Luiza off

Marcelina:

Sexta-feira:

14:00

— A Lu vem dormir aqui, o Abe vem também? – Eu perguntei para Paulo.

— Não, o Mário que vem.

— O Mário!!!

— Que empolgação é essa?

— Ahn? Eu não estou empolgada, não.

— Sei...eu marquei com o Mário hás dezesseis horas.

— Sério? Que coincidência.

— Coincidência, por que?

— Porque eu marquei com a Lu neste mesmo horário.

— Entendi…eu adorei essa sua ideia de convidar a Luiza.

— Depois eu que fico empolgada com o Mário.

Nós rimos.

Marcelina off

Luiza:

16:05

Eu estava chegando na porta da casa de Marce quando vi alguém bem conhecido na frente da porta dela, o Mário, ele me viu e falou:

— Hun... Oi! Luiza, você veio visitar o Paulo?

Ás vezes eu até esqueço que o Paulo mora na mesma casa que a Marce, eles são tão diferentes que nem parecem irmãos.

— Olá! Mário, não, eu vim para dormir e me arrumar para a festa de amanhã...

— O Paulo que te convidou?

— Não, Marce que me convidou.

Ele parecia aliviado com a minha resposta.

— O Paulo me convidou para dormir aqui, então eu pensei que talvez ele tivesse te convidado também.

— Ah…você bate à porta ou eu bato?

Acabamos batendo a porta juntos e Marce a abriu, quando os olhos de Marce viram Mário eles brilharam. Eu suspeitava, mas agora tenho certeza, a Marce gosta do Mário e só tem um problema nisso, o Mário mexe comigo.

— Oi! Mário, Lu, entrem, não fiquem aí parados.

— Tudo bem. – Eu e Mário falamos juntos entramos no apartamento de Marce e trocamos um olhar discreto.

Paulo apareceu na sala, fez um aperto de mão extenso com Mário e depois falou comigo:

— E aí Lulinda, tudo certo?

Eu ri com o apelido novo que Paulo inventou para mim.

— Gostou do seu apelido, é?

— Sim!

Paulo me abraçou e não queria me largar mais, por sorte a mãe da Marce e dele apareceu na sala e ele me largou.

— Oi, meninos, que ótimo que vocês estão aqui. – A mãe da Marce e do Paulo falou para mim e para Mário.

— Se sintam em casa. – Ela completou.

20:30

Eu e Marce estávamos papeando no quarto dela quando a mãe de Marce apareceu no quarto e nos chamou para jantar.

Nós fomos jantar e quando chegamos perto da mesa de jantar vimos que Mário, Paulo e o senhor Roberto, pai de Paulo, já estavam sentados à mesa.

Eu, Marce e a mãe dela nos juntamos a eles.

— Hoje eu fiz batata frita com bife, um dos pratos preferidos dos meus filhos, o Mário também adora e você Luiza, gosta? – A mãe da Marce me perguntou.

— Sim, tia Lilian, mas quem não gosta, né?

— É muito difícil mesmo alguém não gostar deste prato.

Nós jantamos e depois os pais de Marce e Paulo foram para o quarto deles e Paulo deu a ideia de vermos um filme.

— Que tal esse? – Paulo nos mostrou um filme de terror.

— Não, eu não gosto desse estilo de filme. – Marce, disse.

— Não gosta ou tem medo? – Paulo provocou e Marce ficou com vergonha, eu acho que pela presença de Mário.

— Eu não tenho medo de nada, está bem? Paulo.

Para que eles não começassem a discutir eu falei:

— Podemos ver esse aqui. – Eu peguei um filme de romance.

— Romance não dá, Luiza. – Paulo, falou.

— Olha, por mim tudo bem. – Mário, disse.

— Por mim também. – Marce ficou feliz novamente.

— Você é voto vencido, Paulo, o filme de romance ganhou.

Eu fui a primeira a sentar e depois Paulo se sentou do meu lado, seguido por Mário que se sentou também do meu lado só que do outro, depois que a Marce colocou o filme ela empurrou o Mário para longe de mim e ficou assim, Paulo, Eu, Marce e Mário, tenho certeza que a Marce está com ciúme de mim com o Mário.

O filme inteiro o Paulo ficou tentando passar o braço dele por detrás de mim e eu sempre tirando, tirando e tirando.

Após o filme terminar:

— Eu amei o filme, obrigada por dar a sugestão, Lu. – Marce, disse.

— Eu também gostei, de nada.

— Eu achei horrível. – Paulo comentou conosco.

— E você Mário o que achou?

— Achei lindo, o jeito, como eles superaram todos os obstáculos para ficarem juntos. – Além de lindo é sensível.

— Que isso? Mário, estou te estranhando, hein... – Paulo brincou.

— Eu nunca fui e nem nunca vou ser um insensível que nem você. – Mário, falou para Paulo.

— Eu sei...calma, eu estava só brincando. – Paulo se defendeu.

— Melhor a gente ir para o meu quarto Luiza, por que vocês também não vão para o seu quarto, Paulo. – Marce disse para tentar que tudo voltasse ao normal novamente.

— Acho que é melhor mesmo. – Paulo, falou.

— Mas não sem antes dar um beijo de boa noite na Luiza.  – Ele completou.

— De mim ninguém lembra. – Marce, disse.

— Foi mal, mana, mas a Luiza é a minha prioridade no momento.

Paulo se aproximou de mim e tentou de novo roubar um beijo meu na boca, eu fiquei com uma hiper mega vergonha pelo Mário estar vendo aquilo, agora eu sei o que a Marce sentiu quando o Paulo ficou ridicularizando ela.

— Ei...o que você está fazendo. – Eu o afastei de mim.

— Nada... eu só estou tentando te dar um beijo de boa noite.

A minha vontade era de responder: vai dar um beijo na sua mãe, mas como eu sou bem-educada eu simplesmente dei um beijo na bochecha dele e o desejei um boa noite.

— Boa noite, Mário! – Marce o desejou.

— Boa noite, Marce!

— E para mim você não vai desejar um boa noite, não? – Paulo, falou perguntou para Marce.

— Por que eu faria isso se você não me desejou.

— Ainda não, porém boa noite! Irmãzinha.

— Muito engraçado, Paulo, boa noite!

— Boa noite! Luiza. – Mário me desejou.

— Um boa noite! Para você também, tenha bons sonhos.

— Obrigado, igualmente.

Luiza off


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo: uma discussão pode ajeitar as coisas ou não.