Será que somos mesmo tão diferentes assim? escrita por Anaju
Notas iniciais do capítulo
Quem será o príncipe de Alícia? Na festa de quinze anos que é sua e de Carmen.
Um mês antes da festa de Alícia e Carmen:
18:00
Alícia:
— Filha, a sua amiga Carmen já tem príncipe que vai ser o amigo de vocês Cirilo, você tem que arrumar um também.
— Já aceitei a festa, tem que ter príncipe também? Eu não quero.
— Mas é claro que tem que ter, afinal a festa de vocês tem que ter tudo, vai ficar feio sua amiga ter um príncipe e você não.
— Então está bem eu vou ter um príncipe.
Se é para ter um príncipe tem que ser o Paulo.
— Tudo bem eu resolvo isso amanhã na escola.
— Ok, resolva mesmo.
No outro dia:
6:45
Fui procurar o Paulo e assim que eu achei eu perguntei:
— Você quer ser, meu príncipe?
— Acho que eu não entendi direito, repete a pergunta.
— Você quer ser, meu príncipe?
— Como assim?
— Na festa.
— Ah... que susto.
— O que você pensou que eu estivesse te perguntado?
— Sei lá, me pedindo em namoro.
Eu ri.
— Não, é só para dançar na festa comigo e então o que me responde?
— Quanto eu vou receber por isso?
— Você quer dizer dinheiro?
— Tem outra coisa muito melhor que dinheiro que você pode me dar. – Paulo me agarrou e me beijou.
— Por que você me beijou se você nunca me convida para sair?
— Eu sempre faço o que eu tenho vontade e eu nunca convido por que você está apaixonada por mim.
— Estou nada. – Eu menti, pois eu estou apaixonada por ele sim.
— Desculpa, mas esse negócio de ser príncipe é muito ridículo.
— Mas você...
— Eu estava só brincando com você, nunca que eu ia ser príncipe numa festa dessas, convida o Daniel ele vai aceitar com certeza.
— Mais eu queria que você fosse, meu príncipe.
— Vai ficar querendo. – Paulo me falou e se afastou de mim.
Eu fui procurar o Abelardo para ver se ele topa ser meu príncipe, pois se eu chamar o Daniel a Margarida me mata.
— Oi! Abelardo.
— Olá! Precisa de alguma coisa? Posso te ajudar em algo?
Por que que eu tenho que gostar do traste do Paulo e não de um menino bacana que nem o Abelardo?
— Sim preciso de um príncipe para minha festa.
— Você quer que eu seja seu príncipe?
— Sim, você aceita?
— Que honra, Alícia, mas é claro que sim, essa é uma proposta irrecusável não tem como dizer não, é óbvio que eu aceito.
Eu quase chorei com as palavras de Abelardo.
— Obrigado por ter aceitado.
— Não precisa agradecer, eu que tenho que te agradecer por ter pensado em mim.
— Para ser sincera você foi a minha segunda opção.
— Eu sei, a sua primeira foi o Paulo, né?
— Como você descobriu?
— Por que você gosta dele.
— Isso é tão nítido assim?
— Mais ou menos, mas acho que a galera toda sabe.
— Você gosta de umas das meninas da nossa turma, não é?
— Sim.
— É da Marce, né?
— Vou fazer a mesma pergunta que você, isso é tão nítido assim? Por que ela ainda não percebeu.
— Não é não, mas como eu tenho um amor não correspondido que o mesmo caso que o seu eu percebi e eu acho que ela não percebe porque ela gosta muito do Mário.
— Eu não tenho chance contra o Mário, não é mesmo?
— Como assim? Claro que tem.
— Não conta para a Marce e nem para ninguém que eu gosto dela, está bem?
— Pode deixar, fica só entre a gente.
O sinal da entrada tocou e eu e Abelardo fomos para a sala de aula.
Alícia off
Dois dias antes da festa da Alícia e da Carmen:
22:00
Luiza:
Eu estava conversando com a Marce ao telefone.
No meio da ligação:
— Eu nem acredito que a festa da Alícia e da Carms já é depois de amanhã. – Marce me falou.
— É mesmo o tempo voou.
— O que você vai vestir para a festa? Eu vou de vestido vermelho e scarpins na cor bege.
— Você vai usar o vestido da sua cor preferida, é muito coincidência...
— Por que?
— Porque eu vou usar um vestido na cor lavanda que é minha cor preferida com sapatos da mesma cor.
— Que legal a coincidência, Lu! Por que você não vem aqui para casa amanhã para nos arrumarmos juntas? Você poderia vir aqui para casa à tarde, lá pelas quatro, dormiria aqui, no outro dia iriamos juntas para a festa e você iria para casa no outro dia de manhã que é domingo, não atrapalha as aulas.
— Ótima ideia, pede para seus pais e me envia uma mensagem falando se eles deixaram, aí se eles deixarem eu vou pedir para a minha mãe.
— Ok, vou pedir já, beijo.
— Beijos, tchau. – Eu disse e desliguei.
Ligação off
Espero que os pais da Marce deixem.
Luiza off
Marcelina:
Saí apressada de meu quarto para ir pedir para meus pais que deixassem a Lu dormir aqui.
Eu os encontrei na sala vendo um filme romântico, pedi para eles e eles responderam:
— Se a mãe dessa menina deixar ela pode vir. – Meu pai respondeu primeiro.
— Claro que pode, suas amigas sempre são bem-vindas aqui em casa. – Minha mãe respondeu depois.
— Obrigado, pais, se a mãe da Lu deixar ela vir eu, os aviso.
— Está bem. – Eles falaram juntos.
Voltei para meu quarto e enviei uma mensagem para a Luiza.
Marcelina off
Luiza:
Mensagem da Marce on:
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Oi! Lu, pelos meus pais tudo bem você dormir aqui, pode pedir para a sua mãe.
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Mensagem da Marce off
Minha mensagem de resposta on:
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Vou falar com ela agora.
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Minha mensagem de resposta off
Fui falar com a minha mãe e ela concordou com eu dormir na casa da Marce.
Enviei uma mensagem para a Marce falando que a minha mãe concordou e ela enviou uma mensagem para mim assim:
Mensagem on:
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Perfeito! Não vamos contar para nenhuma das meninas que você vem dormir na minha casa para não dar inveja, até amanhã na escola.
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Mensagem off
Mensagem minha de resposta on:
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Ok. Até.
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Mensagem minha de resposta off
Luiza off
Marcelina:
Sexta-feira:
14:00
— A Lu vem dormir aqui, o Abe vem também? – Eu perguntei para Paulo.
— Não, o Mário que vem.
— O Mário!!!
— Que empolgação é essa?
— Ahn? Eu não estou empolgada, não.
— Sei...eu marquei com o Mário hás dezesseis horas.
— Sério? Que coincidência.
— Coincidência, por que?
— Porque eu marquei com a Lu neste mesmo horário.
— Entendi…eu adorei essa sua ideia de convidar a Luiza.
— Depois eu que fico empolgada com o Mário.
Nós rimos.
Marcelina off
Luiza:
16:05
Eu estava chegando na porta da casa de Marce quando vi alguém bem conhecido na frente da porta dela, o Mário, ele me viu e falou:
— Hun... Oi! Luiza, você veio visitar o Paulo?
Ás vezes eu até esqueço que o Paulo mora na mesma casa que a Marce, eles são tão diferentes que nem parecem irmãos.
— Olá! Mário, não, eu vim para dormir e me arrumar para a festa de amanhã...
— O Paulo que te convidou?
— Não, Marce que me convidou.
Ele parecia aliviado com a minha resposta.
— O Paulo me convidou para dormir aqui, então eu pensei que talvez ele tivesse te convidado também.
— Ah…você bate à porta ou eu bato?
Acabamos batendo a porta juntos e Marce a abriu, quando os olhos de Marce viram Mário eles brilharam. Eu suspeitava, mas agora tenho certeza, a Marce gosta do Mário e só tem um problema nisso, o Mário mexe comigo.
— Oi! Mário, Lu, entrem, não fiquem aí parados.
— Tudo bem. – Eu e Mário falamos juntos entramos no apartamento de Marce e trocamos um olhar discreto.
Paulo apareceu na sala, fez um aperto de mão extenso com Mário e depois falou comigo:
— E aí Lulinda, tudo certo?
Eu ri com o apelido novo que Paulo inventou para mim.
— Gostou do seu apelido, é?
— Sim!
Paulo me abraçou e não queria me largar mais, por sorte a mãe da Marce e dele apareceu na sala e ele me largou.
— Oi, meninos, que ótimo que vocês estão aqui. – A mãe da Marce e do Paulo falou para mim e para Mário.
— Se sintam em casa. – Ela completou.
20:30
Eu e Marce estávamos papeando no quarto dela quando a mãe de Marce apareceu no quarto e nos chamou para jantar.
Nós fomos jantar e quando chegamos perto da mesa de jantar vimos que Mário, Paulo e o senhor Roberto, pai de Paulo, já estavam sentados à mesa.
Eu, Marce e a mãe dela nos juntamos a eles.
— Hoje eu fiz batata frita com bife, um dos pratos preferidos dos meus filhos, o Mário também adora e você Luiza, gosta? – A mãe da Marce me perguntou.
— Sim, tia Lilian, mas quem não gosta, né?
— É muito difícil mesmo alguém não gostar deste prato.
Nós jantamos e depois os pais de Marce e Paulo foram para o quarto deles e Paulo deu a ideia de vermos um filme.
— Que tal esse? – Paulo nos mostrou um filme de terror.
— Não, eu não gosto desse estilo de filme. – Marce, disse.
— Não gosta ou tem medo? – Paulo provocou e Marce ficou com vergonha, eu acho que pela presença de Mário.
— Eu não tenho medo de nada, está bem? Paulo.
Para que eles não começassem a discutir eu falei:
— Podemos ver esse aqui. – Eu peguei um filme de romance.
— Romance não dá, Luiza. – Paulo, falou.
— Olha, por mim tudo bem. – Mário, disse.
— Por mim também. – Marce ficou feliz novamente.
— Você é voto vencido, Paulo, o filme de romance ganhou.
Eu fui a primeira a sentar e depois Paulo se sentou do meu lado, seguido por Mário que se sentou também do meu lado só que do outro, depois que a Marce colocou o filme ela empurrou o Mário para longe de mim e ficou assim, Paulo, Eu, Marce e Mário, tenho certeza que a Marce está com ciúme de mim com o Mário.
O filme inteiro o Paulo ficou tentando passar o braço dele por detrás de mim e eu sempre tirando, tirando e tirando.
Após o filme terminar:
— Eu amei o filme, obrigada por dar a sugestão, Lu. – Marce, disse.
— Eu também gostei, de nada.
— Eu achei horrível. – Paulo comentou conosco.
— E você Mário o que achou?
— Achei lindo, o jeito, como eles superaram todos os obstáculos para ficarem juntos. – Além de lindo é sensível.
— Que isso? Mário, estou te estranhando, hein... – Paulo brincou.
— Eu nunca fui e nem nunca vou ser um insensível que nem você. – Mário, falou para Paulo.
— Eu sei...calma, eu estava só brincando. – Paulo se defendeu.
— Melhor a gente ir para o meu quarto Luiza, por que vocês também não vão para o seu quarto, Paulo. – Marce disse para tentar que tudo voltasse ao normal novamente.
— Acho que é melhor mesmo. – Paulo, falou.
— Mas não sem antes dar um beijo de boa noite na Luiza. – Ele completou.
— De mim ninguém lembra. – Marce, disse.
— Foi mal, mana, mas a Luiza é a minha prioridade no momento.
Paulo se aproximou de mim e tentou de novo roubar um beijo meu na boca, eu fiquei com uma hiper mega vergonha pelo Mário estar vendo aquilo, agora eu sei o que a Marce sentiu quando o Paulo ficou ridicularizando ela.
— Ei...o que você está fazendo. – Eu o afastei de mim.
— Nada... eu só estou tentando te dar um beijo de boa noite.
A minha vontade era de responder: vai dar um beijo na sua mãe, mas como eu sou bem-educada eu simplesmente dei um beijo na bochecha dele e o desejei um boa noite.
— Boa noite, Mário! – Marce o desejou.
— Boa noite, Marce!
— E para mim você não vai desejar um boa noite, não? – Paulo, falou perguntou para Marce.
— Por que eu faria isso se você não me desejou.
— Ainda não, porém boa noite! Irmãzinha.
— Muito engraçado, Paulo, boa noite!
— Boa noite! Luiza. – Mário me desejou.
— Um boa noite! Para você também, tenha bons sonhos.
— Obrigado, igualmente.
Luiza off
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No próximo capítulo: uma discussão pode ajeitar as coisas ou não.